14 abril 2004

Um clássico é sempre um clássico (e vir-se-vem-se... digo, vice-versa)


á não muito tempo atrás havia, numa pequena aldeia das Beiras, bem lá do interior, uma jovem bela e bem apessoada, na sua flor da idade mas que, como tantas e tantas vezes acontece por aquelas bandas, provinha de família numerosa e carenciada de tudo quanto eram bens materiais relevantes. Nomeadamente dinheiro, que realmente estava muito em falta naquela casa.
Que era pobre sim, mas honesta e recatada.
Pai severo, mãe trabalhadora, idem para os irmãos, parte deles emigrados pelas longínquas Franças. Pois essa jovem tinha atingido a idade casadoira numa virgindade pura apesar de, no seu âmago, sentir um fogo que a consumia e ela não sabia, nem podia, explicar!
Quis Deus que nessa longínqua terra tivesse enviuvado recentemente um homem ainda na flor da idade, cheio de força e de fôlego e a quem a falecida esposa nunca teve a sabedoria de acalmar ímpetos. Pois tal homem possuía fortuna considerável, entre terras e liquidez, e desejava ardentemente possuir a nossa flor silvestre. Dirigiu-se a casa da bela e, bem conver$ado o pai da moça, logo se combinou o enlace matrimonial, assim que o decoro do luto obrigatório o permitisse.
A espera desesperava a moça, que apesar de não ver com bons olhos o semi-velhote, ansiava pelo momento de apagar seus fogos. E desesperava o nosso herói, pois que a abstinência o importunava no seu âmago! Oh, fogo que com fogo se apaga!...
Neste desespero, só o pai da bela se contentava. Pois que o futuro genro já tinha providenciado telefone lá para casa, os telemóveis vinham a caminho, já se tinham comprado duas arcas frigoríficas para encher com tudo o que era de bom e do melhor, uma viatura para o filho do meio também já tinha sido encomendada (os outros, dada a fartura recente proporcionada pelo futuro casamento da irmã, estavam a pensar regressar definitivamente) e até uma TV a cores com DVD já fazia parte do mobiliário da sala. Fartura, fartura, fartura!
O tão almejado dia chegou! Casamento farto, belo, que ninguém deixou em vergonha. Ela, linda no seu fato da mais pura branca seda. Ele, muito direito e solene.
Após a cerimónia, festança comida, desaparecem os noivos para a merecida lua de mel. De regresso, a vida volta à sua normalidade.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Mas um dia a moça entra desabrida em casa dos pais. Chorava desalmadas desgraças. Quase não conseguia falar. Senta-se no sofá (novo, recente aquisição do seu marido para seu pai...) e chora, chora, chora...
O pai, muito aflito. A mãe, com um copo de água, a tremer incontrolavelmente!
E diz o pai:
- Minha filha, o que se passa contigo?
Assoa-se a moça:
- Pai, quero o divórcio!!!
Cai um silêncio pesado, incrédulo, quase fúnebre, naquela sala recentemente pintada pelo genro.
- Mas, mas, mas, mas... - é só o que consegue dizer o pai.
- Sim, porque o meu marido é um depravado!
- Depravado, minha filha?! Depravado, como?
- Só quer fazer sexo anal comigo, meu pai! E nunca se lhe acaba o apetite! Eu não posso baixar-me para limpar o chão, eu não posso debruçar-me sobre a mesa, eu tenho que ser rápida a sentar-me numa cadeira, porque ele não perdoa! Está sempre pronto a penetrar-me o ânus! Sempre! Eu não aguento mais...
- Mas, mas, mas, mas... - repete o pai.
- Eu, meu pai, tinha um cuzinho do tamanho de uma moeda de 1 cêntimo!... E agora, meu pai, o meu cuzinho já tem o tamanho de um Euro!
Impôe-se um silêncio constrangido na sala. O pai levanta-se, lentamente. Imponente, apesar da idade.
Compõe o bigode. Sacode as calças. Gargareja para aclarar a voz e diz:
- Filha! Não sei que educação a tua mãe te deu! Mas esposa nenhuma se pode querer divorciar de seu marido por causa de 99 cêntimos!

(enviada pelo Karl Marqs)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia