31 janeiro 2005

Ares do campo

Ai Manela, o que eu gostei daquele ano que fui trabalhar lá para trás do sol posto. A vida no campo tem o encanto dos galos a cantar de manhã, dos grilos a fazerem uma zumbideira estridente e da maior diversão local serem as cambalhotas a qualquer hora do dia e em qualquer sítio.

Ora Manela, foi ali que eu conheci aquele homenzarrão, com as maçãs do rosto coradas como eu já não julgava possível e a exalar saúde por todos os poros, como um touro. Porque aqui entre nós Manela, não é qualquer um que aguenta 4 horas seguidas a bombar, mesmo que se mudem as posições de cima para baixo ou de baixo para cima, de lado, de pé, de joelhos ou deitados. E aquele homem, Manela, usava-as todas, sempre!...

E cheirava-me a toda a hora e a todo o instante, capaz de farejar o meu cheiro primitivo usualmente mascarado por um Kenzo. Para já não falar da forma como ele acarinhava o meu clitóris, como quem come azeitonas rodando-as delicadamente nos dedos e depois lhe dá uma travadinha para lamber todo o molho do prato.

Sabes Manela, às vezes dava-me vontade de embrulhá-lo, pôr-lhe um laçarote e despachá-lo de presente para ti e para as restantes amigas.

O único senão Manela, é que o homem tinha o hábito de todos os meses me trazer um par de brincos, perante a minha surpresa muda. Ele eram bolinhas, pendurezas de cores, florinhas estilizadas e tudo o mais que houvesse na ourivesaria da vila, o que como bem sabes Manela, só revelava que aquele gajo, durante todos aqueles meses, nunca tinha reparado que eu não tinha as orelhas furadas.

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