30 novembro 2010

Edito estrelas

Lá por um mergulhador dar uma bufa submarina esta não passa a chamar-se um torpeido.

36


Agora que captei a vossa atenção, e vos tenho sentadinhos à escuta, serve o presente para, com a magnânime autorização da nossa lésbica São Rosas, falar-vos um pouquinho da Trinta e Seis.

A Trinta e Seis (36) não tem nada a ver com a minha idade (que não é essa), nem tão pouco com o meu número de porta (que é outra) e menos ainda com o comprimento de algum apêndice meu (seja ele em milímetros ou em polegadas). A 36 pretende ser uma webzine, fugindo, desse modo, ao formato típico de um blog. Alguns de vós podereis ser vetustos o suficiente para lembrar outros tempos da telemática em Portugal. Era uma altura, do século passado (genericamente, final anos 80 até meados dos anos 90), em que a Internet não existia na casa dos portugueses. Era uma coisa que apenas as Universidades tinham. Mas, na casa de alguns portugueses, bem menos do que aqueles que hoje têm internet, existiam já modems que, através das suas linhas telefónicas, se ligavam a uns sistemas chamados BBS (Bulletin Board System). Diferiam da internet como hoje a conhecemos pelo facto de só aceitarem um utilizador de cada vez (porque cada utilizador exigia uma linha telefónica e um modem em exclusivo), sendo raras as BBS que aceitavam mais, e não existia grafismo, o interface era em modo de texto, apesar de se fazerem coisas visualmente apelativas.

Nesses tempos, as mensagens podiam ser locais à BBS (trocadas entre membros dessa BBS) ou de rede, trocadas entre membros de BBSs diferentes que se ligavam entre si, normalmente durante a madrugada, para transferir o correio. Mas existiam redes internacionais, também. Um exemplo disso era uma rede chamada Fidonet. Nessas redes, como aliás nos newsgroups que muitos conhecerão da internet, criavam-se conferências. As conferências eram grupos de discussão temática. Quando se pensa nisso, depressa se conclui que aquilo que o criador do Facebook fez não foi muito mais do que transportar para a Web 2.0 uma realidade antiga que as BBS já faziam. Criar comunidades, partilhar ficheiros e mensagens, poder criar grupos temáticos.

Dentro da rede Fidonet, o segmento relativo a Portugal tinha o número 36. Todas as conferências distribuidas dentro de Portugal através da Fidonet tinham o sufixo _36. Se A Funda São fosse uma conferência desses tempos e pertencesse à Fidonet nacional, poder-se-ia chamar AFundaSao_36 (se a distribuição fosse apenas regional poderia ter outros sufixos, como _361, _362, etc, conforme a região).

Por volta de 1995, mais coisa menos coisa, quando se começou a massificar o acesso à internet, muito por culpa do Netpac da Telepac, as BBS cairam em declínio, mas alguns portugueses que vinham desse meio fizeram coisas muito engraçadas. Se, hoje, os blogs e as redes sociais dominam, noutros tempos, dominavam as Webzines. Eram mais elitistas, é certo, porque aquilo que um blog veio permitir - que todos conseguissem ter uma presença na net, nem que fosse para escrever "hoje acordei e soltei um traque" -, as Webzines não permitiam. Ou era preciso saber fazer, de facto, uma página HTML, ou então era preciso ter acesso a um qualquer software para publicar páginas. Mas, ainda assim, foram tempos giros. O elitismo dava-lhe algum charme. Juntava-se gente gira. Porque estar na net (ou antes disso, nas BBS) era exigente, requeria know-how, as pessoas que lá estavam eram normalmente pessoas com interesse. Com ideias, com intelecto, com humor, com técnica. A massificação levou parte disso. As pessoas interessantes diluiram-se no meio da banalidade. É perigosamente presunçoso escrevê-lo. Mas é como o sinto, e todos são livres de enquadrar o que escrevo no âmbito do que pensam sobre si, sobre os outros, sobre a vida.

Resulta, então, que vivi um tempo riquíssimo de conferências na rede _36, e depois disso um outro, de Webzines. E apeteceu-me criar - ou tentar - algo que recuperasse um pouco desse espírito. Nada tenho contra blogs colaborativos, tanto que o faço aqui mesmo, n'A Funda São, e com gosto. Mas o formato blog distancia-me das Webzines.

Apresento-vos, pois, a Webzine Trinta e Seis. Agora já sabeis o porquê desse nome. E se vo-la apresento aqui, deste modo, é porque lá encontram uma entrevista à profundamente nossa São Rosas. Podem ler aqui.

