14 agosto 2017

«Vida fácil? Mas, afinal, o que é “isso” jovem?» - Cláudia de Marchi

Resolvi falar, brevemente, sobre riscos e aquilo que muitas chamam de “mito da vida fácil”. Ou seja, a nossa vida de acompanhantes de luxo não seria, de fato, “fácil”.
Bem, mas afinal, o que seria uma vida “fácil”? Ser dondoca, mas ter que prestar satisfação de todos os gastos do cartão de crédito ao marido? Ser advogada e ter que estudar eternamente, ver os processos andarem com uma leniência absurda e ser membro de uma classe precariamente valorizada?
Ser médico, fazer vários plantões, ter uma imensa responsabilidade, poucas horas de sono e ainda ter que ouvir “graças a Deus o fulano foi curado”, depois de tratar alguém?
Ser professora universitária, fazer especialização, Mestrado, ser parcamente remunerada, dar aula pra mais de 80 alunos por sala e enfrentar o machismo na academia?
Ser professora de primeiro grau ou segundo grau e receber uma miséria para fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes?
Gente, vocês acham que alguém tem a vida plenamente “fácil”? Quiçá quem tenha nascido milionário, mas se a pessoa contar com um pouco de inteligência a sua vida não será fácil. Para quem questiona e não é egocêntrico o mundo nunca será realmente “fácil”.
Como diria o meu prezado Arthur Schopenhauer “quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência”, enfim, a burrice é uma benção, ou seja, até para um milionário inteligente haverão mistérios e, consequentemente, a vida não lhe parecerá “fácil”.
A vida da Cláudia de Marchi, codinome Simone Steffani, também não é fácil. Eu questiono demais, me irresigno demais, sou combatente da hipocrisia, exijo respeito, gosto de cultura, admiro a inteligência, a moralidade, a ética e não a religiosidade. Desejo a total separação entre Estado e religião, afinal nossa Constituição e Estado são laicos, luto pelo fim da cultura machista, misógina e que malbarateia a vontade feminina. Mais, luto pelo fim da propagação do machismo por parte das próprias mulheres que rivalizam ao invés de serem empáticas umas com as outras.
Pugno o fim da ignorância pró-beleza estética que não valoriza a profundidade e dimensões do intelecto, mas apenas o tamanho da bunda ou o comprimento dos cabelos femininos.
Quanto ao trabalho? Eu gozo! Tenho clientes carinhosos, beijos fervorosos me dão tesão, homens inteligentes me excitam e me fazem gozar tocando meu clitóris. Eles sabem fazer isso. E os ruins de cama? São raríssimos, mas, danem-se! Sempre resta uma conversa e até algo novo a aprender com eles.
Quem nunca teve uma transa ruim na vida? E gratuita, rodeada de expectativa romântica no estilo “ai, será ele a minha alma gêmea”? No meu trabalho, muito raramente eu tenho alguma, fora que o realismo e a racionalidade imperam. As transas ruins o são para o cliente caso tenha algum problema de ejaculação. Em matéria de língua e dedos eu saio no lucro em 99% das vezes!
Seria difícil pra você? É só não trabalhar nisso fofa, pra mim não é. Pra mim o difícil é conviver com a hipocrisia da sociedade, com a infindável ignorância humana, com a arrogância dos incultos, com a soberba dos falsos ricos e com o egoísmo miserável dos milionários.
Sobre os demais riscos inerentes à profissão? Eu evito.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

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