10 março 2010

«Autoputaria» - poema de Ildásio Tavares

Ildásio tavares e um galo de Barcelos - foto www.BahiaVitrine.com.br
"Recomendo a publicação em «a funda São» deste poema do meu querido amigo e poeta Ildásio Tavares, que é um dos maiores poetas do Brasil – e que também, nos seus momentos de “saudável loucura” escreve poemas destes.
Foi o Ildásio quem prefaciou a minha antologia «Música do Mundo» editada no Brasil.
Casimiro de Brito, 4/3."
Autoputaria

O poeta é um fodedor
fode tão completamente
que chega a foder atrás
o que não fode na frente,

E os que fodem o que ele fode
na fodida sentem bem
não a foda que ele deu
mas as fodas que não têm.

E assim nas rodas da cona
gira a entreter a razão
este comboio de esperma
que se chama meu colhão.

Ildásio
_____________________________
Esta maltinha não pode ler nada de que goste, que ode logo:

"O Ildásio tem mesmo ar de quem gosta tanto de «bifes» que até lambe a frigideira... eita macho brabo!

Tesão é fogo que arde sem parar,
é ferida que dói, e não se acalma;
é um contentamento para dar
três ou quatro fodas com muita calma.

É um não querer mais que bem foder
é um andar de pau-feito entre a gente;
é nunca contentar-se só por ver;
Um cu, uma boca, uma cona bem ardente(s).

É querer estar com "ele" bem entalado;
É foder um cu bem apertado
Ou fazer um minete bem caprichado
Saber como causar forte desejo
Nas conas e nos cus humanos, o mesmo ensejo

Peço desculpa ao Luís Vaz, por lhe ter avacalhado as rimas...

Bartolomeu"


O Santoninho até ode a dobrar:

"Ah! Ildásio, poeta do caralho,
Que chamas foder a enrabar!
Certo é que vais ter muito trabalho
Para estes conceitos explicar!

No Brasil se fode na buceta,
E enrabar... é comer o cu!
Não sei o que chamam à punheta
Mas... podes explicar-me tu?"

"Um poeta fode como os outros
Em rimas mais ou menos apressadas!
Fode no céu, na terra, até na lua...
Em redondilhas, sonetos e quadras!

O poeta é quem come o cu da musa
Que lhe inspira os versos desbragados!
E pede um broche quando está com tusa
E vem-se em ais e uis declamados!

Um poeta fode noite e dia sem parar,
Esteja sol, vento, chuva ou neve!
O tesão de um poeta é poetar...
E a poesia cantar em foda breve!"


Como anda tudo de saco cheio, o Bartolomeu dá uma segunda (ode):

"Sem cuecas vou p'rá cama
Já de pixota bem dura
Vou comer a cona à Ana
Aquela cona tão pura

Levo o caralho na mão
E a língua aos saltinhos
Ela já geme de tesão
Eu, exibo os pergaminhos

- Dá-me o teu bacamarte -
Com voz rouca, diz-me ela
- Fode-me com toda a arte
Ou atiro-te pela janela

Foi-se-me abaixo o tesão
Perante tão grande ameaça
Mas para não lhe dar razão
Mandei-lhe a língua à conaça

Nas suas mãozinhas de prata
Depositei-lhe o mangalho
Depois, espetei-lho na rata
Nunca tive melhor trabalho

- Come-me o cu depressinha -
Ordenou-me com precisão
Fui buscar óleo à cozinha
E lambuzei-lhe o cuzão

Depois bem devagarinho
Apontei-lhe a carola
Comi-lhe o cu com carinho
E acabei na ratola!"


O Santoninho não pode ver nada e ode outra também:

"Um poeta faz amor, rimando...
Dedilhando os lábios pelos seios,
Sentindo o coração da musa, arfando...
E usando os dedos, sem receios!

Ah! O que o poeta não faz pela mulher...
Ao ouvido lhe diz versos por que ela anseia...
E lhe deixam os membros a tremer!
A mulher, para um poeta, é uma teia...

Segreda versos, canta-lhe a beleza...
De carícias quentes, o corpo lhe regala!
Em cada gesto que a prende, há certeza
De que o poeta quer a musa, p'ra mimá-la!"


