26 setembro 2007

Homem-objecto


As mulheres jorram um caudal de queixumes sobre os homens e porém nem todos somos assim. Veja-se o meu caso. Ela não se rala nada com o facto de eu ficar todo o dia sozinho em casa, ali parado a olhar em paralelo infinito o que não vejo. Digo e reafirmo mesmo que só me dá atenção quando já está com ela fisgada para me levar para a cama ou para qualquer outro lado como se fosse apenas uma coisa sexualmente eficaz na sua intenção de despejar as frustrações que lhe encheram os dias.

Monta-me ferozmente e mesmo quando me arranha continua como se esse percalço fosse coisa de somenos. Nem se dá ao trabalho de gemer um niquito para me transmitir satisfação e apreço pelo meu desempenho.Usa-me e depois, geralmente, adormece. Raras são as vezes em que carinhosamente me limpa logo a seguir ou me sorri. É como se o facto de eu fazer tudo com uma perna às costas não fosse merecedor de elogio mas tão vulgar como abrir uma torneira, sendo irrelevante o processo de canalizar a água.

Sente-se segura com o meu silêncio mais a falta de quem me defenda enquanto eu fico a cismar que é dura a vida de um insuflável.

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