07 dezembro 2014

Luís Gaspar lê «Natureza» de Otília Martel


Ó espírito de inquietos e cândidos sonhos
que buscas na intemperança e volúpia do desejo
o calor da alma pressentida no júbilo da razão.

Deitas-te na terra húmida entre musgo verde e
adormeces na tempestade que o céu serenou.

Na terra orvalhada em chão de prata
onde o amor lavra e a chuva perdura
em palavras amenas que o coração dita
embarcas no sonho e na magia
que a neve da frieza em rocha dura não matou.

Não iludas o que aprouvera dos teus sonhos.

Falsa a magia do momento.
Na natureza nunca nasce a mesma água de parecida fonte.

Otília Martel
(Este poema foi retirado do livro “Olhos de Vida”, Edi. Monocromia e apresentado em Outubro de 2014)
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa