11 novembro 2006

Ainda os três...


... anos d'A Funda, em que não me vim aqui como desejaria - nem sempre a carne acompanha a mente, nem sempre a mente acompanha o dia... -, mas porque me revejo nas distintíssimas palavras dessa moçoila da província que é a São, lançadas à data do evento, e também me congratulo, gratificado, por partilhar este espaço, quando para aí me estejam voltados os humores, sem peias nem espartilhos, permitam-me a minha homenagem tardia:

TRÊS

- ao terceiro aniversário d’A Funda São

três anos são quase nada neste concerto do mundo
três colcheias tão difusas
três dós de peito profundo

três tirados da gaveta de solteirona forreta
três guardados à socapa de algum triste de alta treta
três vezes tentada a trepa
três vezes arrenegada
três mil vezes constrangida outras mais amargurada
três vezes arrependida
três outras sacrificada

três vidas tantos dariam por três dias de prazer
três vezes amor fariam
três outras por assim querer
três dias se passariam
três a três e outra vez

três pecados
três orgulhos
três vaidades
três engulhos
três e três e três e três

três trazidos
três levados
três perdidos
três achados
três dos melhores partilhados
três por um e um por três

três sorrisos enlevados
três risos desconchavados
três soluços
três arquejos
três desejos feitos beijos
três pulsares descontrolados

três anos são quase nada neste concerto do mundo
três há porém que são tantos
três há que valem um mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia