28 fevereiro 2014

King Missile - «Detachable Penis»


King Missile - "Detachable Penis" (1992) from Richard Kern on Vimeo.

(DES)Ata-me



Quando sorriste perturbante no teu olhar escaldante, percebi que ia ser um momento invulgar.

Cancelaste os compromissos, trancaste a porta do teu (luxuriante) gabinete que dá para o Secretariado, o telemóvel em silêncio, um último anúncio à tua assessora :"Não estou para ninguém!"

Eu sabia que a minha visita (in)esperada te agradava e o que tinha vestido te excitava a imaginação. E não só.

Aproximei-me da secretária de nogueira, maciça, onde tantas vezes os processos se tinham misturado, na pressa de fazermos amor enquanto te aguardavam para as reuniões que te afastavam de mim.

O teu olhar percorreu-me conhecedor e exploratório. Estava mesmo ao teu gosto: tinha-me vestido para ti.
Vestido de tecido estampado que tinhas conseguido no Japão, de tecnologia incrível e que nunca soube definir. (Como brincavas comigo e com a minha ignorância...)
Sempre pensei que fosse seda, mas dizias que não...

Bota preta de verniz, cano alto, salto médio, a fazer conjunto com a mala não muito grande, mas deselegantemente cheia, porque dizias que eu carregava o mundo dentro da minha mala. Como qualquer mulher que se preze.

Casaco branco, comprido de caxemira (em Paris estava frio). A lingerie adivinhavas. Mas o cinto de ligas era a estrear...

Pousei a mala e o casaco no cadeirão de pele, à esquerda. Tinhas corrido os reposteiros de veludo pesado e quente.

Abraçaste-me numa pressa que me ia desequilibrando. Sentaste-me na secretária, abracei-te com as pernas. Enquanto nos beijávamos interminavelmente, senti uma fita de seda a vendarem-me os olhos.

Ataste-me os pulsos atrás das costas e fiquei à tua mercê. Os outros sentidos apurados pela falta de visão.

Por favor, desata-me - supliquei-te, ainda antes de me obrigares a engolir o teu sexo rígido e enorme.

Mas nessa tarde, não estavas para me fazeres as vontades.

E sabes que adoro que me domines...

by Luna

Postalinho da Rota dos Moinhos do Buçaco

Para um turista "normal", esta fonte na aldeia de Carvalho é bonita... e mais nada...


... mas os membros e as membranas d'a funda São têm a vista e a taradice apuradas. Então... o que é aquilo no brasão ao meio da fonte?!


Se não é o que parece, pelo menos parece que é mesmo!

26 fevereiro 2014

«A chuva, amor» - João

"Chove tanto amor. E o vento. O vento amor. Vejo os teus cabelos ondular e preocupo-me, penso em correr para ti e segurar-te, amor. Amparar-te. Encostar-me a ti, como contraforte, fazer força para não cair. Enterro os meus pés no chão, e a terra faz-se lama, e eu debato-me para nos segurarmos. Tanto vento, amor. Começo a escorregar na lama, vejo os pés mover-se, primeiro devagarinho, depois já a obrigar-me a dar passos atrás, como se o chão fosse passadeira rolante. E encosto-me a ti, agarro-me a ti, seguro-te, e contrario a tempestade. E os teus cabelos amor. Os teus cabelos a ondular. Choras. A chuva bate-nos na cara, o vento faz folhas e ramos voar na nossa direcção, e agita-me o casaco, arranca-mo dos braços, liberto o peso, e empurro ainda mais na tua direcção, faço ainda mais força, e já me custa fixar os pés na água e na lama que correm, e a torrente já tem pedras, e tudo me escava por baixo dos pés como o mar que leva a areia e nos enterra. Abanamos os dois ao vento, os teus cabelos a esvoaçar, eu já quase de joelhos, a forçar as tuas pernas, a tentar fixar-te no lugar. Chove tanto amor. E há tanto vento. E estamos quase a cair. Estamos quase a escorregar vertente abaixo, levados nas águas. E eu já grito. Já me perco em imprecações, e tu gemes baixinho, e tremes. Tremes tanto amor. E continuo a levar com água na cara, e continuo a levar com folhas, pedras e ramos de árvore, e continuo a segurar-te, e tu gemes baixinho e dizes-me, com os cabelos ondulantes “amor…”, e eu tento olhar-te enquanto me esforço para não ser levado, e tu repetes “amor…” e eu agarro-me à tua mão, e ainda vou a tempo de te ouvir dizer “amor… eu já não te quero”, e num momento falham-me os joelhos, e tombo por fim na lama, e não tenho tempo de nada, e vou nas águas, a gritar mudo, e vejo-te ficar mais longe, e choro compulsivamente enquanto as pedras me batem no corpo, enquanto a água me afoga, enquanto o vento me leva triste e morro devagarinho."
João
Geografia das Curvas

«Proooonto, proooonto, já passou...» - Nicolas François Octave Tassaert



Nicolas François Octave Tassaert (França, 1800 – 1874)

Via Bernard Perroud

«sem título» - bagaço amarelo

Saí sozinho. Fui ter a um bar nos subúrbios de Aveiro onde estava uma mulher sentada no canto, pelo menos há uns trezentos anos, com um cão de guarda adormecido. Atrás do balcão, um homem que lia jornais desportivos já amarelecidos pelo tempo perguntou-me o que eu queria. Apeteceu-me dizer-lhe que me apetecia que houvesse paz no mundo, que o capitalismo acabasse duma vez por todas como pai do nosso modelo económico e que a Lena D'àgua nunca tivesse envelhecido. Pelo sim pelo não, acabei por pedir apenas uma aguardente CR&F.

- Tem CR&F? - perguntei.
- Tenho, mas também tenho mais baratas.
- Quanto é a CR&F? - assustei-me.
- Três.
- Pode ser.

A mulher com mais de trezentos anos olhava para mim. Eu sabia-o, embora ela não estivesse dentro do meu ângulo de visão. Há olhares que pesam sobre nós, mesmo quando não os enfrentamos. O homem, por qualquer motivo que nunca vou perceber, serviu-me duas CR&F duma vez e cobrou-me só uma. Em silêncio, cheguei à conclusão que ele sabe que quem bebe CR&F nunca bebe só uma. É uma questão estatística e, pela parte que me toca, tem razão.

- O Ronaldo é muito melhor que o Eusébio. - disse o homem.

A mulher com mais de trezentos anos ri-se, embora eu tenha dúvidas que saiba porquê. Peço mais duas aguardentes com a condição de pagar só uma. Os bares dos subúrbios da cidade são embrulhos de solidão. É por isso que gosto deles. São os únicos capazes de pegar na solidão de várias pessoas e embrulhá-la duma forma bonita, como se fosse uma prenda de Natal.
Lembro-me de ter ido a este mesmo bar há uns oito anos atrás, pouco tempo depois do meu divórcio e quando me sentia o homem mais sozinho do mundo, com excepção de todos os outros, e de ter visto a mesma mulher com mais de trezentos anos e o mesmo homem a ler jornais desportivos.
Tal como as fases da Lua, há coisa que nunca mudam.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho Happy

"O que se aprende nas revistas femininas..."
Corpos & Almas


25 fevereiro 2014

As melhores cenas de sexo em "gravidade zero"

Eva portuguesa - «zen»

