13 junho 2006

a mancha

“Ó mãe, tem de se rir assim?”, queixava-se ele, resignado. A mãe ria-se. A nora chorava, envergonhada. O enteado sorria apalermado. E o pai, bem bebido, dormia. A mãe abraçou-o ternamente e a avó embevecida sentiu os olhos embaciarem. O avô babava-se e batia com a mão no braço do sofá, encostado à perna da cadeira do compadre que o olhava, mas não via. “Ó mãe, porra!”, o encontrão que a mulher lhe dera deu-lhe alento e firmeza, “Cale-se!”, mas a mãe só o abraçou com mais força. Ele soltou-se e pediu “Por favor”, e viu a mulher bater com a porta da cozinha. A mãe baixou os olhos, cravou-os no filho e numa gargalhada explicou “És mesmo como o teu pai que Deus tem,” o enteado olhava-lhe a mancha à volta da braguilha e a avó adormecera, “um triste ejaculador precoce!”

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