31 outubro 2015

«russia» - Kinbaku LuXuria


russia from KinbakuLuXuria on Vimeo.

Um video de kinbakuluxuria.com

«Amor com amor se paga» - por Rui Felício

Foto de Isa Cortez - http://umpigodeluz.blogspot.pt/
Há muitos dias que o Roberto se instalava no Parque Dr. Manuel Braga com o cavalete e todos os apetrechos de pintura.
Pintava o rio Mondego e a ponte de Santa Clara emoldurados pela folhagem das árvores do jardim.
Travara conhecimento com a Mariana que costumava passear pelo aprazivel espaço ribeirinho quando saía do emprego ao fim da tarde.
Na sexta-feira passada, o marido da Mariana tinha ido a um congresso médico em Praga e estaria por lá durante dez dias. Aliás, a Mariana já estava habituada a estas ausências do marido que, volta e meia, viajava para o estrangeiro em trabalho.
Perguntou ao pintor se nessa noite ele não queria ir espairecer, beber uns copos e ouvir música com ela numa qualquer discoteca da cidade.
O Roberto sorriu, pousou os pinceis, arrumou a tela e o cavalete e disse-lhe que sim, que bem precisava de passar umas horas de descontracção. Agradecia-lhe o convite, que o enaltecia. Para mais, vindo de uma simpática e bonita mulher como a Mariana, que todos os dias ia apreciar o seu trabalho.
Divertiram-se muito, felizes, e, alta noite, a Mariana convidou-o para um último copo em sua casa.
Uma coisa levou à outra e deram por si abraçados no sofá a beijarem-se intensamente.
Aperceberam-se que não tinham preservativos. Nem um nem outro tinha previsto ou imaginado que a noite iria acabar assim.
Dirigiu-se à secretária do marido, um móvel antigo que ela tinha herdado do seu pai. A gaveta de cima estava sempre fechada à chave. Quantas vezes ela, em miúda, em casa dos pais, tinha aprendido a abri-la com um gancho do cabelo. Depois de casada nunca mais o fizera por uma questão de respeito e confiança no Daniel, seu marido.
Mas agora teria que o fazer para ver se, por acaso, ali haveria preservativos.
E havia...
Misturada com uns óculos antigos, um relógio, um caderno velho, inúmeras esferográficas, um molho de extractos bancários presos com um clip, papeis do seguro da casa, uma caixa de aspirinas, pilhas gastas, um rolo de fita adesiva , lá estava uma caixa de preservativos encetada mas quase completa.
Tirou um e deu-o ao Roberto.
No dia seguinte, a Mariana magicava que se o Daniel desse pela falta de um preservativo e se a questionasse, o que lhe iria responder?
------------------
O Daniel até hoje, nunca fez qualquer alusão ao assunto. Na verdade, se o fizesse, teria que ser ele a explicar à Mariana por que carga de água tinha uma caixa de preservativos escondida na gaveta, se nas relações com a mulher nunca os usavam.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Homem-apito

Peça de artesanato em barro, proveniente do México para a minha colecção.



Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Fruta

Ontem fui ao médico e ele recomendou-me comer mais fruta. Assim que apanhei uma gaja na rua, papaia toda.


Patife
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30 outubro 2015

«Persona» - Gordon Von Steiner


Persona from Madrid Fashion Film Festival on Vimeo.

«devíamos ter tido sexo!» - bagaço amarelo

Lembro-me dela a ver as letras de romances intermináveis. Não sabia ler, mas virava as páginas uma a uma como se percebesse o sentido de cada página, de cada frase, de cada palavra. Talvez percebesse mesmo, porque no silêncio deve existir um sentido qualquer.
Uma vez levantei a voz para simular o roncar do motor de um pequeno carro de rali que os meus pais me tinham oferecido no Natal e ela pediu-me silêncio. Encostou o dedo indicador aos lábios e depois apontou para o livro aberto nas próprias pernas.

- Chiu...

Nunca conheci o pai da Susana. Na verdade, creio que nunca existiu. Talvez tenha morrido quando ela era ainda bebé, talvez tenha emigrado. Não sei. Sei que um dia perguntei-lhe por ele e ela limitou-se a abanar os ombros.

- Não está cá!

Restava a mãe, a senhora que lia livros sem saber ler, enquanto nós fazíamos corridas com miniaturas de automóveis numa sala alcatifada a vermelho. A Susana não tinha bonecas nem cozinhas de brincar, mas tinha um grande balde de blocos de construção e outro com muitos carrinhos. Eram brinquedos tipicamente masculinos, o que ainda me fazia estranhar mais a ausência de um pai, mas talvez tenha sido por isso que ficámos tão amigos. Pelos brinquedos e pela ausência do pai.

- A tua mãe assustava-me um bocado!

E a Susana sorriu. Muitos anos depois reconheci-a, primeiro pelos gestos, depois pela fisionomia. Estava a ler um romance qualquer na mesma posição da mãe, que fechou para me abraçar deixando o dedo indicador a marcar a página.
Bebemos alguma cerveja juntos, onde as nossas memórias de infância flutuaram vindas bem do fundo. Depois percorremos a cidade de mãos dadas, na expectativa de afogar essas recordações e de ver nascer um presente ou um futuro em nós, o que não aconteceu. O abraço com que nos despedimos foi um pouco menos intenso do que aquele com que nos reencontráramos nessa mesma tarde. A nossa amizade morria assim, tão devagar quanto possível, entre duas cidades e dois abraços diferentes.
Esta semana, vinte anos depois desse segundo encontro, tomámos um café entre essas duas cidades. Ela apareceu com um livro que podia ser o mesmo da segunda vez e o mesmo que a mãe lia quando éramos crianças. Contei-lhe a nossa própria história, mais ou menos como contei até ao parágrafo anterior.

- Devíamos ter tido sexo!

Sorriu.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Le nécessaire» - Ruim

Eu não sei porque caralho homens feitos e adultos tiveram a necessidade de usar um francesismo (que é um eufemismo para paneleirismo) para decidir a certa altura que a minha “malinha das merdas” se passasse a chamar de nécessaire. Porque eu não recebi nada no mail ou SMS a pedir a minha opinião ou pelo menos a informar-me que isto mudou de nome.
A minha malinha das merdas é só minha e tem as minhas merdas: tem a merda da minha escova de dentes, a merda da minha espuma da barba, a merda da minha lâmina BIC laranja, a merda do meu aftershave que dá para assar chouriços, a merda do meu corta-unhas e a merda dos meus cotonetes. E a minha malinha das merdas vai comigo quando necessário e não quando nécessaire.
A dada altura alguém se sentou numa courgette por engano enquanto comia um macaroon rosa a cantar Chet Faker e decidiu que a partir de agora a minha malinha com as merdas se chamaria de necessaire e passaria a conter: le merde da minha escova de dentes super suave com lava língua incluído, le merde da minha lâmina Gillete com tri-action superglide não sei quê com 3 lâminas que quando preciso de outra tenho de ligar á Cofidis a pedir um empréstimo, le merde do meu pós-barba (aftershave é muito mainstream) para pele sensível e aromatizado com raspas de panda bebé e óleo de jojoba, le merde do exfoliante e creme hidratante, le merde de 2 tipos de gel e le merde dos cotonetes com fibras de pelos púbicos de virgens de 18 anos suecas que custam o mesmo que um kilo de bifes do lombo. Nota: o nécessaire carece de corta-unhas porque estas Elsas do Frozen vão a uma cavalariça disfarçada de cabeleireiro limar os cascos.
A malinha das merdas sai do seu sítio quando precisa: uma viagem, ginásio, futebolada entre amigos ou ir comer uma gaja e ficar lá a dormir feito parasita. O nécessaire sai da sua estante Luís XIV do quarto de banho nem que se vá aos correios buscar uma carta registada das Finanças porque “ai de mim se de repente preciso de tirar cera dos ouvidos na fila e não tenho o meu nécessaire”.
Um necessaire não é necessário, é um acessório desnecessário (e pelos vistos um trava línguas!). A minha malinha das merdas não é! E não quero que lhe deem nomes de pintores impressionistas franceses. A minha malinha das merdas come mão de vaca com grão, peida-se, é do Benfica e bate nos outros acessórios de casa de banho se for preciso. O necessaire come tofu e bagas goji, pede licença para ir ao quarto de banho se soltar, não vê bola e leva porrada do estojo de maquilhagem.
Abaixo o nécessaire! Vive les males das mérdes!

Ruim
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«Ass assino» - Shut up, Cláudia!



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28 outubro 2015

"Eu masturbo-me..."

Postalinho de Singapura 1

"Lençóis impermeáveis."
São P.


