28 março 2011

De Nihilo Nihil

De nihilo nihil, "nada vem do nada" como Lucrécio afirmava.
E (também) por apologizar esta citação, não posso rejeitar à partida, pelo menos sem uma crítica mais profunda que me permitisse excluir o próprio conceito, a existência de uma qualquer força cósmica, sobrenatural ou energética que decida por ela própria convergir os caminhos de duas almas, unidas no passado, num único sentido.
Quando observo o teu corpo;
Quando apresto a forma perfeita como ele se encaixa no meu; ou até poética;
Quando por ocasião das tuas carícias, nenhum toque é inútil, mas cada um deles, mordaz no despoletar de emoções físicas e psicológicas;
Nesses momentos, nesses nenhures de uma vida de possibilidades e probabilidades, sinto alguma dificuldade em aceitar que tudo fora deixado ao acaso.
Há quem nomeie a vida de carrossel;
Há quem afirme que a sorte determina o encontro de dois seres humanos.
Será uma qualquer energia de aproximação capaz de proporcionar o (re)encontro de dois amantes que outrora, noutra vida, noutra realidade, já o foram?
Será que o êxtase que sentimos quando tocamos um no outro já fora sentido? Por nós; pelos mesmos indivíduos de invólucros desiguais aos do passado.
Retivemos então a forma como beijamos, tocamos, o que sentimos, o que gostamos, o que nos provoca, o que nos atrai, o que nos faz desejar...
...o que nos faz amar.

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