A 36 pretende-se colaborativa embora disso ainda pouco se note. A Joana Well aceitou o meu convite, e alguns dos seus textos aparecerão por lá. Da incubadora que é o meu blog pessoal, saltarão para a 36 alguns daqueles que penso que melhor se enquadram na ideia original, e, com o tempo, irei convidando outras pessoas a escrever por lá. E a decidir sobre quem se ofereça para lá publicar, o que não é uma obrigação nem um vínculo. Podem até ser participações únicas, sem repetição. A única exigência que ali se faz é que cada autor deve ter um nome próprio, ainda que não seja o dele (i.e., não quero lá ter autores com nomes descaradamente ficcionados, como DarthVader ou Capitão Meia Noite), e todos os textos devem ter uma imagem relacionada com o conteúdo.

A 36 não é, por isso, uma concorrente d'A Funda São (como se isso fosse sequer possível!). É uma Webzine amiga, que recomendará A Funda São aos seus visitantes quando eu conseguir, finalmente, lá colocar uma lista de sites recomendados. Sois bem-vindos a passar por lá!



trintaeseis.net/

Moldar

Poderei moldar o barro:
criar todas as peças
que ainda não vi.
Poderei ler-te o poema
que imaginei escrever
e que deixei ao relento
quando a maré
me trouxe um pouco de voz.
Poderei ser única
e partir sem aviso.
Deixarei o meu cheiro:
reconhecerás o caminho.
Sempre.

Poesia de Paula Raposo

X na coluna do meio




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29 novembro 2010

Ai o caralho...

A concorrência blogueira anda a usurpar-nos o vernáculo!
___________________
Nota da ediSão - até a GNR, caralho!

“Portugal in erotica” ou “A malta do que gosta é de dizer mal!”

País onde se estimule a prática sexual e do erotismo, não há como este! Já se andou pela lama a fazer tratamentos de pele… Fazem-se frequentes incursões aos pântanos… e ainda que, nestas alturas, alguns prefiram evadir-se, há que reconhecer que são sempre momentos muito aventurosos e muito românticos. Surpresas, são mil! As paisagens também são bonitas. As temperaturas amenas. Já toda a gente se habituou a pôr-se a jeito e a andar descalço e de tanga. O governo não se cansa de inventar medidas para impedir os excessos e incentivar a criatividade e a vitalidade dos espíritos e dos corpos. O empenho no “despimento” colectivo e o gosto pelo abandono do supérfluo são, em absoluto, extraordinários. E, para além disto, apesar de tal exigir grandes esforços, o sexo e o devaneio sexual mantêm-se inteiramente isentos de impostos (basta que se tenha disposição e dinheiro para o autocarro e para o preservativo, e mais umas taxazitas de nada, que já se pode dar uma quecazinha à vontade). Se não é de se lhe tirar o chapéu, eu (e mais uns milhões, suponho) venho-me e vou-me logo (embora para Marte)!

Quarto crescente.

O governo de Singapura mostrou-se bastante agastado com o equipamento da equipa de pólo-aquático, tendo esta abandonado o traje, inspirado na bandeira do país, e pedido desculpas publicamente.
Ao que parece aquela lua tem o quarto demasiado crescente, especialmente se for verdade o que dizem dos asiáticos.

Procura-se

Procura-se a companhia envolvente mexendo nas feridas que um dia inundaram o corpo de espaço. Feridas antigas ou recentes de ver partir não interessa o quê. Solidão abstracta de quem vive rodeado de pessoas. E ainda assim não vê ninguém daqueles que sempre nos observam.
São árvores sem raízes, pássaros sem asas, lanternas sem brilho. Ao amanhecer é Sol sem raios que vertam Luz e à noite, Lua nova.
Procura-se o vento para que o fogo se espalhe. O fogo que arde sozinho.
Acha-se tempo. Acha-se espaço. Encontra-se o chão vazio onde já foram quadrículas de Templo.
Procuras EU.

E se a tua vida de repente se transformasse num filme pornográfico?

«Pornô da Vida Real» - "O que fazer quando entregam a sua pizza errada, espalham blondor na sua geladeira e platonicamente se esfregam em sua mulher?"

Papagaio Ciclope de remela


Alexandre Affonso - nadaver.com

28 novembro 2010

De segregar-te silêncios

Silêncio é, de todas as palavras no Mundo, a palavra que mais palavras contém, talvez até a única que contém todas as outras. Porque é no silêncio que todos os segredos se escondem.

