30 abril 2014

Assim sim, eu participaria na «The Color Run»!


LENKA BY STEVE SHAW from TREATS! MAGAZINE on Vimeo.

Mas serviu-as todas descascadas

Há diferença entre "gostar muito de" e "estar convencido de que como todas".
Dito isto, a senhora do restaurante lá reduziu a dose de batatas.

«Rádio Farol» - João

"Eu sou a tua calma e o teu tornado. Sou a mão que te conforta e depois estimula. Tenho a voz que te adoça e o olhar que serena. Eu sou o teu rochedo e a certeza, o porto de abrigo, o lenço que recolhe as lágrimas e seca o rosto. Sou a estrada cujas curvas te embalam, sou o sol que te beija a pele, sou a mansidão que te trava e o animal que te espicaça. Sou muito mais do que se sabe, muito mais do que se vê. Sou a rendição, o deixar levar e sentir, o oposto do medo, a expectativa e a esperança. A parte do todo que duplica e que funde, o amor e a foda, a parede, a cama, o sofá e o relento, o alento nas mãos quentes, no vento, sem tento."
João
Geografia das Curvas

«conversa 2067» - bagaço amarelo

Ela - Há homens que pensam que o teste mais importante que passam com uma mulher é quando se deitam com ela.
Eu - E não é?
Ela- Claro que não. É quando acordam no dia seguinte, se é que chegam lá...
Eu - Quando acordam?!
Ela - Sim... uma coisa é conhecer um gajo à noite, gostar dele nem que seja só um bocadinho e levá-lo para cama. Outra coisa, totalmente diferente, é gostar dele quando ele está com aquele ar ensonado, cabelo espetado e, se for preciso, com gases matinais.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

29 abril 2014

«Ménage» - Porta dos Fundos

Eva portuguesa - «1 beijo»

Quero 1 beijo.
1 beijo teu.
1 beijo à chuva. Molhado.
1 beijo ao sol. Quente.
1 beijo à lareira. Íntimo.
Quero 1 beijo que seja sentido.
1 beijo verdadeiro, honesto, corajoso, espontâneo.
1 beijo que sem falar diga mais que todas as palavras que já me disseste.
1 beijo que concretize todas as promessas que já me fizeste.
1 beijo que fale de amor.
Quero 1 beijo profundo que me leve aos teus braços. Que me faça viajar. Que me transporte a mundos que ainda desconheço. Que me revele realidades que ainda não vivi. Que me faça viver sonhos que ainda não sonhei.
Quero 1 beijo que me mostre a vida e cale a morte.
1 beijo que me transforme no melhor que posso ser.
1 beijo sem história, sem passado.
1 beijo lançado, caído, dado.
1 beijo que não se consegue evitar nem se pode prender.
1 beijo que diga bom dia e olá, mas nunca adeus.
1 beijo com sabor a sal, mas doce como o mel.
1 beijo com cheiro a proibido, mas que tinha que existir.
1 beijo forte como uma tempestade, que transmita a calma de 1 pôr do sol.
1 beijo ardente que conforta e incendeia.
1 beijo devastador,que apenas gera vida.
Quero 1 beijo.1 beijo teu.
Dás-me?...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Mãos» - Susana Duarte

Há mãos que desenham sentidos ________________ e sentidos que se desenham nos corpos,
na chegada a casa e nos desenhos estendidos na pele________há mãos que desnudam corpos
e se agitam na alada e serena escuridão da noite ____________________e na serena enseada
onde despi as mãos de pudores e colhi as rochas firmes da tua vontade__________onde vesti
a pele com a tua pele_________________________e soube, nas mãos, onde pertencia a veste
que despi_________na noite de onde parti__________da solidão onde estava_____________
e da maré onde naveguei, levada por uma escuna breve que se encheu de luar na noite. De ti,
que me desenhas mãos nas costas, saberei___________________.Saberei onde estão conchas
nuas____________e onde se canta nas ruas: onde se beijam amantes nos recantos da paixão.
De ti, saberei de cor as notas com que apagas a solidão. De ti____________________o jazz,
em noite de verão. Das nossas mãos, as silhuetas contorcidas na noite dos corpos, e uma vela
acesa___________________onde cheira a baunilha e a mirtilos, e as mãos ali se entrelaçam,
no fogo____________________. No fogo das mãos, vivem águas, vivem rios e sonhos de ser
amante em mão alada, que se desprende levando-me consigo. Mãos.__________________.
Mãos de ser ave e mergulhar no grito que solto, se me enches o corpo de manhãs claras e és.
_____________És mão que luta na noite do medo de perder a veia onde navego.___________
O fogo que irrompe das ruas da cidade é aquele que cantas na enseada deste amor.amor.amor
grito, irrompido de um luar perfeito onde, ternas, repousam memórias de terem sido tuas, as
mãos que me habitam e te despem no sonho que se desenha nos meus cabelos. ___________



