15 março 2007

Os tomates do Padre Inácio

Júlia Ramalho, neta da famosa Rosa Ramalho e por mérito próprio reconhecida na sua arte cerâmica, é uma grande senhora. E uma artista que faz obras de arte em barro vidrado numa cor tão doce que até apetece comer.
Em 2003, uma professora, amiga minha do coração, foi a Barcelos fazer uma encomenda à Júlia Ramalho e trouxe-me fotos da sua colecção privada, destacando duas das suas peças que ela se recusa vender, baseadas na expressão « os tomates do Padre Inácio».
Foram precisos vários contactos ao longo destes anos, em feiras de artesanato e por telefone, até ela aceitar fazer especialmente para a minha colecção uma peça que os filhos dela e o senhor padre lhe pediram para não voltar a fazer.
E, segundo me contou ao entregar-ma na feira de artesanato de Pombal, um filho descobriu a peça que ela escondeu ao canto do forno, onde ela guarda as peças quando o forno não está a ser usado. E ficou muito aborrecido com ela.
Júlia Ramalho é, como diz uma canção popular, «uma senhora mulher».
E esta peça é uma das que mais orgulho me dá, pela sua história e pela artista que a fez. Um luxo!

Júlia Ramalho e a sua colecção privada



Os tomates do padre Inácio - versão a solo



Versão em trio

A peça da minha colecção é um duo, com o Padre Inácio, de guarda-chuva e coroa, e a freira, a fazer-se de envergonhada, a abrir-lhe a sotaina.
A Júlia Ramalho fez-me ainda um Adão e uma Eva especiais para a minha colecção, com as parras caídas: "A Eva envergonhada, mas ele não", como me explicou.

16 comentários:

  1. Por mero acaso (leia-se roubo a um ex-colega) tenho uma peça da JR. Confirmo a cor e a beleza das mesmas... ;)

    ResponderEliminar
  2. Os meus parabéns ! A mãe Rosa era mais telúrica, mas a filha Júlia beneficiou daquilo a que é comum chamar-se "outros tempos".De qualquer forma, presumo que peças únicas, o que lhes solidifica o valor e se do verbete individual da peça se certificar tudo o que está escrito, estamos em presença de algo muito apetecido...Parabéns, once more !

    ResponderEliminar
  3. E desculpa a confusão feita com a filha e a neta...e se ainda por cime metesses a bisneta Teresa (professora e tudo...) a confusão ainda seria pior !

    ResponderEliminar
  4. Verbete individual?! Mas tu achas que eu colecciono verbetes?!...

    ResponderEliminar
  5. - Ó sô dona Júlia, faxavor, importa-se de me passar um verbete?...

    ResponderEliminar
  6. Ora, vai-te foder...não tens um inventário das peças que possuis ?E sobre elas, nada que te lembre como foram obtidas, compradas a quem, oferecidas por quem ? Estou mesmo a ver: cada peça tem a sua história e lembro-me de tudo! Pois é...e quando o senhor Alzheimer te visitar, vai ser lindo ! "Sim, senhor bispo, estes tomates do Padre Inácio foi o Zé que forneceu o molde e a Ana salazar como não tinha pano nem linhas cozeu isto no forno, com barro e tudo...só não sei como fez o vidrado !?" Ora foda-se, uma colecção dessas tem de ter um verbete individual, peça a peça, com todos os pormenores de que nos possamos lembrar no momento...tu deves é estar a gozar comigo e eu a aturar-te...

    ResponderEliminar
  7. A verdade é que eu e não só eu, conheci o Padre Inácio!
    Um homem do caraças! Pedreiro da construção civil, estilo Falcão ai da bimbolândia que posta aqui na Funda, até aos 45 anos quando de repente lhe deu a vocação e foi para Padre. Nem me atrevo a reproduzir a força da sua linguagem quando se irritava....Nunca o ouvi dizer porra!

    ResponderEliminar
  8. Vai-te foder tu, Zé! "se do verbete individual da peça se certificar tudo o que está escrito", escreveste tu! Tenho algumas peças - principalmente quadros a óleo - que têm de facto um certificado emitido pelo autor. Mas um verbete feito por mim certifica o quê? O que eu lá puser? Bardamerda para o teu mau feitio, Zé!

    ResponderEliminar
  9. Se a ideia é desconversar com má educação à mistura, como uma vez escreveste em privado, não contes comigo.Se te apetecer entender que qualquer colecionador faz um registo dos objectos que colecciona, onde normalmente os descreve, põe data de aquisição, a quem e quando, por quanto e em que condições, e onde eventualmente está "guardado" e o número de ordem que lhe foi atribuído (foi o 665º ou o 783º ou o 24º a entrar na colecção), se quiseres entender porque em qualquer biblioteca ou museu (sobretudo fora de Portugal) este procedimento não só é normal como aconselhável, tudo bem...Se entendes que resolves tudo com o meu mau feitio...um dia alguém te dirá o que hoje eu calei !

    ResponderEliminar
  10. Tens mesmo a porra de um mau feitio, Zé!
    No teu comentário começas com "vai-te foder". Eu respondo com "Vai-te foder tu" e isto é "má educação" minha?!
    De facto, é complicado falar contigo mantendo um registo calmo...
    Sobre o cadastro de peças, obviamente tens razão.

    ResponderEliminar
  11. Teste...para aferir a hora !São 22:54 ...

    ResponderEliminar
  12. Mas... estás a testar a hora nesta caixa de comentários?!...

    ResponderEliminar
  13. Sim...e deu certo, e na caixa da direita também bateu certo...e o facto é que está certo ! Portanto, parabéns ! Está tudo como novo...esperemos que a Diácona não venha foder tudo...

    ResponderEliminar
  14. Tu davas um bom provedor de qualquer coisa ;-)

    ResponderEliminar
  15. Eu sou bom a fazer qualquer coisa...e há quem diga que até a desfazer...mas que estava preocupado com a situaSão, estava...até porque tu estarias muitíssimo mais e com nervoso miudinho !

    ResponderEliminar
  16. É relativo. Não dependo do blog para viver... mas que 99,9% do gozo do blog estava perdido, estava.

    ResponderEliminar

Uma por dia tira a azia