30 abril 2012

Como vender bombons no Japão

«conversa 1887» - bagaço amarelo

Ela - Apesar de tudo ainda me sinto apaixonada pelo meu marido.
Eu - Apesar de tudo?! Tudo o quê?
Ela - Dos vinte anos de casamento, essencialmente.
Eu - Ah!
Ela - Ele tem coisas que eu adoro.
Eu - Quais?
Ela - Por exemplo: não me interrompe quando estou a ler, não entra na casa de banho quando eu estou lá, não se mete nos copos, não deixa o saco do lixo transbordar...
Eu - Parece-me que gostas mais dele por causa do que ele não faz do que pelo que ele faz.
Ela - Outra coisa boa que ele tem, ao contrário de ti, é que nunca me contradiz.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Up !



Precisa, quer e tem

São coisas completamente diferentes.




Meu deus, peitos no Capinaremos, que falta de profissionalismo.

Capinaremos.com

29 abril 2012

Like baboons...


"Como os babuínos... os nossos líderes eleitos são literalmente viciados no poder"

Porta-Curtas - «Sensações Contrárias»

Género: Experimental
Diretor: Amadeu Alban, Jorge Alencar, Matheus Rocha
Elenco: Fernando Passos, Leda Muhana
Duração: 6 min Ano: 2007
País: Brasil
Sinopse: Sensações Contrárias é ambientado no Recôncavo Baiano, região de passado coronelista. Dentro de um ambiente provinciano-decadente, desenvolve-se a noção de borrão, em que os eventos coreográficos e imagéticos se dão por aparentes acidentes, falhas e descontinuidades, num limite entre realismo cotidiano e surrealismo.

Folhear



Galguei a Feira naquela tarde com a cabeça feita cata-vento para abarcar de uma assentada os livros que me podiam servir nas mãos. Era junto desses que parava a folhear-lhes a macieza do papel , a lamber com os olhos a volúpia das palavras, a inalar-lhes as imagens. Dei de caras com uma biografia de Vitorino Nemésio, com encadernação de capa dupla e tudo e aquelas imagens a preto e branco como eu me lembrava da infância fixaram-me ali, encantada, a desfolhar frame a frame. Um dos rapazes do stand, o de olhos cor de mel, deixou-os escorrer para a voz para me perguntar se podia ajudar nalguma coisa e como responder-lhe faz de mim uma máquina-bilheteira do Metropolitano de Lisboa era equivalente a tornar-me croquete numa travessa de aperitivos, optei pelo tradicional levo este, com o indicador colado ao livro.

Feitos os avios, virei costas para continuar a peregrinação quando me passa pelos ouvidos a frase vai lá que ela não tinha aliança nem nada e como uma traça perante uma lâmpada catapulta-se à minha frente o moçoilo dos olhos melados a convidar-me para o acompanhar à roulotte dos churros e farturas, fitando-me muito fixamente não fossem as vistas fugir para locais menos apropriados como o meu decote que do topo das calças ele já tinha feito a métrica. Aceitei o churro com molho de chocolate que nos fazia trejeitos nos lábios ao escorrer pelos cantos da boca enquanto ele discorria sobre o investimento dos CTT nos livros de prestígio com lombadas bonitas, trocávamos os nomes dos livros favoritos e eu imaginava se havia de começar a apreciar a qualidade daquela encadernação no coreto perto do Pavilhão Carlos Lopes ou manusear-lhe as fibras musculares na Estufa Fria ou simplesmente, rebolarmos como página ímpar e par relva abaixo.

Só que aquela alminha, Senhor Doutor, a páginas tantas resolveu mostrar-se fã do Paulo Coelho e no mesmo instante a minha inspiração começou a amarrotar-se e só parou no cesto dos papéis.

Sexo seguro para pessoas idosas

"Nos últimos 5 anos, a taxa de doenças sexualmente transmissíveis entre as pessoas idosas aumentou mais de 70%. Este anúncio de serviço público promove a importância do uso do preservativo, ilustrada por adultos maduros em várias poses do Kama Sutra."
SaferSex4Seniors.org

Band-aid conceptual



Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

28 abril 2012

Homens, aprendam a fazer «sex on the beach» (o cocktail, que o resto, se não sabem, não é aqui que aprendem)

«conversa 1886» - bagaço amarelo

Ela - Estou a precisar de mudar seriamente alguma coisa na minha vida.
Eu - Tipo o quê?
Ela - Nem sei bem. Sinto-me cansada da vida, do meu marido e até dos meus filhos. Não sei bem explicar...
Eu - Às vezes acontece. Tira um fim de semana só para ti, por exemplo. Não estás a pensar em divorciar-te, pois não?
Ela - Para já, para já, estava mais a pensar em ir às compras.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Zé Fogaça» - por Rui Felício


O Mário do Vale da Azenha, enviuvara já há uns anos.
Vivia só com a Mariana, sua filha, que era a rapariga mais bonita da aldeia. Fez tudo para que ela não casasse com o Zé Fogaça. Mesmo no dia da boda, já ela estava vestida de noiva, foi ao seu quarto e fez a derradeira tentativa para evitar o casamento. O Zé Fogaça era um mulherengo, já tinha tido um ror de namoros. Andava com elas uns tempos e depois abandonava-as.
Mas o amor dela era muito forte e casou com ele. Já lá iam dois anos e ele sempre a encheu de carinhos. A fama do Zé Fogaça não era mais do que fruto da maledicência da aldeia…
Mas, naquele sábado, ansiosa, lembrou-se das palavras do pai no dia do casamento. Lembrou-se dos mexericos que passavam de boca em boca.
Deu pelo toque das avé-marias na torre da igreja e o Zé Fogaça ainda não aparecera em casa.
Ainda de madrugada, ele saíra de casa. Tinha ido à caça como era costume aos sábados mas, ao contrário do habitual, não regressara pela hora do almoço.
Só quando aquele sol de verão a prumo já não dardejava sobre a aldeia, só quando os seus tons alaranjados prenunciavam a noite é que ela ouviu o velho cão Mondego latir a correr e esgadanhar na porta. Atrás lá vinha o marido com três láparos e uma perdiz à cintura.
Suspirou de alívio, e foi a correr pôr a mesa.
Durante os dois meses seguintes, a chegada tardia a casa do marido, tornou-se um hábito. Calada, a Mariana sofria, chorava, o coração apertado...
O marido regressava sempre só ao fim do dia e as pessoas da aldeia já comentavam que a caça dele era outra! Constava que andava metido com a Carmen, cigana das Carvalhosas de quem se dizia que já tinha estragado alguns casamentos.
Certo sábado, logo que o marido saiu, entrou-lhe pela porta do quarto dentro o Mário do Vale da Azenha, esbaforido, de caçadeira debaixo do braço.
- O teu homem?
- Foi à caça, meu pai. Você sabe que ele sempre vai aos sábados.
- Pois hoje também eu vou à caça!- disse-lhe o pai.
- E que caça!, acrescentou por entre dentes.
- Não me quiseste dar ouvidos quando te casaste com ele. Agora tenho que ir defender a tua honra e a minha que na aldeia o falatório já é insuportável. Até o Senhor Prior na missa já aludiu ao assunto!
Logo que o pai saiu porta fora, a Mariana caiu de bruços na cama e chorou convulsivamente. Não sabia o que mais a afligia. Se o que o pai ia fazer ou se confirmar que o marido a andava a enganar.
Ao crespúsculo, lavada em lágrimas, por trás da cortina da sala, viu finalmente o Mondego a abanar o rabo e a ladrar em louca correria pela quelha acima que vinha do rio.
Logo atrás, o pai e o marido, lado a lado.
Pareciam vir em amena cavaqueira, rindo muito. Afinal, os seus receios eram infundados!
Veio à porta esperá-los, abraçou-os e encheu o marido de beijos.
O Zé Fogaça disse-lhe:
- Vai te preparando! Vais ter uma madrasta! O teu pai vai-se casar com a Carmen! Há meses que ela anda apaixonada por ele e me pede para eu o convencer a casar-se com ela.
E virando-se para o sogro:
- É ou não é verdade, Sr. Mário?
- Sim, é verdade. E além de minha mulher, não te esqueças que ela vai ser tua sogra! E que, pelas leis da Santa Madre Igreja, será como se fosse tua mãe!

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações

Um sábado qualquer... - «Rancores»




Um sábado qualquer...

27 abril 2012

A anorexia é uma doença e não deve ser um padrão

A «PLUS Model Magazine» é uma revista de moda para mulheres... mais redondinhas, lidando com as questões do corpo, normas e ditames de beleza impostos sobre as modelos e sobre todas as mulheres e que põem em risco a sua saúde, tanto física como psicológica.
Em Janeiro a revista foi lançada com uma campanha contra os actuais padrões da moda. Deixo-vos as fotos:


"Muitas modelos de moda têm um Índice de Massa Corporal correspondente à anorexia"

"Há 20 anos, uma modelo de moda pesava em média 8% menos do que a média das mulheres e, hoje, as modelos pesam 23% abaixo"

«O que há de errado com os nossos corpos, afinal?!»

"O Shunga japonês" ou "As imagens da Primavera”

Quando há uns anos atrás descobri o Shunga fiquei fascinada. Por essa altura andava eu a recolher imagens de desenhos e pinturas eróticas, sobretudo anteriores ao século XX, com o intuito de fazer um estudo a respeito da representação de conteúdos sexuais e da relação com a sexualidade no dito “Ocidente Civilizado”. Logo me surpreenderam as primeiras imagens de Shunga que encontrei: era qualquer coisa de inteiramente novo. Completamente diferente de tudo o que já tinha visto…

O Shunga, em japonês, “imagem da Primavera”, é uma forma de arte erótica ou, se quisermos, de pornografia, muito difundida no Japão entre os séculos XVII a XX. Supõe-se que tenha tido início no século XI, mas só com a invenção da xilografia alcançou o seu pleno desenvolvimento, na generalidade de forma clandestina, para mais tarde se extinguir com a invenção e difusão da fotografia. Continuo a ler sobre isto, e em busca de artigos que versem a perspectiva que mais me interessa: a dos conteúdos sexuais propriamente.

