06 junho 2009

A verdade das dores de cabeça na cama


Afinal a questão das dores de cabeça têm uma razão de ser, apesar de não serem uma patologia assim tão frequente a cefaleia benigna do sexo, cefaleia sexual, cefaleia orgástica, cefaleia sexual vascular benigna ou cefaleia coital (o nome mais usado) existe e afecta mais os indivíduos do sexo masculino.
Quem nunca ouviu que a parceira está com dor de cabeça como desculpa para evitar relações sexuais? Pois é, este tradicional pretexto pode ocorrer realmente, mas durante o acto sexual em si.
O problema, que é pouco comum, em geral atinge homens após os 30 anos de idade, sempre precipitado pela actividade sexual.
Estudos indicam que a proporção seja de seis homens para cada mulher e pode aparecer de uma maneira regular ou imprevisível, desaparecendo por algum tempo. Em metade dos pacientes afectados, a dor ocorre apenas uma vez ou num único surto. Ainda não se sabe exactamente as causas, mas acredita-se que os principais factores que a desencadeiam sejam o stress emocional e o cansaço.
Estudos sugerem que a origem esteja na contracção excessiva dos músculos do pescoço e da mandíbula, por aumento rápido da pressão arterial durante o acto sexual, entre outros.
O relato dos pacientes indica uma dor difusa, bilateral, predominando na região da nuca, que vai aumentando com a excitação sexual e rapidamente se torna muito intensa e explosiva, atingindo o ápice no orgasmo.
Às vezes ocorrem náuseas e vómitos. Após o término da relação sexual a dor pode melhorar logo ou persistir por várias horas, variando de 1 minuto a 3 horas. Curiosamente pode ocorrer também com a masturbação.
Normalmente não há problemas cerebrais ou cranianos evidentes nestes casos, mas como algumas pessoas podem sofrer hemorragia cerebral ou rompimento arterial durante o coito, é conveniente a realização de exames neurológicos pelo menos após um primeiro episódio.
Muitos pacientes ficam assustados após a primeira vez em que sentem uma dor de cabeça destas e sentem-se culpados. Nada que uma consulta e a realização de exames não possa acalmar o paciente.
Vale lembrar que a cefaleia coital é benigna. As cefaleias orgásticas podem ser abolidas ou aliviadas pela interrupção da actividade sexual, o que não é muito animador.
Há alternativas que permitem que a actividade sexual continue.
Pacientes relatam que a dor pode ser evitada se o pescoço ficar mais baixo que o resto do corpo durante a relação sexual.
A prevenção com medicamentos pode ser a solução. Estes devem ser ingeridos poucas horas antes do acto sexual.
Texto adaptado do original de: Antonio Cezar Galvão - Neurologista do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho e coordenador do Departamento de Dor da Academia Brasileira de Neurologia.

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