Estou zen. Seja lá o que for que isso quer dizer.
Não me apetece chatear. É simples.
Podem continuar a tentar (até porque quem o faz, fá-lo com tanta maldade que não consegue resistir). Mas hoje estou zen. E não vou deixar que factores externos alterem esta minha paz interior. No aconchego e conforto de um cantinho tão meu, que é pago com o aluguer do meu corpo, não vou valorizar o que não interessa, o que nada acrescenta de positivo à minha vida. O quê ou quem.
Não. Pelo menos hoje não.
Não vou olhar para o vazio que preenche a minha vida, para as condicionantes e limitações que esta profissão impõe na minha vida pessoal. Não vou pensar nos clientes que se foram, no dinheiro que não chega, nos telefonemas e mails ordinários e insultuosos.
Hoje, e pelo menos hoje, não vou deixar que roubem a minha paz interior nem que machuquem a minha alma.
Hoje estou zen. Em paz com o mundo. Em paz comigo (as 2 facetas de mim).
E por isso hoje vou apenas olhar para o fogo que arde na lareira, tentando esvaziar a minha mente. Vou pensar nos aspectos positivos que a minha vida tem. Vou pensar no meu filho, que é o meu mundo, a minha vida, a minha felicidade. Vou lembrar as pessoas positivas e bonitas (por dentro e por fora) que se têm atravessado no meu caminho ao longo dos anos, quer a nível pessoal quer a nível profissional. Vou sorrir ao pensar naquele cliente que ontem veio do Porto e me trouxe um perfume de prenda do dia dos namorados. Ou daquele outro que me costuma trazer rosas. Ou aquele que me envia palavras de carinho e conforto quando me sente menos bem. Vou recordar aquele homem que me amou e aceitou, mesmo sabendo o que faço para ganhar a vida. Vou pensar nos amigos que, conhecendo as duas metades da laranja que sou eu, nunca me julgaram ou criticaram. E, destas pessoas maravilhosas, vou certamente irradiar alegria ao contabilizar aquelas que ainda permanecem.
Hoje estou zen. Estou de bem comigo e com o universo. Tendo mágoas e feridas, aceito-as como fazendo parte do meu processo de crescimento pessoal. E acredito que amanhã vai ser melhor. E sei que ainda terei muito para receber no futuro. Que serei feliz. Não sei como, mas agora também não interessa nada. Sei, porque sei, que tudo vai melhorar. E assim como o inverno chuvoso e frio dará lugar a dias radiantes de sol, também a minha realidade mudará para melhor.
Sinto isto.
Porque hoje estou zen.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Escrevo-te» - Susana Duarte

escrevo-te, para que saibas onde estou

perdi-me para além das amoreiras bravas,
que me pintam os lábios, e a pele, e os sentidos,
com as cores profundas das noites azuis

escrevo-te, para que saibas onde estou

perdi-me para além dos oceanos, onde nereidas
consomem o sal sereno dos mares calmos,
e a história nos reescreve nos dias salgados da procura

escrevo-te, e quem sabe, descobrir-me-ás

onde as Náiades serenam as águas já doces
e as amoras me preenchem com o rubro das suas bagas,
e o sumo delas me escorre pelos lábio, que beijas,

na procura incessante dos horizontes para além dos quais me perdi



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Casal com movimento mecânico

Placa de madeira recortada e pintada, com um homem que se movimenta por trás de uma mulher posta de quatro, por um sistema de rodas dentadas.
Mexem-se muito... na minha colecção.





24 fevereiro 2014

«SexyMF» - performance por Ana Borralho & João Galante

Culturgest, Lisboa, Novembro de 2007

"sexyMF é uma performance de 13 artistas. Desenvolvido a partir de oficinas com as comunidades locais das cidades em que estamos presentes, este projecto tem como objectivo trabalhar e interagir com as pessoas fazendo-as participar, tanto na oficina e na actuação.
sexyMF é baseado no imaginário erótico, questionando as assimetrias que regulam as identidades sociais e as definições de masculino / feminino , o que provoca fortes emoções no espectador , confrontando-os/-as com personagens cujos corpos estão completamente expostos e que mostram uma muito óbvia ambiguidade sexual. Os 13 artistas (escolhidos entre as pessoas que frequentam a oficina) estão totalmente nuas, com as caras transformadas através de make-up, de modo a que cada um deles tenha um género diferente do corpo a que ele ou ela pertence. Sentado frente a frente com os 13 artistas, o público estabelece uma relação muito íntima e directa com eles, sem palavras, por um período indeterminado. Enquanto isso está a acontecer a audiência ouve, repetidamente, uma canção de amor com auriculares nos ouvidos (cada auricular tem uma canção diferente). O som ambiente é do canto de pássaros através de um amplificador de guitarra. Há também dois tocadores de violino ao vivo a tocar música clássica. É o espectador que define o tempo da performance, o tipo de relacionamento (escolhendo um determinado artista) e o momento em que ele / ela se vai embora. Todos os outros espectadores ficam à espera de uma cadeira. Como num jogo de voyeurismo, eles estão livres para observar o desempenho e as relações estabelecidas por outras pessoas do lado de fora, optando por participar mais tarde no desempenho ou não."


SexyMF, performance by Ana Borralho & João Galante from AnaBorralho JoaoGalante on Vimeo.

Luís Gaspar lê «Beijo» de João de Deus

Beijo na face
Pede-se e dá-se:
Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
Dá?
Teme que a tente?
É inocente…
Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo…
Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
Dê!