«Cura milagrosa» - por Rui Felício


Dezoito aninhos...
Na flor da idade, a curvilínea silhueta da Inês atraia os olhares masculinos pela sensualidade das formas. Porém, os que a observavam de perto, viravam a cara com um semblante de desilusão. Quase enjoo...
A sua pele parecia a superfície de um planeta cravejado pelas bolhas de inúmeros vulcões.
Experimentou de tudo, a conselho das pessoas amigas. Mel com açúcar, água de lavar o arroz, óleo culinário, sumo de maçã, tudo!... Sem resultados...
Finalmente foi ao dermatologista, jovem médico recém-formado, que lhe receitou uma enorme parafernália de pomadas para ela besuntar o corpo e a cara.
As pequenas melhoras, quase imperceptíveis, que se notavam passados dois meses, estavam longe de terem resolvido o problema. Farta de gastar dinheiro em pomadas, sem resultados palpáveis, desabafou com uma amiga que lhe disse a rir, com ar de gozo:
- Tu precisas é de arranjar um namorado! Vais ver que isso te passa em três tempos...
Voltou ao dermatologista, mostrou-lhe a ineficácia dos medicamentos e, meio envergonhada, mas disposta a tudo para descobrir a cura, contou-lhe o que a amiga lhe tinha dito.
O jovem médico que, desde a primeira vez que a viu, não conseguira esquecer a beleza escultural daquela rapariga, apesar do problema da pele, confessou-lhe como se sentia atraído por ela e que gostava que ela o aceitasse como seu namorado.
A Inês aceitou o pedido, mais como uma derradeira panaceia para o seu mal, do que propriamente porque o médico a atraísse.
Namoraram, o acne começou visivelmente a melhorar e acabaram por casar. Após os primeiros tempos de casamento, a pele da Inês estava praticamente curada!
Mas voltava a piorar sempre que o marido tinha que se ausentar por alguns dias para ir ao estrangeiro a Congressos de Dermatologia.
Quando ele regressava a pele tinha voltado a encher-se de borbulhas. Que logo desapareciam depois de alguns dias de convívio conjugal. A relação causa e efeito começava a delinear-se...
Sempre assim acontecia. Melhorava quando fazia sexo e piorava na sua ausência!
Um dia o marido avisou-a que teria que ir a um Congresso na China, mas que desta vez iria estar ausente por quase um mês!
E, no dia da partida, olhava ela o carro dele a afastar-se na esquina da rua, em direcção ao aeroporto, foi surpreendida pelo belo filho do dono do minimercado do bairro que lhe disse:
- Olá Inês, queres provar um dióspiro? O meu pai comprou umas caixas deles que tem lá no supermercado para vender.
- São uma delícia! – disse ele estendendo-lhe um que trazia na mão...
Ela puxou-o bruscamente pelo braço, meteu o rapagão dentro de casa, fechou a porta e disse-lhe, com ar ansioso e provocador:
- Sim quero! Quero! Durante um mês, quero todos os dias um, pelo menos!
Quando o marido regressou ao fim de um mês, ficou espantado:
- Desta vez, apesar da minha longa ausência, a tua pele está impecável, sem marcas, sem borbulhas! Pareces estar curada, definitivamente!
- Pois é, querido. O que me curou foram os dióspiros que diariamente tenho comido...

Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»

"As falsas peles de animais estão na moda"...

... explica-nos a Maria Árvore.
Colecção Soirée da Agent Provocateur:

São Rosas! São Rosas!

crica para visitares a página John & John de d!o

27 novembro 2010

Terminou hoje o 14º Encontra-a-Funda


Aos 22 membros e membranas que puderam estar presentes nesta Visita-a-Funda, distribuidos pelos quatro fins de semana de Novembro, a minha vénia e os meus agradecimentos pela vossa disponibilidade para visitarem a minha colecção de arte erótica. Só foi pena o espaço não permitir a vinda de toda a malta ao mesmo tempo. Foram momentos óptimos de convívio. Para quem não pôde estar presente, fica o convite para um dia fazer também uma visita.

Só espero que, dentro em breve, possamos encontrar-nos todos num espaço com as condições que todos os que viram a minha colecção acham que merece.




Natureza madrasta ou piedosa?


Ao ler esta notícia sobre um estudo que concluiu terem as mulheres que são mais sensíveis na ponta dos dedos mais sensibilidade lá por baixo e consequentemente mais orgasmos, só me lembrei de uma coisa, muito mazinha.
Será que a Natureza compensou as invisuais, que desenvolvem grande perícia para ler Braille, etc., com bastantes "alegrias" ?
E se sim, aprender Braille activa a patareca ?

domesticadores

do meu amigo Capê ou Casp e que também dá por Carlos Pedro, como vocências melhor se habituarem, que me presenteia e surpreende, a cada passo, com os seus sonoros poemas de salutar rebeldia e que julgo muito adequado que a comunidade que por aqui paira vá tomando conhecimento, aqui vos deixo uma recente pérola, com o título Domesticadores


Quem foi que disse
não se bate a uma
mulher nem com
uma flor?

