31 julho 2010

Sem voz

Ansiedade.
Um aperto no peito
e a voz estrangulada.
Sem reacção.
Sem vontade.
É ontem ou foi hoje:
não é futuro.

O correr dos dias
e a eminente desilusão
de uma vida descolorida:
assim se faz a história
do tempo sem voz.

Poesia de Paula Raposo

Para quem procura uma boa música para um strip...

Touch & Go - «Let's go straight to number one»


Vezi mai multe din Muzica, Videoclipuri pe 220.ro


Ingratidão


2 páginas (clicar em "next page")

oglaf.com

30 julho 2010

Procuram-se casais para colaborar num estudo

A Sofia Refoios, amiga da nossa Vânia Beliz, está a recolher a sua amostra para um estudo de doutoramento em Salamanca. O tema é «Estilos de Vinculação, Intimidade Afectiva e Satisfação Sexual (...)».
Ela precisa de casais (de quaisquer orientações sexuais) que queiram participar preenchendo questionários (um para cada membro - ou membrana - do casal).
Ajudem a Sofia. Enviem um e-mail para sofiarefoios@yahoo.com.br e recebem por correio os dois questionários e um envelope para devolução dos mesmos.

Maria Poema

Deixa a menina das tranças falar, Maria,
é tão simples, Maria, é apenas deixar;
ouve como antes ouvias, a ventania
nunca soube nem saberá mudar;
não deixes que o peito mude
porque o cabelo agora pende.
Os seios também hão-de pender
tudo o que é corpo de nós
verás que vai começando a secar,
Maria, excepto a voz, excepto a voz
Maria, deixa a menina das tranças falar;
é tão simples, Maria, é apenas deixar.

Pequeno almoço Franco-Espanhol

O retrocesso civilizacional



HenriCartoon

29 julho 2010

Fé!...


Fruto, na minha prece, pólvora negra, a reza onde se imprime o meu opaco espaço em transe. Reflexão de nós. Inflexão na voz. Joelhos. Deitada. Joelhos. No além, onde repousa o canto. Bela. Sou, tua, virgem. Deusa. Cega. Parada. Na novena, no silêncio sentada. Impressões. Tuas. Deus?!
As Virgens horas. Fantasias. Amén...
O tempo!... O espaço!... O sonho!...
Deus frio, alma sublime e deslumbradora, concebe-te a ideia. A minha. A nossa. Incognoscível. Misticamente, nos longes. Nos impensados infintos. Nos, ânus luz. Na carne quebrada, suada, apaixonada. No meio dos espinhos. Paixão. Nas mãos postas, os monges, semeiam mil preces, desejos e buracos sobre, esta ou aquela cama.
Amo-te!... Ama!...
Rendas. Prata. Concentração, tão... tão... tão... amén!
Suspiros, sedução no meu estático prazer... Suspiremos!
Amén!...
Deus idílio, eco repetente de todos os imos da minha alma, prende-me eternamente...
(... Na ilusão cansada, que se revela imensa e misteriosamente na minha solidão)
O Meu Deus é uma Deusa!...
Eu!...
Que Se diverte. Diverte-se!... Diverte-me!...

[Blog Vermelho Canalha]

Cura para transpiração precoce... da Axe

Mamada


Genial Bava



HenriCartoon

28 julho 2010

... Acontecer

Grita a tua dor, grita o teu amor, agita o teu interior numa imparável revolução que alastre ao teu coração e o liberte da tensão e o desperte para uma emoção genuína, grita a vontade libertina agachada numa cela criada pelo teu temor de sentires a rejeição dos que atinam com a supressão daquilo que lhes pertence e amocham sob o domínio de tudo e todos em seu redor, a gigantesca multidão como um rolo compressor que esmaga a ambição e destrói aos poucos a capacidade de decisão que sabes possuir e por isso deves gritar para que te ouçam e fiquem a conhecer aquilo que estão a perder na sua letargia de seguidores de um modelo comprovadamente infeliz.
Ignora aquilo que se diz por aí, o eco da voz do dono, abafa com os teus gritos de revolta o som do sono que tenta adormecer a tua vontade de lutar contra tudo o que te pode privar da felicidade impossível sem a liberdade de gritar o que a alma te sussurra durante os sonhos que aceitas impossíveis de concretizar até ao dia em que decides transformar a voz numa arma e gritar à beira de uma falésia a tua verdade sem grilhões e libertar as emoções do jugo fascista que a maioria impõe.
Grita até doer. E depois trata de fazer...

Cisterna da Gotinha

Que calor!!
Que caloraça!!
Sem ar condicionado ou ventoinha ultra-mega-potente, aconselho um passeio de mota para saborear o vento. Mas aconselho a fazer o passeio com um capacete a derreter de estilo!!

Funny
Capacetes de Design originais da companhia de publicidade russa "Good".








(via 2leep - Presurfer)

P.S. - A Cisterna está a borbulhar de calor e por isso a gerência pede desculpa por ter uma única sugestão.

Arrancar olhares

Estes olhos não são meus
os meus são azuis e grandes
e são olhos que não entendes.
Estes olhos não são meus
este olhar não me serve;
o meu é um olhar breve,
gelado: no rosto dois céus.
Estes olhos não me servem
porque estes olhos se atrevem
a dizer-me que são teus.

Estes olhos não são meus
os meus são de azul, cor sem verdade
que não me serve um olhar que brade
quando os meus olhos pousam nos teus.
Estes olhos, meu amor, não são meus
porque os meus querem os teus.


Bolas para o desporto!

JACQUES: The Sports Issue, Trailer 2. from Jacques Magazine on Vimeo.

Uma sugestão do Milan Kem-Dera

27 julho 2010

Calor aperta



HenriCartoon

Ousadia


Se à minha boca viesses
E aos meus lábios tocasses
Quem sabe não fizesses
Que nossos sabores se fundissem

Se o teu corpo entregasses
Desenfreado ao meu paladar
Quem sabe não fizesses
Minha pele arrepiar

Se te entregasses ao desejo
Da minha língua madura
Quem sabe não fizesses
Lamber-te e beijar-te até á loucura

Permite a minha ousadia
E entrega-te a meu prazer
Emboca em mim todo teu ser
Quero-te na minha língua a derreter

© Maria Escritos
Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com

A frase

Amo-te.
Fácil a frase:
não tão fácil dizê-la.
Amo-te.
A vida é uma reviravolta
de revoltas,
um caminho emaranhado
sem destino.
Amo-te.
Não te basta?
Bastante nada é (eu sei).
Mas eu sou eu;
e eu sou o que basta
à frase que te falta.

Poesia de Paula Raposo

Nunca se esqueçam das regras de etiqueta


As boas maneiras querem-se em todo o lado

Uma indicação de Les Carnets Pornographiques

25 julho 2010

Encarno viva

Por escrito eu vou nua;
quando em carne eu vou crua...
Uma palavra tempo, um ritual mágico por definir
quando aqui dentro ouço o que me parece um rugir
e os rugidos se fazem soar como aqui doem:
como anéis oferecidos a um mendigo triste,
anéis que logo os dedos famintos comem,
um dourado e prateado de um brilho que insiste
em enganar-me a razão com visões de pura lua.

Deita-te aqui, meu Ninguém, Deus sabe como sou tua...
Por escrito eu vou nua;
quando em carne eu vou crua.

«Quero ser Jack White»

Ficção, Conteúdo Adulto de Charly Braun - 2004 - 18 min

"Encontrar com a garota da escola numa loja de discos, ir para casa dela e perder a vingindade? Todo mundo passou por algo parecido na adolescência... Você não? Será que é porque você não é Jack White?"




Link directo para o filme aqui.

«Richardson Mag» - nº 4

Depois de um interregno (demasiado) grande, finalmente saíu o nº 4 da «Richardson Magazine». Recomendo uma visita demorada e atenta. E destaco um video retrospectivo sobre um espectáculo da Annie Sprinkle em que os espectadores se punham em fila para lhe espreitar a ratola com lanternas («Public Cervix Announcement»).


«Richard Mag» nº 4

23 julho 2010

E sai mais uma fornada de porno da padaria

A Didas cada vez faz melhor estas cenas de porno para toda a família:



Massagens e Manicure


Piquenique


Ai rais parta o cabide sempre a cair!

Pornos na padaria anteriores.

Blog Farinha Amparo

Vela ao alto amar

Sossega, meu amor, tu já podes sossegar
que eu fechei as portas, as comportas ao alto amar;
eu sei bem que as gotas ainda passam
eu sei bem que as sentes em ti passar
entende, meu amor, são gotas que salgam
sente, meu amor, não são gotas que molham;
ouve no meu colo o silêncio vivo sussurrar
as palavras que já dormem na nossa cama,
os novelos sós que nos enrolam na noite,
um miado doce, subtil de estrela cadente.
O silêncio acendeu-se, o silêncio chama
que eu sosseguei a alma para a alma te secar.

