30 março 2012

A flor que mudou de sexo de um dia para o outro

"Desabrochou!"
Romicas


«BILFa-mos!» - Patife

Este ano vou mesmo puxar a brasa à minha sardinha até porque o ano passado estive sempre a puxar as brasas ao meu sardão. Já o ano passado aqui confessei que tenho um sonho. O Patife nasceu para pinar, por isso tem o sonho húmido de conquistar o BILF Award (Blogger I´d Love to Fuck) promovido pela excelsa Ursa Polar no, não menos excelso, blogue Quadripolaridades. Para mim, as mulheres são como as cerejas: vêm-se umas atrás das outras. Mas um prémio destes é coisa única para ostentar com orgulho e em lugar de destaque de qualquer currículo. Até porque, como já confidenciei, tenho o desejo secreto de ser tratado na intimidade por meu bilfinho pequenino, meu quiduxo bilfuxo ou, num momento de loucura, meu bilfalheco ordinareco. Por isso é com o Pacheco a trepidar de emoção que vos informo que este ano o Patife está nomeado para os BILF Awards. A votação decorre aqui. Quem não votar no Patife para o Blogger que vocês amariam afiambrar tem a peida descaída e as mamas flácidas.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

«conversa 1883» - bagaço amarelo

Ela - O que é uma mulher boa na cama, na tua opinião?
Eu - É uma mulher que quando dorme não se enrola nos lençóis de tal maneira que eu fico ao frio. São difíceis de encontrar, mulheres boas destas...
Ela - Que coincidência, o meu marido queixa-se que eu faço isso. Será que sou má na cama?
Eu - Deves ser péssima.
Ela - Nunca ajudas nada.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Condicionamento social





Via Numaniste

29 março 2012

Agent Provocateur - «O Iniciado»

Traição

Sem saber mais o que pensar, Ana encolheu-se na cama e tapou-se completamente, decidida a desaparecer para sempre. Esgotada e vazia, foi surpreendida pelo peso reconfortante dos pesados cobertores e suspirou sem querer, sentido-se subitamente repousada e em paz: um dia, um dia qualquer, se lhe arrombassem a porta de casa e entrassem à sua procura, só encontrariam um corpo morto, mirrado e seco encolhido dentro da sua cama. Quando esse dia chegasse, um dia qualquer, já não a encontrariam dentro daquele corpo traído.

Caça à raposa

O rapper homofóbico



Para quem não está a par, pode ler a notícia aqui.

HenriCartoon

A graça volta a atacar

Crica para veres toda a história
A marca do vampiro engraçadinho


3 páginas (cricar em "next page")

oglaf.com

Totalmente beautiful

Quem nunca?




Me fez lembrar aquela música:
Por exemplo, os cachorro,
Que come a própria mãe,
Sua irmã e suas tias.


Capinaremos.com

28 março 2012

A Minha Primeira Vez


Sempre soube que seria apenas uma questão de tempo. Já tinha estado algumas vezes com casais, mas a oportunidade de estar a sós com uma mulher nunca se tinha verdadeiramente apresentado. Ou se calhar até já tinha, mas eu retraí-me – não havia atracção suficiente, ou predisposição, ou fosse o que fosse.
Naquela noite as coisas passaram-se de uma forma bem diferente. Eu estava com amigos, quando ela entrou pelo restaurante, puxou de uma cadeira e pôs-se a conversar com uma das minhas amigas. Não consegui tirar os olhos dela; a sua presença era impossível de ignorar – deve ter perto de 1,80m de altura, com uma pele luzidia, da cor dos grãos de café torrados. Apesar daquela altura, consegue ser feminina e tudo nela respira sensualidade: os olhos de felino, os lábios cheios e bem desenhados, as maçãs do rosto esculpidas, a testa alta com sobrancelhas definidas, o cabelo espesso e ondulado, a cair-lhe nos ombros. Pareceu-me exalar um aroma quente de madeiras exóticas. Eu estava hipnotizada.
Quando ela se levantou para se ir embora, eu não resisti e comentei em voz alta, em tom de brincadeira “Eu não gosto de mulheres, mas se gostasse, ia atrás dela!”. Eu sei; Um piropo foleiro, mas ela olhou-me por cima do ombro, sorriu um sorriso largo, revelando uns dentes magníficos e, pegando na cadeira onde estava sentada, levou-a para outra mesa com um outro grupo de pessoas, e sentou-se nela, virada para mim. Passámos as duas horas seguintes a avaliarmo-nos mutuamente.
Senti-me responsável por ter atirado os dados daquela forma. Às vezes meto-me em situações e depois não sei como sair delas, mas naquela noite, a trocar olhares e sorrisos cúmplices com aquela mulher, eu não queria sair daquela situação. Queria enterrar-me mais. O grupo com que eu estava a jantar deixou de existir, enquanto eu me imaginava a acariciar aquele corpo com seios generosos, a beijar aqueles lábios carnudos, imaginava aquele cheiro a sândalo a impregnar-se na minha pele, o meu suor a misturar-se com o dela.
Quando algumas horas mais tarde nos encontrámos a sós, no meu apartamento, tudo se passou de uma forma mais intensa do que eu tinha imaginado. Sentia-me uma menina, inexperiente, insegura, complexada…é verdade que nós, mulheres, gostamos de nos comparar com outras. O que iria ela achar do meu corpo? Será que ia gostar dos meus seios, do meu rabo, do meu cheiro?
Começou por despir-me devagar enquanto estávamos de pé no hall de entrada com as luzes acesas. Tirou-me os brincos e beijou-me as orelhas. Depois tirou-me o colar e beijou-me o pescoço, muitas vezes, sempre devagar, uns beijos quentes e generosos com um pouco de roçar de dentes. “Cheiras bem”, disse-me. Eu estava de pé, imóvel, sentia a cabeça a andar à roda, os ouvidos ainda a zumbir da música ensurdecedora do clube onde tínhamos estado. Ela parecia estar perfeitamente calma, controlada. Sabia exactamente o que estava a fazer. Beijou-me o colo até o fim do decote, sempre a inspirar profundamente para me cheirar. Encontrou o fecho lateral do vestido e levantou o meu braço para poder abri-lo mas deteve-se primeiro a beijar-me o sovaco, a parte interior do braço, tirou-me uma pulseira e beijou-me o pulso e os dedos das mãos, chupando neles levemente. Virou então a atenção para o fecho do meu vestido e abriu-o devagar, beijando a pele que ia expondo. Depois baixou-se à minha frente e pôs as mãos debaixo do meu vestido. Tirou-me as meias presas às coxas, uma de cada vez, com muito cuidado e quando a pele ficou nua e exposta, beijou-me as pernas, dedicando mais tempo à parte de trás dos joelhos. Eu sentia já o meu mel a escorrer de dentro de mim. Ambas tremíamos levemente de antecipação. Assim, agachada aos meus pés, olhou para mim e sorriu aquele sorriso magnífico e disse-me “Agora tens de me ajudar”. Foi como se me despertasse de um transe, e descalcei então os meus sapatos, as meias e tudo o resto. Despi-me completamente à sua frente enquanto ela me observava; deixei de ter medo do que ela pudesse pensar dos meus seios ou do meu rabo. Depois peguei-lhe pela mão e levei-a até ao meu quarto, onde a despi devagar, enquanto a ia beijando, tendo o cuidado de lhe prestar tanta atenção quanto ela me tinha prestado a mim. Não sabia onde estava nem para onde ia mas sabia que não havia forma de voltar atrás.
Nunca tinha feito amor daquela forma. A sua pele era firme e macia ao mesmo tempo, sem quaisquer pêlos; o corpo musculado mas extremamente feminino, com uns seios redondos de mamilos duros a apontar para cima. O sexo dela, muito diferente do meu, tinha mais carne e abria-se para mim como uma anémona e libertava um aroma a especiarias e mar, um misto de doce e salgado que me baralhava os sentidos.
O que foi feito, dito e sentido naquela noite, ficará para sempre gravado na minha memória. É demasiado íntimo e especial para o descrever em pormenor. Fizemos amor incessantemente até o sol estar já bem alto no dia seguinte. Finalmente adormecemos entrelaçadas uma na outra e eu sonhei. Sonhei com paisagens de desertos com intermináveis dunas ondulantes que se transformavam em corpos ofegantes de prazer; sonhei com praias cujas ondas rebentavam e desapareciam numa enorme fenda que parecia um sexo de mulher; sonhei com florestas de árvores de troncos escuros e polidos, como o corpo desta mulher. Quando acordei, ela já se tinha ido embora e deixara-me um recado escrito num guardanapo que dizia numa caligrafia solta: “Vou a pensar em ti”, e um número de telefone.

