17 março 2010

Nas nuvens

Tinha dedos nublados
deixou-lhe nuvens nos seios
deixou-lhe nuvens nos lábios
e ainda flutuavam
e ainda se roçavam
como ventos enluvados
de memórias de suaves tecidos
memórias de gemidos acetinados
Na última vez que se amaram
das nuvens que os rodearam
ficaram os dedos marcados
palavras inéditas em dicionários
escritos no ventre, novos ensaios
e ainda divagavam
e ainda se reconheciam
no corpo dos dedos nublados.


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Uma por dia tira a azia