20 fevereiro 2006

o poema do dia seguinte

abri a manhã devagarinho
já espantei os passageiros da noite
já sonhei tantas melodias surdas
e enchi-me de loucas cores absurdas

pintei cores e aromas
sonhados no branco do espelho
fui buscá-los a um poema passado
desenhado a ouro e a vermelho

amanhã visto-me de beijos vagabundos
e saio à rua
celebrando mais um dia.

LolaViola

O Dom OrCa pede autorização à LolaViola para uma interferência: "digo daqui o que o poema dela me sugeriu, imaginando alguém ainda encostado, discretamente, à parede fronteiriça daquela casa, ao dealbar do dia...

o poema da noite anterior

nem a noite me soltava
nem a manhã me trazia outro sabor
além de ti
apenas a luz difusa desse quarto a desvanecer-se
na bruma matinal dos meus sentidos

sei-me verso perdido de um teu poema
e espero do dia que desperta
que a noite caia depressa
onde me enleie
vagabundo
no acaso dos teus braços"
.

Ao Charlie também lhe apeteceu oder:
"Ser vagabundo dos sentidos
Em noites de fins sem sentido
chega à janela uma luz difusa
Do sol que chega
em corpo de vazio perdido

Saio sim, abraço o sol
Que só amo durante o café bebido
A noite é curta e só amo a luz
que encontro nos olhos fechados
dos teus lábios fugidos"


A LolaViola acha que "somos todos vagabundos... ilhas encantadas". E o Alcaide ode-a com um soneto:
"Vagabundo dos sentidos pela rua
com saudade pára frente à janela
que o sabia feliz por vê-la a ela
e vê-la assim serena, toda nua.

E sabia uma vida... noite sua...
que desse amor ali... visão singela
vinha o calor do sonho... ser tão bela
como do corpo a distância, assim crua!

E os sentidos vagabundos voaram,
Esse o mal dos sentidos escondidos,
Quando a janela fechou... e sonharam

Que noutro dia ali, olhos perdidos
Trariam a visão do amor que ansiaram
Uma noite, amor, um corpo. Consentidos!"

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