Como ele é doce!
Como ele trouxe,
Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
Amor!

Saciar-me? louco…
Um é tão pouco,
Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo
Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
Dois…

Oh! dois? piedade!
Coisas tão boas…
Vês?
Quantas pessoas
Tem a Trindade?
Três!

Três é a conta
Certinha e justa…
Vês?
E que te custa?
Não sejas tonta!
Três!

Três, sim: não cuides
Que te desgraças:
Vês?
Três são as Graças,
Três as Virtudes;
Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
Vês?
E não o deixam
Manchar, são… quantas?
Três!

João de Deus
João de Deus de Nogueira Ramos ( 8 de Março de 1830 — 11 de Janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«conversa 2049» - bagaço amarelo

o edifício

Era estudante e estava sentado num muro à espera dum colega meu, na cidade do Porto. À minha frente uma série de prédios, relativamente recentes, pareciam alinhados para admirar a Lua cheia que surgira por trás deles. Nas ruas não havia quase nenhum movimento pedonal, mas sobravam automóveis para dar e vender.
Enquanto os prédios olhavam para a Lua, eu olhava para eles. As luzes interiores davam sinais de vida a um ritmo lento e, das janelas mais baixas, era possível ouvir alguns sons domésticos. As famílias que ali moravam começavam a jantar e eu, sozinho, continuava à espera que o meu colega chegasse. Dei-me conta de que, instintivamente, imaginara a vida de todas aquelas pessoas duma forma estereotipada. Para mim, todas as famílias que ali moravam eram compostas por um casal heterossexual e um ou dois filhos, com a mulher de avental e o marido a chegar a casa um pouco depois dela, já com a janta na mesa. Todos discutiam temas banais, como a política de panfleto ou um jogo de futebol qualquer.
O meu colega acabou por não aparecer e eu, sem perceber exactamente como, fiquei ali até os edifícios se confundirem com o céu escuro e cada uma das minhas famílias estereotipadas adormecer. A verdade é que não dei pelo tempo a passar.
Na noite seguinte saí com alguns amigos e fui a um bar perto da Ribeira que eu gostava muito. Era calmo o suficiente para se poder ter uma conversa e movimentado quanto baste para não nos sentirmos isolados do mundo. Quando me virei para o balcão, para pedir a segunda cerveja, uma mulher que estava noutra mesa levantou-se e veio ter comigo. Perguntou-me se tinha sido eu a passar a noite anterior inteira sentado num muro que dava para a janela dela. Que sim, respondi, e expliquei-lhe a história toda.
Também ela me tinha visto da mesma forma estereotipada. Estando eu ali, toda a noite sozinho em frente a um edifício, só podia estar apaixonado por alguém que não me ligava nenhuma. Estaria numa de sofrimento, à espera que um milagre se desse e a minha paixão viesse à janela.

- Estava só à espera dum colega que não apareceu... - disse.

Eu e a Ana ficámos amigos. Provavelmente, e digo isto sem certezas, vivemos uma amizade tão intensa quanto incomum. Sei que sempre que entrei na casa dela, durante os anos em que fomos próximos, pensei em como a minha percepção da vida naquele edifício tinha sido errada. Quanto mais não seja, a Ana mostrou-me isso. Agradeço-lhe.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Coelhinho, se eu fosse como tu…

Pegava essa cenoura e colocava ela na salada.



Boa recuperação, coelho!

Capinaremos.com

23 fevereiro 2014

Pénis variados no cinema


penes en el cine ...los penes mas famosos ! from sergio ariell arias on Vimeo.

Les Krims - Humor sombrio e provocador

Chèrie


Eu sou uma gaja boa. Uma chérie. Todos me dizem que sou uma querida e portanto sou. No mínimo é o que me dizem os que interessam e esses é que contam. E quase me liquefaço todinha nesse prazer de ter legiões de seguidores a quem fiz pequenos favorzinhos e que em troca me devolvem uma admiração desmedida que só não me lambem os pés em público porque eu só retiro os saltos altos para tomar banho. Qualquer boutade que me saia da boca vai ecoando por eles fora como o fogo pelas matas nacionais e eu deleito-me por criar moda para tal vassalagem.

Que é garantido que sou uma mulher honrada e de um só homem como publicamente se sabe e faço sempre questão de assinalar nas datas para isso convencionadas em pleno mural do Facebook. Ele é o meu quidinho, o mon petit lapin que claro que sim que tem um blogue que caso contrário cairia muito mal na minha ficha biográfica webiana e ninguém precisa de saber que quase o obriguei a isso e que o conheci lá fora no mundo exterior e me fixei nele por ser um magnífico exemplar de jovem loiro e alto com os glúteos rijinhos e muita energia para me revolver as entranhas e fornecer o orgasmo que me falta nos adeptos.

Mas apesar do meu simples e cómodo quiducho não perco a carruagem do prestígio e já o levei para o Twitter e o Facebook, que tenho pavor de estar sozinha e sem ninguém para me admirar. E nem tenho dúvidas de que se devia criar um novo canal de comunicação embora desta vez exclusivo para casais modernos, saudáveis e de sucesso como nós porque nestas coisas a páginas tantas aparece lá tudo e é uma chatice e uma trabalheira para nos distinguirmos e elevarmos acima dos outros.

Homens e seus sentimentos



Via Testosterona

21 fevereiro 2014

Desmond Kelly - «Babiachahige Bicycleka» (a bicicleta)

A cisterna de Cupido

Estou preocupado, tenho o reservatório do amor a transbordar e ainda posso provocar uma inundação disso ou assim.

«À glande e à francesa» - Patife

Andava na rua de rabo espetado, o que lhe dava uma certa graciosidade sexual. Já tinha reparado nesta sirigaita há algum tempo mas no outro dia aquela pandeireta estava para lá de espetada. Segui-a com os olhos com a mesma atenção que na primeira vez. Uma gaja que anda na rua daquela maneira a espetar o rabo tem de estar preparada para que um tipo fique com vontade de lhe espetar no rabo. É a ordem natural das coisas. Por isso, das duas uma: Ou era uma galdéria do anal ou queria experimentar coisas novas. Enquanto estudioso destes fenómenos senti o apelo da curiosidade e fui averiguar. Após duas horas de conversa fiquei logo a saber que estava mortinha para levar com este totem fálico. Não consegui perceber era onde. Por isso pedi esclarecimentos. Desatou-me aos berros, que era uma senhora, que não se dava assim, que o rabo era sagrado e que eu não a ia corromper. Quis explicar que ela tinha entendido tudo mal e que não a queria corromper. Apenas lhe queria romper o cu. É um nível completamente diferente. Mas achei melhor sossegá-la, afirmando que era apenas por curiosidade científica, sendo eu um estudioso do tema. Ficou claro com esta explicação que a minha inteligência tem limites. Já a burrice dela, não. Pois acreditou em tudo o que lhe disse. Daí a levá-la para a cama foi um tirinho. Quando finalmente viu sair de dentro das minhas calças esta colossal zarabatana, arregalou os olhos e disse que lhe tinha saído o Jackpot. Só me apetecia rematar com um “Oh filha, se o Pacheco se chamasse Jack estava sempre a ir-te ao pote”. Mas como se chama Pacheco acabou mesmo por ir-lhe ao pacote. Claro está que para acomodar este calhamaço a desgraçada da moça viu-se grega. Eu cá vim-me à glande e à francesa.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Postalinho arbóreo

"Árvore fêmea na Rota dos Moinhos do Buçaco (Penacova)"
Paulo Moura


20 fevereiro 2014

A culpa é sua!