«pensamentos catatónicos (323)» - bagaço amarelo

Da dificuldade de género

Há mulheres que pensam que os homens são fáceis. Pensam que basta estalar os dedos para levar um para a cama. São parvas, até porque aquilo em que acreditam é a mais pura das verdades. A única excepção à regra são elas mesmas.
Os homens são fáceis, a não ser que sejam tratados como tal.
Há homens que pensam que as mulheres são difíceis. Pensam que é preciso este mundo e o outro para levar uma para a cama. São parvos, até porque aquilo em que acreditam é a mais pura das verdades. A única excepção à regra são eles mesmos.
As mulheres são difíceis, a não ser que sejam tratadas como tal.
A delícia da sedução pode passar por aí: um homem fácil a mostrar-se difícil e uma mulher difícil a tentar ser fácil. Nesse caso, ele dar-lhe-á este mundo e o outro até ela estalar os dedos.
O Amor é tão difícil, não é?


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Fama rapidinha



26 outubro 2015

Carl's Jr. - «Borderball» (fronteirabol)

«Muito disto» - João

"Estou colada ao teu corpo. Sabes? Sinto-te nas minhas costas, as tuas pernas nas minhas. O calor faz a pele transpirar, mas não existe desagrado, não é como a transpiração de um estranho que nos leva ao trejeito e fuga. É a tua pele, a minha pele, não há desagrado, só o nosso calor. Eu ajeito-me melhor para ti, sabes? Movo-me para que as minhas nádegas se encostem mais, para te sentir duro a latejar em mim, e lanço a mão ao teu corpo, faço-te umas cócegas ligeiras, tu afundas o nariz no meu cabelo, beijas-me o pescoço, e eu sei tanto, sei tanto do tanto que te quero foder, de como quero que me fodas, e fazer amor também, ao mesmo tempo, sem saber onde começa uma coisa e acaba outra, convencida de que uma e outra não começam nem acabam, são faces da mesma moeda, e eu digo-te que estou apaixonada por ti, suspiro baixinho, que sou tão tua, e tu apertas-me mais ainda, dizes-me ao ouvido as palavras que eu quero ouvir, e o teu timbre diz-me que é tudo verdade, que em nada me mentes, e digo que te amo, e peço-te que entres em mim, que o latejar que sinto fora de mim se faça um comigo, uno, como se indivisíveis. As tuas mãos percorrem-me, como uma estrada secundária, perdes tempo nas curvas a ver a paisagem, demoras-te, conduzes devagar os dedos por mim, e eu não quero nem consigo evitar suspirar, ou a espaços gemer, baixinho, faltar-me-ia ronronar, feita felina. Talvez o seja. Fazes-me sentir felina, de colocar as garras de fora e arrastá-las nas tuas costas, de te morder. Talvez tenhas de me segurar, talvez devas amarrar-me, antes que te solte a fera em cima e fiques em sangue, em feridas que terei de tratar, sentada ao teu colo, talvez tenha de massajar-te as costas enquanto o meu peito está ao nível da tua boca a pedir que o lambas, que me mordas levemente, muito levemente, os mamilos, talvez eu queira dizer-te muitas mais coisas ao ouvido, talvez eu precise muito de ti."
João
Geografia das Curvas

Eva portuguesa - «Cocaína»

Era meio dia quando recebi aquilo que eu pensava ser uma marcação normal. Bom, passar da entrada ao quarto foi complicado pois, apesar da curta distância, o senhor estava a ter bastantes dificuldades.
Já no quarto, entrega-me o pagamento sob a forma de uma bola de papel só que, em vez de ser jornal era, felizmente, papel moeda. 
Agarra-se a mim e às minhas mamas como se fosse plasticina... tudo acompanhado de fungadelas constantes e repetidas. Percebi imediatamente o que se passava: coca! Vendo-o tão acelerado, mando-o para o banho. Pior! Para além de obviamente não ter erecção, transpirava como um porco a caminho do matadouro e o coração parecia querer saltar do peito... 
Mau! Pensei. Apesar dos mimos e de tentar criar ambiente, o homem não conseguia estar parado. Temendo que ainda passasse mal, pedi-lhe para se vestir e sair. Vá lá; concordou que não estava nas melhores condições. Mas vestir-se e calçar-se foi uma aventura! Continuava a suar em bica e ia caindo três ou quatro vezes... 
Disse que voltava quando estivesse mais. Eu respondi: se calhar é melhor voltar quando estiver menos...

