24 janeiro 2006

Puta - por Anukis

Ela era puta.
A mãe ensinara-lhe que uma mulher distinta tinha que casar virgem até ao casamento e aguentar com todas as agruras com resignação, mesmo cornuda.
Ela era puta.
A mãe dissera-lhe que uma mulher briosa tinha sempre a casa a brilhar e que nunca devia sair de casa com a cama por fazer.
Ela era puta.
A mãe aconselhara-lhe que uma mulher só conquista um homem, fazendo-se desejar, tornando-se gelo em vez de fogo.
Ela era puta.
A mãe advertira que uma mulher de casa não anda com pulseiras nas pernas, com tatuagens no fundo das costas, com saias curtas ou com transparências. A pele era para ser tapada.
Ela era puta.
A mãe declara que uma mulher decente só tinha amigas, que as mulheres da vida é que tinham amigos masculinos com quem saíam à noite e cada noite, eram trazidas a casa por um diferente qualquer.
Ela era puta.
A mãe objectara que uma mulher decente não se atirava a um homem, muito menos sem saber se seria apenas por uma noite, em que se aproveitariam dela.
Ela era puta.
A mãe instruira que uma mulher honrada não se punha em cima dum homem, que as éguas é que cavalgavam.
Ela era puta.
A mãe sentenciara que uma mulher respeitável não usava a língua nem para lamber gelados em público, muito menos para outras porcarias.
Ela era puta.
A mãe persuadira-a que uma mulher digna não podia gemer ou gritar de prazer, o sexo era para se aguentar em silêncio.

Ela era puta. Deixara finalmente de ser santa...

Anukis

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