22 maio 2005

Diário do Garfanho - 31

222 de Julhosto
Ele há coisas. Entra uma contribuinta. Boa. Como se dizia dantes: "Boa como o milho!" - há frases idiomáticas que nunca se chegam a perceber, esta é uma delas, o que tem o milho de boa?
Adiante. A boa da contribuinta - Espectáculo! - dirige-se à secretária que esta semana me calhou em sorte no atendimento. Hesita e dá um passo atrás. O cabrão do Oliveira, essa ratazana, levanta-se e sorri aparvalhado, parece os tipos da Feira Popular a chamar os clientes, ainda tenta um "Por favor?!" - Que nojo! - Mas a tipa dirige-se a mim. A MIM! A M-I-M!
- Faça favor de se sentar - digo eu, displicente. Ela senta-se. Eu levanto um pouco as mãos em sinal de atenção para com ela e peço: – Dê-me só um segundo.
Ela anui com um sensual movimento da cabeça e um ligeiro piscar de olho. O direito. Eu cerro os punhos disfarçadamente para não derreter ou cair redondo. Levanto-me, passo o separador para o lado do ratazana do Oliveira. Ela deixa de me ver. O Oliveira ainda não fechou a boca.
- Oliveira! - E faço-lhe o gesto: vai comer nas ilhargas!
Volto ao meu lugar.
- Ora diga, por favor.
E, de repente, uma impressão, uma desconfiança, uma maçã de Adão.
- Afinal, isso tem de ser com o meu colega da secretária aqui ao lado.
Bardafoda-se! Eles andem aí.

Garfanho

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