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Como são as mulheres



Testosterona

25 outubro 2015

Kings Of Leon - «Sex on Fire»

«respostas a perguntas inexistentes (312)» - bagaço amarelo

Nunca percebi a necessidade de esquecer um Amor que terminou. Se for pelo sofrimento, então o melhor é mesmo lembrá-lo, dele e dos bons momentos que teve. Esquecer um Amor é pegar numa parte importante da vida e mandá-la directamente para o lixo.
Se nos esquecêssemos de tudo o que já deixou de existir, as nossas cidades não tinham estátuas nem grafítis a embelezar as ruas. Um passado Amoroso embeleza-nos a nós. Esses momentos de felicidade que vivemos são as estátuas e grafítis da nossa vida, que a nossa memória pode e deve admirar sempre que dá um passeio pelo passado.
As melhores cidades são aquelas que têm um passado bem vivido, com monumentos que nos deixam imaginar um bocadinho do que ali já se viveu. As pessoas também.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da cuzinha


Nem todos têm o mesmo jeito para trocadilhos

Crica para veres toda a história
Cachorro... digo, galo-quente


1 página

24 outubro 2015

Florence Biennale - Performance de Beat Kuert


Florence Biennale Performance Beat Kuert from ramzesmustang on Vimeo.

Postalinho de Andorra

"Foi só para confirmar, e era verdade, a gaja não tinha cuecas!
Um beijo"
Alfredo


«O aplauso da esposa» - por Rui Felício

Sentados no confortável sofá, uma luz tépida projectava as suas sombras, o Pedro com um copo na mão, a Inês reclinada, a blusa meio aberta, a perna esquerda dobrada sob a direita, conversavam…
Discorriam sobre os mais variados assuntos, sem que aparentemente houvesse entre eles nenhuma conexão. Eram palavras, simples palavras, que escondiam o pensamento comum.
Os olhares, os movimentos dos corpos, os gestos, iam, a pouco e pouco, denunciando esse pensamento e disfarçando os desejos cada vez menos ocultos que lhes toldavam a compostura.
A conversa decorria, mas já acompanhada pelo toque falsamente casual das mãos, pela profundidade dos olhares, pela irreprimível aproximação dos corpos.
«Érostrato - Rito teatral»
de Pedro Barbosa
Centelha, colecção Teatro, 1983
da colecção de arte erótica «a funda São»
Ela deixou-se escorregar no sofá, distendeu-se, abriu os braços num convite. Ele aproximou-se, abraçou-a, beijou-lhe os lábios, primeiro de forma suave, depois com crescente sofreguidão.
O diálogo mantinha-se, agora com as vozes roucas, entrecortadas com gemidos e juras de amor, traduzindo o visível prazer que ambos estavam a sentir.

Protegida pela escuridão, a Sónia, a mulher do Pedro, assistia a tudo, calada, sem que ninguém o soubesse.
Sem ciúme, pelo contrário, sentia-se estranhamente orgulhosa, admirando a forma perfeita como o Pedro se estava a desempenhar.
Apetecia-lhe gritar que ele era o seu marido, que aquele era o homem mais sensual e meigo do mundo, que sabia fazer feliz qualquer mulher, e que era assim que a amava a ela própria todas as noites.

Quando a cortina se fechou e as luzes cruas da plateia se acenderam, a Sónia foi a primeira a gritar “Bravo!“ , juntando os seus aplausos aos dos restantes espectadores do Teatro da Trindade que tinham presenciado a versão moderna da peça “Pedro e Inês”.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Refresco


Bem, acho que vou sair à rua e apanhar uma lufoda de ar fresco.


Patife
@FF_Patife no Twitter

23 outubro 2015

Isto é que aumentaria as matrículas em Biologia!

Debby Heerkens, uma professora de biologia holandesa, decidiu adoptar um método de ensino controverso: subiu para uma mesa e tirou a roupa que tinha vestida... mostrando roupas que representam músculos, ossos e órgãos.
[visto aqui]

«preconceituoso australopiteco e homossexual não assumido» - bagaço amarelo

Sou heterossexual. Sempre fui. Não tenho nenhum orgulho nisso. É apenas o que sou, resultado duma equação que envolve biologia, cultura e uma vida inteira. Fruto do que sou, são sempre mulheres que me fazem rir ou chorar de Amor e é por isso que, numa tentativa de me reconhecer ao espelho, às vezes mais séria, outras vezes menos, fiz um blogue chamado "Não Compreendo As Mulheres.
Estava triste, quando o criei, por causa duma mulher. Neste momento estou feliz por causa de outra. O futuro não sei como será. Tento não pensar nele.
Só estou a escrever isto porque recebi um comentário anónimo que, entre outras coisas, me chama um "preconceituoso australopiteco e homossexual não assumido" (sic).
Já que falo nisto, não sou homossexual nem, se o fosse, teria um orgulho muito especial por sê-lo. Também não teria vergonha. A orientação sexual de cada um é apenas uma característica que não determina nada de importante. Fico à espera, apenas, que um dia destes as pessoas deixem de pensar nisso como um bicho de sete cabeças e consigam ter uma vida sexual e amorosa sem macaquinhos na cabeça. A não ser, claro, que os macacos na cabeça façam parte dum fetiche qualquer.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Consultório sentimental - Season 1, Episódio 1» - Ruim

