05 abril 2009

Faz-me outra, Santinho!


Em vez de irmos dar os calos à pisadela das multidões convidei-o para um Alvarinho borbulhante em minha casa convencendo-o de que nem todas as tradições francesas se devem manter e que à bruta, havia opções mais interessantes.

Começámos pela mesa que umas nozes trincadas a dois, cada qual com a sua pontinha, e uns pinhões gorgolejados para o bico do outro como os passarinhos fazem às crias podem ser muito afrodisíacas e induzir as mãos a passearem-se discretamente pelas pernas do outro até incontidas se levantarem ao alto do pescoço a vergar a cabeça do outro de encontro à nossa boca para um saracotear de línguas.

Só que as cadeiras da mesa de serviço eram pouco espaçosas e rumámos para o sofá, mais amplo para abraços apertados e estreito o suficiente para apenas cabermos lá deitados um sobre o outro e onde à meia noite dei mais de doze passas nas suas esponjosas protuberâncias enquanto ele me escorropichava o cálice e não sei se por causa do fogo de artifício que se reflectia nos vidros da janela se por mor da sua língua que me enxugava até à última gota tive a nítida sensação de ver estrelinhas.

Quando recuperei o fôlego sugeri a continuação dos festejos levando-me para o quarto ou até para a casa de banho e assim dar sentido ao facto de ser a sua psp.

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