Pelo menos até ao final do século XIX, o Shunga é “amoral”. Apenas uma forma de arte onde se reúne a estética e a educação sexual num tom de alegria pelo prazer da união dos sexos. Os órgãos sexuais são representados com intenção expressiva e a uma escala desproporcionada, o que, curiosamente, em nada perturba a delicadeza e naturalidade predominantes nas cenas. Mas o que mais me impressionou nestas imagens por relação às da nossa cultura, foi a equidade da preocupação com o prazer sexual do homem e da mulher e a representação de um claro envolvimento emocional do casal, algo que ainda hoje raramente encontro no Ocidente. Porta sim, porta sim, surgem massagens ao ponto G, por vezes detalhadas, e é frequente encontrar-se um homem a foder uma mulher enquanto lhe massaja o clitóris. Na cópula parece um pouco indiferente que seja o homem ou a mulher a estar em cima ou em baixo, quando não, estão de lado ou em posições exóticas, mas as caras voltam-se com frequência uma para a outra, trocando beijos, olhares, expressões… Um aspecto curioso é que no Shunga ainda não encontrei mamadas. Não estou a dizer que não existam… mas a existirem hão-de ser um fenómeno muito raro. Mais frequentes, ainda que não abundantes, são os minetes. Como é evidente, eu não tenho nada contra as mamadas (muito pelo contrário), mas o que é interessante aqui, é o facto de, quaisquer que sejam os conteúdos sexuais, não se transmitir uma ideia de instrumentalização da mulher ou de bestialização do sexo. Algo que ainda hoje é um lugar-comum na nossa cultura: a mulher servida a frio como objecto de prazer num sexo de essência animalesca que amiúde não aparenta ser mais que um embrulho de “carnes” destituídas de “alma” aos tombos pelas valetas da indiferença, da usura, da violência, e da perversidade extrema. Consequência, por certo, de uma mentalidade muito perturbada pela “moralização do sexo”…

… tenho-me perguntado que impacto efectivo na vida sexual dos japoneses terá tido a invenção da fotografia e a globalização da pornografia… por curiosidade, quando tiver tempo tentarei obter uma resposta…

Para quem tiver interesse, está a nascer aqui ao lado... Shunga Virtual Collection

[blog Libélula Purpurina]

Será mesmo um Super Mário?



Tentamos escapar ou fazemos sexo?


Crica para veres toda a história
Mobília


3 páginas (cricar em "next page")

oglaf.com

26 abril 2012

A hora do Conão!


Um programa de entretenimento infantil genialmente concebido no seu alinhamento. Primeiro os miminhos gulosos e só depois a hora do Conão! Faz sentido, não faz?

«respostas a perguntas inexistentes (197)» - bagaço amarelo

uma pedra

Faz cinco anos andava eu a dar pontapés na minha solidão, desses que se dão a tentar enxotar qualquer coisa. Uma pedra da rua, o cadáver duma bola de criança ou uma mola de pendurar a roupa que caiu duma varanda. A solidão, como esses objectos inertes, nunca se afasta o suficiente. Apenas alguns metros. À medida que continuamos a caminhar tornamos a encontrá-los e a pontapeá-los de novo. Sempre para o mais longe possível, que é sempre demasiado perto. É assim a solidão. É assim uma pedra da rua.
Nunca consegui pedir desculpa à Elsa pelo pontapé que lhe dei. Às vezes ainda a imagino caída numa berma qualquer do passeio, à espera doutro solitário à deriva que passe por ali aos pontapés às coisas. E às pessoas. Estávamos num restaurante a beber cerveja importada e ela era bonita. Era também o único ombro de mulher que eu tinha acessível naquela noite. Pousei-lhe a minha cabeça, e depois o corpo. Brandamente, acho eu. O corpo vai sempre atrás de uma de duas coisas: a cabeça ou o coração. Se eu lhe pedisse desculpa agora, dizia-lhe que lamento nunca a ter Amado, mas a sério que tentei. Não consegui.
Despedi-me dela com um "até qualquer dia", que é mesmíssima coisa que dizer "até nunca". Um homem não se despede assim de quem Ama. "Até qualquer dia" é só mais um pontapé certeiro em alguém, até um dia em que talvez surja de novo. Se não surgir, paciência.Um homem que Ama quer sempre levar o número de telefone, uma data em concreto, um olhar certeiro com um beijo daqueles que se prolongam um pouco para além da despedida. Eu não levei nada. Sorri-lhe e virei costas. Até qualquer dia.
Por mais que tente, não consigo perceber porque é que nunca me apaixonei por ela. As mulheres às vezes têm essa capacidade estranha de me afastar. São tão boas que se tornam automaticamente inacessíveis. Como se estivessem num pedestal, ligado a um alarme contra solitários, e se fossem quebrar ao primeiro toque. Dão medo. É isso. Dão medo. Depois penso para mim mesmo que são demasiado frias e afogo a distância num lanche quente duma pastelaria de bairro. Um galão e uma mista, por favor.
Faz cinco anos andava eu a ser pontapeado. Pela Elsa também. Acho que fui o único homem disponível naquela noite e ela lá fez o favor de aceitar. O ombro dela recebeu-me, depois o corpo também. Quando se levantou pegou nas peças de roupa espalhas pelo chão, uma a uma, sempre disfarçando a sua nudez com a pequena toalha de hotel que trouxera para a cama, e foi-se vestir para a casa de banho. Nenhuma mulher apaixonada se vai vestir para a casa de banho. Deixei-me estar. Depois despedi-me com um "até qualquer dia" e ela virou costas sem me beijar. Tenho a certeza que não olhou para trás. Eu também não.
Há bocado fui ver o mar. Às vezes faço isso: vou ver o mar e cumprimento-o da mesma forma que cumprimento o guarda-nocturno do prédio onde vivo. Estão sempre ali no mesmo sítio, ele e o mar, à espera que eu passe por lá. Digo "boa noite" a um e "bom dia" a outro. Bom dia, disse-lhe. Pontapeei uma pedra que foi engolida por uma onda. Talvez seja isso. Talvez o Amor nos vá dando pontapés até simplesmente deixar de o fazer. De um dia para o outro. Assim, sem mais nem menos. Uma pedra.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Fruta 81 - Pêssego careca ou não

Encaixe

25 abril 2012

Postalinho de Vila Franca de Xira, com direito a poema e a enquadramento geográfico e histórico

"Para a minha querida São Rosas, a foto mais erótica deste meu fim de semana por terras de Vila Franca de Xira.