«conversa 1882» - bagaço amarelo

Ela - Tens que me ensinar como é que se engata um homem.
Eu - Eu?!
Ela - Sim. És homem, por isso sabes o que eles gostam mais de ver numa mulher.
Eu - Mas os homens não são todos iguais. Uns gostam mais dumas coisas, outros doutras...
Ela - Os homens não são todos iguais?!
Eu - Não, claro que não.
Ela - Oh! não. Nesse caso estou lixada.
Eu - Lixada porquê?
Ela - Não me apetece andar a investigar homem a homem.
Eu - Só tens que investigar aquele de que gostas.
Ela - Eu não gosto de nenhum.
Eu - Não gostas de nenhum?! Então queres engatar quem?
Ela - Um qualquer que não seja muito feio, só para quebrar a monotonia de viver sozinha.
Eu - Um qualquer que não seja muito feio?! Se é assim só tens é que ser bonita e consegues o que quiseres.
Ela - E sou?
Eu - És.
Ela - Lá está, acabaste por admitir o que eu queria.
Eu - O quê?
Ela - Os homens são todos iguais.
Eu - Ok... mas há uns mais iguais que outros.
Ela - Sim, sim... há mas é uns com mais testosterona, outros com menos...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Fruta 79 - Encosta-te a mim...

Táticas de Sedução


Alexandre Affonso - nadaver.com

27 março 2012

A posta que é deixá-los ir

Multiplicam-se no meu leque de conhecimentos os casos de homens portugueses que se atracam a brasileiras, deixando para trás família, emprego e o que mais houver como se o mundo fosse acabar amanhã.
Claro que a primeira reacção das pessoas à proliferação destas relações transatlânticas é a de rotularem as brasileiras de predadoras, acabando a coisa num crescendo que quase as remete à condição de feiticeiras daquelas que as mulheres traídas da geração anterior à minha afirmavam meterem qualquer coisa na sopa dos seus homens agora roubados pela bruxaria tropical.

Sempre achei as portuguesas as melhores mulheres do Mundo e arredores e disso tenho dado conta aqui. Essa minha crença não me cegou, contudo, aos detalhes de somenos importância que vão aos poucos estigmatizando (dito assim até parece que acredito na cena) as brasileiras com a associação de ideias mais óbvia: bundinha e fio dental.
Sim, tal como as muitas alegadas vítimas dessas desfazedoras de lares com sotaque prestei a esses pormenores a atenção suficiente para que a simples alusão a esse grupo específico de fêmeas me cole um sorriso no rosto de forma espontânea.
Contudo, isso nunca me pareceu tão ameaçador quanto isso porque qualquer observador mais atento conclui que as portuguesas só não se batem de igual para igual na exposição solar dos glúteos.
É portanto apenas uma questão de dimensão dos tecidos.

Assim sendo, esta diáspora de cônjuges fascinados pela paixão ao ritmo do samba permanece para mim envolta em mistério e vejo-me forçado a pensar a coisa mais além do que um fio dental possa representar. É aqui que entram em cena os mecanismos mais elementares da masculinidade lusitana, de entre os quais se destaca o descomplicómetro instalado junto aos disjuntores da complexa maquinaria de controlo do desejo que partilhamos com as nossas moças. Esse extraordinário equipamento de série no macho comum português está na origem de muitos indicadores que são erradamente confundidos com insensibilidade mas na verdade não passam de naturais divergências entre nós, que temos o aparelho, e elas que desejam tanto ou mais mas estão antes equipadas com uma espécie de retardador de abertura como os dos cofres nos bancos.

Maço-vos com esta breve abordagem à engenharia dos sistemas porque só aí consigo encontrar a fonte do tal fascínio que enlouquece tantos bons maridos e pais com desvarios tropicais que se consta serem doença sem cura conhecida.
As brasileiras, sem dúvida montes de femininas, parecem possuir um equipamento idêntico ao nosso e o que isso implica de diferente no estabelecimento de sólidas e tórridas relações diplomáticas está à vista.
As portuguesas, de caras as melhores do Mundo e arredores, são tesouros de valor incalculável e sabem-no e mantêm essa fortuna fora do alcance dos piratas em que nos tornamos quando o tal descomplicómetro dispara.
Já as brasucas, sem dúvida montes de uma data de coisas, são muito mais despachadas e generosas na entrega do ouro ao bandido que, quase por imperativo moral, privilegia o lucro fácil e regressa sempre ao local do crime o que, toda a gente sabe, é receita garantida para se deixar apanhar.

Perante este problema como o pintam é possível teorizar o que se queira e inventar pretextos ou desculpas mais ou menos elaboradas na maquilhagem da sua pretensa validade factual, nem que seja para armar ao pingarelho do alto da cátedra que deitou o olhar de esguelha às imagens do Carnaval do Rio mas nunca ousaria sequer sambar.
Porém, isso para mim é complicado demais quando o assunto envolve esses eternos alvos da cobiça (e da inveja, e do despeito, e da censura) e o meu equipamento de série prova funcionar na perfeição quando encaminha o raciocínio para uma simples questão aritmética: por cada patrício que se deixa embeiçar por uma irmã de além-mar há uma portuguesa desamparada, até mesmo revoltada, e isso pode ser o mote para anular perante as brasileiras a tal aparente desvantagem.
Nessas circunstâncias, juro pela minha perna de pau, fica muito mais permeável à abordagem.

Um pedido de casamento pouco habitual...


Numa cena pouco habitual pelo género dos seus intervenientes, uma das pausas do jogo de hóquei sobre gelo da NHL entre os Ottawa Senators e os Toronto Maple Leafs, de 17 de Março último, foi aproveitada por uma espectadora para pedir em casamento a sua namorada. Sim, leram bem!

Pela indicação dada pela mascote, Christina aceitou o pedido de Alicia, e nem o facto de uma ser adepta dos Senators e a outra dos Leafs foi obstáculo.

Ao ver este vídeo e a fantástica reacção do público ao perceber que se trata de um pedido de casamento, eu pergunto: onde estão a imoralidade e a degradação desta cena? Peço desculpa aos mais sensíveis mas, ao ver este vídeo, só consigo ver dois seres humanos naquele que será seguramente um dos momentos mais felizes das suas vidas.

