13 janeiro 2008

Chamariz


Em pequeno vivia no frenesim da régua e das medições constantes e como o processo de crescimento seguiu o seu rumo sem percalços ele chegou à idade adulta ufano dos seus dezasseis centímetros.

Com orgulho de obra feita apregoava a proeza a todos os conhecidos chutando para canto os quilos de milupas ingeridos e o património genético dos seus paizinhos. Acreditava que a publicidade era um chamariz para as gajas, esses seres adoráveis que admirava profundamente tal como seu pai as cabeças empalhadas na sala de estar, revelando-se muito activo nesse uso particular da língua.

Quando numa cena de copos o conheci ao vivo e a cores já possuía o seu código de barras amigavelmente facultado por solidariedades femininas e quando me tocou a mim o seu olhar baboso retirados que estavam os óculos escuros cuidadosamente pousados na mesa para objectivamente eu conferir a marca e sacou de um charuto para referir que possuía outro maior de dezasseis centímetros lá fui obrigada a perguntar-lhe, com um sorriso descarado, se nunca lhe haviam dito que o marketing directo só arrasta as pessoas muito influenciáveis.

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Nota da redáSão - a Maria Árvore agora está em Chez 0.3

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