'Desliza o poema
por entre água
numa fenda
entreaberta
pela natureza:
cheguei e vi-te.
Poderia sucumbir?'


Paula Raposo"

O Alexandre Carvalho esclarece:
"Secullo XVII, data da construção desta abertura que jorra encosta abaixo, emprenhando as margens da ribeira de Santa Sofia, onde há mais de 3.000 estava estabelecida uma comunidade Fenícia, até se abraçar de prazer nas aguas do velho Tagus."

«Diário de Coimbra» de 2012-04-24 - Arte erótica no Recordatório Rainha Santa Isabel


«Em Abril pachachas mil» - Patife

Desde pequeno que ouço esta expressão e desde que comecei a pinar descobri que é a uma verdade insofismável. Há quem diga que a época mais propensa ao pinanço é o Verão e as suas feromonas em brasa, mas na verdade, o mês de Abril é que mete as chonas aos saltos encarpados. Ou isso ou sou eu que atinjo um pico de sensualidade neste mês que faz o Pacheco atrair pachachas com o mesmo magnetismo que o olhar hipnotizante da cobra atrai as suas presas. Mais uma vez, este ano comprova a minha teoria. Estava eu sentado, entretido comigo mesmo, a ler num café, ainda a descansar das sete horas de grandioso chavascal em chona nortenha, quando levanto o olhar e reparo que não uma mas duas gajas me estavam a observar com ar de devassa-que-já-levava-na-chona-lassa. Uma do lado esquerdo, a outra do lado direito. Como sou um cavalheiro ia respondendo ao olhar de uma e de outra indiscriminadamente, pelo menos até decidir qual é que iria afiambrar. Ainda pensei em ficar com as duas a preço de saldo mas elas estavam nitidamente a disputar-me e havia chamas quando os olhares das duas se cruzavam. Queria olhar para ambas para as comparar mas já estava quase a ficar estrábico. Tive inveja do camaleão. Pudesse eu esquinar as duas ao mesmo tempo sem estarem lado a lado. A da esquerda tinha ar de majestosa cavaleira, sábia dominadora na arte de me cavalgar no bacamarte. A da direita mandava ares de cabra brocheira, com uns lábios muito mais proeminentes do que lhe seria exigido pelas leis do abocanhamento da corneta. Analisei os índices de fodenguice, o glamour ao enrolar o cabelo, a forma como bebiam café, a forma de cruzar e descruzar as pernas, o sorriso e o Pacheco a sete e não me conseguia decidir. Na dúvida, fiz o que qualquer homem de sensibilidade e bom-senso faria: Escolhi a que tinha as mamas maiores.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

«por uma vida melhor» - bagaço amarelo

Há muitos tipos de ditadura. Tantos, que às vezes se veste com o nosso dia-a-dia e é fácil perder a noção de que se vive sob uma. Todas as ditaduras têm duas coisas em comum. Primeira: o poder executivo confunde-se com o poder legislativo, isto é, quem faz as leis é também quem executa. Segunda: as ditaduras surgem sempre em nome dum valor qualquer que se supõe ser mais importante que todos os outros. É por isso que na política, no Amor, assim como em tudo na vida, é fácil cair em tentação ditadura.
Por exemplo, até ao dia 25 de Abril de 1974 vivemos, em Portugal, na ditadura dum pequeno-fascista. Uma ditadura da direita social, portanto. Matou-se, prendeu-se e torturou-se, tudo em nome de valores tão falaciosos como Deus, Pátria e uma família sem pensadores e sem vontades. Nem Deus, se existisse, nem nenhuma pátria ou família, dependeriam uma vez que fosse dum regime que pode, quer e manda.
Actualmente vivemos uma Ditadura diferente. A dos Mercados e do capitalismo selvagem. Uma ditadura da Direita Económica, portanto. Leva-se pessoas à fome, à miséria e ao desespero, tudo em nome duma suposta Democracia. As pessoas votam e pensam que controlam tudo. Só que não controlam nada. Zero. O voto está sempre viciado à partida, principalmente através duma Educação que não o é, e também do contexto mediático.
As ditaduras de Estado, neste aspecto, são muito parecidas com as ditaduras no Amor. Aquelas em que, por exemplo, nasce a violência doméstica. Agride-se e tortura-se uma pessoa durante anos a fio, tudo em nome do Amor. Uma mulher pensa que é Amada, mas de facto não o é. Zero. O Amor está viciado à partida por uma relação de posse, de propriedade da pessoa como se ela fosse uma coisa. E sim, eu sei que também pode acontecer com um homem.
O Amor não existe em nenhuma ditadura. Nem o Amor, nem mais nada. Todos os dias luto, com as limitações que tenho, para que se faça um 25 de Abril nesta nova ditadura em que vivemos, ou melhor, em que sofremos. São os recibos verdes, é a falta de acessibilidade à saúde, à educação, à mobilidade e aos recursos naturais. É a fome e o desemprego propositado. Olho para este país e só vejo ditadura e o consentimento de quem é agredido todos os dias.
Pode haver quem não perceba isso, mas o 25 de Abril que eu quero ver neste país é o mesmo 25 de Abril que eu vejo no meu Amor. É justo, sem violência e sem propriedade privada. É igual em ambos os sentidos. É Amor. Por uma vida melhor.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Eu, falo de esquerda


