16 maio 2011

Um pensamento muito cinzento

É curioso perceber como em plena fase de expansão do branqueamento anal a Renova obtém um sucesso do camandro com o lançamento de um papel higiénico preto...

Alcançar Sonhos

O sonho perseguido, de sinuosa viagem, tem o encanto e o sabor da eternidade anunciada. Não a oniromancia, tão pouco o Sonho Lúcido, mas o objectivo do mais idílico concebível, pela crença de prosseguir e conseguir alcançar.

Estão os teus sonhos preenchidos?
(Nunca realizados pela constante procura do evoluir, do crescer, do saber...)
Mas diz-me: estão os teus sonhos reforçados por alguém que tenha colocado a Espada de Teseu ao serviço da tua realização e felicidade?
Alguém que erga em tua honra e teu redor o símbolo máximo do Sol, da Criação e do Verbo?
A dois; não em atalho, mas lado a lado para que nenhum tenha que seguir ou ser guiado...

... que mais poderá ser feito para sonhares realidades?

Jeans apertadinhos


Skinny Jeans from Roger Hagadone on Vimeo.

Caminhos


Foto: Claas Michalik

São feitas de raios de Sol
As mãos que me desenham o corpo
Quentes, brilhantes
Obrigam-me a fechar os olhos
E fecho com força e com
Um desejo imenso de reter
Cada gesto
Entrego-me até que a pele
Muda de cor e se cobre de gotas
Cheias de arco-íris
Os sentidos confundem-se
E misturam-se
Os olhos enchem-se de aromas
E nos membros habitam os suspiros
Do pôr-do-sol
Com as pernas desenho caminhos e labirintos
Onde aguardo que te percas
E me encontres

15 maio 2011

«No cinema» - por Rui Felício


Faltavam poucos minutos para as luzes se apagarem. Sentado na confortável poltrona, da Fila H, nº 7,esperava que chegasse a hora do início do filme, naquela moderna sala de cinema.
Apressadamente iam entrando os últimos espectadores, olhando os seus bilhetes e procurando os lugares neles indicados.
Uma jovem bonita, roliça, de curvas pronunciadas, percorreu a fila onde ele estava sentado, olhou, confirmou o lugar e sentou-se na Fila H, nº 9, a seu lado, ajeitando a mini saia que deixava ver umas coxas brancas, bem desenhadas.
Trocaram um olhar fugidio e um sorriso de circunstância, no mesmo momento em que as luzes se apagavam e surgiam no ecran as primeiras imagens do filme.
O cotovelo dele a pouco e pouco foi-se encostando ao dela, ambos poisados no braço comum às duas cadeiras. Os seus olhos não se conseguiam despegar das coxas da rapariga, enquanto os braços de ambos se foram gradualmente encostando, sem que da parte dela houvesse nenhum sinal de afastamento ou indisposição. A perna dele a pouco e pouco encostou-se à dela. A respiração dele acelerava, o coração batia desordenadamente quando o ecran ficou negro e as luzes da sala se acenderam para o intervalo.
Afogueado, levantou-se para ir fumar um cigarro, não sem que antes lhe dirigisse um sorriso que ela devolveu, mostrando uma boca provocantemente sensual que mais o endoideceu.
Voltou para a segunda parte do filme, disposto a levar mais longe os seus desejos. Logo que as luzes se voltaram a apagar, deixou a mão poisar em cima da perna dela. Os dedos iam roçando naquela pele macia, aveludada, devagar, com suavidade... Subiam milímetro a milímetro. Pressionava um pouco na face interior das coxas tentando afastá-las, mas quando isso aconteceu, ela pegou-lhe na mão e afastou-a.
Louco de desejo, ele voltou a colocar-lhe a mão entre as pernas e ela voltou a tirar-lha.
Estes avanços e recuos repetiram-se mais uma, duas, muitas vezes. Da última vez ele chegou mesmo a abafar um grito rouco de dor, quando ela lhe beliscou a mão com força, empurrando-a asperamente para longe das suas pernas.
Racionalmente, concluiu que a atitude dela não lhe deixava margem para dúvidas. A rapariga não lhe permitiria mais carícias. Antes que se gerasse algum escândalo que o deixasse envergonhado, resolveu desistir definitivamente de lhe tocar. Não fez mais nenhuma tentativa. Quando acabou o filme, levantou-se e saiu sem para ela olhar sequer.
Mal sabia ele que aquela jovem mulher ali a seu lado, pensava de si para si, também ela já doida de desejo, quando o beliscou e lhe afastou a mão:
- Quando ele voltar a tentar, não resistirei mais, vou-me abrir e entregar-me às suas carícias...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações

Desejo

O meu desejo é imenso, é maior do que eu,
é a dança do meu sonho contra o corpo teu,
e o meu sonho está muito além de mim,
e o meu sonho está muito além do corpo meu,
é um corpo sem pele, é um corpo sem fim,
é um corpo sem corpo onde o meu corpo morreu
ao bater contra o teu e contra o teu, assim,
o meu sonho, imenso, contra o teu sonho, nasceu.
O meu desejo é imenso, é maior do que eu,
é um baque do teu sonho dentro do peito meu
e o meu peito é marioneta, é fantoche, é arlequim
que nos fios de um sonho é desejo maior do que eu.