Sossega, meu amor, tu já podes sossegar
que eu fechei as portas, as comportas ao alto amar
e as palavras e os novelos e o miado chamam:
vem, meu amor, não há amor, podes-te deitar.
Sossega, meu amor, tu já podes sossegar
que eu fechei as portas, as comportas ao alto amar.

Ops!

22 julho 2010

Plexo o Teu Sexo Nu Meu Vale Feminino


A memória é uma invenção, colocada num espaço profundo, dentro da minha loucura.

«Queima-me a tombada e um astro húmido, de ângulo recto, atinge-me como uma flecha. Viva. De sexo espesso, respira, surdo, lento e maravilhosamente maduro.
A minha boca vibra por ti, em ti, com este pensamento, vibrante na sucção da tua subtância viva e carnal. Calvo. Como a vulva que em mim grita, nua, de friso adolescente (cada vagina tem o seu segredo).
O silêncio cego mergulha-me, na vulva, o sangue que me acende, e onde toda a tua ardência mergulha. Cega. Parada. Na imagem, dura. Que imita a terra quando quente, preciosa e feroz. Onde eu te amo lentamente...
A cama ateia-se. No plexo do sexo. No teu cérebro, onde o meu vale feminino te tece, a negra cavidade, o ânus, onde penetrou o tesão, e de onde brota agora um escorrente abismo branco... »

Documentário sobre o fabrico de bonecas sexuais

Honey Pie from California is a place. on Vimeo.

Em cima dele


21 julho 2010

Gotinha-Cozinheira

Hoje fiz um bolo de cenoura e as cascas dos ovos foram-se amontoando...



(fluffylychees - LINGAM)

Big Fun

História da andorinha que salvou o homem coxo

...mas um dia não voarás!!!

(Gritou o coxo à andorinha).

E a andorinha caiu.

(O homem coxo não podia andar muito, então ensinou as palavras a passear pelo Mundo. Num dia os dedos dele tinham palavras e noutro as palavras dele tinham dedos. Mas o coxo não percebeu o que elas tinham e continuou a julgar-se coxo até ao dia em que correu para salvar as asas de uma andorinha.)

...mas um dia não voarás!!!

gritou o coxo à andorinha.

E a andorinha caiu.

posso fazer uma entrada política, posso, posso...?

Passeando eu pelo Chiado, em Lisboa, dei com estes pratinhos...


... Cuidei tratar-se de uma apreciação mural (moral...?) à mais recente proposta de revisão constitucional...


Afinal, era só uma instalação... Autoria:

O Alegre candidato



HenriCartoon

Água quente expande?


Meio rolo de fita isolante e você será a rainha da festa!

Capinaremos.com

20 julho 2010

Cálido arrepio


Percorre minha pele
Cálido arrepio de prazer
Emboca no meu peito
Encrespa meu seio
Sedoso, rijo
Sedento do teu beijo
Doce, suave e húmido
Como o néctar vindo dos Deuses.

Maria Escritos
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com

Até já

Por acaso não acho
que se tenha que acabar assim:
- adeus, fica bem, não me chateies!
Não acho nada bem que se tenha
que terminar desta maneira.
Talvez se possa acabar assim:
- até já, sê feliz, ver-nos-emos.
É mais bonito e soa melhor.

Acabar por acabar
(se tem que se acabar),
então que acabe em beleza:
- beijos, amo-te, já volto.

Poesia de Paula Raposo

Só os bons são copiados!


T-shirts da funda São


A nossa t-shirt «o pai Natal nu existe», desenhada pelo mestre Raim, foi copiada por uma tal de «q' t-shirt!». Além da cópia descarada, nem tiveram a coragem de pôr o pai Natal mesmo nu:



Nada como o original!

19 julho 2010

Tradução simples dos nus para um viajante

Morri com o coração a bater dor; deixei-o bater dor no papel e ressuscitei; agora sou feita de palavras.

Sim, é isso que eu sou: uma frase selvagem completamente nua e descalça; eu não conheço os teus livros, não conheço os teus filmes, não vejo os teus noticiários, não conheço os sítios que viste ou sequer alguma vez consegui levantar raízes como saias e correr para fora da casa minha terra.

Sou uma selvagem nua e descalça que nem sequer te pode jurar que não usa esse perfume-disfarce porque nem bem sei de que falas. Sabes, a única roupa que gosto de vestir é a sintaxe porque me torna o corpo mais suave, mais melódico e traz harmonia à minha nudez que poderia ser rude de outra forma.

Não procures outra porque eu sou só esta que aqui está a ser e se continuas a procurar outra que não é acabas por nem me ler.