Como se aproximam as comemorações de mais um aniversário sobre a Revolução de Abril e porque nem as pirocas podem alhear-se dos benefícios que a efeméride representa vou nesta ocasião explicar exactamente isso: o que representam para uma pila os valores de Abril.
Bom, desde pequenina (que nunca fui) tenho uma inclinação para a esquerda que não me deixa mentir. Mas nem vou por esse caminho fácil da predestinação, pois é óbvio o meu apego à liberdade. É em liberdade que atinjo o meu apogeu! Livre de roupas, livre de constrangimentos, livre para exibir a melhor pila que sou.
Mas a essa liberdade estão associadas outras não menos relevantes (relevo é o meu apelido do meio), como é o caso da liberdade de expressão. Sim, a expressão do meu potencial deve ser livre e não constituir um embaraço na praia para o coiso agarrado a mim e que me enterra na areia para dissimular essa manifestação de apego à vida que ofereço ao mundo com toda a naturalidade de que vos falo. E sei sempre do que falo, por inerência.
Existe ainda a liberdade de escolha, tão reprimida no passado e que mergulhava as pilas na falta de alternativas ou as forçava à clandestinidade promíscua no interior de serviços públicos de satisfação, sempre em busca de uma variação que o Regime conservador proibia com a veemência que murchava a vontade a qualquer cravito mais arrebitado. Agora a oferta ainda abunda e a procura não cessa de evoluir, pois até a economia do país conheceu os inúmeros benefícios da maior abertura aos mercados! Isto, claro, até ao dia em que os malabaristas da finança  foderam o poder de compra ao pessoal.
Mas nem só em tempo de vacas gordas nós pilas apreciamos a liberdade que a Revolução nos ofereceu de forma directa (nudismo nas praias antes do 25 de Abril? Filmes porno em exibição nos cinemas antes do 25 de Abril? e por aí fora...) ou indirecta, pelo quanto influencia o estado de espírito dos coisos agarrados a nós.
Também eles funcionam melhor quanto mais livres se sentem para dar voz à felicidade como gostam de a experimentar que, falo por mim, é à fartazana.
Por isso voltarei a erguer a minha voz quando a juntar à do coiso agarrado a mim, enquanto ecoar pela vizinhança o Grândola Vila Morena bem alto, com a afirmação inequívoca da força na verga para lutar contra os que ameaçam, castradores, a liberdade de que nem as pilas algum dia abdicarão.

24 abril 2012

A Kona está a dar que falar....

No sábado 21 de Abril de 2012, deu mais um episódio da série «Encantador de cães» de que gosto muito! Apanhando já o fim do episódio, apercebo-me que a cadela que andava a pular a cerca se chamava Kona! Claro que tive logo de aparvalhar no facebook comentando o que tinha visto. A conversa foi longa e gostaria de a partilhar convosco, porque sei bem que o vosso desejo secreto é terem uma Kona para passear!!! :D


Eva portuguesa - «Luto»

Luto diariamente.
Luto comigo, sobretudo.
Há dias em que me orgulho de mim por, perante tantos obstáculos que surgiram na minha vida, ter seguido sempre em frente.
Há outros dias em que me sinto a pior das mulheres...
E esta é uma luta entre a Eva e a...; duas que são uma só; e com um objectivo em comum: sustentar da melhor forma possível um menino que é um sol...
Luto quando encontro afortunadamente um cliente/amigo que mexe mais comigo, para não me deixar envolver demasiado nem baixar a guarda...
Luto para ser melhor. Melhor pessoa, melhor amiga, melhor mãe, melhor Acompanhante...
Luto para ser e me sentir atractiva e apetecível para "os meus homens"; aqueles que são a minha companhia diária, o meu sustento e a minha fonte de saciedade sexual...
Luto para não desanimar quando o dia não corre bem.
Luto para não lutar e simplesmente aceitar. Aceitar a vida.
Luto contra o preconceito, a mediocridade, a maldade, a intolerância...
Luto contra o medo... medo de me perder na busca do dinheiro; medo de não ser aceite; medo de perder o meu filho...
Luto para poder ser eu sempre, mesmo quando sou a Eva.
Luto para tentar agradar e ser agradada.
Luto para dar e ter prazer.
Luto contra a idade, os quilos a mais, as imperfeições físicas, as falhas de comportamento.
Sobretudo luto para ser feliz, fazendo o meu raio de sol feliz...
E vou continuar a lutar...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Entrechoque» - prato em porcelana com desenho de Didier Moreau

Não foi propriamente um pratinho barato mas... tinha que vir para a minha colecção.
O desenho (aplicado em decalque) é de Didier Moreau - «Galerie Jacques Casanova - Paris - manufacture Ch. Field Haviland - Limoges» - - edição limitada (exemplar nº 7 de um total de 100).



