28 março 2005

Quando os pintelhos encravam


Ai Mena, hoje de manhãzinha vesti um daqueles vestidos pretos colantes, os chamados Come-me!-Come-me! e não é que a porcaria do fecho éclair se encalacrou todo ?!... Como tu dizes, há dias que até os pintelhos encravam!...

Imagina tu que já antes, estava eu com todo o cuidadinho a calçar a meia esquerda, sentada na borda da tampa da sanita quando o gato me saltou para o colo e com a unha, zás, conseguiu uma recta perfeitinha de alto a baixo.Vai daí, Mena, telefonei para o trabalho desculpando-me com uma falta de água para o banho, enfiei estas calças de ganga e o camisolão de lã e aqui me tens.

Eu já desde ontem que não me sentia nada bem. Vê lá tu que me fui rapar, de espuma de barbear e gilette em punho e descobri pelo espelhinho que tinha dois pintelhitos brancos. Completamente brancos, Mena!... É que na cabeça podemos puxá-los, fazer madeixas ou pintá-los com as cores que nos apetecer, agora ali... Deu-me umas ganas que desatei com a lâmina para cima e para baixo, tipo corta-relva num estádio e com tal força, que fiquei que nem o Cristo do filme do Mel Gibson.
E aí Mena, senti umas saudades daquele publicitário que adorava cabelinhos encaracolados, para se encostar a mim frente ao espelho, a admirar um ser com duas cabeças sobrepostas, quatro braços, umas mamas e um pénis.

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