09 dezembro 2005

Tu
Sabes-me a muito,
Só de te ver respirar.
E estás ali, incendiada,
Por mim, dizes.
Eu sei.
Desejo-te, desenfreado.
Tenho-te a pele aberta, inteira,
E não me chega.
Demoro-me, atraso-nos,
Sôfrego.
Dás-te tanto.
Mas sabes-me a menos,
Sempre.
Dentro de ti e não me sacio,
Ainda, nem depois.
Eu, é que sei.
Fazes-me doer de bom.
Mas dói.
Nesta vertigem contigo,
Sabes-me a coisas…
Que nem eu sei, sabes?
E tenho fome, ainda.
Não te tenho toda, depois,
Se te tenho já,
Nem agora.
Goza comigo, anda.
E depois?
Depois, tens-me.
Ainda te quero.
Não, não te vistas,
Que me afastas,
E por causa de depois.
Depois não te tenho
Tenho menos de ti, ainda,
Do quanto te queria ter
Antes de ser agora.
E mesmo depois disso,
Agora, mesmo agora


foto: anna-simonja

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