07 fevereiro 2007

Atira-me água benta

(Foto © Nibyludek)

Devia ter suspeitado daquele longo rabo de cavalo que um lado feminino assim exteriorizado publicamente, pela lei das compensações, só podia fazer romper na intimidade o dominador masculino por tudo quanto é lado, mas levei aquilo como reminiscência gótica de quando se vestira todo de preto.

O facto de o seu pináculo só apontar aos céus uma vez por dia também me desacreditava a teoria, se bem que a constante negação da sua evidente fimose em trejeitos de arreda para lá qualquer médico que no meu animalzinho ninguém toca fosse a mais banal resposta de macho que junto com a repetição contínua do não tenho nada erguia um convencimento semelhante ao de quem cospe pela boca migalhas de bolo-rei.

Com o desenrolar das línguas também descobri que a falta de argumentos o tornava impertinente, baralhando os dados e tornando a dar outros estranhos ao assunto em causa, num parte e reparte que quem não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte, em cada instante manipulando com o único intuito de ganhar o que ele imaginava uma disputa que o sucesso é ser vencedor, nem que tivesse de se desdizer crendo piamente que a minha burrice não o notasse.

Recapitulei que ele não me lia em braille para além da dose mínima, nem me escutava, atascadas que estavam as orelhas com os seus preconceitos, tornando as suas papilas gustativas ignorantes do meu sabor e assim me vi reflectida como um placebo feminino pelo que não foi tarde nem cedo para me ausentar à cata de um gourmet que me atirasse água benta ou água fria para acordar.

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Uma por dia tira a azia