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro de 2012
Imagem: retirada da net; autor que desconheço

Mulher nua em pose acrobática

Estatueta em metal (cobre?) de uma mulher nua com trança comprida, na minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


28 abril 2014

E se os homens assumissem o papel das mulheres na publicidade?

Luís Gaspar lê «Quadrilha» de Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade
(Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um famoso poeta, contista e cronista brasileiro.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«coisas que fascinam (165)» - bagaço amarelo

É claro que me apaixono constantemente por mulheres que não conheço de lado nenhum. Por uma cantora, uma locutora de rádio, uma jornalista ou uma mulher que está sentada no mesmo bar que eu. As mulheres que eu não conheço de lado nenhum têm essa característica deliciosa que é precisamente eu não as conhecer de lado nenhum. Podem ser tudo aquilo que eu quiser imaginar, para além do pouco que eu já sei que são.
Se não acontece com todos, ter um grande Amor pelo desconhecido, então devia acontecer. O desconhecido tem uma enorme paciência para aturar os nossos maiores defeitos e todas as nossas exigências. É um Amor incondicional.
As mulheres que nunca conheci fazem parte dos grandes Amores da minha vida e, como sou um homem que gosta de prolongar o Amor por muito tempo, opto por continuar assim, sem as conhecer de lado nenhum.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Faça hoje

Pare de deixar pra outro dia.


Não sabendo que era impossível, foi lá e levou a loira pra casa.

Capinaremos.com

27 abril 2014

Postalinhos de Guimarães

"Na cidade Berço os escultores capricham.
A primeira escultura é na Rua Alfredo Pimenta e a segunda na Rua de S. Gonçalo."
Fernando Oliveira


Depila, São!

Considerando as mais recentes tendências, é de prever que também o termo "pintelheira" acabe por desaparecer do léxico comum.

Glossário do cu


E para não ficarem rabos de palha sobre a palavra CU, originária do latim culu, esse substantivo masculino que designa ânus, nádegas e a extremidade da agulha oposta ao bico, vamos intentar uma classificação do mundo dos seus sinónimos na gíria, em 5 grandes grupos: cu-vejo, cu-forma, cu-papa, cu-faço e cu-se-lixe.

No primeiro grupo integramos aqueles que surgem pela imediata semelhança visual do cu com outros coisas como anilha, argola, buraco, ilhó, olho e orelho.
A seguir, juntamos os que derivam da parecença visual das nádegas com outras formas do nosso quotidiano, de que são exemplo as arredondadas alcofa, às de copas, bilha, bojão, marmita, bem como as mais quadradas pacote e panela.
O terceiro grupo nasce da associação do dito cujo com delícias culinárias e/ou gastronómicas que nos aguçam o apetite como no caso de ananás, queijo, , padaria ou regueifa.
O quarto surge de uma perspectiva meramente utilitária e funcional dessa parte do corpo humano encarado então como cagueiro ou cano de escape.
O último conjunto agrupa aqueles termos que pela sua sonoridade se aproximam do termo vulgar e seus derivados mas ainda assim tentam o eufemismo, tal como fez uma recente rede de telemóveis, e aqui incluímos a bunda, as nalgas, a peida e a peidola, o quiosque, a rabada, o traseiro e o tutu.

Em jeito de epílogo recordaria apenas que o cu é o começo de coração.



[Bibliografia usada: Dicionário Língua Portuguesa On Line da Priberam; José João Almeida,Dicionário aberto de calão e expressões idiomáticas, 12 Dezembro de 2007; Afonso Praça, Novo Dicionário de Calão, Círculo de Leitores: 2001]

«Crazy little thing called love»


Via mon ami Bernard Perroud

26 abril 2014

«A Piranha Sereia - Coma A Moça» - filme da Disney dobrado para... malandrice

Vejam a minha prima na Televisão

Bonecos «Mr. P - One Man Shy»

Uma das sexões da minha colecção é de peças de design. Tenho várias da série «Mr. P».
A mais curiosa será provavelmente o candeeiro. Nas primeiras visitas que fizeram à minha colecção, eu tirava o candeeiro da caixa e ligava-o a uma tomada para as pessoas experimentarem. Mas deixei de o fazer pois algumas visitas não paravam de ligar e de desligar o interruptor do candeeiro, vá-se lá saber porquê...







Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Uma prostituta e o seu cliente


Frans de Geetere (Bélgica, 1895-1968) - «Une prostituée et son client» (anos 30)

Via mon ami Bernard Perroud

25 abril 2014

Campanha de prevenção ao cancro nos testículos

Mérito da «Asociación española de Adolescentes y Adultos jóvenes con cáncer», com participação mais que especial dos meninos do Chatroulette

Faro de perdigueiro

O cheiro dos livros. Aí está uma memória olfactiva muito agradável.
Por acaso quando li Henry Miller pela primeira vez quase me cheirou àquilo.

Porno para toda a família, de Brian Steinhoff














Trabalho do fotógrafo Brian Steinhoff . A série conta com cenários pornográficos onde todas as formas humanas foram preenchidas com monótonos padrões florais normalmente reservados a papel de parede e almofadas de sofá.

A rainha vai nua!

Crica para veres toda a história
Tesão têxtil


1 página

24 abril 2014

Kevin Drew - «Good Sex»

Porque há defuntas que deixam mais saudades que outras...

Que se pode dizer desta máscara de gesso de um sarcófago do século II d.C. proveniente do Egipto, então província romana? A única coisa que me ocorre é que alguém se esforçou para que as saudades da defunta fossem bem fortes e duradouras.




Fotos: Katano em The British Museum. 30/4/2012

Pirguntas du Nelo



Tou confuzo ca coiza deshti çorteio dash faqueturas...
Melhéres, nam hera pra çer "Çe teiem fomi, tomeim lá broshes..."?

(eu pudria dare uma mãuzinha ó governu e açim, maziço hera çonhar muinto altu) 
Çeija comu fôre, tou há despuzissão

Descobre as sete diferenças



Via Testosterona

23 abril 2014

«Bubble porn»

Já conhecia o efeito genial dos círculos recortados em fotografia. Em vídeo, é o primeiro que vejo:

A roçar o poliamor

Mesmo sendo agnóstico, vejo a santidade num carpinteiro capaz de entender como uma bênção o facto de a sua mulher estar grávida de outrem.

«Humidade» - João

"E agora? Flores com cartão? Chocolates? Não. Vais à minha frente e deixas correr a água. Quero-a bem quente, quase a escaldar. Como se gosta. O vapor vai preencher o espaço, o calor vai colar-se a nós, gotículas na nossa pele, uma humidade que soma à humidade, e então eu irei ter contigo, e deixarei cair a minha roupa. Vais percorrer o meu corpo com as tuas mãos escorregadias, vais lavar-me a pele, suja do teu não estar, vais deslizar os dedos no cabelo e puxá-lo um pouco, naquele limite que tu sabes, para trazer o meu ouvido à tua boca. Vais colar-te a mim. E não vais precisar de flores, chocolates ou cartões."
João
Geografia das Curvas

«conversa 2065» - bagaço amarelo

Ela - O meu marido foi namorado daquela que é, actualmente, a minha melhor amiga.
Eu - Não me parece que isso seja um problema.
Ela - E não é... mas às vezes tenho ciúmes dela, admito.
Eu - Ciúmes porquê? Ele agora até é teu namorado. Não é dela.
Ela - Mas ela é que esteve com ele quando ele era novo. Agora eu levo com um velhote de quarenta anos...
Eu - Obrigado por pores isso assim. Eu tenho quarenta e dois...
Ela - Eu gosto dele, percebes? Mas há uma parte dele que eu nunca vou ter e aquela sacana teve.
Eu - Aquela sacana é a tua melhor amiga?
Ela - Sim. Chamo-lhe sacana porque, ainda por cima, conta-me tudo sobre eles os dois sempre que estamos juntas.
Eu - Nunca lhe pediste para não falar disso?! Explica-lhe que o tema te incomoda...
Ela - Estás maluco?! Para ela ficar a saber que eu tenho ciúmes do passado?!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

22 abril 2014

a funda são mora na filosofia [VI]



O poliamor. Todo um sururu nas redes sociais em torno da reportagem da SIC Notícias. Muito se escreveu sobre isto. Em vários canais de comunicação. Usam-se termos como mononormalidade, paternalista, sexista, feminista, activista. Fala-se de amor e destila-se ódio. Another day in Paradise, certo?