Gravidade WTF

Bom, essa é a mais nova Menina WTF: a Zuleide Watafat. Comilona, bem humorada mas que facilmente usa qualquer carapuça, Zuleide, dona desse tesudo nome, é uma das mais calóricas (do verbo “dar calor”) WTF’s.




Meninas WTF

23 abril 2012

Bebe - «Siempre Me Quedará (cocaine baby)»



"Cómo decir que me parte en mil
Las esquinitas de mis huesos,
Que han caído los esquemas de mi vida
Ahora que todo era perfecto.
Y algo más que eso,
Me sorbiste el seso y me decían del peso
De este cuerpecito mío
Que se ha convertido en río.

Me cuesta abrir los ojos
Y lo hago poco a poco,
No sea que aún te encuentre cerca.
Me guardo tu recuerdo
Como el mejor secreto,
Que dulce fue tenerte dentro.

Hay un trozo de luz
En esta oscuridad
Para prestarme calma.
El tiempo todo calma,
La tempestad y la calma.

Siempre me quedará
La voz suave del mar,
Volver a respirar la lluvia que caerá
Sobre este cuerpo y mojará
La flor que crece en mi,
Y volver a reír
Y cada día un instante
Volver a pensar en ti.
En la voz suave del mar,
En volver a respirar la lluvia que caerá
Sobre este cuerpo y mojará
La flor que crece en mi,
Y volver a reír
Y cada día un instante
Volver a pensar en ti."

«Nada. Ou quase nada» - bagaço amarelo

Pasmo-me com a facilidade com que duas pessoas que se Amam são capazes de pôr fim a esse Amor por causa de nada. Ou quase nada, vá lá. Às vezes por causa duma gota de vinho que suja uma toalha, outras vezes por causa de um pequeno atraso num encontro ou umas cuecas usadas que ficaram esquecidas num escaninho da casa de banho. Depois pergunto-me se um Amor é sempre grande só porque parece grande, e a resposta que encontro é que não.
É como se o Amor fosse uma coisa maior do que aquilo que o sustenta, ou melhor, do que aqueles que o sustentam. Talvez por isso acabe sempre em derrocada. Não é que as pessoas em geral não queiram Amar e ser Amadas. Apenas não o sabem fazer nem são capazes. É uma pena quando não percebemos que o Amor também exige algum esforço, alguma coisa de nós.
As caricas, para quem não sabe, eram uma espécie de Playstation 3 para os rapazes da minha geração. Escolhíamos aquelas cuja abertura da garrafa não tinha danificado assim tanto, alisávamo-las durante largos minutos na pedra da calçada, e fazíamos corridas com elas em pistas desenhadas no cimento com os restos de tijolos das obras que iam ampliando o bairro. Quando o fim da tarde chegava, eu guardava as minhas melhores caricas no armário com o mesmo cuidado que o meu pai punha o carro na garagem.
Houve uma manhã qualquer da minha infância em que fui mais feliz que o normal por causa de nada. Ou quase nada. O Seabra, dono de uma taverna junta à Fonte dos Amores, tinha-me dado um saco de caricas de cerveja que tinha acabado de varrer do chão e eu, atónito pela enorme dádiva de quase nada, pulei o muro dum terraço onde sabia que as podia alisar melhor, aquele onde aos sábados à tarde eu e os meus amigos da rua fazíamos corridas perante o olhar amigo da mulher que lá vivia.
Ouvi um grito, depois uma espécie de choro que não consegui descortinar se era de tristeza ou de raiva, e percebi que todo aquele emaranhado de sons caminhava na minha direcção. Vi o puxador da porta rodar e saltei para debaixo do tanque mal ela começou a abrir. A mulher estava no meio da nossa pista tentando conter algumas lágrimas. O homem, que até então eu nunca tinha visto, gesticulava nervoso e empurrava-lhe a cabeça na direcção do chão. O problema era nada. Ou quase nada. Ele ralhava com ela por nos deixar riscar o seu próprio terraço quando ele ia de fim de semana.
Nunca percebi para onde é que ele ia de fim de semana, mas quando contei o que tinha visto aos meus pais, eles convenceram-me a não ir mais para lá brincar. A partir daí, convenci também os meus amigos a nunca mais saltar aquele muro que guardava horas e horas da minha infância e vim a saber, umas semanas depois, que ele tinha ido "de fim de semana" e nunca mais tinha voltado.
Hoje de manhã lembrei-me deste episódio da minha infância porque os vi aos dois, perto da estação de comboios, a caminhar lado a lado no que me pareceu serem os últimos passos duma vida inteira. Lentos, silenciosos, e acima de tudo contemplativos. Não sei a história da vida deles, mas sei que o terraço onde eu desenhava pistas de corridas de caricas, e que deu origem a tanta discussão entre eles, já nem sequer existe. Destruíram-no para fazer um condomínio privado. Talvez eles tenham feito o mesmo da vida deles. Destruíram-na e construíram outra. Por causa de nada. Ou quase nada.
Olhei para eles pelo canto do olho mas ela não me reconheceu. Curvados, como se o Amor das suas vida os tivesse esmagado durante demasiado tempo por não saberem lidar com ele. É verdade que o Amor acaba sempre por nada. Ou quase nada. O que a mim me custou a perceber, nesta vida, é que também é assim que ele começa. Por nada. Ou quase nada.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Varizes?