O OrCa odeu lá em cima, mas vale a pena repetir a ode aqui:

"ó palavras que me encheis a boca tanto
quanto o pranto preenche a alma vazia
ó palavras que me encheis de tal quebranto
quanto a fome de comer me dá azia

ó palavras que abocanho verso a verso
num poema sem tamanho apetecido
ó palavras com que mordo o universo
ao ficar de tanta fome remordido

ó palavras vinde a mim – tomai-me todo
tende em mim no corpo todo uma guarida
ó palavras dai-me alento se não fodo
pois sem vós nem sei bem que faça à vida

ó palavras de cumprir cada destino
elegantes ou de perfil curto e grosso
ó palavras contra a fome que abomino
dai-me alento que estou pr’àqui que nem posso

ó palavras minhas irmãs ou amantes
masturbáticas solenes coniventes
ó palavras que não fique como dantes
tudo em volta ao sairdes dos meus dentes!"


Julgavam que isto ia arrefecer? O Santoninho não deixa:

"Olha! As palavras que se fodam!
Os pensamentos que se enterrem.
Os cus e as conas que se comam
E os lábios e as línguas... desemerdem!

E que os falos profanem os lugares sagrados,
Num contínuo vaivém de mete e tira...
E deixem cus e conas lambuzados
E a paisagem seja linda, p'ra quem mira!

E beija, beija a flor que se te oferece!
E deixa em cada beijo... um suspiro...
E aquece aquela boca que arrefece!"

Deuses

Ultimamente só ouvia o estrondo. Não podia recuar; o caminho atrás de si era um abismo. Sentado à sua frente, o homem peludo, completamente nu, dava gargalhadas. Era Deus.

Versos no meu corpo



Sopra um poema
Desnudo no meu corpo
Caminho gravado em mim
Sob o silêncio da lua

Versos sensuais
Em ondas de paixão
Intensa volúpia
Escrita na minha pele

Forte desejo
Dedilhado com luxúria
Implorado na tua boca
Estrada insaciável de amor

Ardentes chamas
Provocadas por teus beijos
Vontades supremas
Queimando meus segredos

Teu olhar quebra quimeras
Invade a privacidade latente
Do meu corpo excitado
Estrofe lasciva de cobiça

Quero para mim
Esse poema esquecido
Essência derramada
Sorvida no prazer

Sopra um poema
No meu peito aberto
Que escorre molhando o papel
Dos versos gravados no meu corpo




Maria Escritos
http://escritosepoesia.blogspot.com

Lucía, gabinete de sexologia -"Riem-se de mim!"

Mais uma história do livro «Lucía, gabinete de sexologia», com a autorização de publicação pela editora el Jueves:




09 março 2010

O que é ouro sobre azul?

É a voz do Luís Gaspar a ler a poesia erótica da Paula Raposo (sim, essa moça que me dizia há poucos meses atrás que não escrevia poesia erótica).
Aí têm ouro sobre azul:

Poesia erótica 46 - Paula Raposo

InVocações

Abracei-o. Então percebi. Era uma árvore. Tantos ramos, tantos ramos cobertos de sentenças azuis, vestidos de veludo; um abraço denso, enraizado no meu corpo - tantos ramos - a beleza terna, perfeita; o amor tão imenso que reflecte a sua impossibilidade como uma condenação de rara beleza, escreve-se como um reflexo da lua em prata numa noite que era negra. E quando a lua sobe mais alto, as sombras descem. Era uma árvore. E eu era uma cor que empalidecia, uma criatura translúcida, amarrada ao tronco fundo por ramos. Sinto a seiva a sair de nós e choro. Ninguém me disse que aqui era assim. Vejo um autocarro a passar no prisma do mundo que é o teu. E então percebo. Não estamos juntos - eu agarro-me a ti e tu agarras-me mas estamos em mundos separados. Sentamo-nos e já não rimos - como antes - sentamo-nos onde os mundos se tocam; a bebida que me serves deita fumo e o fumo soletra que, um dia, um de nós vai conseguir andar pelos dois mundos. És tu - soletrou o chá - escreve as tuas palavras na barreira dos limites, elas são mágicas, as tuas palavras, ele é o homem mágico que te ensinou as palavras mágicas. Escreve-as muitas vezes, tantas vezes as hás-de escrever que, um dia, nem vão ser palavras, vão ser apenas magia e as portas do mundo abrem-se. O autocarro passou no teu mundo, no meu passou um coelho cor de rosa sem orelhas, era surdo. Estavas nu, meu encanto, meu desejo, meu amor, tinhas frio por mim, tapei-te no lençol liquido do meu olhar - sempre te aqueceu. Dá-me o sumo do sono do transe e a tua mão morena. Toma a minha mão branca. Somos um desenho. Agora, o autocarro também é do meu mundo, dança na água, os passageiros riem porque, pela primeira vez na vida, o seu dia não é um absurdo. A magia das palavras ganha força, amor. Vê como ganha força. Um dia, amor, um dia, o meu mundo vai enfeitiçar o teu - só com palavras. Sente-me crescer, é para ti.

«Rockabaret» - performance...

... gravada no Gobden Club emn 16 de Setembro de 2006 e relembrada pelo Robes Pierre no Clube d'a funda São no Facebook.



Queca a cinzel


1 página

oglaf.com

08 março 2010

dia internacional da Mulher
da intencional Mulher
Mulher, Mulher
a Mulher de tanto apetecer

viva, Mulher, sê bem-vinda
companheira de folguedos
sem ti eu estaria ainda
a brincar com os penedos

não sei se tal como dizem
vieste ao mundo assim bela
por teres saído - avaliem
da minha excelsa costela

mas se foi – abençoado
osso meu em boa hora
por me dares com tanto agrado
tanto prazer vida fora

já se pode vir à São!

Foi reposta a normalidade neste espaço de liberdade. Rejubilemos, irmãos!

há de novo Funda São
que nunca deixou de haver
pois não é qualquer senão
que tira a ponta ao viver

e assim de novo se afunda
tão só por apetecer
na São mais linda e profunda
feita ânsia de viver

que sente quem aqui vem
ou quem se vem por cá vir
eu cá me venho também
e tu? demoras a vir…?

Porque é que há mais homens do que mulheres a jogar xadrez?

O objectivo do jogo é encurralar o rei adversário.
Mas durante cada partida todas as peças do tabuleiro querem mesmo é comer a rainha...

«Sem/Não te Conhecer» - Bartolomeu e Miss Well

Diálogo entre os dois nos comentários deste post:

"Soaste-me nua na curva de um grito
Rouca, forte, expressão intemporal
Deusa poderosa em altar bendito
Arrastando o leito bravo do temporal
E... assim ficaste meia louca
Passando por mim sem me conhecer
Rasgando o peito, cerrando a boca
Perdendo a noite, no amanhecer
Amantes vagos visitam-te o corpo
Bailam-te vazios de nada e de ser
Pedem-te caprichos e sonhos vãos
Estendes-lhes as mãos... um copo
Lês-lhes nos olhos o desejo a arder
Seguras o tempo, buscando a razão
E dás-te a eles, sem te conhecer"
Bartolomeu

"Minha Santa Mónica!

Sonho, sim, com a curva nua de um grito
cheio da palavra mágica, essa, a intemporal
essa, a única, que a quase ninguém permito
deito-a aos pés do Deus do meu temporal.
E... assim sei que não fiquei louca
era o meu grito a reconhecer
o seu dono, a lançar-se na sua boca
dorme-te na língua, faz-te amanhecer.
Amantes vagos, nenhum me marcou o corpo
o vazio não baila, nenhuma música nesse ser.
Sabes, foram apenas corpos vãos
sem água nas veias, sem sangue no copo.
Leio-lhes no olhos, nem sabem arder
quebrei o tempo, rasguei-lhes a razão
dei-me a eles, por não te conhecer."

Joana Well


Ilustração: Replicação de DNA - ck12.org

«enche as tuas mamas de inveja»

Anúncio das sapatilhas Reebok EasyTone

A família brasileira


Alexandre Affonso - nadaver.com

07 março 2010

E ao 5º dia o blog foi desbloqueado



Obrigada a todos os que sempre mantiveram a fé em Eros.