Les boules


É extraordinária a desatenção que encontro em relação ao manuseamento dos testículos! 
Nas trocas de informação sobre sexo que acontecem sempre que se juntam mulheres, sobretudo mulheres “patrocinadas” por altas esferas, estas bolas deslumbrantes parecem órfãs e destituídas de importância capital. Fazem parte dos elementos secundários, como as nádegas ou os mamilos masculinos, ultrapassados com facilidade por os tradicionais pontos erógenos. 
Não são esquecidos, como é evidente, mas não são explorados de modo a que o seu manuseamento origine o orgasmo. 
No entanto, os testículos são peças fundamentais ao erotismo e a sapiência com que são tocados e acariciados pode accionar orgasmos impensáveis e inesperados. 
A primeira manobra a conhecer para que sejam tratados como merecem é aquela a que chamarei “percurso breve”. 
Consiste no aflorar subtil dos testículos ainda presos nas cuecas. O homem deve estar deitado, de pernas abertas e sem qualquer almofada que lhe apoie a cabeça. Os dedos, as unhas, devem apenas roçar o algodão que os guarda. Percorrer-lhes o formato, rodear e rolar, procurando a linha que os divide. O pénis funciona como alerta. Erguido e latejante, avisa a mulher da necessidade de avançar. Beijar os testículos ainda escondidos não é fácil, mas a pressão exercida pelo lábios que sentem o volume a adaptar-se, moldando o formato ao som da nossa boca, é excitante e compensa. 
De sublinhar que nada deve tocar o pénis, nesta altura. A nossa atenção deve estar toda virada para a massa dura dos testículos e durar o tempo que for necessário para que o homem comece a arfar e a agitar-se. 
Por muito que sedutor que pareça, a mulher, neste caso, não deve despir as cuecas do amante. Deixemos que seja ele a desnudar o que queremos. Fornece-lhe a sensação de domínio e de controlo e quando se tem nas mãos os testículos de alguém, é preciso que o dono se sinta confiante. 
Depois de despido, deixemos que se abra para nós. É sempre bom observar atentamente um homem nu, erecto. 
O segundo passo, o “percurso aberto”, consiste no acumular dos movimentos realizados acrescentando-lhes a língua. Humedeçamos a rugosa pele, procuremos devagar contornar os seus volumes e sintamos, abocanhados, os dois boleados segredos que o escroto guarda. 
Não é difícil introduzir um testículo na boca, banhando-o com saliva e fazendo-o dançar no nosso palato, mas esta manobra deve ser cuidadosa e só as mais experientes a conseguem realizar com a suavidade necessária e provocar um brutal prazer no macho nu e já arqueado. 
O uso de pequenos auxiliares, pequenos vibradores, pode ser proveitoso durante este momento. A vibração suave pode percorrer o escroto, sempre com o cuidado de atingir as virilhas e a região que conduz ao ânus. 
São dois passos importantes que exigem treino e experiência antes de podermos passar ao terceiro marco. 
Até lá, acabemos montadas no mastro que lhes está apenso e pondo em prática as lições estudadas antes.

O cio das cerejas  - Camille

Jarro espanhol em barro com agente da Guardia Civil e um enorme falo

Sempre em guarda na minha colecção.


Quem não faz e manda fazer, é certo que se vai foder*

* Provérbio que inventei agora mesmo mas que bem se poderia tornar popular...

Crica para veres toda a história
Audição


1 página

19 fevereiro 2014

«O outro lado da tua pele» - João

"Saíste da banheira e caminhaste até à beira da cama onde te sentaste. Enrolada num toalhão, que deixaste abrir, ficando tu, e eu, perdidos nessa nossa nudez, o envelope das nossas cabeças. Pegaste no creme. Preparavas-te para cobrir a tua pele com ele. Que desperdício. Que te passou pela cabeça? Não! Que fazes? Não te deixei prosseguir. As minhas mãos são o outro lado da tua pele, o creme pertence-lhes. Fui cobrindo o teu corpo e, vendo bem, de mecânico tinha pouco, estava só a fazer amor contigo de uma maneira diferente. E queria fazê-lo sempre. Como um ritual, um compromisso que não se marca na agenda, que não é obrigação, é só olhar-te e dizer presente. Nem isso. É olhar-te e fazer. Entre o teu cheiro e os teus sinais. E enquanto penso nisso, sinto-me invadido por tantas coisas que não tenho letras nem discernimento, é uma bolha de tudo, que mexe com o meu sangue, mexe com os sentidos, e depois de me arrancar do chão, deixa-me cair de novo, de supetão, e ecoa nos meus ouvidos a zombaria. Mas não faz mal. Não faz mal por causa da nossa nudez, do nosso envelope, das muitas maneiras de fazermos amor."
João
Geografia das Curvas

a monogamia é um mito

«A antropóloga Helen Fisher escolheu um tópico complicado -- o amor -- e explica-nos a sua evolução, as suas bases bioquímicas e a sua importância social. Conclui deixando-nos um aviso sobre o potencial desastre inerente ao abuso de antidepressivos.»