Muito boa galdéria me pergunta: “Ó Ruim, é de bom tom eu aderir à Via Verde na minha senaita logo no primeiro encontro?”
Primeiro vamos definir o que é um encontro. Nós tugas temos uma cultura única de “ir beber um cafezinho” antes de decidirmos se queremos esbardalhar crica alheia, ou no caso delas, se valerá a pena cometer pela 87ª vez o mesmo erro para depois acabarem a chorar em casa a comer Nutella com as mãos. Isto dos encontros é coisa dos filmes e das séries americanas, pois nós (povo teso), antes de ir gastar o pilim a pensar na pila gastamos na bica a pensar no bico.
Por isso quando se já chega à fase do encontro, subentende-se, que cada um já decidiu previamente que aquilo vai acabar em chavascal ordinário (ou pelo menos um deles). Ambos tentam manter uma postura cinicamente impecável no jantar como se não tivessem ambos a pensar em mil coisas medievais para fazer nas virilhas um do outro. Por isso vamos ser adultos e pensar que por um lado não vivemos dentro de comédias românticas com o Ben Affleck e que por outro também não vivemos em clips de 5 minutos do Pornhub com a Christy Mack. Para tudo há um meio termo. As pessoas fodem. Tu fodes. Eu fodo.. ou vamos todos pensar que sim. Como já disse aqui uma vez, até as nossas avós que por esta hora estão a tricotar umas meias de lã já saltitaram em cima de uma mola de chicha. Se tu galdéria de chaboita fácil já foste comida e deitada fora por mais que um gajo então repensa a maneira como encaras esses encontros e tenta oferecer algo mais à outra pessoa para além do par de mamas que tens. Se tu menina de bem que insiste em fazer o papel de gaja difícil e que tens junto à xoila uma porta em titânio reforçado com dois agentes do corpo de segurança pessoal da PSP, então repensa um pouco porque é que jantam todos à tua conta e depois metem-se nas putas… literalmente.
E para vocês homens o Ruim recomenda: esgalhar sempre uma antes do encontro para conseguirmos comportarmo-nos como um ser humano e não como um chimpanzé que comeu Cialis à colherada.
Bom senso e meio termo é o que é preciso pois não há uma receita única para a coisa.
Por falar nisso… alguém quer ir jantar comigo?

Ruim
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«Mal das bistas» - Shut up, Cláudia!



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21 outubro 2015

O testemunho de um corno

«conversa 2128» - bagaço amarelo

Ele - Já não gosto da minha mulher, mas não lho posso dizer. Todos os dias de manhã me despeço dela com um beijo e digo-lhe que a Amo, mas é mentira...
Eu - Não lho podes dizer, porquê?
Ele - Acho que ela põe logo fim ao nosso casamento.
Eu - Se já não gostas dela, qual é problema?
Ele - Não sei muito bem. Não gosto dela, mas também não me quero separar.
Eu - Hum... okay... não sei que te diga.
Ele - Acho que é, principalmente, porque não a consigo imaginar com outro.
Eu - Se se separarem, o mais certo é que ela tenha outro e tu outra. Isso é normal...
Ele - Pois, mas enquanto eu não tiver outra, não quero que ela tenha outro. O melhor é eu arranjar outra primeiro e depois digo-lhe.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Para quem precisa de um desenho...

Capa da revista «Combatente» de Setembro de 2015.





Oh!...