Shark - "Welcome back, sua proscrita!"
São Rosas - "Proscrituta"

(Pre) Sentidos

Ouço-te
nas cataratas de uma memória feita de areia
e na areia deitei o meu corpo
e a areia acariciava o meu peito
e a areia é tudo o que me rodeia

Vejo-te
nos caminhos que formam linhas nas margens
e nas margens imprimi as minhas asas
e as páginas escreveram-se nas minhas pernas
e as páginas são as minhas únicas imagens

Toco-te
na ebulição de recordar que derrama do leito
e no leito mergulhei as minhas ancas
e o leito inundou as minhas coxas
e o leito é tudo quando me deito

Provo-te
na saudade que tempera a água a perder a nascente
e na nascente lavei o ventre nu
e a nascente trespassou-me como tu
e a nascente era ontem e horizonte.

Sinto-te
nos braços que devolvem as ondas ao seu mar
e no mar lavei os cabelos para te ter
e o mar salgou-me o corpo para te receber
e o mar era todo o meu ar.

Brincadeiras eróticas da colecção do Kinsey Institute

Um dia destes faço um video idêntico com as brincadeiras da minha colecção. Como acontece com muitas outras colecções de arte erótica, aqui mostram algumas peças que eu gostava de ter... mas também tenho algumas que ali ficariam muito bem.

«Erotica Batalha - Cruzada»

"Tua latejante buceta palpitante
Meu amargo cacete perfilando
Ovos batem continência à beira do saco
Como um guerreiro de merda
o cu recua ante a dura ofensiva
Grandes e pequenos lábios
batem palmas e riem
Meu cacete é a bandeira nacional!
A guerra é santa e eu avanço!"


Vi aqui... e gostei

Presentes interesseiros


crica para visitares a página John & John de d!o

Assédio ao Óscar



HenriCartoon

06 março 2010

Animais

A tromba rude do elefante magoava o pescoço delicado da gazela. O feio elefante investia selvaticamente o pesado corpo no delicado corpo dela. A gazela, em dor, gemia. O elefante, em gozo, grunhia, gania. O elefante, bestial, copulava como um animal. São tão pouco humanos, os elefantes.

Azul: eu


Olho para o presente
(como se não fosse eu)
e vejo-o azul (tu sabes que sim),
vivo-o em todos os tons
em que o imagino.

Azul – disseste - falas sempre de azul.
Pois é.
Não sei por que o faço,
mas: faço-o.

Quantas coisas não sabemos
por que as fazemos: mas fazemos.

De azul vestida, semi despida,
digo eu,
regresso sempre de azul;
agora nua:
eu sou azul.

Foto e poesia de Paula Raposo

A arte do sexo


Alexandre Affonso - nadaver.com

Campanha contra a mutilação genital feminina

05 março 2010

A Decisão

Chegou a casa cansado. Abriu a porta e entrou. Largou a pasta cor de caramelo e tirou o casaco, que pendurou sem cuidado. Fechou a porta. Pensou em gritar um cumprimento, um aviso da sua chegada. Decidira que entraria em casa de uma outra maneira, com outra disposição, mas não conseguira escolher a forma de o fazer e fê-lo como sempre fazia: amargo e contrariado, ainda que, conscientemente, não o assumisse (e preferisse o cansaço).
Parou, estranhando o silêncio. A casa parecia vazia. Parou dois passos para além da porta da rua, um passo para além da pasta no chão e do casaco no cabide. Rodou e voltou-se para trás.
Constatou que o seu casaco estava sozinho e a pasta também.
– Ana! – chamou, virando apenas a cabeça para o interior. Deu um passo e aproximou-se da porta. – Ana! – tornou a gritar, enquanto a mão se colava ao casaco. Agarrou-o. Olhou a pasta mas decidiu não lhe mexer. Levantou os olhos e tirou o casaco do cabide. Ouviu o silêncio da casa e abriu a porta.
“Tenho de ir comprar tabaco” justificou.
Saiu e fechou a porta atrás de si, sorrindo, decidido a começar a fumar.

Nua

Tinhas as mãos aos meus pés; como espuma nos pés suaves de uma menina. As mãos aos pés da menina aos teus pés a descobrir um amante; subitamente de mulher a menina.... Tiravas devagarinho as minhas sandálias de mulher com os teus dedos límpidos, tão límpidos que podiam espelhar o rubor das minhas faces; os teus dedos tão firmes de calor, o calor dos teus dedos ensinava uma nova coerência às minhas mãos tão vagas; as minhas mãos tão cegas de ti caminhavam na ponta dos dedos, andavam tacteando a tua luz. Mil amantes que se esfumaram, nenhum tinha existência. E de novo o desejo tímido, faminto de querer saber-se; saber-me em ti, o meu corpo pequeno cheio do teu corpo grande...

Educação Sexual!

Muitas escolas estão começando a aderir essa matéria em sua grade. Cada vez mais cedo as crianças aprendem tudo sobre o sexo. Os pais apoiam essa decisão escolar, afinal eles ficam livres das perguntinhas incômodas como “Daonde vem os bebês?” ou a explicação teorica sobre “Virar mocinha.” para as meninas.
Muitos métodos vêm sendo usados nessas aulas. Veja abaixo dois bonequinhos feito e usados em Hong Kong:


Bonecos normais, um menino e uma menina?
É ai que você se engana, jovem aprendiz, nada é normal na Ásia! Veja o que há por traz desses inocentes bonecos:


Pura perversão.
Mas ainda assim deve ser menos impactante que as aulas práticas com professoras e alunos, como acontece seguidamente nos EUA…

Capinaremos.com

Nunca se deve passar por baixo de uma cancela!



Fonte: pornfail.com

04 março 2010

Será desta?...


O meu pedido de desbloqueio



Ao 3º dia, uma resposta de um responsável do Blogger

O observador

Ela sabia que na janela aparecia um homem interessado em observar. Sempre à mesma hora, todos os dias, no período que reservava para limpar o chão da loja onde trabalhava, do outro lado da mesma rua onde sabia existir o seu voyeur particular.
Depois do desconforto aprendeu a apreciar a situação, o homem que olhava provocava-lhe tesão com o seu interesse descarado, com o seu olhar deliciado com as formas do corpo que ela tentava agora enfatizar.
Deu por si a vestir-se para lhe agradar em cada manhã e tentava insistir nas posições mais reveladoras, decotes arrojados e saias mais curtas no Verão. E ele oferecia-lhe a emoção de constatar que cada dia a começar não prescindia do miradouro na janela onde se fixava naquela mulher apetecível como se sentia, importante para aquele observador insistente e dedicado.
Durou alguns anos, o ritual, até ao dia em que ele deixou de aparecer à janela para a espreitar e ela nunca chegaria a saber o que o levara a abdicar de ser o único homem a dar-lhe prazer, sem sequer a tocar.

Deixei...

É franco o meu corpo.
Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,
nas pernas que tremem para acompanhar os braços
nos olhos que tentam não olhar mas olham.
Deixei-o ter-me...

É fundo o meu copo.
Profundo nos mares que se tentam diluir
nos rios que dançam nos seios de mares salgados
nos mamilos que se escondem mas incham
Deixei-me ter-te.

É manso o meu topo.
Mansidão do ventre que se tenta fundir
nas ancas que ondulam para diminuir espaços
nos joelhos sôfregos que se afastam
Deixei-nos ser-te.

Elogio do Miguel e da Maria (blog Paramais)

"Muito antes de criarmos este blogue já conhecíamos o blogue «A funda São».
Consideramo-lo um dos melhores blogues sobre sexo e sexualidade que existem na Net
e, de certeza, o mais criativo entre todos.
Não é o blogue indicado para aqueles que apenas procuram imagens de teor pornográfico, seja ele caseiro ou profissional.
Portanto, fora esses, é um blogue que recomendamos a toda a gente, pela boa disposição e informalidade que não comprometem contudo a objectividade, a abertura de espírito e mesmo a pedagogia constante nos diversos artigos que o constituem.


Imagem: "Ice Cream Cave"; autor desconhecido; encontrada na Net

Desta vez não resistimos a colocar um link para um dos artigos que mais nos tocou nas nossas últimas leituras por lá.
Um artigo na primeira pessoa sobre um tema tão humano quanto controverso, que bem faríamos em encarar de frente ao invés de meramente julgar e olhar para o lado.
O artigo, ou A Carta melhor dizendo, é da autoria de Miss Joana Well e podem lê-la aqui >
Prostituição - Carta aberta"
Paramais


A Mariana, entusiasta das culturas aquáticas, e a erva daninha que lhe arruinou a vida.

03 março 2010

"Este blogue (Miss Joana Well) está parado em homenagem ao a funda São que também é de quem o lê e de quem lá escreve"

Isto dos bloqueios do Blogger (este é o segundo, depois do de Setembro de 2009, durante 6 dias) permite confirmar o que eu já sabia: esta malta que aqui se encontra é muito fixe. Tenho recebido muitas mensagens de consternação e de apoio em alguns blogs, por e-mail e no Clube de Membros e Membranas da funda São no Facebook...
A Joana Well até teve um gesto tão deliciosamente surpreendente como ela: "Como sabem, sou colaboradora e leitora do blogue a funda São, facto de que muito me orgulho, não só pela extraordinária companhia, como também pela voz lúcida e sem preconceitos que dá o tom único e especial a um blogue onde reina a boa escrita nos seus mais variados estilos e a harmonia de uma camaradagem simpática. É por isso que não consigo evitar esta tristeza. Hoje, quando acedi ao painel de controle, esbarrei na seguinte mensagem: «Este blogue viola os Termos de serviço do Blogger, pelo que actualmente só está visível para os autores».
(...) Sem mais palavras - comeu-mas o choque e o desgosto que tais barbaridades me causam - resta-me acrescentar que este blogue (Miss Joana Well) está parado em homenagem ao a funda São, que também é de quem o lê e de quem lá escreve!"

Por favor, Miss, não dês esse trunfo aos que nos querem calar!

Pela segunda vez em seis meses, o Blogger bloqueou o acesso ao blog a funda São

"Este blogue viola os Termos de serviço do Blogger, pelo que actualmente só está visível para os autores"


Desta vez, o pretexto é haver no blog um qualquer spam que gera potencialmente problemas aos computadores dos utilizadores. Já pedi para reverem a situação. Vamos ver: "Os robôs de prevenção de malware do Blogger detectaram que o seu blogue pode provocar actividade maliciosa no computador dos seus leitores. Se isto for uma surpresa total para si, é provável que um extra de terceiros no seu blogue tenha incluído um código e efeitos adicionais que você não esperava quando o adicionou. Estes podem assumir a forma de contadores, quadros de etiquetas ou anúncios. Os extras que activam anúncios ou transferências de pop-up não solicitados violam os Termos de utilização do Blogger e têm de ser removidos. Para fazê-lo, basta inverter o processo que utilizou para adicionar a funcionalidade. Provavelmente, terá de clicar em Editar HTML, a partir do separador Definições Modelo, localizar o código que corresponde ao extra e removê-lo. Se tiver vários extras de terceiros, pode ser necessário experimentá-los um a um. Se estiver a utilizar a funcionalidade Esquemas, talvez consiga eliminar simplesmente o widget que contém o extra problemático. Recebemos o seu pedido de desbloqueio em 2 de Março de 2010. Pedimos a sua compreensão enquanto o analisamos e confirmamos se é seguro."

Entretanto, o OrCa ode-os... mas em prosa:

