29 março 2006

O Zezinho... - por Charlie

Quem o via passar pela rua e a cumprimentar elegantemente as senhoras que passam, nunca poderia suspeitar o drama que José Carlos Arruda vivia.
Como ele, muitos homens passam a terrível experiência de nunca ter tocado numa mulher.
Não que tivesse falta de interesse ou de estímulo.
A verdade é que Zezinho era até conhecido, na sua juventude, pelo «molinhas».
Porém, da primeira vez que entrou nas gostosas intimidades, com a Maria Tomásia, a sua primeira namorada, mal chegou a enfiar-lhe a mão direita pelo intervalo das cuecas e a esquerda no apuro dos bicos dos mamilos.
Num repentino estremecer de todo o seu corpo, atingiu o clímax, agarrando fortemente um mamilo, e fazendo-a a gritar de dor, nuns gritos que se misturavam com as suas interjeições de gozo. As unhas da outra mão cravadas no mais íntimo da sua feminilidade.
A custo recuperou dessa experiência, já não na Escola. A notícia correra depressa entre todas, mas ao seu segundo relacionamento o desastre foi ainda pior que o primeiro. Levado pelo receio dum orgasmo precoce, nem lhe chegou a deitar as mãos, bastando-lhe os beijos e o sentir próximo de mulher a passar junto ao corpo.
Ficou olhando para ela, de olhar incrédulo, enquanto uma mancha aparecia lentamente nas calças, aí nesse sítio onde todas as mulheres deitam os olhares.
Sem mais palavras tudo acabou nesse instante, sempre ele a sentir-se mal, sem autocontrolo, apenas uma desgraça de esperma em ponta, pronto a saltar ao primeiro sinal.
O terceiro foi tão mau como o primeiro e marcou-lhe o ponto final das aproximações ao belo sexo.
José passou a ser o que é hoje.
Os cumprimentos efusivos e delicados a todas as mulheres que o deixam de olhares semicerrados e sonhadores. Depois, sem muita pressa e sempre levado pelo sonho, afasta-se com discrição e, mal sai da vista, vai rapidamente para casa.
Quem precisa duma mulher quando se tem à sua disposição a amante mais fogosa e paciente que alguma vez conhecera?
Uma vez no privado do seu lar, despe-se peça a peça. Mira-se ao espelho enquanto a mão sobe devagar pelas pernas, polegar a arranhar a pele em desenhos aleatórios e os dedos médio, anelar e mindinho descobrem os pontos sensíveis nos testículos e seus arredores.
Depois, sempre de olhar preso ao espelho, deixa o indicador abraçar tudo a meias com o polegar já em posição complementar.
Os olhos fecham-se e, calmamente, com toda a paciência do mundo, saboreia os corpos em paladares numa mão cheia de sabores e nuances.
Nem uma única vez precoce... Na sua subida, todas elas vão ficando saciadas pelo caminho, uma após outra, até que ele triunfante as mira de rostos satisfeitos e felizes, e segue sempre subindo até ao cume onde finalmente num grito longo fica clamando, em apoteose, a vitória da sua virilidade...

Charlie

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