19 novembro 2010

Do amor

Não, eu não posso mais escrever-te
que as emoções podem ferir o papel, as palavras
bem podem agredir as páginas e as tuas marcas
podem rasgar, as folhas tornam-se pele.

Mas não posso mentir-te,
ainda estás aqui, como um demónio
que eu não consigo expulsar,
como uma peça sem nenhum acto,
e o meu olhar, assim, vazio de ódio,
sem ponta de nada que te possa apagar,
vê o que o amor é: belo sem sequer ser bonito.

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