15 junho 2011

Templo Sagrado

Não te esqueças de mim
quando os monstros latejarem
no teu reino de nostalgia
e as garras não te quiserem largar
Não te esqueças de mim
se as tuas noites jurarem
virar costas ao dia
e a escuridão te assustar
Não te esqueças de mim
porque os monstros vão gritar-te aos ouvidos
(chama-me, não te deixo ensurdecer)
porque as garras vão tentar vendar-te os olhos
(olha-me, não te deixo cegar)
porque a noite vai tentar enluvar-te os dedos
(agarra-me, não te deixo entorpecer)
para o escuro chegar ao coração
(guarda-me, não te deixo embotar).
Mas não te esqueças de mim
e guarda esta nossa estranha emoção
no berço dos teus lábios
(sempre tão vivos, tão vivos)
neles se escreveram diários
enciclopédias sem páginas, sem livros
com o meu nome, com a nossa história
lembra-te de nós e essa memória
poderá lembrar-te: há abrigo na paixão.
Não te esqueças de mim.


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