Eva portuguesa - «Coisas da Eva»

O negócio está mau, acompanhando a economia do país. Cada vez há mais oferta e a preços mais baixos...
Os clientes semanais tornam-se mensais e os mensais trimestrais...
Não sou mulher de me render. Aliás, nem posso!
Penso em como dar a volta a esta situação. Porque acredito que é possível...
Sei que os clientes gostam mais de me ver loura; aproveito um feriado e vou fazer madeixas loirinhas... gosto, fica-me bem. Acredito que "os meus homens" também vão gostar... Não foi barato, mas é mais um investimento...
As fotos que tenho no ar já estão muito vistas... contacto um fotógrafo que me foi recomendado e, mediante mais um investimento, faço um book novo. Está neste momento a ser tratado e, assim que me for entregue, vou dá-las a conhecer... talvez assim consiga "espicaçar" os indecisos a virem visitar-me e, os que já vieram, a voltar...
O meu corpo está muito melhor: barriga mais lisinha, mais magra, mais definida... fruto da ida diária ao ginásio e treino com PT (outro investimento!...) e "fechar a boca". Este sacrifício já deu os seus frutos e sei que estou com um corpo muito mais apetecível. Prometi aos meus clientes que o iria fazer e, passados quatro meses, os resultados são bem visíveis. E é para continuar...
Limpeza de pele e massagens remodeladoras uma vez por mês e por semana, respectivamente... mais dinheiro investido...
Apostei noutro site; teoricamente, quanto mais divulgação, mais hipótese de ter clientes. Mais uma mensalidade...
Compro livros para "estudar": como dar prazer a um homem; o que mais atrai um homem numa mulher; como deixá-lo louco na cama; e relatos de Acompanhantes. Mais um gasto, que vos pode parecer ridículo mas que é importante para uma mulher que precisa de seduzir homens...
Velas... muitas. Acho essencial para se namorar... seja aqui ou numa situação dita "normal". Chocolatinhos e café, porque os clientes merecem o melhor... posso não conseguir mas pelo menos tento...
E aquele que será o meu grande investimento se e quando tiver possibilidades para o concretizar: fazer uma cirurgia às mamas. Eu explico: tenho um peito médio, ligeiramente descaído devido à maternidade (nada que assuste!) mas com uns mamilos deliciosos, grandes, espetados, como que a pedirem para serem chupados... Desculpem a imodéstia mas, assim como sei ver o que posso melhorar, também sei valorizar as minhas melhores características... E acredito que, com uns mamilos destes e as maminhas corrigidas, iria ficar com o peito perfeito... Só que são 4 mil € e um mês sem trabalhar... Mas está prometido! Assim que puder, melhoro isso! Assim tenha trabalho e clientes para conseguir juntar o dinheiro...
Mas se for como hoje... uma marcação que não apareceu e nem sequer avisou (esquecem-se que brincam com a vida das pessoas!); outra marcação desmarcada à última da hora (pelo menos avisou!); e uma mensagem no telemóvel com uma única palavra: Puta!...
Enfim...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

"Eu quero ter o meu Falo Sempre em Pé"...

... soa bem, não soa?
Recebi uma mensagem da Confraria do Príapo em que informam que o ceramista Paulo Óscar, autor do troféu «Falo sempre em pé», fez uma pequena série desse troféu, em tamanho mais pequeno, a versão gift. "Esta versão destina-se a ser comercializada, podendo assim contribuir para a divulgação da Confraria do Príapo e, muito naturalmente, para o financiamento das suas actividades. A primeira série do gift «Falo sempre em pé» tem particularidades que a tornam exclusiva, é uma espécie de edição «0» que no futuro irá ter um valor especial. É uma autêntica peça de colecção que, certamente, cada confrade não deixará de querer ter".
Adivinhem quem já fez uma encomendinha deste «Falo sempre em pé», que considero uma ideia genial, para a colecção...


26 março 2012

PayPal restringe uso para compra de literatura erótica

A PayPal, plataforma de pagamentos de compras pela internet, fez um ultimato a sites de publicação independentes: para certas categorias de literatura erótica publicadas, se os livros não fossem removidos, a PayPal iria parar de fazer negócios com esses sites.
Ora, sendo a PayPal uma ferramenta muito popular internacionalmente, isso cria problemas, por falta de alternativas viáveis.
Mas a questão é: com que direito a PayPal pode fazer esta censura? O pretexto são preocupações morais mas, segundo alguns analistas, é uma questão de dinheiro: há serviços com um alto risco de cobranças, onde se incluem o erotismo e pornografia.
E as categorias de literatura erótica a serem removidas são tão amplas que podem pôr em risco muita da ficção erótica actualmente disponível. Por exemplo, envolvem incesto e "pseudo-incesto" (relações entre padrastos e crianças), e "bestialidade" (tão amplamente definida que inclui romances paranormais em que os personagens sejam criaturas que assumem uma forma humana!).
Na Amazon, já houve casos em que houve necessidade de remover ou censurar uma série de ilustrações eróticas para um autor conseguir pôr à venda os seus trabalhos.
Várias entidades norte-americanas estão a tentar pressionar a PayPal para inverter esta sua exigência, dado o potencial que a política da PayPal tem para suprimir importantes obras literárias. "Estupro, incesto e bestialidade foram descritos na literatura mundial desde Édipo de Sófocles e Metamorfoses de Ovídio," argumentam. "Também não se pode afirmar que esta política só afecta erotismo e pornografia de baixo valor, porque as avaliações literárias mudam ao longo do tempo. «Ulisses» e «O Amante de Lady Chatterley» foram proibidos como obscenos nos Estados Unidos", observam.
A questão é que a PayPal está a ser pressionada pelos seus próprios fornecedores, as empresas de cartões de crédito, pelo que há quem defenda que se deve colocar pressão directamente sobre essas entidades para deixarem de ditar o que os livreiros podem e não podem vender.
A PayPal, entretanto, veio defender e justificar a sua posição... com argumentos muito criticáveis.
E, pessoalmente, a forma como as organizações financeiras lidam com o "mundo real" deixa-me muito pessimista sobre o resultado que se pode esperar.

Fonte - TeleRead:
«PayPal cracks down on erotica e-book sales»
«National Coalition Against Censorship, American Booksellers Foundation for Free Expression scold PayPal for erotica decision»
«PayPal defends, NCAC condemns erotica publishing restriction»

«a marca salazar» - bagaço amarelo

Parecia-me que as mulheres davam muita importância a elas mesmas. Enquanto género, quero eu dizer. Não pessoalmente, que isso era lá com cada uma delas. Passei a minha infância e a minha juventude a ouvir que o que eu precisava era arranjar uma boa mulher. Era assim que eu podia expulsar da minha vida todos os males. Foram sempre mulheres a dizê-lo, nunca homens. A minha avó, que já não está entre nós, a minha mãe, uma das minhas tias e as amigas da minha mãe. Até aquela caladinha, que passava os dias a fazer carapins coloridos, um dia me desejou essa sorte. "Talvez um dia encontre uma boa mulher", disse. A minha mãe concordou abanando afirmativamente a cabeça.
Não percebia porque é que os homens, que eram supostamente quem precisava delas, nunca me aconselhavam o mesmo. Nem o meu pai, nem o meu avô, nem o meu tio, nem os amigos do meu pai. Nunca nenhum me disse que o que eu precisava era duma boa mulher. Um dos meus tios perguntava-me, às vezes, como é que eu estava de gajas, mas eu abanava sempre os ombros para lhe demonstrar que o tema nem sequer me interessava. Mais nada, nunca me deu nenhum conselho.
Precisei de crescer para perceber o que era uma boa mulher para as gerações anteriores à minha. Era uma mulher que soubesse cozinhar, lavar a roupa, passar a ferro e limpar/arrumar a casa. Já tinha desconfiado, na verdade, mas só com a idade é que tirei tudo a limpo. O Amor era uma mera formalidade entre as famílias portuguesas, para que cada homem pudesse arranjar uma boa mulher, ou seja, era pobre. Não o chegava a ser.
Dali, dum tempo que não era o meu, era o que vinha. Um país onde o Amor era todos os dias atirado para a valeta em nome da união entre um homem qualquer e uma boa mulher. E antes de qualquer outra formação política, passou a ser essa a minha marca Salazar.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Padre Paulo Ricardo: "Feminismo, o maior inimigo das mulheres"



