29 outubro 2010

Quase nada

As palavras amarradas graves aos poemas agudos. Esquecer. Deixar entrar. Ouvir o que dizes e mais do que dizes e, para que tudo fales, não ouvir. Mas ouvir. Olhar pessoas que fazem coisas. Despir tudo. Vestir a pele. Ficar pequena, tão pequena, tão pequena que me deito na ponta dos teus dedos. Deixar-te ser grande. Ver-te grande. A noite com lua e a noite sem lua. Os carros passam e as horas também, parecem carros, aviões, navios, comboios, não as apanhamos mas embarcamos. Fugir antes que a manhã escorra o Sol pelos raios. Ser eu como não me sabem nem pensam. Pedir tu. Mais nada. O beco dos gatos. Falar demais, não ser demais. Espaço na nuvem. As coisas estranhas.As coisas pequenas, pequenos eus. A mão. Coca-cola. Cócegas. Ternura. Explicar o medo de todas as coisas. Querer saber. Perguntar-te tu. Café. Tudo isto te dei, de tudo isto te falei. Coisa pouca. Quase nada.


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