Confesso que não apreciei o tom da reportagem: aquela cena de braços abertos à beira Tejo e as tentações de Santo Antão a servir de pano de fundo são profundamente discutíveis. Esqueçamos a forma e dediquemo-nos ao conteúdo.

O próprio conceito de poliamor também é discutível - para quem mora na Filosofia, tudo pode ser a base de uma boa troca de conversa e de argumentos. Há algum tempo que me pergunto - e pergunto aos outros - se a monogamia não será um mito. Se não será, antes de mais, uma convenção social, como aquela coisa de termos todos que ir para a faculdade, comprar um carro, a casa - depois arranjar um homem simpático para casar e ter filhos para garantir que o nome da família se perpetua. E esta é uma pergunta abstracta, mas baseada em estórias de vida: pessoas que assumem uma relação socialmente e depois têm outra(s) às escondidas, pessoas que gostam de ter vários parceiros sexuais - e desconhecem o significado da palavra namorado. Pessoas que simplesmente assumem uma perspectiva de vida que vai AO encontro daquilo que sentem. E, como diria um amigo, eu respeito isso.

Respeito sobretudo se falarmos de uma relação poliamorosa, cuja base é o consentimento informado de todas as partes. O discurso dos poliamorosos da reportagem pareceu-me muito seguro e inteligível. Se gostei de os ver aos beijos no metro? Já tenho visto coisas no metro que são mais chocantes: pessoas que não usam desodorizante há pelos menos 2 dias, gente que quer entrar na carruagem sem deixar que os outros dela saiam... isso sim, é chocante.

E lembrem-se: quando estamos apaixonados, sentimos borboletas na barriga. BorboletaS. No plural. Mais do que uma.

Vejam a entrevista AQUI. E leiam cenas ALI e ACOLI.  Reflictam e partilhem os vossos pensamentos na caixa de comentários.

Eva portuguesa - «Desistir»

Apetece-me desistir. Se ao menos pudesse...
Apetecia-me virar costas e esquecer tudo. Ir embora. Fugir. Começar de novo.
Quero a minha segunda oportunidade.Aquela a que, dizem, todos temos direito.
Quero apagar a minha vida e começar tudo de novo. Uma nova página. Um novo livro.
Nada de folhas de rascunho já usadas, mil vezes emendadas. Um livro novo. Com páginas em branco para eu poder reescrever a história da minha vida. Para inventar uma nova história, uma nova vida.
Sei que cada amanhecer é uma nova oportunidade para sermos felizes. Pelo menos leio isto constantemente.
Mas para mim não. Para mim é o recomeçar desta embrulhada a que chamo vida. É a procura de mais remendos para tapar os inúmeros buracos que a minha história tem. É o recomeçar da luta, desigual, diga-se de passagem, contra o destino e os erros; o passado e o futuro.É a tentativa de aceitar o presente, não deixando apagar a réstia de esperança de que o amanhã será melhor.
Mas regra geral não é...
Nadar para me manter à tona, assim tem sido a minha vida desde que, no início da adolescência, perdi todos os que me amavam e me faziam sentir segura e em paz.
Quaresma? Sim,estou lá. Sacrifício? Conheço, meu companheiro de vida. Morte? De todos os que não deviam ter ido e podiam fazer a diferença. Ressurreição? Diariamente. Porque não posso desistir...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Espraiamento» - Susana Duarte

Não quero ir para além do mar… Quero ficar na areia, onde posso dormir.
Não posso desviar-me do caminho da praia. Encontro, nela, asas perdidas.

Sabes de mim? Resido nos olhos da areia que se descola da ave.
Resido nos seixos que se escondem na rebentação das ondas.

Descubro caminhos erguidos nas dunas.
E nelas enceto viagens de mim em mim.
________De mim em ti._____________

Derreto pedras no calor das costas.

Mostras-me o caminho das areias…

Movo-me nos teus braços.

Navego-te, nas tuas pernas.

Deito-me.

Algaço.

Susana Duarte
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Alphabetum Edições Literárias

Postalinho de John & John

Já há muito tempo que não tinha notícias dos amigos John & John (da autoria do meu amigo holandês d!o).
Pois a lady.Bug enviou-me este postalinho em que eles aparecem nas suas sete... digo duas (mais que suficientes) quintas:


Se alguém estiver interessado em esta ou outra t-shirt d'a funda São, ainda tenho alguns exemplares de cada modelo. Em breve, só haverá um exemplar de cada... na minha colecção.