Comentário da Libélula Purpurina:
"«Desculpem-me a franqueza» mas eu não tenho tanta paciência para o politicamente correcto. Quem é este tipo para tentar definir o que seja uma mulher se, dentro da sua perspectiva, ele próprio não chega a uma amostra do que seja um «Homem»? Para ser mais sintética, só recorrendo ao vernáculo... Em vez disso, vou citar:
«A cada um que passava dizia o Cristo de pedra: "Em vez de ter morrido numa cruz, por ti, antes tivesse pegado na lança que me abriu o peito, para com ela te rasgar os olhos da cara, para deixar entrar claridade para dentro de ti pelos buracos dos teus olhos rasgados.
Tudo quanto eu te disse ficou escrito e é tudo quanto ainda hoje tenho para te dizer.
Se me fiz crucificar para to dizer porque não te deixas crucificar para saberes como eu to disse?
Não posso, por mais que tente, livrar uma das mãos, pregaram-mas bem, como se prega um crucificado; não posso, por mais que tente, livrar uma das mãos, para te sacudir a cabeça quando vieres ajoelhar-te aqui aos pés da minha cruz.
Se fosse o teu orgulho de joelhos, ainda era o teu orgulho, mas são as tuas pernas dobradas com o peso do ar.
Não tenho uma das mãos livres para te empurrar daqui da minha cruz até ao teu lugar lá em baixo na terra.
LEVANTA-TE, HOMEM! No dia em que tu nasceste, nasceu no mesmo dia um lugar para ti, lá em baixo na terra. Esse lugar é o teu! O teu lugar é a tua fortuna! O teu lugar é a tua glória. Não deixes o teu lugar vazio, nem te deixes p'raí sem lugar.»
Almada Negreiros, A Invenção do Dia Claro
(as maiúsculas são minhas... quem conta um conto...)
... e porque a malta é muito paciente... vou também citar um bocadinho de Fernando Pessoa, na voz do ilustre mestre Caeiro:
«Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.

Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.»
De resto... que raio de discurso o daquele senhor de saias... Já nem me lembrava de ouvir coisa tão cretina. Que doença esta, a deste monoteísmo mórbido, que põe os homens a atentar tanto contra a própria vida crendo que a defendem..."

Mensagem recebida do João:
"São Rosas,
Tinha pensado escrever o comentário abaixo no post sobre o feminismo, mas depois pensei para mim que é fútil. Quem quer ir embora, vai, e não faz disso publicidade. Faz publicidade quem espera que insistam "não vás". Não procuro isso. Mas também não me parece bem desaparecer sem uma satisfação, considerando a educação, simpatia e disponibilidade com que sempre fui tratado por vós.
Assim, embora disso não faça publicidade, entendo reproduzir abaixo o que seria o texto do comentário, sendo ele explicativo acerca da razão que me leva a não ter vontade de continuar a ser um membro d'A Fundi São.
Agradeço-te o convite, foi para mim um gosto muito grande poder estar convosco, vou-vos lendo, selectivamente, como sempre.
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É óbvio que escrevo, e penso, coisas que não são inteiramente concordantes com a doutrina da Igreja Católica. A vivência da sexualidade é o aspecto que considero mais difícil viver em concordância com essa doutrina, embora o entenda como limitação pessoal e não como imposição da fé. Dito isto, sou católico. Enquanto católico, é minha prerrogativa não estar onde não estou bem. Não imponho a minha fé, e não posso limitar a liberdade dos outros se exprimirem como entendem, já que não são obrigados a acreditar nas coisas em que eu acredito nem em manter reserva sobre as mesmas coisas acerca das quais eu me reservo. É muito frequente ler neste blog coisas que me agridem como católico. Não pode dizer-se que seja surpresa, porque ao chegar aqui rapidamente se percebe onde se está. Há gente muito divertida, é certo, o sexo é aqui discutido com uma naturalidade interessante, mas ainda assim em alguns momentos há comentários ou conteúdos sobre aspectos de fé em tom jocoso, apologia de "lifestyles" que não aprecio, ou mesmo ridicularização de símbolos ou valores em que acredito. Sois naturalmente livres de o fazer. Tanto quanto eu sou livre de não o fazer. Sem prejuízo para o muito que aqui me diverti, e sem prejuízo para o grato que sou por me terem, um dia, convidado a participar, o facto é que com o passar do tempo me fui questionando sobre se estava aqui bem. E hoje concluo que não estou. Em coerência, faço cessar a minha participação neste espaço. Não era já muita, convenhamos, pelo que a vós nada prejudica. Não excluo visitar o blog aqui e ali, mas não me apetece manter-me colaborador num espaço onde de quando em vez tropeço em insulto ou deliberada gozação com coisas com as quais me identifico. Sim, mesmo escrevendo e pensando o que escrevo e penso. É uma idiossincrasia, sim, mas é a minha idiossincrasia, eu me preocuparei com ela. A vós, tudo de bom, e obrigado pelo que de bom aqui tive.
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Obrigado,
João"

Nós é que te agradecemos, João. Serás sempre bem vindo aqui.
São Rosas

O ciclo sem fim… Oh... espera!

Os animais são uns bicho interessante…



Sexo de tartaruga é bem mais divertido do que eu imaginava, afinal.

Capinaremos.com

25 março 2012

Há-de ser um sucesso, levar este cão a passear!

Sexo seguro


Esta Páscoa Senhor Doutor, estive com o meu sobrinho, dezasseis anos de borbulhas e de escadote. E não é que o miúdo é telemóvel-dependente, Senhor Doutor ?!... Também posso ser eu que estou a ficar velha que até já o estou a tratar como garoto quando se a mim me chamassem isso nessa idade, eu mandava logo sentar num «bãoquinho», à moda do Porto.

Mas sabe o que me fez aflição?... O moço tem uma namorada, colega da escola e confidenciou-me que a artilharia da paixão dos dois é uma infindável lista de números de quatro dígitos para os quais se manda um sms e por alguns cêntimos se recebe a papinha feita, como se fosse uma pizza. Quer mandar um poema? Sms para o número tal e recebe uma quadrazita que reencaminha para a namorada. Quer mostrar o seu amor para com ela? Sms para outro número e recebe uma declaração pronta a consumir. Para ocasiões mais ousadas, sms com Kama Sutra para um outro número e aí vem um mms com uma posição.

Oh Senhor Doutor, eu pergunto-me é se estes moços vão chegar a vias de facto ou se vão escolher substituir o toque da pele por uma troca de mms de pedaços do seu corpo e comutar os gemidos para frases formatadas de sms.

Anúncio no Egipto à Coca-Cola com tampa de rosca

Sex in the Campus Party


Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

24 março 2012

Homens, aprendam a embrulhar uma prenda

A posta numa cauda maior do tamanho do umbigo

Um dos maiores desafios que me foram colocados na adolescência foi o de conseguir chamar a atenção pela diferença (uma das abordagens mais radicais mas igualmente muito eficaz nessa fase, nessa época), algo que ficava bem a um jovem aspirante a rebelde, até porque a New Wave e o Punk introduziram no visual da rapaziada uma variedade de cortes e de cores suficientemente espalhafatosa para clarificar a postura.
E garanto-vos que não era fácil impor a tal diferença de forma passiva, com uma aparência quase normal a ombrear com franjas até ao umbigo, caracóis oxigenados até à raiz ou clones do último dos moicanos com um tufo de cabelo espetado como o de um piassaba a fazer de faixa central num crânio rapado à máquina zero all around.

Era esse o filme que nos esperava nas matinés do Beat ou do Porão da Nau nas quais urgia dar nas vistas perante as miúdas para ser possível a esperança de um engate, algo de muito significativo do ponto de vista do adolescente com pila naquela altura e espero que no de agora também.
Claro que ajudava ter um rosto apresentável mas era quase inevitável que elas se concentrassem nos pormenores que faziam a tal diferença que nos distinguia por entre os litros de acne e metros cúbicos de hormonas destrambelhadas espalhados pelas salas em busca do seu momento especial.
Aprendíamos depressa que mais importante do que uma cara bonita era a expressão que lhe colávamos que podia fazer a diferença entre as resmas de trombas de otários cheios de tiques de tanto sacudirem as carolas para tirarem as franjas dos olhos. A partir daí, desse instante mágico em que ela nos fixava com o olhar e fazia-se um clique qualquer que abria as portas ao curtir, que eram umas horas intermináveis de beijos na boca e pouco mais do que a promessa de algo mais que seria sempre algo marcado para amanhã ou depois logo se via.

