08 maio 2005

Dick Hard e os filmes de terror

Dick Hard considerava-se boa pessoa. O facto de adorar filmes de terror não tinha nada a ver com o caso. Mas ele lembrava-se bem de que a sua mãe o advertia na sua tenra adolescência: "Ai, não percebo como podes gostar de filmes de terror. Que sádico!"
Dick Hard respondia-lhe: "Isto é cinema. Sádicos são os gajos que ficam na estrada a ver os acidentados a esvair-se em sangue".
Por acaso até era verdade. Hard só gostava de ver sangue no cinema.
Um dia, por mero acaso, andava a passear na Net e deu com um blog chamado «AfundaçãodasRosasPúrpuras.fodespot.bom proveito.come».
Um miúda chamada Madre Mia confessou, num comentário a um post, que os filmes de terror a excitavam particularmente. O Dick ficou a coçar a cabeça um bom bocado. Olha! Afinal, os filmes pornográficos das meninas são os filmes de terror.
Mas o que se passa com as miúdas? Vêem um gajo a ser todo agatanhado pelo Freddie Mãozinhas-de-Tesoura e começam a ficar molhadas? Vêem o Cristóvão Lee às dentadinhas no pescoço das virgens e desatam a meter o dedo na grutazita? Vêem os piratas a rasgar o nevoeiro com más intenções e metem a mão na sarda do namorado? Pelo andar da carruagem, têm orgasmos múltiplos quando assistem à versão restaurada do «Nosferatu», do grande Murnau.
E depois os homens é que são os tarados. Olhem bem para isto: um gajo anima-se quando vê gente na pantalha a ser feliz, quer dizer, a coiso-e-tal. Filmes pornográficos. Pois. Malta a ter sexo. Elas dizem que é estranho. Que está mal. Está-se mesmo a ver.
O que está bem é ficar excitado ou excitada a ver filmes de terror. Olha que porra! Os filmes de terror são para ter medo, não é para ficar excitado!
- Eu, quando estou com medo, perco a tesão toda! - disse o Dick Hard para um amigo, numa noite de copos.
- Eu, quando vejo um filme de terror, arrepio-me toda. Mais do que isso só nos pré e pós-coitais - disse a Madre Mia para a blogosfera.
O Dick Hard nunca levou uma namorada para o escurinho do cinema, a ver um filme de terror, com a intenção de se aproveitar dela. Pelo contrário, até levava camisas de manga comprida. Uma vez tinha assistido ao «Por favor, não me morda o pescoço», do Polanski, e chegara a casa com os braços todos arranhados pela namorada. E era uma comédia de vampiros!
A partir daí, namoradas em filmes de terror, só com manga comprida. Mas qual sexo! Ele gostava de filmes de terror e queria ir ao cinema. As namoradas eram ciumentas e também queriam ir, porque não tinham confiança nele. Na volta, elas sabiam que havia miúdas que ficavam excitadas. Mas não era o caso das namoradas de Hard.
As namoradas de Hard ficavam com as mãos frias, roíam as unhas, agarravam-se ao Dick, suspiravam, ficavam com a boca seca. Sexo? Nada disso!
(Ouviu, sua Madre Mia?)
(Eu por acaso estou a ouvir ‘Cool velvet, Stan Getz and strings’. Só levei três anos até perceber que podia ouvir um CD e escrever no Word, tudo ao mesmo tempo. Sou uma vocação tecnológica nata. Quando acabar o CD - são 72 minutos - conto rematar o conto)

Um belo dia, Dick Hard conheceu uma prima de Madre Mia, chamada Mia Madre, que lhe entrou pelo escritório dentro com uma mini-saia da Mary Quant, muito «sixties», em xadrez. E um par de «melões» de se lhes tirar o chapéu em Almeirim!
- Senhor Hard, o meu nome é Mia Madre, mas pode tratar-me por Mummy. Vim recomendada por uma amiga. O marido andava a traí-la e o senhor arranjou provas para o divórcio.
- Faça favor de se sentar, D. Mia Madre.
Mia Madre sentou-se de perna cruzada à Sharon Stone e sorriu com os dentes todos, por sinal bem bonitos:
- Trate-me por Mummy, por favor. Posso tratá-lo por Dick?
Hard começou a descontrair-se, a ver o filme:
- Mummy, ponha o meu Dick na sua boca as vezes que quiser.

Isto vai acabar mal... ai não, conão vai...

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