Spam que faz subir


Alexandre Affonso - nadaver.com

Senhor egípcio mostra a tua satisfação - objecto articulado em prata

18 julho 2010

A história em prosa da puta poeta

Aqui jaz a história da puta que queria ser poeta. De mão no baixo ventre e mais abaixo tentou sempre em vão mas nunca, nem uma só vez, tocou um só coração; toda a gente sabe que puta romântica é mulher muito tonta.

E assim nem sequer tocou no do Manuel padeiro perneta, nem sequer ao gordo António taxista despertou paixão; morreu puta triste e velha sem despertar qualquer emoção; aos olhos dos homens que a tiveram foi eterna pateta.

Acasalamento de leões

Miminhos...

16 julho 2010

A noite chuvosa

Quando a mulher que se anunciava a si própria como Georgia lhe prometeu uma maravilhosa e inesquecível rainy night, trauteando ao telefone, enquanto acertavam o preço, a duração e os serviços incluídos no contrato, uma versão acústica e muito pessoal de “A Rainy Night in Georgia”, substituindo em voz languidamente rouca o in por with, ele primeiro estranhou a cantoria mas depois, enlevado e convencido, aceitou os termos do negócio e, risonho e já excitado, deixou as expectativas crescerem desmesuradamente, nunca imaginando, no entanto, que havia de acabar a tal rainy night sob os efeitos de um quente e dourado aguaceiro.

Helena Poema

Nas estradas do meu corpo, à luz de bocejos,
passeiam as memórias fracas de desejos
dos que se acendem sem as saber iluminar.
Beijos, meu amante, não me fales mais de beijos
não faças só das palavras cortejos
sozinhas elas não me conseguem beijar.

Nas estradas do meu corpo, à luz de bocejos,
passeiam as memórias por esconderijos
onde os teus beijos não souberam passear.

O Meu Frigo

Esta fotografia fez-me lembrar o blog O Meu Frigo.

Há por aí alguém interessado em presentear-me com as fotografias do vosso frigorífico?! Sejam originais e criativos.

O frigorífico da São Rosas é o número 155: vejam como ela tem o material sempre fresquinho...



Via IsoparaMetric

Crises conjugais



HenriCartoon

15 julho 2010

Letras

Na loucura absoluta dos meus actos escritos, a mente e a sede tornam-se em mim num acto absoluto de poesia.

Letras;

As letras atravessavam-me as mãos. O luxo é somente um pequeno espaço, um talento húmido que cresce entre os nós dos dedos, dos meus, em golfadas obsessivas da noite gira, rápida e espaçosa.
A loucura está tão perto do meu braço que a sinto tão pura, nas entranhas, na boca, ao sal exposta, na múltipla assimetria que me une à escrita.
Fecha-se a página na vagina. E o meu poema passa a ser uma ilha, galvanizado pela minha mão...

[Blog Vermelho Canalha]

Flechas

Escuta-me;
no fim só terei falado do que escutares.

Eu, aqui, faço do peito arco; um lançar não é tão fraco
quanto um peito franco é assim lançado em arco
nas palavras flechas; nelas ouves-me que me montei?

Sim, é certo, tão certo, dizes-me, que me arqueei
mas, escuta-me agora, que tudo foi para me escutares.

No fim, saberás: apenas do que ouviste eu falarei
ou de peito fraco,
franco dobrado em arco,
apenas flechas perderei
que do nada quando nada ouvires nada eu nunca te direi
e em tudo o que me perderei sou tão eu que me perco
de peito em arco, dobrado fraco,
lançado franco.

Agora é que vão ser elas!


Máscara japonesa revela casal feliz

14 julho 2010

it takes three (maybe more...) to tango

Sempre gostei de te ver dançar. A sensualidade dos teus movimentos tem um efeito sufocante na minha respiração. Mas eu gosto que me sufoques, como só tu sabes.

Apetece-me tirar-te a camisa, rasgá-la com as minhas próprias mãos e permitir que a dança continue. Tu e ela.

E eu, observadora atenta dos teus passos, qual predador que se aproxima cautelosamente da sua presa (na verdade, das duas presas) deixo que o calor percorra a minha alma.

Hoje sou eu quem vai dominar. Sou eu quem vai conduzir o tango dos três corpos que se querem e se desejam; que vibram, que trocam prazer sem fim.

O tango que também é das almas. Almas que buscam o acontecer da sua fantasia. A três.

Quem diria que os nossos caminhos se cruzariam desta forma tão prazenteira? Que ambos (os três) nos iríamos embrulhar em suor ilustrado com pedidos de quem não se satisfaz facilmente? De quem quer mais?