Esses rituais de acasalamento acelerado à luz das psicadélicas ou em movimento retardado pelo estranho piscar do strobe eram o primeiro agitar das penas enfezadas na cauda de qualquer jovem pavão, assumindo-se assim vitais para a manutenção de um ego confiante e de uma atitude a condizer, numa guerra sem quartel pela quota de mercado disputada no mesmo território de gajos capazes de passarem uma hora ou mais na manutenção das suas cabeleiras espaciais e que julgavam sempre réplicas perfeitas das trunfas do Limahl ou dos gajos dos Duran Duran.
Mesmo admitindo que a essa concorrência feroz dei o mesmo tratamento que ainda hoje costumo aplicar, transformando aquelas superproduções capilares em sinais claros de desespero de causa por escassez de argumentação alternativa que, depois de refinado o paleio pela observação atenta dos discursos dos mais bem sucedidos no bairro ou na escola, servia de contraponto para a música com que abafávamos a que mal nos permitia trocar mais do que três ou quatro palavras seguidas, tenho que enfatizar a dificuldade enfrentada por quem queria marcar a diferença sem precisar para isso de seguir um padrão...

Tudo isto a propósito de como as coisas não mudam tanto assim com o tempo e continuam a dar cartas os gajos que mais investem no visual, seja porque se depilam ou porque vão ao ginásio dia sim dia também ou porque usam os óculos de sol que mais estiverem a dar nessa semana. E serão gajos igualmente capazes de utilizarem uma hora da sua existência para cuidarem de tudo ao pormenor, de abraçarem visuais extravagantes no limite do inenarrável ou de qualquer outro recurso numa guerra onde vale tudo menos arrancar olhos para dar nas vistas e ultrapassar assim a barreira inicial, a da indiferença, sem precisarem de outras armas para vencerem a primeira das batalhas.
Contudo, e também isso não muda com o tempo, o último a rir continua a ser o que ri melhor.

E na verdade o que interessa, quando a poeira assenta, é um gajo conseguir sempre saber onde estava afinal a piada.

«Bad taste bears» - ursinhos de mau gosto...

... mas que tiveram o bom gosto de vir para a minha colecção. Tenho outros, mas estes já chegam para terem uma ideia.

Um sábado qualquer... - «Após o grande momento»



Um sábado qualquer...

23 março 2012

Pronto a desabrochar

"Para a São Rosas
da Romicas"


«O meu cabeçalho é maior que o teu» - Patife

Gosto muito de nomeações. É pois a esgalhar o texugo que todos os anos assisto às nomeações para os Óscares. Mas gosto mais de distinções, por isso faço questão de ver a cerimónia de entrega dos ditos galardões enquanto uma moça me abocanha o trombone. Quando contei esta história à última que me mamou no pincel ela respondeu qualquer coisa como: Oh Patife, tu só dizes isso da boca para fora. No momento a seguir estava eu a ver os Óscares enquanto ela metia isto da boca para dentro. Isto tudo porque acabei de ser nomeado para um galardão que é a minha cara. Desde pequeno que ouço as pessoas dizer aqui do meu nabo: Eia pá, ca ganda cabeçalho que o gajo tem. Ou: Xi cum camandro tens um cabeçalho capaz de me rasgar a chona. Todos certamente já ouviram falar da fama do Pacheco, que é tido como o melhor cabeçalho da História dos cabeçalhos fálicos. É por isso com uma elevada dose de comoção e uma ainda mais elevada proeminência na cabeça do Pacheco que acabo de saber que estou nomeado para “Melhor Cabeçalho” pelo blog "Simão, Escuta". A votação está a decorrer aqui. Votem com cabeçalho.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

«conversa 1881» - bagaço amarelo

(ouvida no metro do Porto)

Ele - Acho que a minha mulher me anda a pôr os cornos.
Ela - Como é que sabes?
Ele - Se ela descobriu que eu te ando a comer a ti e nem se importou, só pode andar a pôr-me os cornos.
Ela - Estou farta de te dizer que a gaja é uma vaca.
Ele - Mas eu descubro, eu descubro...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Simples...



Via Watermeloncolya

22 março 2012

«Introduzindo...»

Filme imagem-a-imagem de um casal desde o início de gravidez ao nascimento da filha, a que chamam "Our little 9 month project".