2010 e vão (39) mulheres
assassinadas pelo dito
macho latino da latrina
comilão - panascão
domesticador doméstico
criminoso ignominioso
pulha piolhoso e tudo
o mais por acréscimo

Nesta guerra silenciosa
devia sair da tumba
a Padeira de Aljubarrota
e catrapumba à pazada
toma toma arrota arrota
vai pró forno filho dum corno

Quem foi que disse
não se bate a um
pretenso homem
nem com uma pá?

25/11/2010

Casp

Lua de nós

Foste inspiração
brisa suave
beijos inesperados
e tesão.
Ficou o teu cheiro forte
nas minhas mãos,
na almofada,
nos lençóis,
pela penumbra
do quarto minguante.
Foste um verbo
de entoação
- no mar ao longe -
sob os aviões
que aterraram;
sobre mim que nos tivemos.

Poesia de Paula Raposo

Sono Alheio

Sono.
Tratado estabelecido entre o cansaço e a noite. Obra de arte com pincel de pureza pintado pela mão do Artista que traça a vida... o Milagre da Vida.
20 minutos de olhar traduzidos em décadas de júbilo. Meros segundos em vontade. Nem isso próximo de um mar de detalhes dignos de recordação.
Um sorriso leve que mostra à noite um qualquer sonho de felicidade indecifrável.
Nem um movimento.
Nem um som.
Apenas uma devoção suprema de emoções que viaja no complexo superior.
Sinapses, dizem.
Amor, falo eu...

Felicidade


«Chacun est heureux à sa façon»


1 página

oglaf.com

26 novembro 2010

Livro «Sex» de Madonna fez 18 anos

Tenho este excepcional livro, que tem capa e contracapa metálicas, na minha colecção.
O livro foi publicado em 1992, após o lançamento do seu álbum «Erotica».
«Sex» é um livro com imagens e textos das fantasias sexuais de Dita, um alter ego da autora, em que a própria protagonizava cenas de sadomasoquismo, homossexualidade, zoofilia e outras, com participação de celebridades como Isabella Rossellini e Naomi Campbell. Em três dias, a primeira edição, de 1,5 milhão de cópias, esgotou.
Como sou amiguinha, ofereço-vos este link com

A desoras

O ecrã do telefone acende-se.
São cinco da manhã.
Ela não acordará, porque sabe que há quem se lembre dela já envolto nos vapores inebriantes que a noite traz. E não permite que o telefone toque, só que o ecrã se encha de luz, quando a razão de um telefonema se encontra apenas quando não há sol.
De manhã, sorrirá ao olhar para a indicação de chamada não atendida e, por cortesia, pergunta se tudo vai bem, se qualquer urgência houvera. A resposta surge telegráfica, quase envergonhada: que não, que era só para saber de si.
Às cinco da manhã.
Mas poderia ser ao meio dia ou à hora de jantar.
Há gente que, no que lhe diz respeito, andará sempre fora de horas.

Vídeo prova (finalmente) existência do pénis migratoris!

Após décadas de interrogações, desde a descoberta das suas primeiras representações pictóricas, pensava-se que o pénis migratoris era uma espécie extinta, cujos últimos membros tinham exalado o derradeiro suspiro por terras da Beira Baixa, ali como quem vai por Caria e vem por Canhoso (esta última referência toponímica foi só para dar uma certa musicalidade à sentença).

Ora, o vídeo que se segue constitui a prova viva de que ainda há pelo menos um pénis migratoris vivo, pujante e vibrante, à solta na Mãe Rússia. Este espécime, nitidamente evoluído em relação aos retratados nas pinturas supracitadas, denota uma especial predilecção por jogadores de xadrez, aqui Gary Kasparov, quiçá fascinado pelas tão peculiares nuances deste jogo, onde tão depressa um bispo come um cavalo como a rainha come tudo o que lhe aparecer à frente.

Eis o vídeo de que se fala:


No entanto, este outro vídeo registado na mesma conferência de imprensa, que também exibe a dada altura o pénis migratoris, consegue ainda dar-nos uma outra perspectiva da questão. Ao que parece, não só os russos já conheciam o pénis migratoris como, ainda por cima, possuem já planos para agarrar o bicho e dar-lhe uma boa esfrega...