19 outubro 2015

Adolescent Health Project - «STD zombie»

«Atlântico» - João

"Entra em mim, entra fundo. Entra na minha cona como se o teu caralho separasse as águas do Mar Vermelho. Não. Esquece esse. O Atlântico. Entra em mim como se o teu caralho separasse o Atlântico em dois, ganha o espaço das minhas pernas que abro para te receber, o ar que sinto beijar-me a cona quando me exponho para te ter dentro de mim, para te sentir magoar-me um bocadinho, quando te empurras, deslizas, escorregas em mim, para lá do espaço que existe. Deve ser isto que me diz que estou viva. Esta dor muda, este picar dos sentidos, talvez seja isso que me resgata desta passagem feroz de um tempo em que parece que nada mexe, como se vivesse numa bolha, como se as coisas fossem intrinsecamente desfocadas. Talvez seja isso, talvez tu me resgates de tudo isso, talvez me dês vida. É possível, penso para mim enquanto me fodes, que me faças sentir coisas que não sabia ou não acreditava que existissem. Ou que existissem para mim. Que lhes tivesse direito, que lhes pudesse chegar, de tão habituada à ausência, ao levar por levar nestes dias de segundas linhas, segundas vidas. E talvez me vença o medo. O medo de que isto seja tão bom que não possa durar, ou não possa ser verdade, e acorde triste um dia, devolvida a uma foda que não me pica, não me dói, não separa o Atlântico em dois, me faz da cona um veículo para algo que explode e passa, sem deixar marca. Em mim. Em ti. Em nada."
João
Geografia das Curvas

Eva portuguesa - «Relato de um encontro»

Tens esse ar tímido e calado que me deixou à espera de um encontro calmo. Como me enganei! A doçura esteve presente, verdade. Mas a timidez, perdeste-a quando agarrei o teu membro com a boca! Vibraste sozinho e comigo, dentro e fora de mim... e retribuíste... Oh! Se e como o fizeste! Não houve um centímetro da minha pele que não recebesse a atenção do teu toque, da tua língua... e, quando a tua boca encontrou o meu sexo... foi explosivo! Mágico! Completo! O meu clítoris tornou-se o teu brinquedo e a tua consolação, e eu só pude deixar-me ir para esses lugares sem destino nem tempo, entre o real e o imaginário, os lugares mais altos e profundos do prazer e do orgasmo... 
A tua cabeça entre as minhas pernas tornou-se o meu fetiche. Tudo o resto foi uma tentativa de te agradecer e agradar. Acho que consegui...

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Homens e o romantismo



Capinaremos.com

18 outubro 2015

«Secret Machine» [Máquina Secreta], Alemanha 2009


Secret Machine from Artstudio Reynolds on Vimeo.

«coisas que fascinam (179)» - bagaço amarelo

Um dia casámos

A primeira mulher que me declarou Amor partilhava, às vezes, um baloiço comigo. Disse-me que gostava de mim, deu-me a mão e levou-me para um dos bancos do recreio da escola onde me disse que um dia íamos casar. Eu aceitei imediatamente. Éramos apenas crianças e pouco sabíamos do que viria a ser o Amor quando crescêssemos. Talvez, por isso, tenha sido a declaração de Amor mais genuína que alguém me fez na vida.
Nunca casámos.
É verdade que eu não sabia nada de Amor ou de paixão. Muito menos de sexo. Tudo o que aprendi veio depois desse primeiro estranho suspiro. Aprendi tanto, mas tanto, que hoje posso dizer claramente que sei ainda menos. Menos do que nada, portanto. O Amor sempre teve essa condicionante de se esconder com a sabedoria.
Com os anos, esse primeiro suspiro apagou-se e deu origem a outros, não mais fortes mas, pelo menos, bastante diferentes. A segunda declaração de Amor da minha vida partiu de mim e não dela. Coincidência ou não, era uma rapariga fisicamente parecida com a primeira. Do alto dos meus doze anos repeti a única receita que conhecia e disse-lhe que um dia íamos casar. Ela riu-se, pôs a língua de fora e saiu a correr.
Nunca casámos.
Talvez tenha sido a primeira conclusão que tirei sobre homens e mulheres. Quando uma mulher declara Amor, é uma ordem; quando um homem declara Amor, é um pedido. Conclusão que, diga-se de passagem, veio a revelar-se verdade.
Aprendi a não fazer declarações de Amor.
Estar apaixonado passou a ser pouco mais do que esse suspiro inconsequente que herdei de menino, um suspiro capaz de se transformar no mais forte dos ventos, mas que guardei sempre para mim como se guarda um tesouro. E foi assim que passei a adolescência apaixonado em segredo, dividido entre cartas de Amor que nunca foram lidas e respostas imaginadas que nunca foram escritas. Às vezes via-lhe os cabelos a dançar nos ombros e acreditava que era com o vento da minha respiração. Foi o mais perto que estive de declarar Amor, pela terceira vez, àquela que nem dava pela minha existência.
Um dia, muito mais tarde, casámos.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»