"Sou, muito honradamente, de há para cima de cinco anos, colaborador do blog A Funda São, espaço de liberdade e brejeirice onde, por muito que possa causar estranheza a almas pudicas, invariavelmente deparei com uma belo número de compinchas, de cabeça arejada, que trocam uma boa gargalhada por mil amarguras da vida e cuja abordagem à «coisa sexual» não dá guarida a teias de aranha nem a preconceitos idiotas que, obstinadamente, insistem em permanecer na cabeça de muito boa gente.
Ora, a cada passo, assiste-se à pretensão censória da administração do Blogger, que julgará, com os seus botões e a sua incapacidade para encarar a Vida, que lhe compete vir, em carga de cavalaria - mais parecendo de asnos, embora - defender a moral e os bons costumes, cancelando o acesso a este blog.
Apesar dos cuidados de alerta para os conteúdos que SEMPRE se pré-apresentam a quem quiser nele entrar e apesar, também, de reiterados pedidos de desculpa e reposição da normalidade que invariavelmente nas vezes anteriores ocorreram, uma vez mais aquilo a que Junqueiro chamaria a récua fradesca acordou de algum sono mal dormido e - zás! - vá de lançar o seu pudico manto negro sobre as «desvergonhas» do mundo, consubstanciadas no blog A Funda São...
A sanha inquisitorial permanece no século XXI, é a triste conclusão óbvia. Alguém irá, agora, calcorrear Seca e Meca para que a tal normalidade seja reposta, outra vez com pedidos de desculpa.
Entretanto, pornograficamente, a guerra e a fome vão matando, impavidamente, em todo o mundo, por acção do Homem, sem que estes tristes censores lhes descubram razões mais interessantes e mais dignas para a sua sanha de salvar a Humanidade, impedindo ou contrariando essas poucas-vergonhas.
Perdoai-lhes, meu Deus, por saberem tão mal (?) o que andam a fazer!
Se não for coisa enquadrável na teoria da conspiração, então poderá ser só um caso agudo de estupidez incurável, ainda que institucionalizada. Preocupante...
Pequenas coisas, dirão alguns com assumido cinismo. Pois sim, daquelas pequenas coisas com que se favorecem grandes desgraças. E a liberdade de expressão, mesmo que da ínfima dimensão do átomo, ainda assim é coisa sem medida."

Diz-me...

Diz-me, diz-me amor o teu cheiro molhado
entrei no teu lago pelo teu rosto
e afoguei-me até ao peito
para não nadar
dá-me a pedra
não me salves
não me falhes
solta o gemido
que me afoga pelo cabelo escorrido
agora leito cianoliquido
do amor liquefeito

Diz-me, diz-me amor o teu sabor rendido
deitei-me na tua areia pelo teu porto
e estendi-me até ao peito
para afundar
dá-me a terra
não me caves
não me salves
solta o grito
já dorido de tão mordido
desfeito até espelho liquido
o meu corpo em ti espelhado.


O Bartolomeu ode a São Rosas depois de ela comer tripas à moda do Porto

"Sinto-me desarmado
pela força do teu tesão
Por esse sorriso encantado
Por essa boca, que me chupa a razão

Repouso no meio de fadas
Que banham este meu corpo de deus
Num mundo, fora do mundo cantadas
Embalam os sonhos meus

Quero ser hipnotizado
Pela tua cona feiticeira
Vadiando pelas ruas do mercado
Ou percorrendo a cidade inteira

E quando tu te abres para mim...
Oh! como sinto tanta alegria
E me pedes que lamba esse pudim
E os teus pêlos me causam alergia

Mas depois surge o bafo da visão
Quando do teu cu se desprendem os vapores
E aquilo que antes tinha sido só tesão
Transforma-se num momento em horrores.

Mas mesmo assim, vou-te beijando
De nariz tapado para aguentar
E a língua cada vez mais enterrando
Quer na cona quer no cu, p'ra variar"


Bartolomeu

Foi aqui

Lucía, gabinete de sexologia

Recebi da editora el Jueves a minha encomenda de vários livros, que já moram na minha colecção. Um desses livros é uma banda desenhada deliciosa de Juan Álvarez e Jorge G. sobre a sexóloga Lucía, a colega espanhola da nossa Vânia Beliz.


A el Jueves autorizou-me a publicar alguns excertos dos seus livros. Aqui vai a primeira história:

«Não esperes até algo estar mal»

02 março 2010

Indelével


Quando me tocaste
E eu te senti,
As palavras saíram loucas
Desenfreadas, desgovernadas
Atabalhoando-se na minha boca

Lutei para as prender
E travar o turbilhão
Contacto suave e indelével
Cândida erupção
Que em mim rompeu

Roguei às palavras despegadas
Que se emparelhassem
Ao toque da melodia divina que conheci
Ordenei-as num branco imaculado
E poesia, senti.

Maria Escritos
http://escritosepoesia.blogspot.com

Os meus livros


Com frio não sei.
Com calor, ainda menos.

