12 julho 2005

Garfiar, só me apetece - 10

53 de Setembro

A brochista telefonou-me a dizer que eu era um grande cabrão e que andava a gozar com a malta toda.
Tive de a deixar falar até se cansar - as mulheres adoram - e no fim do arrazoado de tretas (grande parte das quais verdade), tive de embargar a voz e tirar o princípio à depressão, "ainda estou a ser medicado" é uma frase que se ouve sempre com agrado quando acompanhado do "eu não queria dizer isto a ninguém, queria evitar, mas a verdade é que tenho de ter acompanhamento psiquiátrico e tive de cantar a canção do cornudo traumatizado, que, de repente, ficou sem pontos de referência.
"A minha vida desmoronou-se" ou "Perdi tudo, do momento para o outro, perdi tudo" são frases que tocam e a gaja ficou-se, ainda me pediu desculpa.
Não sei se percebeu que uma vez lhe chamei brochista em vez de Patrícia, mas não me pareceu, pelo menos não se acusou.
"Me chupa, vai!?"

Garfanho

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