Histórias do homem-menino

Perfeito e efémero equacionam a dor.
Perfeito e imutável equacionam o impossível.
Perfeito e mutável e eterno equacionam o que nunca encontrei.
A madrugada desliza-me perfeita nos teus dedos, nos teus ombros, nos teus cabelos, como a Luz desliza pelos raios do Sol até Casa, perfeita, mutável. Perfeita, eterna e mutável, só a Luz pode ser. Mas preferi a dor de uma eternidade só nas memórias do que nunca te sentir deslizar a perfeição pelo instante em que te possa ter numa equação cheia de variáveis que nunca dominarei.
Vagabundearei, depois, pelas praias, até me sentir novamente areia, até que algo me possa curar; serei presa fácil de tantas fomes e tantos nomes que me possam espaçar do teu; mas eu sou do silêncio - incauta como o mar, enrolei-me na sofreguidão - e enquanto silêncio existir será como o cheiro de ti.

Dennis Rodman, com os ouvidos na rádio e... o microfone na boca.


Quem gosta de basquetebol conhece certamente o infame Dennis Rodman, aka "O Verme". Por outro lado, quem não gosta de basquetebol também deverá conhecer o sujeito uma vez que o seu comportamento extra-desportivo sempre concorreu em notoriedade com o seu desempenho dentro do terreno de jogo.


A sua última excentricidade deu-se durante uma entrevista telefónica dada a uma estação de rádio, estação essa que procurava saber a opinião do ex-jogador dos Bulls acerca do desempenho da sua ex-equipa no jogo disputado em Miami.

Pelo discurso cada vez mais incoerente e descontinuado de Rodman, o locutor não tardou a perceber que, se o ex-jogador tinha o telefone ao ouvido, havia alguém com ele que tinha a boca no microfone...


«Ls Lusíadas» - os Lusíadas em Mirandês


O que é que tem isto de erótico? - perguntais vós.
E eu respondo: o canto nono!
E estes dois versos, que considero do mais erótico que há:


"Melhor ye spurmentá-lo que julgá-lo
Mas julgue quien nun puode spurmentá-lo"


"Spurmentá-lo"... faz-me lembrar aquele jogo que vi há uns anos atrás numa feira em Buarcos, que tinha o aviso "não vale espermentar" (devias ser uma espécie de Mirandês). Fiz com a malta amiga uma réplica desse jogo, que faz parte da minha colecção:


25 novembro 2010

Pergunta jurídica:


Isto é uma "violação estatutária" ou... um "engano monumental'?!


(recebido via mail)

Qrónica do Nelo



Melhéres!!!!

U Nelo tá de volta!!!
Eim primeiru logar, isperu cu me deiem ash boash vindash e açim, hihihi que çou uma melhér devertida hihihih....
À muito tempu queu nam vinha a este Broshe e pra queim shegou di novu devu aperzentar-me-
U meu nomi de batismu éi Gonçalo Manuel da Silva, mas as piçoas shamam-me de Nelo , - i eu taméim goshto de çer tratada, digu – hihihi melhéres, que hás veses discaiu-me hihih- comu ia dezendo, goshto de çer tratadu por Nelo.
Çou homeim-seksual mas çou muitu home, ai çe çou !!!
Çou cazadu com a Dona Efigénia e tenhu um namoradu, o Lalito, de queim éu goshto muito mash canda çempre a trair-mi com lambisgoitas e a robar-me a poshete Lui Vitongue para mir aus trocos e açim...
Çe quizereim çaber mais sobre "Queim éi o Nelo? ," tem aqui uma iperligassão, ou linque que isplica tudu muito beim isplicadinhu e açim ficóm çabendu u univerço ondi éu me mesho.
As coizas dash cu goshto, éi feshtas, fantazias, ir aus bares gueis e çacar um home bom pra fazer ums bonsh broshes e tal....hihihih cu çou uma lambona hihihih
Nam à lambisgoita cu fassa milhor queu, iço eu Nelo , a bisha rezidente deshte broshe póço grantir!!!!
Beim já çabeim queu istou pur aqui de novu com umas qrònicas e coizas caconteçeim hás melhéres bishas e açim...
Té maish logu homes lindus.
(Çe quizereim uma isperiensia úniqa de seksu alterativu com uma bisha de estalo, já çabeim: ligueim pró Nelo )
Nelo

A rotina do Nelo

Isto é um anúncio a toalhas. Suponho que para quem compra o sexo oral esteja fora de questão.

Cona na boca

A página 3 do jornal «The Sun» faz 40 anos

24 novembro 2010

contraditando

(sim, que nem só de greve geral vive um homem...)

diz-me a urgência que sentes
na premência dos sentidos
diz-me a verdade que mentes
dos desejos proibidos

diz-me a volúpia dos dias
no crepúsculo das tardes
diz-me os lábios que mordias
na lascívia em que tu ardes

ou não – não digas mais nada
dá-me o silêncio em que gritas
faz da minha hora parada
o mar do prazer que habitas

e terei de ti eu tudo
menos o quanto não queiras
e ouvirás meu grito mudo
que sou eu se tu me abeiras

pois assim te quero tanto
que ter-te mais não queria
que só o ter-te é o quanto
tu me dás em demasia.

