03 julho 2012

A Música

Gostava de ser música, só isso.
Uma nota só, um sol, um dó ou um si bemol.
Guitarra ou piano tanto fazia, saxofone, melodia, distorção com mel ou limão.
Uma nota fecundada ao ritmo dos flancos, das coxas rasgada.
Uma nota franca, transparente, que fizesse tossir de encanto, por vezes de espanto.
E claro, com muita sensibilidade e alguma verdade.

Não é pedir muito.

ovo.cósmico
alogicasubjacente.blogspot.pt

Eva portuguesa - «Uma grande Mulher»

Ontem tive o enorme prazer e honra de verdadeiramente conhecer uma mulher excepcional, a que dá vida a uma colega minha.
Esta menina/mulher é um exemplo de coragem, força, sobrevivência, luta e sofrimento...
Ao pé dela sinto-me pequena e mesquinha, pois nenhum dos meus problemas se compara ao sofrimento por que esta mulher já passou... qualquer triste história que tenham ouvido, nada é quando comparada com a dela...
Esta mulher é uma fénix, que morreu e renasceu das suas próprias cinzas, fez do seu sofrimento um motor de luta, transformou as suas lágrimas em sorrisos.
Fez agora os 30 mas a sua cara parece a de uma colegial; os seus olhos não denotam nenhuma amargura; a sua bondade não deixa adivinhar o mal que já lhe fizeram; a sua postura calma em nada denuncia os tormentos que já viveu...
É uma Senhora, com cultura, educação; sabe estar, é divertida e é uma mãe extremosa.
E, através da sua história, consegui absorver mais o quanto as aparências iludem...
De origem Africana, foi vendida quando recém nascida, trocada por meia dúzia de moedas...
Foi violada, abusada e espancada...
Desses abusos resultou uma gravidez aos 13 anos que a sua mãe adoptiva obrigou a interromper. Essa situação foi tratada por uma carniceira que a deixou com dores monstruosas, uma anemia para a vida e o bebé ficou lá à mesma. Após 15 dias de sangramentos abundantes e dores alucinantes, numa ida à casa de banho, esta fénix sente sair aquilo que viu serem dois fetos já formados... Para além da brutalidade psicológica desta situação, houve o perigo de vida; mas mesmo assim foi-lhe negado acesso a cuidados médicos. A recuperação física foi lenta e dolorosa, mas a psicológica... essa só se fez anos mais tarde...
Esta menina/mulher juntou-se a pessoas que não seriam a melhor das companhias e, aos 15 anos, engravidou de um bebé que hoje é um excelente rapaz, gravidez essa que ela escondeu até não poder mais, para a criança não ir parar ao lixo como aconteceu com os anteriores. Juntou-se ao pai da criança e juntos iniciaram aquilo que poderia ter sido uma bonita família... mas que não foi... sofreu novos abusos, novos maus tratos, viu-se envolvida em negócios ilícitos e acabou por ser presa aos 19 anos.
Durante 7 anos, não pôde acompanhar o crescimento do seu rebento, que foi entregue aos avós. Além de que perdeu tudo aquilo que tinha.
Com 26 anos, um filho, sem nada, nem emprego, nem estudos e ex-presidiária, esta mulher agora renascida decidiu que daria ao seu filho o melhor que poderia e tornou-se acompanhante...
E para mim é uma honra e um privilégio conhecer este ser humano maravilhoso... este exemplo de vida e força... esta mãe coragem.
Só por ela já valeu a pena ter entrado na "putaria"!...
Obrigada,minha amiga!


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Alô cancro, alô!

Já todos terão ouvido falar dos célebres casos das mamografias por satélite, ocorridos em Loures e São Bartolomeu de Messines, em 2001 e 2002 respectivamente, nos quais, alguém que se fez passar por médica, convenceu por telefone várias senhoras a colocarem-se à janela, com as maminhas ao léu, no sentido de serem radiofotografadas por um satélite para determinar se padeciam ou não de cancro da mama. 

A primeira página do Terras da Beira, um semanário guardense do qual guardo bastas memórias, deu a conhecer agora mais um caso semelhante, desta vez ocorrido na Guarda, no qual cerca de 60 mulheres terão sido convencidas por telefone a fotografar as suas zonas pudendas, sob o pretexto de que padeciam de cancro e estas serem necessárias para análise, enviando depois o registo fotográfico para o sinistro autor dos telefonemas.