Pum!

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14 maio 2011

Eu gosto de passarinhas


Letra solta

Contorno o passado
sem me deter muito;
o suficiente para o lembrar
enquanto estiver aqui.
Embrenho-me no presente
(quem sabe no futuro);
bebo a goles sôfregos
saboreando- mesmo assim-
o gosto doce do amor.

Breve, mas intenso,
no espaço de uma brisa,
no tempo de um verso.

Poesia de Paula Raposo

Quais pentelhos?! Pintelhos!

É pornográfica, a reacção de muita comunicação social e de pessoas em blogs, no Facebook e em conversas de café sobre a utilização por Eduardo Catroga da palavra «pintelhos» numa entrevista à SIC Notícias.
Catroga disse textualmente:
"Em vez de andarem a discutir as grandes questões que podem mudar Portugal, andam a discutir... passe-me a expressão, pintelhos".
O absurdo de tudo isto é que este circo montado à volta dos pintelhos demonstra precisamente o que Catroga disse!
Como escreveu Tiago Mesquita no Expresso, "os portugueses estão habituados desde cedo a discutir pentelhos. Aliás é comum nas escolas o estatuto de um rapaz ou rapariga, a sua desenvoltura e até influência sobre os demais estar associada ao número de pentelhos que possui. Quem não se lembra da mítica frase «já pintas?»"
João Lemos Esteves, também no Expresso, diz uma grande verdade: "os portugueses, nestas matérias, são muito puritanos: embora nas relações particulares diárias admitam o recurso a vocábulos semelhantes aos pelos púbicos e muito piores para qualificar diversas situações da vida, já não admitem que os políticos, no debate público, vão tão longe. O juízo que fazem é negativo: quem profere expressões destas no debate político, então, não está qualificado para exercer funções públicas. Os portugueses - e este é um traço sociológico interessante - gostam de ser governados por pessoas diferentes. Os pelos púbicos de Eduardo Catroga tornaram-no demasiado igual."

Mas o que me traz aqui hoje não é a política (já sabeis que a minha política é a política do car... trabalho) e sim a defesa do rigor na língua portuguesa (já que ser ordinário não significa ser inculto).
Ouçam o que disse Eduardo Catroga: "... pintelhos!" e não «pentelhos».
Só que, segundo o dicionário de Português da Porto Editora (Infopédia), "Nenhum resultado encontrado para pintelho". Já para pentelho, reconhecem que a palavra existe mas são parcimoniosos no uso da palavra:

pentelho /â(i) ou ê/
nome masculino

O dicionário Houaiss ajuda alguma coisa, mas pouco:
pentelho /â ou ê/ s. m. 1 pêlo pubiano 2 pessoa aborrecida, enfadonha, maçante
... e pintelho não consta.

Isto só prova que os dicionários estão errados! No caso da Infopédia, nem explicam nem saem de cima! E o Houaiss falha por não apresentar um dos significados mais usuais para a palavra: "detalhe insignificante, não merecedor de atenção"... precisamente o sentido pretendido por Eduardo Catroga. Na linguagem corrente, até se usa especificamente a palavra "pintelhice". E, para todo o púbis, "pintelheira".
Sempre, desde que sou gente, ouvi «pintelho» e não «pentelho». A expressão "já pintas", aplicada pelos rapazes na escola a quem já tem pêlos (pelos, pêlo... digo, pelo novo acordo ortográfico) púbicos pelo facto de já ter algo parecido com cerdas do/no pincel, tem toda a lógica que se associe a «pintelhos». Já «pentelhos»... seria por alguém se entreter a pentear o púbis?!
O pintelho ao dicionário que, no diciOrdinário, «pintelhado - penteado do púbis» já lá está!
Deixem-se de pintelhices e preocupem-se com os verdadeiros problemas do país.

«A Grande Muralha das Vaginas» - de Jamie McCartney

Um projecto desenvolvido ao longo de 5 anos com 400 mulheres e suas respectivas vaginas.


The Great Wall of Vagina : Trailer from James Lane on Vimeo.

13 maio 2011

Violação dentro da lei



HenriCartoon

Para quem tem andado distraído, leia a notícia aqui:
«Absolvido de violação. Temos uma Justiça da Idade Média?
Ministério Público vai recorrer da decisão que absolveu um psiquiatra por violação de uma doente grávida
»


A Filipa comentou: "Estive a ler parte do processo e achei muito estranhas várias coisas:
Duas juízas absolvem. Um juíz faz declaração de vencido. As consultas de psiquiatria (várias) eram um pouco estranhas e diferentes daquelas que eu imagino... (com umas modernas técnicas suíças... um bocado erotizadas... e está bem!... Mas violência é violência e (na situação) é (ainda mais) repugnante."
E indicou-nos o acórdão do Tribunal da Relação do Porto no processo 476/09.0PBBGC.P1. E, de facto, constata-se que a realidade é bem mais complexa do que meros títulos da comunicação social.