08 junho 2009

«Exposição e venda de objectos e meios de conteúdo pornográfico e obsceno»

Petição para Apreciação e Alteração do Decreto-lei nº 254/76 e do Decreto nº 647/76

Leste as notícias sobre a ASAE e uma loja de Coimbra?

Assina aqui a petição

Como comentou alguém que já lá assinou, "Pornográfica é a subjectividade com que as autoridades classificam algo como obsceno!"
O Vintesete conta uma história muito a propósito:
"Já aqui há tempos apareceu aqui no monte do Cardo um chouriço assim de penteadinho lambido e de falas amódes que de telenovela. Entrou no tasco do Orelhas de Podengo e disse: «Oi, pessuáu! Tudo legáu? Estou de passagem mais antxis éu quiria deixá a mensagem dji Deus prá cês»
Meteu-se logo com o Ti Calhau que tava a beber um branquinho e tem um perna de pau, anda de bengala e disse logo que havia de fazer um milagre logo à noite. O Fritadinho, que é um lá do Monte do Cardo e que é gago, ouviu e disse logo que tameim queria ir a ver se lhe curava a doença.
Bom, vossamecezes haviam de ver a lata do gajo a levar o pessoal. Ele há gajos que falam muita bem, cona da mana....
E depois perguntou se nã havia ninguém que quisesse alugar um casão para uma noite, e aí eu entrei logo e disse que tinha, que era grande e bom e que agora estava vazio. Acordei uns €uros com o magano. Pagamento adiantado que eu cá nã vou em moengas.
«Não se isqueçam dji passá a todo o mundo qui cês conheci. Leva as vossas muléres, os amigo. Cês vão ver todo o mundo curado das doença. A fé fais tudo e Deus ajuda quem tem fé. Esta noitxi vai havé milagri aqui no Montxi do Cárrdo.»
Aghhh cona da mana, que eu já vi este filme antes, mas como o magano me deu os cem euros logo de adianto, lá preparei o casão e moços, vossamecezes haviam de ver. Mal a noite se pôs encheu-se me o casão de canalha. Era gente do Monte do Cardo, era dos montes ao lado, era gente que ia de passagem e que o Orelhas de Podengo disse pra ir. Bem aquilo estava cheio.
E bem à frente, com um micro na mão, o gajo falava, falava, falava.
E mostrava um livro que ele vendia por 15 €uros. Escrito por ele e cheio de paleio. E continuava:
«Cês sabem qui a Fé cura, pois todos os qui tem fé em Deus, além dji têrr a porrta aberrta prá vida iterrna, ricebem a benção da cura prás suas doenças»
Bom! O filho dum cabrão continuou, continuou e continuou! Depois, vendo o pessoal já todo vidrado no paleio, chamou o Ti Calhau.
«Irrmão! Cê tem Fé em Deus? Fé na sua Cura?» E nem esperou que o ti Calhau dissesse nada. «Então dê cinco passos e djipois larga essa bengala qui cê vai mais precisá dela não!»
Depois voltou-se de costas para o Ti Calhau e meteu-se com o Fritadinho, gago que nem uma boa porra e disse-lhe, pondo a mão na testa num gesto largo: "Irmão, se ponha calmo e com a Fé dji Deus, cê fali claro e sem gaguejá..."
Fez-se um silêncio no casão e sobressaiu a voz do Fritadinho: "O... o... o co... q... o... o ... O co... xo... ca... ca... O co-co-coxo caiu..."
Pornográfico, digo eu, que ele nã vendeu nem um livrinho e ainda queria o dinheiro de volta do aluguer do casão.
- Nã, nã. - disse-lhe eu - Que culpa tenho eu que vossamecê tenha escolhido um homem sem perna que mal largou o cajado caiu? Ora que porra! Pensava que ele sofria de joanetes, nã era?
Pois olhe, compadre: se vossamecê lhe tivesse feito crescer a perna que ele perdeu há uns anos, até eu lhe comprava um livrinho desses. Assim, olhe : vá-se safando. Tenho que arrumar aqui a trujia que o pessoal deixou...
Nã sei se tão a ver onde quero chegar, né?
Fechar uma loja de brincadeiras porque há uns gajos que fazem milagres ali ao pé...
Porra dum cabrão...
Vintesete"

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