26 junho 2011

Nudez

Deita os olhos na minha nudez
adormece-os, diz-me como vês
o desejo que nos encontra a pele
nada há de mais cruel
nada há de mais doce
E ainda que tudo o que visses fosse
um hino inteiro à candura
entoado pela tortura
que empalidece a lucidez
os teus olhos parecem-me dez
presos nos dedos feitos de mel
prendem-me o corpo, foi-me infiel
já não é meu, e o que tu vês
mesmo vestida, chama-se nudez.

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Uma por dia tira a azia