16 outubro 2015

«Punhetologia» - Ruim

Escamar o besugo, chicotear o golfinho, espancar o macaco, ir jantar com a Tia Palma e as 5 primas, bater uma segóvia, esgalhar uma… enfim não há actividade no mundo da auto-javardice que não disponha de um leque de palavreado tão colorido: punheta. Do latim punhus, é uma actividade ancestral que remonta aos tempos arcaicos. Não duvido que Maria Madalena não tenha posto a mão na santa gaita do Tio Jesus nos intervalos de ser apedrejada. Todos já o fizemos, fazemos ou conhecemos alguém que o faz a toda a hora. E se antes tínhamos a revista Gina à mão ou o catálogo da La Redoute eu dou estalinhos com a língua quando reparo no manancial de material punheteiro que consigo ter em menos de um quarto de bacalhau. Aposto meio testículo que se digitar no Google “two midgets and a penguin amateur threesome” vou achar algo.
Porém e como em tudo na vida, quando há excesso de oferta um gajo acaba por perder mais tempo a escolher um vídeo, clicar em 50 pop ups, desligar o caralho do separador da Jasmin, do Bet365 e uma data de putas que só me dizem “some girls in Barreiro want to meet you”. Isto é mentira. Não há gajas boas no Barreiro, todos sabemos disso mas ninguém o diz.
A anatomia da punheta moderna carece do saudosismo tradicional na medida em que hoje em dia para fazer cuspir a cobra zarolha é necessária toda uma manobra de logística cansativa que envolve arranjar um sitio para estar sozinho com rede wireless e o portátil, conseguir arranjar meia dúzia de vídeos decentes todos abertos em paralelo para se a meio da coisa me chatear com uma gaja a ser aviada por 4 senegaleses ter logo á mão, passe a redundância, um vídeo de 7 colegiais a fazerem chupas umas das outras. Belos tempos em que vivemos confesso.
E não entremos em paralelismos da masturbação feminina. Fazer da senaita um disco de vinil e armarem-se em DJ Scratch Crica que apesar de ser sem dúvida mais sensual e apelativo não tem metade da (des)carga emocional.
Minha gente, o vosso namorado/marido bate mais punhetas do que admite. E não importa o que ele diga, sim, ele já bateu uma a pensar em comer a vossa melhor amiga/irmã e para os mais kinky, a vossa mãe. Não é por mal, é porque é assim e sempre será. Quando aos 12 anos nós vimos o Instinto Fatal e aquele desdobrar de pernas mítico da Sharon e percebemos do mundo fantástico que estávamos a entrar não havia volta a dar. A partir deste momento é exponencial e desenganem-se aqueles que acham que é passageiro.
A punheta é como o nosso melhor amigo da escola: podemos não o ver até durante um tempo mas ele está lá sempre para nós e podemos sempre contar com ele.
E eu gosto muito dos meus amigos e não lhes falho.

Ruim
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