27 novembro 2011

Quando ele chegar

Fixa o olhar no sol que começa a rasgar a escuridão com garras afiadas de luz.
Grita o teu desafio e deixa que o vento transporte esse grito até onde saibas que existe alguém capaz de o ouvir.
Podes até rugir o teu reinado, vossa alteza, nesse pico elevado de onde exiges contemplar, tanta beleza, um mundo inteiro para reinares no teu interior.
Recebe a brisa no rosto como um beijo e entrega-te a um desejo a que te saibas incapaz de resistir. Não admitas fugir dessa paixão que te enlaça, enfrenta a ameaça ciente de que será tua a vitória final.
Abandona o preconceito, decisão fundamental, e desnuda esse peito vulcão no momento em que os teus pés já não tocam o chão, à beira do abismo, pendurada pelo abraço que te protege do medo. Do frio.

Depois abre as tuas asas e salta no vazio.

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