Fodografia do SIEL de 2007

Arrumando imagens antigas, dei com estas que são do Salão Erótico de Lisboa, de 2007, e pareceu-me que não se incomodariam muito que as partilhasse convosco.


Não sei quantas bandeirinhas esta jovem conseguiu introduzir/retirar da vagina, mas pode dizer-se que é uma vagina internacional, sim senhora.



________________________________________
O OrCa não pode ver bandeirinhas que ode logo todas as pátrias:

"bandeira, bandeirinha, diz-me tu
se vieste enroladinha da vagina
quantas hastes caberiam nesse cu
p'ra que fosses hasteada, ó menina?

e depois tanta bandeira se faz mundo
ou será que só vem lá Código Morse?
e este torce e retorce vai tão fundo
no teu rotundo e abissal... mas
of course
nem sei porque estão a dar-te o estandarte
nem precisas que o teu corpo é universo
e eu dest'arte cá me fico a poder dar-te
algo assim em rolo grosso e tom de verso..."

Carta ao Viajante (V)

Viajante, viajante, diz-me tu, qual é a disposição milimétrica da ternura, que forma geométrica se torna, na pele alheia, a perfeição do pentagrama? Inventarei eu, um dia, de mãos dadas, a geometria indescritível? Digo ao Sol que assim me ensine a desenhar, pois que preciso, com alguma urgência, desenhar no peito um baloiço em forma de estrela-do-mar; é que um destes dias descobri que a Lua também se põe como o Sol, vi um perfeito ocaso Lunar e tentei encontrar o espaço dentro de mim para embalar alguma coisa.

O Regresso de Júlia

Júlia, bailarina de brincadeiras azuis no espaço a preencher dos homens, volta.
E quando regressa, com medo no coração, procura saber fechar os panos que cobrem mágoas, aos quais chama pálpebras, de cada vez que pinta uma ilusão num qualquer quadro de alguém que lhe cerra um envelope.
Júlia fecha os olhos a fugir do toque que invade o seu corpo e obriga-a a sorrir com paixão fingida a quem crê que o dinheiro aluga mais que um simples invólucro de Ser Humano. Manto que não deixa de ser dela, capa de indivíduo amolgada pelos anos de amor alugado, que hoje já pesa no seu orgulho e sobretudo no de quem a quer pelo coração e não pelo envelope.
Para o seu leito reserva a visita de apenas um amante, hoje. Aquele que lhe diz que quando priva com as curvas do seu corpo, sonha como não sonhava desde menino, duas vidas de Júlia atrás.
E satisfaz-se... desfruta o momento que apenas Júlia poderia proporcionar de forma tão falsamente verdadeira que até ela própria por vezes acredita.

Motivação


Mas o risco vale a pena.

Capinaremos

23 novembro 2010

Angústias caucasianas

Será que a escassa penetração no continente africano dos esquemas do tipo enlarge your penis tem mesmo a ver com o menor poder de compra da população masculina local?

É quando...



É quando os meus olhos de luz apagada. É quando o meu sorriso vestido de negro. É quando a minha boca ensombrada. É quando o meu sangue gelado.
É quando eu de voz calada. É quando eu de pés descalços. É quando eu com um nó na garganta. É quando as minhas mãos geladas.
É quando os meus beijos adiados. É quando os meus beijos amedrontados. É quando os meus beijos magoados. É quando os meus beijos zangados. É quando os meus beijos tristes.
É quando os meus beijos guardados no bolso, escondidos da luz, fugidos da boca, atados nas mãos, feridos de morte.


Medeia [Infidelidades]

Impudor

Voltando da saudade
- ainda - perco o perfume
que quase senti
naquela noite;
à volta de ti
- a saudade -
volto mais uma vez
a encontrar o sabor
que desejei,
no dia azul
e era o sol que aquecia
- por isso -
o impudor do sexo.

Poesia de Paula Raposo

Tal fai, tal pilho...



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22 novembro 2010

Um clássico dos Irmãos Catita para cantarem em coro nos vossos empregos

Poética sexual


... há coisas que nunca cansam...