O quarto é esconso,
abafado e cheira mal: eu digo.
Mas se calhar nem cheira.

Complico muito; o quarto é bom
(porque é bom ter um quarto),
cheira a canela e erva doce,
de um golpe de asa (como voa!);
não neva no Verão (sim, neva),
mas deixa marcas
e muitas memórias…
do vento. Pelo vento.

É um quarto bonito.
Gostei de lá dormir.

Foto de Maria Clarinda e poesia de Paula Raposo

Escola das Energias Sexuais


Resolvi partilhar com todos vós esta proposta de workshop que encontrei. Conhecem?
O que é?
A Escola das Energias Sexuais é um workshop de 3 dias em que nos é dado um entendimento profundo das nossas dinâmicas humanas e relacionais, no sentido de tornar claros os nossos pontos de desequilíbrio entre o feminino e o masculino dentro de cada um de nós. Cada ser humano, independentemente de ser homem ou mulher, tem em si ambas as energias - feminina e masculina. É a partir dessa dinâmica interna que criamos a nossa realidade, fazemos as nossas escolhas e as experiências que daí decorrem. Tomar consciência de todos os nossos padrões de vítima, escassez e amor condicional -bem como do abuso energético (e por sua vez psíquico, psicológico e físico) que daí decorre é um passo fundamentar para encontrar o equilíbrio interno. Aí a nossa visão do mundo muda e a nossa forma de ver, sentir e viver a vida também.
Shaumbra Institute apresenta Sexual Energies School / Escola das Energias Sexuais de Tobias no Instituto Paradisia em Tomar.
A Escola das Energias Sexuais de Tobias pode ser uma das dádivas mais profundas e transformadoras que te dás a ti próprio(a). O material apresentado nesta escola tocará todas as áreas da tua vida e experiência, e trar-te-á as ferramentas para que possas criar um nível profundo de equilíbrio e cura para ti.
Durante este workshop de 3 dias Tobias, Maria Madalena, os vossos facilitadores e outros seres angélicos, trabalharão em conjunto para criar um espaço seguro no qual serão convidados a abrirem-se para as vossas partes mais profundas. Tobias leva-vos muito para além da análise e processamento típicos, até uma verdadeira e profunda cura que mudará a forma como vês e experiencias a vida.
Mais informações... aqui.


Sermão


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oglaf.com

01 março 2010

Abençoada igreja católica!

Marcelo Rebelo de Sousa não pôde levar antúrios para a missa na igreja do Funchal por terem uma conotação muito... "erótica"?!

Pelo menos é o que se pode ler aqui.

Quem é o primeiro a tirar as medidas?

Fomes

Acalma todas estas vozes diferentes
que falam de ti dentro do meu peito
Cheiravas a maçã
eu só quero saber que cheiravas a maçã
eu só quero saber se te roubei
se rasguei de ti
se roubei de ti
se tirei de ti
tudo
e tu
e o amanhã

Acalma todos estes fantasmas dormentes
que não se cansam de pensar alto
Sabias a Maio salgado
eu só quero saber que sabias a Maio salgado
eu só quero saber o que te aceitei
o teu sexo em mim
o teu corpo em mim
a tua boca em mim
tudo
e tu
e o passado.

Acalma estes beijos no ar constantes
que não te encontram e se perdem no vento.
Cheiravas a seiva impaciente
eu só quero saber que cheiravas a seiva impaciente
eu só quero saber o que te gritei
o orgasmo em nós
o desejo em nós
a paixão em nós
tudo
e tu
e o presente.


«Free Zone» - uma zona livre, como esta



Está disponível desde ontem o número zero da nova revista online gratuita «Free Zone». Além do Pedro Laranjeira, director da revista, colaboram outros membros e membranas deste nosso blog: Miss Joana Well (com a sua excelente "carta aberta sobre a prostituição"), Jorge Castro (com uma oração à EDP) e Raim (que ilustra, magistralmente como sempre, uma nada erótica crónica de um conhecido meu, marido de uma professora).
A revista completa está disponível para descarregar aqui, em formato pdf.

Tem estado um tempo tão húmido...

Cabecinha


Alexandre Affonso - nadaver.com