para ouvir AQUI
para ler AQUI

«morte à "gaja boa"» - bagaço amarelo

Aviso: este texto é só para homens

Há uma relação directa entre a quantidade de vezes em que um homem chucha no dedo sozinho e aquelas em que diz que uma gaja qualquer é boa. Eu, sempre que ouço um tipo qualquer dizer que "aquela gaja é mesmo boa", tiro automaticamente a conclusão de que ele é apenas um pobre solitário, uma espécie de satélite longínquo do planeta em que queria tocar. A má notícia é que elas tiram a mesma conclusão. Com excepção, claro, da Scarlett Johansson, que é mesmo boa. Quando um gajo me diz que a Scarlett é mesmo boa, eu aceno afirmativamente com a cabeça e, lá está, passo a ser eu o satélite.
O problema da "gaja boa" não é apenas semântico. "Boa" podia querer dizer generosa (na maneira de ser e não nas formas) ou justa (na maneira de ser e não não nas formas), mas todos sabem o que é que aquilo quer dizer realmente. Não é que seja mau olhar para uma mulher por causa do seu impacto visual, mas é demasiado mau parecer um cachorro abandonado e a salivar, que é o que parece um gajo qualquer quando diz que "uma gaja é boa".
Por tudo isto declaro morte à expressão "gaja boa" e anuncio a boa nova, ou melhor, a mais ou menos nova. Devemos todos começar a dizer que as gajas são mais ou menos. É preciso ser inteligente e não parecer um cão que não come há duas semanas. Ao dizermos que uma gaja é mais ou menos, mantemo-nos no mesmo patamar dela. Impedimos que ela passe a olhar para nós como seres miseráveis e tristes que só pensam em sexo. Com excepção, lá está, da Scarlett Johansson. A essa podemos dizer que é boa, até porque é mesmo.
Se todos passarmos a dizer que as gajas são mais ou menos, não ofendemos ninguém e damos aos piropos um ar mais elegante e selecto. Com o tempo e com a habituação até podemos, eventualmente, começar a dizer coisas como "tu és mesmo toda mais ou menos" ou "mas que gaja tão mais ou menos". É melhor para todos, acreditem. As mulheres vão passar a olhar para os homens como seres que comem de faca e garfo, não fazem barulho a beber chá e nunca têm gases e, no final de contas, o desabafo pavloviano está lá na mesma.
Boa sorte, ou melhor, uma sorte assim assim.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho Serrano

"Folgosinho, na Serra da Estrela"
Marlene Quelhas

18 fevereiro 2014

Breve História da Arte Nua

A FODA COMO ELA É (XII) - Na Refrega

Maria Cavaco Silva com sua recordação das grutas de Altamira.

Não é sadismo, masoquismo, fetichismo, violência de género, falência psicológica, tara primária, nem dominação encenada: - é amor. E sem dentada, como dizia o brasileiro do teatro, não há nada para ninguém.
Soube do caso de uma fulana que, ofendida até ao estupor, abandonou o amásio da ocasião, porque ele revelara a um conhecimento comum que ela gostava de apanhar durante os folguedos de alcova. Não fora a vergonha da confidência que a indispusera, mas o equívoco sexual e consequente incompatibilidade com o mancebo, pois não era de apanhar que ela gostava - espessa cavalgadura! - mas antes de ser amada até às vias de facto. Sem essa componente afrodisíaca da mistura homeopática de violências sortidas com as suavidades da caralhada, cumpria-se somente a satisfação fisiológica do recinto vaginal. 
As mulheres mais sensíveis exigem dor de qualidade, administrada nos momentos adequados ao longo da pranchada. Os varões mais abrutalhados, por sua parte, não a sabem aplicar, julgando muitas vezes tratar-se de lamentáveis desvios mentais, furtando-se ao assunto, burocratizando a foda, agravando, enfim, a insatisfação sexual no planeta Terra. Já um indivíduo delicado, chega-lhes bem.
Estimando que se coza a presente efeméride de São Valentim Loureiro, vou-me ali beliscar uns mamilos tesudos, trincar um clito entumescido, assestar umas valentes taponas em carnudas nádegas. Com licença.