Exuberante

– Desculpe – pediu o homem dando a volta à secretaria e abeirando-se da doutora, que em passo rápido e sincopado atravessava o átrio em direcção às portas das salas de conferências.
– Vou para a sessão – disse a doutora, que parou a meio do átrio olhando para as quatro portas sem identificação que tinha à sua frente.
– Sim, senhora – apreciou o homem, com ar desconfiado, mirando sem pudor o ar demasiado preparado mas deslumbrante da mulher que tinha à sua frente.
– Em que sala é? – perguntou a mulher, fazendo de conta que não via o ar esgazeado do homem que a comia com olhos.
– A senhora vem para acompanhar algum dos engenheiros? – perguntou o homem, disfarçando um pouco o seu apetite.
A doutora arremelgou-lhe os olhos sem, no entanto, pensar realmente na pergunta.
– Que sala é? – repetiu, impaciente.
– A senhora é a acompanhante do Eng. Pimenta? – Tacteou o homem, olhando para o relógio, pois, o engenheiro tinha-lhe dito em segredo que viria uma senhora – aqui rira-se e piscara-lhe o olho – por volta das seis da tarde, e ainda eram só três e faltava a oradora da sessão de esclarecimento. A “senhora” estava muito adiantada.
A doutora respondeu-lhe com uma careta e um eloquente e sonoro:
– Pimenta, sim, é isso. Engenheiro Pimenta. Em que sala é?
– As acompanhantes dos senhores engenheiros não podem entrar – anunciou o homem. – Terá de aguardar pelo fim da sessão de esclarecimento. – E indicou com um gesto a porta de vidro que dava acesso ao bar do hotel. – Se fizer favor…
A doutora susteve a respiração para não desatar à gargalhada. Mordeu o lábio inferior e olhou para os sapatos do homem que, de pé, continuava à sua frente. Sem conseguir evitar as várias caretas com que ia suportando a paciente mas inquisitiva imobilidade e impassibilidade do homem, a doutora levantou a cabeça e olhou-o nos olhos, ou melhor, nas sobrancelhas, que era um truque que aprendera com o seu irmão mais velho que lhe ganhava sempre ao jogo do sério. O homem esboçou um ligeiro sorriso. A doutora não aguentou e abriu um sorriso de orelha a orelha que, esforçadamente, conteve para não rebentar a rir.
– Mas o senhor está à espera que eu vá para ali?
O homem encolheu-se ligeiramente e anuiu com a cabeça.
Fulminada com outra perspectiva da situação – que julgou ser a do homem que estava à sua frente –, a doutora enfureceu-se e sentiu a face enrubescer, o que a enfureceu ainda mais.
– O senhor não estava a brincar? – disparou.
O homem olhou para ela, olhou em volta mexendo apenas os olhos e fez um trejeito como se sentisse embaraçado com a pergunta. Não, definitivamente, não estava a brincar.
– Ah… – O homem sentiu a sua integridade física em risco e tentou emendar a mão, acompanhando o golpe de rins com um arremedo de riso que não medrou. – Estava, estava a brincar. Claro que estava – mentiu sem convicção.
– Eu… eu… – As palavras enrolavam-se na boca da doutora. – Mas quem é que o senhor julga que eu sou? – Acabou por conseguir perguntar.
O homem fechou-se num silêncio prudente e receoso que se viu obrigado, pelo olhar mortífero que doutora lhe lançava, a interromper, para deixar escapar um sumido e lamentoso:
– A oradora?
– Mas porque é que eu tinha de aguardar pelo fim da sessão de esclarecimento?
– É?
– O quê?
– A oradora?
– Isso não interessa. – A doutora riu-se: apesar de tudo continuava bem disposta. – Isso não lhe interessa, palhaço – murmurou com o sotaque apropriado.
O homem empinou-se como o garrano da estalagem de Bree e mudou a expressão para uma com que se propunha impor respeito e temor.
– Interessa – replicou o homem, aborrecido por perceber que a mulher à sua frente não o estava a respeitar nem a temer e o narrador o estava a comparar a um cavalo. – Eu tenho o direito de saber! – Exclamou melodramático.
– A Loretta também tinha o direito de ter direito a ter filhos e, no entanto…
O homem tornou a mudar a expressão, ainda que agora o fizesse involuntariamente e fosse ele a expressar o temor que antes queria incutir.
– Não os podia ter – sussurrou o homem completando a frase que a doutora deixara incompleta.
– Porque? – Perguntou a mulher, surpreendida e subitamente enlevada pela identidade de referências que a aproximavam do homem que estava à sua frente e lhe barrara o caminho.
– Porque era um homem – disse o ser do mesmo género de Loretta.
A doutora aproximou-se do homem e perguntou em tom conspirativo:
– Nunca pensou na coincidência da mulher do John Bobbit se chamar Loretta?
– Não… – respondeu o homem, sem levantar a voz, com ar pensativo e meneando a cabeça em contemplativa admiração.
– Toda a gente analisou o facto do homem se chamar John Wayne e, de alguma forma, o gesto da mulher ser uma metáfora do que estava a acontecer à América – dissertou a doutora junto ao ouvido do homem. – Ao cortá-lo ao John Wayne, ao John Wayne – reforçou – Loretta estava a capar a América. Não havia outra leitura. Deus estava a brincar com a América e estava-lhe a mostrar com um humor retorcido e gore o que lhe ia acontecer. O facto de se cortar o membro de alguém que se chamava John Wayne era um sinal. Não há coincidências, diziam os fanáticos – O homem meneava a cabeça cada vez mais entusiasmado, a doutora continuou: – E, no entanto, a referência era outra, o nome que contava era outro: Loretta. “From now on, I want you all to call me 'Loretta'” e a Loretta deu ao marido a possibilidade usar o seu direito de ser mulher, de ter filhos…
– Mas não lhe deu um útero – opôs-se o homem, lembrando-se das dúvidas fundadas de Reg.
– Isso não interessa – contrapôs a Doutora. – Loretta impunha o que a Loretta propôs: o direito a ter o direito de ter filhos.
O homem parou de oscilar a cabeça, deu um passo atrás para poder rodar a cabeça sem acabar a dar um chocho à doutora e comunicou:
– Se é a oradora pode entrar mas se não é – o homem olhou ostensivamente para as pernas quase nuas da doutora, para o decote cavado e para o longo colar de pérolas que dava duas voltas ao pescoço da mulher com a intenção de sublinhar os seus generosos e apetecíveis dotes mamários – tem de esperar pelo fim da palestra. Se vem para acompanhar algum dos senhores tem de esperar.
A doutora esticou o braço e afastou o homem da frente.
– Eu sou a oradora – anunciou. – E o senhor é um mal-educado. Um grosseirão!
– Estou a fazer o meu trabalho, doutora – justificou o homem. – Sala 3 – apontou.
– Qual é o seu nome? – Questionou a doutora em tom de ameaça, dirigindo-se à porta da sala onde era esperada.
– João Benvindo.
– Alguém falará consigo, senhor João Benvindo – disse a doutora, olhando-o com desprezo e más intenções, enquanto rodava a maçaneta da porta.
– Só uma coisa, doutora – rosnou Benvindo, fazendo com que a mulher parasse e o olhasse ainda com mais desprezo e ódio. – A mulher não se chamava Loretta, era Lorena.
A doutora mostrou-lhe a língua e desapareceu para dentro da sala.
O homem esticou o dedo médio para a porta fechada.

Anatomia facial

Quando a graça cai em desgraça

Crica para veres toda a história
Eh, láááááááá!...


3 páginas (cricar em "next page")

oglaf.com

21 março 2012

Kailua-Kona... sessenta e nove... euros

"Olá, São Rosas
Repara bem na 3ª oferta. No anúncio da Onion Home, até o preço coincide com o nome...
beijos
Suzana"

«guardanapos» - bagaço amarelo

Apercebeu-se que gostava dela durante as compras num supermercado, ao discutir a cor dos guardanapos de papel que iam utilizar no jantar. Ela queria uns brancos mais baratos, ele queria uns surpreendentemente pretos. Duas douradas enormes, uma garrafa de vinho e um ramo de salsa já estavam no cesto. Faltavam apenas os guardanapos, de que se tinha lembrado ao estacionar o carro lá fora.
Conheceu-a algumas semanas antes, numa festa de amigos comuns. Todos beberam muito nessa noite, menos eles os dois, que ficaram a noite inteira a conversar na varanda com os copos de vinho vazios. Foram os últimos a sair e, quando se despediram, não trocaram os números de telefone nem beijos, apesar da vontade que ambos tinham de o fazer. Nesse dia cruzaram-se ao fim da tarde numa avenida da cidade e ficaram a conversar sentados numa paragem de autocarro, até ele a convidar para jantar lá em casa. Ela aceitou à primeira.
Ele sabe que só consegue ter discussões sobre temas banais com mulheres que é capaz de Amar, nem que seja por uns momentos. É sempre assim que detecta uma possível paixão, discutindo coisas sem interesse mas com o maior dos empenhos, tal como aconteceu enquanto os peixes assavam no forno. Primeiro falaram sobre vinhos, depois sobre as cidades de que gostam mais, sempre com os lábios de ambos cada vez mais próximos. Por fim fizeram Amor.
Começaram na cozinha e acabaram na chaise long da sala, com a roupa espalhada pelo chão como testemunha dos acontecimentos. Os quatro sapatos e a camisola dela na cozinha, a camisa dele e a camisola interior dela no corredor, as calças dele e o sutiã dela à entrada da sala. Finalmente, já junto ao ninho do pecado, toda a roupa que faltava.
Ele lembra-se que ao vir-se lhe cheirou a queimado, mas achou normal dada a fricção dos acontecimentos. Há momentos em que o cérebro humano é incapaz de prolongar um pequeno pensamento que seja, e por isso pode fazer associações surreais. Só ao acordar, duas horas depois, é que percebeu tudo. Ela já não estava, mas num dos guardanapos tinha deixado o seu número de telefone e um aviso de que a dourada estava queimada. Ah! e que é por isso que os guardanapos brancos são uma escolha melhor. Dão para escrever avisos e deixar números de telefone.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Fruta 78 - Chamem o Toni!

"Há mazonas", as setas, claro...

Webcedário no Facebook


Isto para dizermos que as letrinhas faladoras já têm o livro Webcedário, na sua versão em inglês, disponível na Amazon em Inglaterra, França, Espanha e Estados Unidos (aqui, está disponível para os clientes de Portugal... a um preço bem maior que nos outros países... é a crise...) em formato electrónico.

20 março 2012

A posta num picoito interrompido

Volta e meia os moralistas do costume decidem reagir por antecipação, aproveitando o ensejo para adicionar as guerras perdidas no passado e que acabam por relacionar umas com as outras porque acham que faz tudo parte do mesmo esquema medonho, da gigantesca conspiração das minorias para conspurcarem o sistema perfeitinho e maneirinho que vêm moldando desde os tempos da santa inquisição.
Parece ser o caso, pois o Picoito não é o primeiro a (ab)usar (d)o microfone e (d)o teclado para influenciar mentalidades a tempo de estarem prontas para enfrentarem eventuais referendos no futuro, inclusive na estratégia estafada de relembrar derrotas do passado, como a da IVG, para tornarem ainda mais terrífico o papão libertário.

Julgo que a esquerda actual tem mais em mãos para ficar entretida do que trazer para a berlinda o melindre da adopção por casais não compostos pelo ancestral binómio macho/fêmea. Não, nem lhes chamo casais homossexuais pois se a lei lhes reconhece o estatuto de casais é isso que são e nem mesmo a ILGA deveria destacá-los dos restantes como se fossem uma espécie ameaçada.
É impossível dar conversa e entender a motivação de alguém que se veste paladino de uma causa que consiste em desacreditar cidadãs e cidadãos da sua capacidade de criarem filhos por via da sua orientação sexual não padronizada nos cânones da maioria. Contudo, é igualmente impossível aceitar que transmitam o contágio conservador por todos os meios ao seu dispor sem tentar equilibrar a parada da argumentação. Sobretudo quando o impulso é prematuro e, por inerência, a motivação se torna um tudo nada missionária.

A questão dos princípios parece-me ser a que está em causa em ambos os lados desta divergência. Se para os Picoitos deste mundo a cena do amor e do casamento e da família só é como deve ser se nela intervierem sempre cidadãos de géneros diferentes (ou será que se comprovadamente não forem homossexuais já podem ser do mesmo?), para muitas outras pessoassem acesso a microfones o princípio é outro e diz que toda a gente é livre de se assumir nas suas diferenças, ainda que se trate de grupos minoritários, e não merece por isso um tratamento distinto por parte de quem as não tolera.
A coisa vista deste lado soa a medieval porque qualquer fundamento para a discriminação tem que recuar a esses dias em que os costumes eram impostos à bruta, ou pelo menos aos tempos mais recentes em que a diferença era tida como uma ameaça a exterminar, se tivermos em conta a necessidade de inferiorizar grupos de cidadãos na sua capacidade plena por via da cor da pele, da orientação sexual ou do diabo que carregue os tais cruzados com sede repressora.
A coisa vista deste lado soa a desprezo não por quem é portador de uma diferença incómoda mas por quem ousa assumi-la e reclamar esse direito às claras. Não faltam os escândalos de alcova, os segredos escapados a bastiões, mesmo sagrados, alegadamente insuspeitos, dessa moral tradicional para o evidenciar.

Por tudo isto estamos perante mais uma falsa questão, mais um erguer do eterno papão antes que a Democracia, algum referendo maluko ou assim, faça das suas e desminta pela maioria expressa em votos a ilusão alimentada por uns quantos de que ainda é a sua a versão correcta e generalizada de um mundo como se quer.
É esse o medo que agita os Picoitos nas catacumbas da sua sociedade perfeita na uniformidade, sem mácula à superfície, perdoada em segredo pelos seus desvarios nos bastidores, incapazes de aceitarem a mudança que não se pode proibir como dantes se podia e de reconhecerem aos outros o mesmo estatuto se não o souberem merecer com, pelo menos, o sigilo, o encobrimento dessas tentações demoníacas que só podem entender como doenças ou, num patamar superior de alucinação, como maldições que desejariam banidas mas, no mínimo, pretendem impedir de usufruírem de uma cidadania plena se for desajustada da realidade que os Picoitos pretendem, de facto, impor.

Eu não subscrevo essa irritante mania.

Sexo na rede



Foda é transar na rede de Danilo Sacramento

Eva portuguesa - «Taras II»

Continuando com as histórias mais... diferentes que me aconteceram desde que me tornei Acompanhante:
Uma vez um senhor ligou-me e perguntou-me se realizava fantasias. Eu disse que à partida sim, mas perguntei o que queria exactamente. O senhor perguntou-me se podia trazer o cão! O cão?! Mas não tem onde o deixar, perguntei eu burrinha de todo. Ao que me responde do outro lado que o cão era para entrar na brincadeira connosco!... Nem consegui responder!
Tive um cliente que me visitou ainda algumas vezes e que fazia questão de vestir lingerie minha (dava-lhe a mais velha, pois alargava-a e estragava-a toda), calçava umas meias com cinto de ligas que ficavam todas rasgadas e, como eu tenho o pé pequeno, usava umas socas minhas de salto alto que lhe deixavam meio pé de fora... E era assim, vestido à mulher com lingerie fio dental, saltos altos e cinto de ligas, que um homem extremamente peludo me comia... e gozava... Travesti? Não parece. Gay? Certamente que não, pois ele comia-me como um homem e atingia o orgasmo assim...Será que Freud explicaria esta?....
Tive um outro cliente que a única coisa que queria era "comer-me" os pés. Ligava-me sempre de véspera a marcar, pois eu tinha que ter as unhas dos pés pintadas cor leitoso, porque lhe fazia lembrar o sémen, segundo ele.
Não se despia. Punha a pila de fora. Eu estava em lingerie e descalça. Lambia, chupava, mordiscava, devorava os meus dedinhos dos pés. Depois, lambia minuciosamente todo o pé. Enquanto isso batia uma e era assim que chegava ao orgasmo. Limpava-se, pagava, dois beijinhos de despedida e ia todo sorridente...
Estas são aquelas que me lembro mais "anormais".
Depois há os fetiches. Mais vulgares, não menos escabrosos, alguns até violentos...
Mas desses falaremos noutro dia...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Manuais sexuais do Tibete

Adoro estes livros do Tibete, com capa de madeira e todos os conteúdos escritos e pintados à mão, com imagens de posições sexuais e instruções para os recém-casados, a quem é tradição oferecerem-se estes livrinhos de cabeceira.
Adoro tanto que na minha colecção tenho quatro.

19 março 2012

«As (não eróticas) glórias da nudez» - de Zanthe Taylor (excertos)

Tradução minha de um texto encontrado aqui (em inglês):

"Nos últimos dois anos tenho vindo a entregar-me a comportamentos de nudismo. Com as minhas filhas. Em público. E tem sido maravilhoso. Tudo começou há dois anos, quando eu e a minha filha mais velha, então com seis anos, fomos convidadas para a festa de aniversário mais inusitada: um dia num spa coreano em College Point, Queens. A dona da casa alertou-me de antemão que, na primeira parte do dia, seria necessária alguma nudez. Por isso eu não fiquei totalmente surpreendida quando, depois do check-in, fomos encaminhadas para uma sala enorme com armários separados para os nossos sapatos e roupas. Foi um desafio para remover tudo sem me sentir totalmente exposta, mas não querendo mostrar à minha filha que estava perturbada, despi-me e fechei a porta à minha roupa.
Em minutos, nós encontrámo-nos a andar, nuas, na direcção de um espaço vasto, preenchido com uma série de piscinas rasas. Cada conjunto é aquecido a uma temperatura diferente, a partir de uns 16º que arrefecem os ossos até uns escaldantes 42º, muitos deles com jactos que atacam várias partes do seu corpo. Mas tão impressionante como essa demonstração de distribuição de água, foi muito mais marcante vir a ser inteiramente rodeada por mulheres nuas. Montes de mulheres nuas. Após esta área, as outras partes do spa são para ambos os sexos e, portanto, necessitam de roupas (calções e t-shirts tipo uniforme, usado por todos). E as outras áreas estavam muito divertidas: uma piscina aquecida ao ar livre que caiu nas boas graças, apesar das temperaturas geladas de Janeiro; uma colecção de saunas forradas com ouro, jade e gelo; uma praça de alimentação coreana... mas era o "quarto nu", como nós rapidamente apelidámos, que se revelou o mais extravagante de todos.
Eu regressei lá várias vezes, com amigas adultas, bem como com as minhas filhas (aqui só rapazes muito jovens são permitidos na área das mulheres). Há algo incrivelmente doce em ver mães, filhas e avós, todas compartilhando a experiência e, enquanto eu não me sentiria confortável ter um amiga a esfregar-me toda com uma luva esfoliante, como vejo outras mulheres a fazer, sinto-me um pouco subversiva por fazer parte desta grande exposição de nudismo. Não é muito diferente da sensação que tive como estudante do segundo ano da faculdade, ao ter participado nos chamados «Jogos Olímpicos nus» que marcam a primeira queda de neve em cada ano. Vestidos apenas de botas e talvez um lenço, os alunos do segundo ano mais audazes entravam no pátio mais bonito do campus universitário à meia-noite. Escusado será dizer, o evento atraiu multidões impressionantes e alguns maus comportamentos, mas a minha própria experiência foi simultaneamente casta e totalmente emocionante.
Mas quando regressei a este spa, com as minhas filhas numa fase mais próxima das alterações pré-púberes do corpo, o meu prazer tornou-se menos sobre o frisson subversivo de estar nua e mais sobre a experiência que eu lhes estou a proporcionar. É possível que eu seja incrivelmente ingénua, mas eu estou chocada - realmente, realmente chocada - pela grande variedade dos corpos das mulheres que eu lá vejo. Existem mulheres de todos - e eu realmente quero dizer todos - os tamanhos e formas. É impossível não nos maravilharmos com a enorme variedade de formas com que nos deparamos, bem como com quanto é revelado quando as roupas são arrancadas. É muito mais íntimo do que até a praia, onde até mesmo trajes de banho pequenos podem disfarçar e orientar a carne em várias direcções estéticas.
As revelações trazidas por esta surpreendente variedade de tipos de corpo são muitos. Primeiro, nem uma mulher que eu já vi aqui se parece em algo com as mulheres que vemos todos os dias nas revistas, na TV e em filmes. Há mulheres com boas figuras, mas nenhuma com a barriga lisa, quadris finos e seios grandes que você pensaria que eram equipamentos de série a partir das imagens dos media. Realmente: Nem um. Não posso exagerar como é inestimável para as crianças crescerem vendo as mulheres reais. As minhas filhas são jovens demais para entender isso, mas eu tenho muita esperança de que, à medida que envelhecerem, elas vão entender: verdadeiras mulheres reais têm solavancos e protuberâncias, celulite em lugares em que tu nem sabias que podiam ter celulite, cicatrizes, tatuagens, peitos e aréolas de formatos estranhos. Meninas magras podem ter barrigas flácidas e as mulheres gordas podem ser lindas. Eu diria que a nudez é o grande equalizador, excepto que é precisamente o oposto: a nudez revela como imensamente variados somos. E como terrivelmente manipulados somos quando se trata de vermos os nossos próprios corpos.
O outro grupo que beneficiaria em assistir a esta cena, embora isso nunca poderia acontecer, por razões óbvias, são meninos e homens. Eu tive que reprimir uma gargalhada quando comecei a imaginar como esse grupo, exposto a partir de uma idade cada vez mais jovem a imagens de mulheres que se parecem (ou realmente são) estrelas porno, reagiria à exibição do corpo feminino no quarto nu. Claro que imagino que uma grande festa erótica, mas eu pergunto-me como eles se sentiriam quando se deparassem com a forma feminina em toda sua glória, real e variada. Por vezes desejava que houvesse algum tipo de «contraprogramação» para os meninos: como podemos ensiná-los que as mulheres reais não são os objectos amaciados, lusuriosos e sem pêlos que eles imaginam nas suas fantasias? Claro, não precisas de cavar muito fundo para descobrires que, para a maioria dos homens, uma mulher de qualquer forma pode ser um objecto de desejo mas, hoje em dia, pode demorar um pouco para os homens superarem a sua preferência para os tipos de mulher totalmente irreais, forma para a qual eles também foram treinados para acreditar. É por isso que eu gostaria de substituir todos os posters das revistas para homens e modelos em biquini por uma apresentação das mulheres que eu vi, ao vivo, no quarto nu.
Eu tenho amigos que hesitam em juntar-se a mim neste spa. E eu sei, despirmo-nos para lá da nossa roupa interior pode ser uma perspectiva assustadora. Mas, além de prometer não olhar abaixo do teu pescoço, eu posso oferecer um outro estímulo: este é o que realmente as mulheres se parecem, e tu deves a ti mesma e, se  tiveres filhas, para dares testemunho."

Zanthe Taylor

«oi! tudo bem?» - bagaço amarelo

Estação de Campanhã na cidade do Porto. Entro no metro em direcção à estação das Sete Bicas. Escolho uma das cadeiras junto à janela porque, como estou estou cansado, assim posso encostar a cabeça ao vidro e dormitar durante os dezassete minutos que dura a viagem.
No Bolhão senta-se à minha frente uma mulher, aparentemente com a minha idade (mais coisa, menos coisa), cabelos loiros e calças justas ao corpo. Vejo-a pelo canto dum olho que abro preguiçosamente. É bonita. "Oi! Tudo bem?", pergunta ela num doce sotaque brasileiro. Olho apressadamente para o lado, a tentar perceber se ela está a cumprimentar alguém para além de mim. Não, não está. Só me pode estar a cumprimentar a mim. "Sim, está tudo. E contigo?", respondo tentando disfarçar a surpresa.
Três ou quatro segundos de silêncio e ela torna a falar. "Você me espera na estação, viu? Se ficar no carro não tem jeito de o encontrar não. Uns vinte minutos e estou aí!". Ela estava a falar ao telemóvel, com um auricular qualquer que os seus longos cabelos não me permitiam ver. Juro que se tivesse um buraco para me enfiar, enfiava.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Tadinha, foi comida.

A mesma roupa, grandes diferenças

Homens nunca podem se apresentar a outras pessoas dessa forma.




Esse bráulio aparecendo, que horror.

Capinaremos.com

18 março 2012

Osso Vaidoso - «Animal»

‎"(...) mas tenho um vício animal,
de te comer no quintal,
de uivar à luz da lanterna,
de dar ao rabo e à perna

mas tenho um vício acrobata,
de te ferrar a omoplata,
vinda por baixo da coxa,
até ficar toda roxa (...)"

Como engatar um gajo


A primeira coisa a considerar quando se quer engatar um gajo heterossexual é aceitar a tradição que vigora há séculos de que os homens preferem as mamas maiores. E hoje em dia é fácil torná-las nutridas através do uso de um soutien de silicone que as arvora em monumento dando-lhes a aparência de maior firmeza e maior volume ou, através de uma cirurgia que as encha do milagroso produto. Qualquer que seja a opção este investimento é básico.

A segunda, é mostrar um modelo de comportamento e de diálogo que permita aos homens efabular sobre a sua abertura para o erotismo mas equilibrada de modo a não lhes aumentar as inseguranças, isto é, nunca os convencendo que sabe mais do que eles sobre a matéria. O melhor exemplo é assumir a postura de uma Scarlett Johansson, sensual na imagem e contudo vestindo sempre cores claras e neutras, ou até só branco para sugerir a virgindade primitiva que os homens anseiam conquistar. Inebriados pela imagem pouco ouvirão do que diz o que só lhe facilita a sua estratégia. De qualquer modo convém não esquecer que deve mostrar naturalidade numa conversa picante e exibir incómodo por palavras e expressões como caralho, cona da mãe ou foda-se já que a esmagadora maioria das mentes masculinas só concebe que tal linguagem tenha uso feminino na cama.

Apenas com duas minorias se torna absolutamente necessária a conversação: os intelectuais e os pais compulsivos. Para o primeiro grupo, caso não se sinta preparada para o embate, recomendamos a leitura prévia de alguns blogues da moda - aqueles com uma média diária de cerca de mil visitas porque abaixo disso é arriscado aceitar sugestões como consensuais -, para se inteirar dos livros, filmes, discos e comportamentos que estão in. Para o segundo conjunto basta contar todas as gracinhas dos seus filhos ou na ausência destes, recordar todas as histórias das suas amigas mães ou rebuscar as memórias dos seus sobrinhos, dos filhos dos vizinhos ou das criancinhas que viu na praia no último verão.

Por último, é fundamental dar-lhe a noção que foi seduzida por ele e que não foi você que o engatou. Lembre-se também que é feminino depilar-se nas pernas e axilas e ostentar a pele limpa de pêlos como se isso fosse natural porque eles precisam de acreditar que a conquistaram tanto quanto é de geração espontânea a sua falta de pêlos.

Mulher deitada...

... na minha colecção.