20 abril 2014

«Acabem com o pesadelo: escravatura sexual»

«Na noite em que as estrelas caíram no Mondego» - Alfredo Moreirinhas

Estávamos no início de Agosto de 1966. O dia estava quente e calmo! Não prometia nada de extraordinário. Engano meu! Por volta das 7 horas da noite temos a notícia que tinha chegado à Larbelo um grupo de 15 rapariguinhas inglesas, com idades entre os 20 e os 30 aninhos.
Há que reunir as tropas para as convidar para ouvir fados no Rochedo. Muito a custo, o Amílcar (Mikito) lá conseguiu convencer o Silva (seu tio e dono da Larbelo) a ceder o Rochedo para as miúdas ouvirem uns fados.
O Silva não gostava muito destes grupos, porque já sabia que não haveria despesas no bar, mas cedeu-nos as instalações. Depois de jantar, lá aparecemos uns 10 ou 12 gandulos e eu armado de viola e voz preparada.
Houve fados (the typical Portuguese song) e de seguida uns discos com música adequada para dançar. Lá fomos escolhendo os pares e depois de alguns passinhos de dança, há que convidar a miúda para vir até ao jardim, ver Coimbra by night.
Estava eu virado para o Mondego a explicar no meu melhor inglês que "over there you can see the Mondego river crossing Coimbra City", quando, atónito, sinto que a cintura das minhas calças já tinha descido para o nível dos joelhos!
Incrédulo, ainda perguntei: "Can you see it?", mas a garota já não respondeu, tão ocupada que estava!
Eu gemia, ela não dizia nada! Nunca na minha vida tinha visto o céu tão estrelado e continuava a gemer! De tal maneira gemia que alguém me perguntou se eu estava bem! "Ó Alfredo, estás bem? Parece que vais morrer"!
Só fui capaz de responder com voz arrastada: "Se é a morte a chegar, deixa-me morrer!".
Ainda hoje recordo aquele céu todo estrelado e tenho a certeza absoluta que algumas das estrelas caíram nas águas do Mondego!

Alfredo

Foto original (sem chuva de estrelas) - Tonito (António Dias), 2011, blog Encontro de Gerações

O sexo e a hortaliça




O sexo e a hortaliça é uma forma adequada para definir a mentalidade portuguesa em matéria erótica, profundamente arreigada à dieta mediterrânica e da qual se deduz que não vale a pena sermos manteigueiros.

Repare-se que para denominar os órgãos sexuais masculinos em geral se usa hortaliça e, para o zezinho em particular, é tradicional chamá-lo como alho, alho porro, cenoura, maçaroca, nabo, pepino e rabanete.

E sem deixar os legumes convém fazer uma ligação ao cozido à portuguesa já que todos os enchidos servem para dar nome ao pénis seja o chouriço, a farinheira, a linguiça, a morcela, o salame ou a salsicha. São a chicha que acompanha as couves. Tal como quando se chama tora à pilinha que é a rodela de chouriço que se usa no caldo verde.

Para completar a dieta mediterrânica falta só o pãozinho em que o costume é usar o cacete.

No que toca aos frutos, diz-se no geral que o homem tem fruta, sendo que a sua bananageleia.

Já para os testículos são pouco os termos com que os presenteiam já que para além dos conhecidos tomates, também podem ser feijões, grãos ou favas. Isto questiona-nos sobre que interpretação dar às expressões são favas contadas e vai a fava.

Para a zezinha, o povo português atulhado de séculos de descobertas e de ligação ao mar prefere os nomes de ameijoa, berbigão, bacalhau, besugo, mexilhão ou ostra mas não obstante também lhe chama azeitona e grelo, para além de usar a expressão aquecer a sopa para os preliminares que lhe dedica.

Finalmente, para as mamas, deixando de lado o elevado teor de colestrol dos ovos estrelados, opta por designá-las como abóboras, laranjas, limões, melões ou marmelos, consoante o tamanho das ditas.




[Bibliografia usada: Dicionário Língua Portuguesa On Line da Priberam; José João Almeida,Dicionário aberto de calão e expressões idiomáticas, 12 Dezembro de 2007; Afonso Praça, Novo Dicionário de Calão, Círculo de Leitores: 2001]

Postalinho da Pateira de Fermentelos

"Elas «andem» por todo o lado!"
Vicentezão