«És» - Susana Duarte





és, de todas as sombras, a mais fugaz,

perdida por entre os mamilos das mãos
e sobre as luzes desejadas; és, de todas

as luzes, a que penetra os dedos em tons
de azul; e aí, onde o azul se estende sobre

o ventre, derramas vida, e sémen, e suor
e choras todos os dias não vividos, e as
noites esventradas de estrelas, e a vida.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Hoje, não vos vou mostrar uma peça da colecção de arte erótica «a funda São»

Vou mostrar-vos todas!
A partir de agora, o cadastro completo da colecção está disponível online, bastando para isso acederes aqui.
São mais de 1.700 livros e cerca de 1.300 lotes de mais de 3.000 objectos, disponíveis para consulta através de uma pesquisa normal ou de uma pesquisa avançada.
Afunda-te na colecção... para já virtualmente, mas a exposição da colecção na Pensão Amor está já "no forno"...


Visita também a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

17 fevereiro 2014

Homens, aprendam a fazer um bolinho

Postalinho gourmet

"Diz que se chama encona e é picante"
Joana Rita Sousa

«conversa 2049» - bagaço amarelo

Ela - Raios lá para os homens que não sabem engatar uma mulher!
Eu - Que homem é que não sabe engatar uma mulher?
Ela - Nenhum homem sabe. A verdade é essa.
Eu - É?
Ela - É. A maior parte pensa que com um carro de luxo, um ramo de flores e um jantar à luz das velas consegue o que quer...
Eu - E não consegue?
Ela - Claro que não. Não é isso que uma mulher procura num homem...
Eu - Então é o quê?! Pode vir a dar jeito...
Ela - Competição.
Eu - Competição?! Não atingi...
Ela - Lá está. Também nunca percebeste nada do assunto.
Eu - Então explica-me, por favor.
Ela - Um gajo tem que trazer concorrência com ele, que é para dar pica. Tem que ter outra gaja interessada nele, percebes?
Eu - Mais ou menos...
Ela - Qual é a mulher que se vai meter com um gajo a quem ninguém liga?! Se houver outra mulher no jogo, a coisa torna-se muito mais interessante.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Falta de diálogo é uma coisa complicada



Mulher é um bicho complicadíssimo.

Capinaremos.com

16 fevereiro 2014

«Herétules - não darei não» - filme da Disney dobrado para... malandrice

O Zigurate



Conheci o energúmeno no lugar inevitável para o encontrar: o bar da faculdade. Vinha acompanhado do inseparável Cândido, alguém que espelhava o seu empenho e dedicação à Associação de Estudantes no atendimento diário ao balcão do bar, apenas a troco de um ordenado certo no final de cada mês. Faziam a ronda diária pelo novo gado que apinhava as mesas do bar.

E o gado, Senhor Doutor, eram as novas alunas da faculdade. Mas continuando, Senhor Doutor, eles circulavam pela frente de todas as mesas observando ostensivamente todos os parapeitos femininos. Acercou-se de mim, obviamente novata e pediu, gentilmente, se eu puxava o casaco mais para os lados para ver a camisola que era tão gira. A camisola tinha bonequitos de ar azteca e eu parva acedi recebendo como prenda a frase Ganda par de mamas! e a sua partida para a próxima mesa.

Foi assim que conheci o Professor Zigurate, como era chamado por via da cadeira de civilizações pré-clássicas que leccionava, aquele caldeirão de culturas que incluía desde o dilúvio do Gilgamesh ao arquitecto egípcio Manefta. E a sua primeira aula foi esclarecedora das suas intenções a condizer com o descapotável vermelho que estacionava à porta da faculdade sem conseguir fazer ondular todos os cabelos ao vento já que ele próprio era descapotável.

Distribuiu um questionário a todas as alunas, também ele revelador do estranho facto de nenhum aluno macho se ter inscrito na turma dele. Para além dos habituais nomes e idade seguiam-se as perguntas se era virgem, se tomava a pílula, se apreciava felatio e cunnilingus, bem como a prática de coito anal. Depois, eram páginas e páginas com as ilustrações do Kama Sutra para assinalar as posições preferidas no quadradinho disponível para o efeito. E a rematar um espaço para indicarmos dias e horários disponíveis para aulas práticas.

Oh Senhor Doutor aquilo era um dilema existencial: fazer ou não fazer a cadeira? E a fazê-la, seria de forma erecta ou horizontalmente sapiens?


[ Foto © Schumata, Mercury(fresco de Pompeia), 2006]


Alexander Dobkin e a sua modelo



Via mon ami Bernard Perroud