12 agosto 2010

Vida cega

Ainda te vejo dentro dos teus olhos,
ainda não te arrancaram do fundo de ti;
eu fico, eu ainda estou aqui,
boneca de madeira, saia de folhos;
sim, eu faço tudo o que nem sequer prometi.
Eu vejo-me também dentro dos teus olhos;
ainda não te arrancaram e eu não parti,
boneca de trapos, marioneta de sonhos;
eu ainda te vejo dentro dos teus olhos.
Os botões por olhos ainda me juram que te vi;
e esta boneca de papel, este brinquedo de estranhos
ainda te guarda dentro dos seus olhos.

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Uma por dia tira a azia