Sinceramente, não consigo perceber como é que alguém cai numa esparrela semelhante. Eu é que não caio nessa. Sempre que alguém me telefona pedindo fotografias reveladoras da minha anatomia, com o intuito de realizar uma mamografia, digo logo que não e desligo. O que não vale um indivíduo estar atento às notícias...!

Pega de porta articulada, em bronze

Pequena pega de porta ou de gaveta, com um pénis que encaixa numa vagina ou se desencaixa e levanta.
Uma aquisição fresquinha para a minha colecção.






A cruzada de Cruise




HenriCartoon

02 julho 2012

Homens, tomem lá um rebuçadinho para a vista

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«Assim vai ser difícil casar» - bagaço amarelo

Há mulheres encantadoras, tão encantadoras que não devia ser permitido que homens banais se sentassem ao lado delas nos transportes públicos. Há homens banais, tão banais que não devia ser permitido que se sentassem ao lado de mulheres.
O homem banal sentou-se mesmo à minha frente, no comboio, com cara de poucos amigos, e começou a praguejar por causa dum idoso qualquer que tinha demorado muito a comprar o bilhete na máquina automática. A mulher encantadora continuou a ler umas fotocópias que, suponho eu, teriam a ver com a sua actividade profissional ou académica. Eu continuei a ler o meu livro do Murakami. Acho que tanto eu como ela só queríamos silêncio, mas não o tínhamos.
Foi ela quem decidiu falar primeiro, e disse-lhe aquilo que é óbvio. Que as novas máquinas automáticas da CP podem ser complicadas para algumas gerações pouco habituadas às novas tecnologias, que o dever dele era ter ajudado primeiro e protestado depois. Evitei entrar na discussão, porque logo à partida percebi que não valia a pena, e foi isso mesmo que me encantou nela: insistiu. As mulheres encantadoras nunca desistem facilmente dum homem banal. É um dos seus encantos. Foram precisos, aliás, dez minutos para ela perceber aquilo que eu já tinha percebido. "Assim vai ser difícil casar", disse-lhe ele.
Os homens banais acham que uma mulher que argumenta não é boa para casar, por isso mesmo. A banalidade não consegue ser dialéctica. Não evolui. Um homem banal hoje é igual a um homem banal medieval. Nasceu, vive a protestar porque os idosos o fazem perder tempo, e depois morre. É isso que é ser banal. Ela encantou-me porque ainda luta contra essa banalidade. Eu não consigo. Sou banal.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Ar condicionado


Abduzido




Eh! Espera aí!...

Capinaremos.com

01 julho 2012

Como é que a menina geme?

Às apalpadelas


Antes de lhe conhecer o físico nem lhe imaginava os traços, talvez na prevenção de que quando nada se espera, nada magoa e por muito que fosse a sua massa cinzenta a excitar-me havia um resquício infantil de mim que ansiava que a sua imagem mostrasse logo que ele era um dos bons, na linha maniqueísta da banda desenhada dos super-heróis americanos.

Combinada a blind date, sem nenhum sinal de reconhecimento para qualquer um dos lados, a não ser o conhecimento da idade que visualmente é sempre tão enganador como qualquer maquilhagem, finquei-me na porta do restaurante a divertir-me na triagem de quem passava porque era novo demais, porque era velho demais, porque não calçaria aqueles sapatos tão formais, porque ele não escolheria aquela cor de calças, porque só em caso de força maior vestiria um fato.

De repente, vi um enorme sorriso avançar direito a mim e catrapum, tive o baque da certeza de que só podia ser ele. O seu tamanho era proporcional à simpatia e fazia dois de mim de modo que quando se dobrou para me beijar quase tive medo de ser responsável por a Torre Eiffel se partir, tanto mais que naquele momento toda a cidade era mesmo Paris em ferro e asfalto. Espreitei-lhe os polegares para confirmar a simetria das formas e aumentou a minha satisfação.

De qualquer forma, num balãozinho de pensamento concluí que não valia a pena avolumar os receios que para arrulhar a posição deitada ou sentada costumam revelar-se as mais apropriadas e nessas circunstâncias, não se avaliam os homens e as mulheres pelas medidas de comprimento mas pelas de potência.

Mordidela - por Silvio Porretta





Silvio Porretta

Bunda de gaveta



Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)