25 abril 2013

São rosas, Senhor!

É grande a dificuldade que sentimos quando precisamos que um homem se coloque de “quatro” ou, pelo menos, se disponha a oferecer-nos as nádegas com a descontracção necessária a uma boa prática do que se seguirá.
A situação inversa, uma mulher de rabinho voltado para o macho, parece ser aceitável e muito promissora.
As posições são, no entanto, vantajosas para ambos e as reticências colocadas pelo elemento masculino quando lhe é proposta esta situação, transpira uma certa insegurança e o receio do dildo que sossegado repousa no móvel mais próximo.
O anilingus, rimming para os amigos, é um dos mais voluptuosos dos preliminares de que há memória. Exige, aliás como todo o projecto de actividade sexual, um duche eficaz e uma depilação cuidadosa, mas, cumpridas estas prerrogativas, torna-se digno de figurar no catálogo de Eros.
O exercício do rimming e as suas “regras”, são comum aos dois sexos e o acesso ao pénis, aos testículos ou à vagina está facilitado, bastando para tal que as pernas estejam afastadas e que, no caso do homem, o empurrar a erecção de modo a que o falo fique ao alcance da parceira, não é inconveniente e, pelo contrário, o toque da língua na glande colocada desta forma imprevisível, provoca comoções e sensações absolutamente surpreendentes.
O ânus deve ser tacteado com cuidado, salivado e friccionado levemente em círculos vagarosos. O esfíncter tem de relaxar e nesta primeira fase um dedo basta para fornecer a confiança necessária ao receoso e apreensivo alvo. Com paciência, acabaremos por perceber que os músculos que resistem à invasão, começam a afrouxar e a distender, alargando a rodela aparentemente interdita.
A língua tocará com a leveza de um insecto alado no centro já disposto a receber o que nos aprouver doar. Rodemos a saliva, devagar, encharcando e inundando todos os espaços que se nos oferecem.
Afastemos as nádegas com ambas as mãos de modo a termos aberto e oferecido o ânus que já temos convencido. A língua penetrará devagar, sempre ondulando, e percorrerá toda a extensão de uma paisagem dificilmente visitada.
Em breve, as nossas mãos deixarão de ser necessárias, porque teremos as nádegas afastadas pelas mãos do dono, em desespero.
Com intervalos razoáveis, devemos masturbar o homem, salivando-lhe os testículos por onde passa o pénis puxado para trás, sorvido e sugado pela ardência da nossa boca. O clítoris, no caso em que o rimming está a cargo do macho, pode ser titilado por nós ou pelos dedos livres que o macho pode introduzir na vagina movimentando-os ao ritmo da língua que se entranha ou desenha círculos de incêndio.
A prática não tem tempo estipulado, como é evidente, e a posição de oferta do ânus, embora limitada, pode variar. Deitados, com uma almofada volumosa e rija debaixo dos rins, de pernas erguidas ou flectidas e presas pelos braços, o exercício do rimming adquire outro sabor, não menos voluptuoso do que o descrito. O encontro de variantes é um processo que se deve deixar liberto e entregue à fantasia.
Há, no entanto, um pormenor a ter em conta. Se executado com perícia, afinco e sabedoria, pode facilmente de preliminar passar a orgasmo descontrolado e enlouquecido e teremos então espasmos, esperma, gemidos, fluidos, murmúrios e gritos ainda no início do caminho que a procissão teria de calcorrear. Uma outra possibilidade é, caso a posição adoptada pelo homem seja a deitada de nádegas erguidas e pernas flectidas, vermos os jactos de esperma, lançados como mísseis de longo alcance, a atingirem os olhos do pobre macho que acabou por sentir que afinal tem muito mais ânus do que aquele que assumia.

Camille