27 abril 2008

Mosteiro dos Jerónimos

O António era um VQPRD do Douro, sempre vestido de negro como os corvos e os padres que até preto era o elástico que usava para prender os seus longos cabelos cor de azeviche.

Este gótico flamejante ancorou em mim o desejo de aventuras que cada noite, tarde ou manhã era a descoberta de que uma queca pode não ser repetitiva. Ora me besuntava de chantilly ora despejava tintas para espalharmos à mão pelos nossos corpos que ao roçarmos um pelo outro e misturadas com gotas de suor pintavam os pináculos do nosso prazer. Fingíamos vozes e personagens e enquanto eu ia mudando os meus penteados púbicos e as suas tonalidades ele fazia questão de se apresentar sempre com um lacinho diferente no pescocito da sua glande.

Cada vez era uma longa viagem até dobrar o Cabo das Tormentas digna da duração de um filme de Manoel de Oliveira e ele era tão perfeccionista na estética e na subtileza de cada pormenor como na cabotagem de movimentos circulares com que brindava o meu grão de pimenta sem se esquecer de erguer as pestanas para me encarar que apenas me inquietava adivinhar em cada ocasião quais os conjuntos de poros da minha epiderme em que amiudemente não conseguiria evitar ejacular.

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Uma por dia tira a azia