Je t'aime... moi non plus




HenriCartoon

O amor é lindo




Malditos hormônios.

Capinaremos.com

22 abril 2012

Porta-Curtas - «Mens Sana in Corpore Sano»

Diretor: Juliano Dornelles
Elenco: Flávio Danilo
Duração: 22 min
Ano: 2011
País: Brasil
Sinopse: Garra, disciplina, tenacidade, força física e obediência; Estes são os tesouros guardados para que tenhamos uma vida mais plena e saudável. O seu corpo agradece!

Suicida



Não cortara os pulsos que nunca conseguira matar sequer um coelho e enfiar uma faca pela sua carne adentro devia doer como o caraças. Tentou os comprimidos mas a meio da caixa engasgou-se e vomitou tudo de uma assentada. Era um fracasso como suicida mas se três é a conta que Deus fez e o número da Santíssima Trindade e da virgindade e dos copos de tinto das tascas ainda lhe restava uma tentativa.

Congeminou uma ideia prazenteira a terminar numa congestão. O óbice é que se os gajos podem encontrar com facilidade uma puta num mapa de esquinas conhecido para fazer o que tem de ser feito já uma gaja tem de procurar nos anúncios aqueles gajos que publicitam uma amizade com descrição ou tem uma agenda com números de telefones para encomendar quecas prontas a servir. Podia tentar engatar um gajo num bar ou discoteca mas com o azar que a caracterizava o fuso horário desses sítios ainda lhe fornecia a queca só passadas as três horas da digestão e perdia-se todo o fulcro da coisa.

Lembrou-se então de vestir um soutien-macaco para içar as mamas, uma mini saia mais berrante que um colete reflector e esticar pelas pernas acima umas daquelas meias de rede putérrimas e findo o jantar abalou para as esquinas do topo da Rua da Castilho que é sabido funcionarem 24 horas por dia. As que lá estavam puxaram dos galões de antiguidade e quiseram saber ao que vinha mas ela lá se desembrulhou a provar que não era concorrência desleal mas apenas um motivo de força maior, uma reportagem que tinha de concluir e até anotou os nomes de todas prometendo publicá-los em letra impressa o que lhe valeu o almejado sexto de esquina.

Às tantas, um dos engravatados pululantes lá veio apreçar a mercadoria e com a segurança das notas e cartões de crédito na carteira regateou que até pagava mais sem preservativo. Como isso até era para o lado que as intenções dela dormiam melhor descaiu-se na honestidade de que nem tinha de pagar mais e o energúmeno desatou num berreiro a atirar-lhe com nomes que considerava feios como puta, filha de outra e até sidosa que isso é que foi vergonhoso e lhe espantou toda a freguesia.


(Foto © Salvador Pozo, 2007, Robotica & cinturones)

Parla



Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

21 abril 2012

Homens, aprendam a assar um peru

Alguns dos quadros da minha colecção vão estar expostos em Coimbra...

... mais propriamente no Recordatório Rainha Santa Isabel (Santa Clara, junto ao Portugal dos Pequenitos), entre os dias 24 de Abril e 6 de Junho.
Como a sala é pequena, vai ter apenas uma pequena amostra dos mais de 80 quadros a óleo, acrílico, serigrafias,... da minha colecção de arte erótica.
E aí está, divulgada na agenda de actividades de Coimbra, feita pela Câmara Municipal:




E aqui está o convite para a inauguração, dia 24 de Abril, às 18h00, extensivo (e intensivo) a todos [M/F]:


O Shark resume admiravelmente o evento: "Sexo no Recordatório"

O poder da vagina



Via Testosterona

Um sábado qualquer... - «Sonhos»




Um sábado qualquer...

20 abril 2012

Em discurso directo

Depois de três horas ininterruptas de sexo oral com ela fiquei com a certeza de que teria sido melhor fazê-lo do que verbalizá-lo.

Limites, limitações e preferências na primeira pessoa

Não me perturbam os conteúdos sexuais. Tenho as minhas preferências, mas para mim não há umas coisas e umas posições mais assim ou menos assado. Isso nem sequer me passa pela cabeça. Nem existe. O meu limite é a salvaguarda da minha integridade física (na qual incluo a saúde) e a do meu parceiro. Não gosto de dor. E se não gosto para mim, também não gosto de o produzir no outro. Quando o corpo se queixa lá tem as suas razões, e a mim me bastam as que me saem de borla na rifa. Pouca dor me basta para perder completamente o tesão. O que não significa que nalgumas situações não me agradem umas palmadinhas… e tal… pela dominação em si. Se noutras coisas o faço, por amor, amizade, ou apenas generosidade, no sexo sou pouco dada ao “sacrifício” ou a fingimentos de cortesia. Não o tolero por ser algo que interfere com a minha forma de educar o meu próprio corpo: considero nocivo “poluir” a minha sexualidade com momentos que não sejam de prazer.

Gosto de me sentir fêmea, gosto de rebolar, de me dar, de me entregar, de receber, gosto de ser possuída a sério, dominada a sério. Entrego-me a sério. E se volta e meia sou eu a dominar, também gosto de o fazer com intensidade, física e psíquica. Gosto de dar. Adoro! De forma activa, ou passiva. Ao ponto de ser uma espécie de “tara”. Fazer uma massagem oriental, excita-me. Quando sinto que estou a sair do domínio do “sexo” para entrar no domínio da “arte”, é o êxtase! Mas seja qual for a situação, o prazer do outro para mim é mesmo fundamental. Para o que quer que seja, não me basta o “consentimento”, preciso da vontade. Se sinto que a coisa não está a correr bem para o lado de lá, perco o interesse.

