25 setembro 2005

Diário do Garfanho - 117

The Moon Is Mine

Ver os nossos esforços resultarem imediatamente é bom. Vê-los entendidos e expressamente reconhecidos é melhor. Muito melhor.

Depois do hercúleo esforço de contenção e reserva ocular e mental a que me obriguei e, exactamente, após o desespero, a raiva, o desgosto de, mais uma vez, não virar a cabeça (disfarçadamente, claro) ou, sequer, procurar um último vislumbre pelo canto do olho:

- Sabes, tu és diferente - anunciou ela com um sorriso.
- Diferente? - perguntei eu, às cegas.
- Sim, não olhas para todas as mulheres que passam.
- Não? - deixei escapar. "E olha que bem me custa" pensei.
- Não - repetiu ela, com a certeza que só as mulheres conseguem ter. - Há homens que parecem loucos, sempre a olhar em volta, sempre à procura, sempre a cobiçar. A ver. A salivar. Parecem uns maluquinhos.
- Há?!
- E isso é muito irritante. Chateia-nos. É uma falta de respeito. - Ela amaciou a voz: - Mas tu és diferente.

Garfiar, só me apetece

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