Despe-te

Despe-te.
Despe-te da roupa e desses excessos que nada aí fazem.
Não estás habituada a estar viva? Habitua-te. Já não era sem tempo. Mas viva com um pouco mais que um coração que bate. Não vou perder tempo a explicar. Simplesmente vive.
Hoje não é o primeiro, nem o último ou sequer mais um dia. É aquele exacto dia em que decidiste fazer precisamente aquilo.
Por isso despe-te para o conseguires.
Falo-te em Anjos, ausências e indulgências, mas de nada serve porque nunca te despiste.
Ocupa a sensação de estar e a matéria de escape.
Despe-te!

As baratas são intolerantes


Alexandre Affonso - nadaver.com

21 novembro 2010

Hermes

(...) Pergunta-te, várias vezes, escondida no silêncio, porque não dorme de noite. Espera que o dia chegue, espera; talvez a noite agora seja um pouco tua, talvez seja um pouco mais tua que da lua.(...) É por isso que apagou estas linhas que aqui faltam antes que chegassem ao destinatário, apagou-as até da cabeça, porque nem sequer deve imaginar o que ser poderia ser. Confuso, talvez, mas toda a gente sabe que não há forma de desamarrar linhas da confusão de palavras à toa na cabeça dos confusos.

«O primeiro beijo» - por Rui Felício


O primeiro beijo é um momento inesquecível da vida, diferente de todos os outros que a seguir se dão, por maior que seja a paixão com que se dêem.
É a descoberta de sensações muitas vezes imaginadas mas nunca antes experimentadas. É um salto no desconhecido, é um receio, é um impulso quase irracional, é um doce sabor que perdura no tempo.
Sucedeu no jardim da minha casa, já lá vão muitos anos, mas ainda o tenho presente como se tivesse sido hoje.
Foi ao fim do dia, com o sol a declinar por trás da casa em frente. Ela, ainda muito jovem, envolta por um finíssimo e aveludado vestido carmim que lhe delineava as formas perfeitas, abriu-se lentamente à aproximação da boca sedenta que a desejava, moveu o corpo insinuante, deixou-se acariciar e sentiu-se perdida na loucura do beijo que retribuiu com ardor e paixão.
Nunca mais foi a mesma. Insaciável, todos os dias ali ficava à espera da repetição daquele primeiro beijo.
Durante muito tempo, aquele zangão apaixonado aparecia diariamente para beijar a bela rosa púrpura do meu jardim, para saborear o seu néctar doce, para sentir a carícia das suas pétalas em volta do corpo…

Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»

O diabo em Miss Jones

Este é um dos primeiros bronzes que eu comprei. Só que ainda não o tinha fodografado.
Só vendo-o de perto e com tempo se descobrem todos os detalhes desta cena diabólica... no bom sentido...



A virtualidade do real

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Concessão papal



HenriCartoon


O Nelo esclarece... «qomu çò êl çabe»: "Per izemples cuande çe come-um-gay, Cuande çe papá-óstia e cuande çe vai eim porsição eim bisha pirilau e açim..."

20 novembro 2010

«Chore» de Justin Anderson

Curta-metragem de Justin Anderson para a marca de lingerie de luxo Damaris.

Chore Damaris by Justin Anderson from Justin Anderson on Vimeo.

O Repique do Amor

Abrupto é o repique do sino na cabeça. Quando um certo número de badaladas ecoa pela vila, mais de 14, o prenúncio de uma morte anunciada ressalta e arranca mais um pouco do que é uno.
A estaca espetada no coração onde antes era ventre, é retirada não tarda. Para deixar apenas uma pequena cicatriz.
- É só mais uma morte... não faz diferença no universo,
Não! Todas as mortes são importante e preferíveis se não o fossem. Cada esventrado tem a sua memória. Assalta o espírito e esmaga a vontade. Adultera a consciência de Ser.
Creio num mar salgado ao longe. Não se alcança daqui. Caminha!
O repique fica mais forte. A cabeça dói.
A árvore está inclinada, com as suas raízes a desprenderem-se enraivecidas porque a Terra não segura.
Segura!
Os raios de Sol, por momentos, não alcançam o solo de folhas que vão caindo da Acácia a cada badalada do sino.
O repique do sino é abrupto. Ecoa por todos os lados. Como um precipício que sabemos voltar a subir. Como uma ravina de ponte frágil.
É abrupto o repique do Verdadeiro Amor.

Um sorriso

Um sorriso é um emblema
que nos revolve as entranhas,
não é?
Pelo sorriso nos erguemos
e talvez (quem saberá?)
nos mortificamos.
Hoje posso sorrir-te,
beijar-te e deixar-te
ao vento quente
do princípio da tarde.
Um sorriso faz parte
do presente - saudade -
e pelo presente
nos acarinha. Duvidas?
Pergunto: que sorriso é esse?

Poesia de Paula Raposo

Se não consegues vencê-la...