Não gosto de variar. Tenho dificuldade em encontrar um amante. Dificilmente me disponho a ter sexo com alguém sem averiguar se de facto temos hipóteses de encaixar bem… ou seja, sem que haja suficiente empatia potencial, física, psíquica e sexual. As excepções são feitas de interesses e de curiosidades muito específicos que raramente chegam ao que eu chamo de “sexo”. A “queca vadia” não me interessa. Não me interessa porque não me dá prazer. Mas claro que experimento o que tenho a experimentar, e nunca me ocorreu avaliar antes as disposições futuras de alguém para… Nem isso para mim faria sentido. Se me disponho à experiência, é pela experiência, e com vontade, alegria, e nenhuma expectativa. Mas, por preferência, não gosto de variar. Isto porque do que eu gosto é do corpo que investigo, que aprendo a conhecer, que reconheço, que farejo, o corpo para o qual desenho o meu prazer até ao último milímetro, o corpo no prazer do qual “trabalho” como um “projecto”, uma escultura, o corpo aonde aporto como um barco ao cais, onde sei já de cor todos os cantos onde haja tomadas a que ligar a minha “ficha”, o corpo a que aprendo a dominar o prazer ao limite da tangente, o corpo que transformo para mim própria no desafio de ir ainda mais além… o corpo ao qual agrada desafiar também os limites do meu prazer… é esse o corpo de que gosto… e um corpo assim, que seja capaz e que se disponha a chegar aqui, é difícil de encontrar e demora sempre algum tempo a “construir”… e a seguir… por isto ou por aquilo, às vezes é preciso recomeçar…

«conversa 1885» - bagaço amarelo

Ela - Todos os dias tenho pelo menos uma discussão com o meu namorado. É espectacular!
Eu - Espectacular?!
Ela - Sim, acho que nunca gostei tanto de ninguém como dele. Quando passo dias a fim sem discutir com uma pessoa é porque ela, simplesmente, não me interessa.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Santa investigação a futuros padres




HenriCartoon

Quem são as Meninas WTF?

Cooomo sabemos que a maioria nesse novo espaço não conhece nossas tão amadas Meninas WTF, resolvemos criar uma pequena e singela apresentaçãozinha pra vocês. Dá pra ter uma noção do nosso elenco composto pelos rostinhos donos dos melhores cachês das tirinhas desse BRASYU-ZIL! Com vocês, as digníssimas Meninas WTF:




Meninas WTF

19 abril 2012

O que as mulheres dizem quando fazem sexo oral aos homens

«Umas abertas» - Patife

No outro dia saí todo contente à rua assim que ouvi no rádio a previsão de períodos de chuva com algumas abertas. Onde há umas abertas o Patife marca logo presença e sou muito picuinhas nestas coisas. Lá saí de casa de guarda-chuva na mão, à espera que aparecessem as abertas anunciadas. Apesar de não ter parado de chover apanhei uma aberta logo ao virar da esquina e trouxe-a para casa. Ou pelo menos eu esforcei-me por imaginá-la toda aberta. Já a conhecia ali das esplanadas do Chiado e normalmente trocávamos uns acenos ou uns bons dias. Estava toda encharcada e eu disse que tratava dela. O que foi bem verdade. Assim que estou a começar o tratamento deparo-me com a coninha mais bem-feita da história das coninhas. Um paraíso chonal. Um oásis do pachachal. Uma autêntica ode ao grelo. De formas convexas sem ponta de escancaramento exagerado, claramente de uso selecionado. Como diria o célebre Pipi, “até cheirava a novo”. Como os travões da língua estão gastos, assim que avanço para lambuzar aquela pachachona, e como sou um moço educado e de elogio pronto, saiu-me um naturalíssimo: Mas que bela cona, sim senhora. Até as bordas da pachacha se franziram: Ai Patife, cona não. Cona é que não! Lembrei-me do Miguel Esteves Cardoso, uma referência nos relatos da fodenguice, e apeteceu-me igualmente perguntar-lhe “Há alguma lista que eu possa consultar?”. É que eu perco o tesão com o clínico vagina, desato a rir se me dizem para lhes ir ao pipi, temo que o meu cérebro comece a bolsar se ouço a palavra pombinha, fico com a picha marreca se me imagino a pinar uma parreca, sinto-me um actor porno de classe Z se digo que lhe vou lamber a boceta, receio passar por campónio se disser que lhes vou ao pito e tenho a certeza que qualquer gaja iria buscar um insecticida ou desataria a fugir se eu manifestasse o meu encanto por uma linda rata. Além de que o Pacheco não é vegetariano para andar a papar grelos. Por isso deixei-me de merdas, disse de forma decidida Cona é que sim!, que até é um dos meus lemas de vida, e chafurdei aquilo tudo. Não que me importe muito, pois ninguém me mete freios na língua, mas agora pergunto-me, do alto da pertinência científica, qual será a fórmula léxico-pachachal mais consensual de se ouvir na hora de pinar?

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Tirar as teias de aranha


[ Guiseppe Veneziano, 2006, "Spiderman Supersex"]