Sempre gostei de te ver dançar. Tu e ela. A dançar em mim.

[para ler ao som de Alejandro]

Tabaco de desenrolar

Um cigarro, último por hoje.

Vou dormir sem tentar demorar a noite; talvez nos próximos meses acorde muitas vezes para dias que me vão assustar; tenho sempre medo porque basta somente que os dias nos consigam ver e as lâminas também o conseguirão: toda a gente sabe que andam sempre aguçadas à espreita especialmente de quem ousa pisar margens. Mas não vou demorar a noite...

Mas não vou demorar a noite. Nunca mais nada será em vão, nem sequer se for apenas um só golpe fundo. Não importa; nada em vão porque dos meus golpes já não sai sangue, saem-me palavras. (Saem, doem... Continuo a estranhar muito este roubo dos iii nas palavras que os deviam ter.)

Não vou demorar a noite; aterroriza-me - mais que as lâminas que me possam ver - que os dias não me vejam. Quando os dias não nos podem ver, é-nos concedida a imunidade do alheamento. Sim, evitamos os golpes; porém, essa espécie de redoma dos adormecidos é completamente estanque.

Um cigarro mas, por hoje, último.

Oportunidades…


Cachorrinho safado.

Capinaremos.com

13 julho 2010

Ondas vindas de ti


Fiz-me à maré da manhã
Nas vagas vindas de ti
Antes do amanhecer
Pescador dos meus sonhos
Madrugada suave no cais
Faina pura do dia-a-dia
Serena ausência de ti
Semblante teu na memória.
Mar adentro, vou entrando
Como uma rede se alastrando
Corpo meu beijando as águas
Da maré que vem de ti, meu amor.
Abraçada à luz da lua fiz-me ao mar
Não pude alcançar-te (bem te sabia inexistente)
Porém perdi-me como quis...
Não quis abrir os olhos
Para não te perder na maré
Abracei-me a este nada
Descobrindo no próprio corpo
Caravelas sem rumo
Perdidas neste mar sem dono
Brilhando à luz da lua
As estrelas do teu olhar
Fiz do meu coração o teu lugar
Da tua luz o meu olhar
Suspirei uma brisa de suaves palavras
Que corre nos dias de calor
Com a energia grandiosa do mar
Este mar teu que adentro
Para me perder na tua maré
E nas ondas vindas de ti

Maria Escritos
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com

Apetite

As palavras não se medem.

Partem-se em bocados
e devoram-se segundo
o apetite;
à medida que nos alongamos
e nos perdemos,
as palavras
não se apagam:
mesmo que aos bocados
se partam
e devoradas sejam
pelo nosso apetite.

Poesia de Paula Raposo

CISTERNA da Gotinha


Bill Ward é um cartoonista que já passou por aqui mas reCUrdar é viver.

E já que se fala em reCUrdar, é com saudade que relembro os
azulejos de casa-de-banho antigos...

TOP 5
Jornais + Sexy

E com o calor que se faz sentir o
sonho da Yasmeen é apanhar uma brisa fresca e banhar-se numa piscina, deitar-se numa praia deserta e terminar o dia assim...

Para fugir do calor, a sombra é sempre uma boa solução.

12 julho 2010

Conselho de quem sabe

"Madames: andar de bicicleta no verão de mini saia é fresquinho... mas cuidado com a cor do selim. É preciso evitar más interpretações!"
Rafaelito


Test-Drive

Aquela assoalhada era muito grande; quase maior do que poderia ser sem se chamar infinita. A mulher era uma imagem distante, ao fundo da sala, sentada numa cadeira de pau; a mulher era uma imagem distante mas apertava nitidamente as coxas em torno da fome. A mulher esperava o amante, o amante aleatório, perdido, passageiro, maciço. Quando a porta se abria, a assoalhada mudava a dimensão. A mulher apertava as coxas e esticava os dedos à fome e era a fome que ditava o espaço entre paredes. Embalava as palavras no colo, durante intermináveis instantes - aos seus amantes pareciam intermináveis - até o convidar a sentar. Apontava-lhe outra cadeira, mais robusta, mais macia. Falava-lhe, então, de olhos cravados nos botões; que lhe dissesse quantos e quais poderia desapertar. Ficarias tu de calças pelos joelhos? Apertava nitidamente as coxas; tinha olhos de pressa, de ontem sem amanhã, de segredos gritados e deitados na garganta. Os dedos na boca molhados de palavras. Apertava nitidamente as coxas, cercava os dedos.

O importante é ser sincero


Alexandre Affonso - nadaver.com