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19 novembro 2010

Da palavra amante


Penso-te com cuidado, para não te desvirtuar, tão perfeita, nesse ou noutro lugar que não a minha cabeça que te pensa como uma peça frágil, de porcelana, para não te quebrar, tão intacta.
Toco-te de raspão, apenas com os dedos sensíveis da imaginação que te alberga, tão perfeita, nesse ou noutro tempo que não este sagrado momento em que me ocupas por completo, me cegas a tudo o resto, tão importante, a tua presença constante em mim que te penso com cuidado para jamais desperdiçar no meio de raciocínios levianos o milagre de te amar há tantos anos como os que tenho de percepção do que sou.
Mimo-te como posso, o pouco que dou em troca, nunca o bastante para merecer cada instante em que te ofereces ao pensamento e corres como o vento, veloz, da nascente até à foz onde desaguas, tão certa do caminho que te cumpre percorrer, em mim ou noutra cabeça que te acolha e se renda ao poder que cresce em ti, que jorra sobre os olhares interiores daqueles que tentam ser melhores quando te pensam com a delicadeza de quem afirma sem medos a certeza,a convicção, de que igualmente te mereceu, capaz de te amar tanto como eu.
Digo que sim ou digo que talvez, aquilo que se faz, aquilo que se fez, não conta no momento em que és minha, aí, nesse ou noutro lugar, na cabeça que tenta imaginar a forma que acredita melhor para te servir, que igualmente te dás a sentir, tão indefesa, por detrás dessa natureza indomável que escondes até ao momento de partir, tão volúvel, para o mundo que te descubra, com cuidado, para não te negligenciar com a ignorância que combates, tão feroz, desde a nascente até à foz onde te transformas numa imensidão que preenche por completo a imaginação que te receba, que te decifre e te perceba como tento, sem sucesso, quiçá, neste momento em que disponho da tua presença para o lograr.
Acredita que me esforço por te pensar tão perfeita como uma deusa, senhora da agonia e da tristeza, dona da alegria e da beleza, rainha do céu na boca que beijas ao sair quando por fim te deixo partir para o mundo, que não és minha, que te descubra o sentido que não quero, de todo, perdido ao longo do caminho que te cumpre, neste ou noutro tempo, percorrer.
Desde que te penso até ao momento sagrado de te escrever.

olfactivamente

quando por ti me resvalo
nalguma urgência de cio
se no ardor sou cavalo
meu relincho é balbucio

e se fragrância fatal
vem do monte que venero
fico eu bem pior que mal
do desespero que espero

seja o teu matagal denso
ou despida a curvatura
quero dele que seja intenso
mais fino do que a cintura

que bem me sabes então
que bem me matas a fome
dando ao olfacto razão
ao dizer que também come.

O que é um comportamento de risco?

Do amor

Não, eu não posso mais escrever-te
que as emoções podem ferir o papel, as palavras
bem podem agredir as páginas e as tuas marcas
podem rasgar, as folhas tornam-se pele.

Mas não posso mentir-te,
ainda estás aqui, como um demónio
que eu não consigo expulsar,
como uma peça sem nenhum acto,
e o meu olhar, assim, vazio de ódio,
sem ponta de nada que te possa apagar,
vê o que o amor é: belo sem sequer ser bonito.

As coisas parecem diferentes quando vemos muito porno



Via 10 minutes à perdre

18 novembro 2010

O segredo

Quando ele terminou e lhe perguntou, sem abrir a boca, o que tinha a dizer sobre aquilo, sentiu-se a acordar de um transe. Lembra-se de lhe ter sido dito que ia ouvir algo muito especial e reservado, um segredo que muito poucos partilhavam. E que ele lhe queria contar. A ela.
E sabe que ouviu cada pormenor daquele bocado dele, a que nunca teria acesso, se ele não lho contasse. E tem noção de que a sua expressão (que lhe é independente, não vale a pena, e revela cada um dos seus pensamentos mais imediatos) foi acompanhando a surpresa do que lhe era dado a conhecer.
Mas lá dentro, naquela parte dela que nem a fisionomia revelava, não evitava questionar-se sobre o porquê de tudo aquilo. Para quê? O que quereria ele em troca daquela dádiva? Seria uma dádiva? Porquê ela, porquê agora?

Sentiu-se mais próxima dele e, ainda assim, não sabia o que fazer com isso.

Isto não devia ser chamado moliceiro...

... e sim duriceiro.
Artesanato de Aveiro, aproveitando as deliciosas figuras pintadas na proa desses barcos típicos da ria de Aveiro.
Uma prenda do Lourencinho para a minha colecção.

O monstro das bolachas... é mais bolos!

Matreiro