16 outubro 2012

Eva portuguesa - «O sexo e o vinho»

Ontem, sozinha no aconchego da minha casa, depois de um dia infrutífero de (não) trabalho, pensei cá para comigo que bem merecia relaxar e mimar-me depois de 13 horas no apartamento sem atender ninguém!... Liguei uma luz suave, pus a tocar a Luz Casal, comecei a encher a banheira para um reconfortante banho de imersão e nisto recordo-me que tinha sobrado um pouco do excelente vinho tinto que me tinham oferecido no Sábado para bebermos num jantar com amigos que fiz lá em casa.
Enchi um copo e deitei-me na espuma quente que me mimou o corpo, saboreando aquele momento de profundo não pensar, aquela voz divina e triste e aquele vinho do nosso maravilhoso Alentejo.
E deixei a minha mente divagar ao sabor das sensações que me íam invadindo e dos sentidos que elas despertavam... E concluí que o sexo é muito semelhante ao vinho!...
(Eu sei, as coisas que me passam pela cabeça depois de um dia frustante!...)
O sexo pode ser como um vinho tinto carrascão: é mau, sem qualidade, mas na falta de melhor bebemo-lo à mesma. E tentamos que passe o mais rápido possível. Logo a seguir pedimos um café para tirar aquele sabor amargo da boca....
Pode ser como um vinho rosé: tão leve que nem nos apercebemos o que é nem sentimos nenhum sabor que fique...
Pode identificar-se com um bom vinho branco: refresca, alivia, sacia, é aromático e não pesa... É leve e com uma sensação de leveza nos deixa..
Ou pode ser como um bom vinho tinto (como aquele que estava a saborear): primeiro apetece cheirar, sentir o seu aroma para tentar identificar de onde vem a sua pureza. Depois apetece ir apenas molhando os lábios, muito lentamente, quase com receio de perdermos a sua composição nas nossas papilas gustativas, muitas vezes pouco refinadas... A seguir, quase sofregamente mas ao mesmo tempo com moderação, deixamo-lo entrar na nossa boca, sentindo a sua rude suavidade no nosso palato, deixando que nos escorregue pela garganta, deixando um rasto ligeiramente picante mas também adocicado...
Por último, deixamo-lo enrolar-se na nossa língua, impregnando-nos com o seu sabor, deixando que o saboreemos em toda a sua plenitude, sentindo a sua essência e deixando que aqueça a nossa alma...
E, mesmo depois do último golo, nada mais pomos na boca, para continuarmos a sentir aquele sabor, aquele prazer orgásmico, mesmo depois deste já se ter ido...
Realmente,o sexo bem pode ser comparado a um copo de vinho...
E, de todos, é comprensível por que nada para mim substitui um bom vinho tinto... ;)


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado