20 fevereiro 2014

A culpa é sua!

Les boules


É extraordinária a desatenção que encontro em relação ao manuseamento dos testículos! 
Nas trocas de informação sobre sexo que acontecem sempre que se juntam mulheres, sobretudo mulheres “patrocinadas” por altas esferas, estas bolas deslumbrantes parecem órfãs e destituídas de importância capital. Fazem parte dos elementos secundários, como as nádegas ou os mamilos masculinos, ultrapassados com facilidade por os tradicionais pontos erógenos. 
Não são esquecidos, como é evidente, mas não são explorados de modo a que o seu manuseamento origine o orgasmo. 
No entanto, os testículos são peças fundamentais ao erotismo e a sapiência com que são tocados e acariciados pode accionar orgasmos impensáveis e inesperados. 
A primeira manobra a conhecer para que sejam tratados como merecem é aquela a que chamarei “percurso breve”. 
Consiste no aflorar subtil dos testículos ainda presos nas cuecas. O homem deve estar deitado, de pernas abertas e sem qualquer almofada que lhe apoie a cabeça. Os dedos, as unhas, devem apenas roçar o algodão que os guarda. Percorrer-lhes o formato, rodear e rolar, procurando a linha que os divide. O pénis funciona como alerta. Erguido e latejante, avisa a mulher da necessidade de avançar. Beijar os testículos ainda escondidos não é fácil, mas a pressão exercida pelo lábios que sentem o volume a adaptar-se, moldando o formato ao som da nossa boca, é excitante e compensa. 
De sublinhar que nada deve tocar o pénis, nesta altura. A nossa atenção deve estar toda virada para a massa dura dos testículos e durar o tempo que for necessário para que o homem comece a arfar e a agitar-se. 
Por muito que sedutor que pareça, a mulher, neste caso, não deve despir as cuecas do amante. Deixemos que seja ele a desnudar o que queremos. Fornece-lhe a sensação de domínio e de controlo e quando se tem nas mãos os testículos de alguém, é preciso que o dono se sinta confiante. 
Depois de despido, deixemos que se abra para nós. É sempre bom observar atentamente um homem nu, erecto. 
O segundo passo, o “percurso aberto”, consiste no acumular dos movimentos realizados acrescentando-lhes a língua. Humedeçamos a rugosa pele, procuremos devagar contornar os seus volumes e sintamos, abocanhados, os dois boleados segredos que o escroto guarda. 
Não é difícil introduzir um testículo na boca, banhando-o com saliva e fazendo-o dançar no nosso palato, mas esta manobra deve ser cuidadosa e só as mais experientes a conseguem realizar com a suavidade necessária e provocar um brutal prazer no macho nu e já arqueado. 
O uso de pequenos auxiliares, pequenos vibradores, pode ser proveitoso durante este momento. A vibração suave pode percorrer o escroto, sempre com o cuidado de atingir as virilhas e a região que conduz ao ânus. 
São dois passos importantes que exigem treino e experiência antes de podermos passar ao terceiro marco. 
Até lá, acabemos montadas no mastro que lhes está apenso e pondo em prática as lições estudadas antes.

O cio das cerejas  - Camille

Jarro espanhol em barro com agente da Guardia Civil e um enorme falo

Sempre em guarda na minha colecção.


Quem não faz e manda fazer, é certo que se vai foder*

* Provérbio que inventei agora mesmo mas que bem se poderia tornar popular...

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19 fevereiro 2014

«O outro lado da tua pele» - João

"Saíste da banheira e caminhaste até à beira da cama onde te sentaste. Enrolada num toalhão, que deixaste abrir, ficando tu, e eu, perdidos nessa nossa nudez, o envelope das nossas cabeças. Pegaste no creme. Preparavas-te para cobrir a tua pele com ele. Que desperdício. Que te passou pela cabeça? Não! Que fazes? Não te deixei prosseguir. As minhas mãos são o outro lado da tua pele, o creme pertence-lhes. Fui cobrindo o teu corpo e, vendo bem, de mecânico tinha pouco, estava só a fazer amor contigo de uma maneira diferente. E queria fazê-lo sempre. Como um ritual, um compromisso que não se marca na agenda, que não é obrigação, é só olhar-te e dizer presente. Nem isso. É olhar-te e fazer. Entre o teu cheiro e os teus sinais. E enquanto penso nisso, sinto-me invadido por tantas coisas que não tenho letras nem discernimento, é uma bolha de tudo, que mexe com o meu sangue, mexe com os sentidos, e depois de me arrancar do chão, deixa-me cair de novo, de supetão, e ecoa nos meus ouvidos a zombaria. Mas não faz mal. Não faz mal por causa da nossa nudez, do nosso envelope, das muitas maneiras de fazermos amor."
João
Geografia das Curvas

a monogamia é um mito

«A antropóloga Helen Fisher escolheu um tópico complicado -- o amor -- e explica-nos a sua evolução, as suas bases bioquímicas e a sua importância social. Conclui deixando-nos um aviso sobre o potencial desastre inerente ao abuso de antidepressivos.»

para ouvir AQUI
para ler AQUI

«morte à "gaja boa"» - bagaço amarelo

Aviso: este texto é só para homens

Há uma relação directa entre a quantidade de vezes em que um homem chucha no dedo sozinho e aquelas em que diz que uma gaja qualquer é boa. Eu, sempre que ouço um tipo qualquer dizer que "aquela gaja é mesmo boa", tiro automaticamente a conclusão de que ele é apenas um pobre solitário, uma espécie de satélite longínquo do planeta em que queria tocar. A má notícia é que elas tiram a mesma conclusão. Com excepção, claro, da Scarlett Johansson, que é mesmo boa. Quando um gajo me diz que a Scarlett é mesmo boa, eu aceno afirmativamente com a cabeça e, lá está, passo a ser eu o satélite.
O problema da "gaja boa" não é apenas semântico. "Boa" podia querer dizer generosa (na maneira de ser e não nas formas) ou justa (na maneira de ser e não não nas formas), mas todos sabem o que é que aquilo quer dizer realmente. Não é que seja mau olhar para uma mulher por causa do seu impacto visual, mas é demasiado mau parecer um cachorro abandonado e a salivar, que é o que parece um gajo qualquer quando diz que "uma gaja é boa".
Por tudo isto declaro morte à expressão "gaja boa" e anuncio a boa nova, ou melhor, a mais ou menos nova. Devemos todos começar a dizer que as gajas são mais ou menos. É preciso ser inteligente e não parecer um cão que não come há duas semanas. Ao dizermos que uma gaja é mais ou menos, mantemo-nos no mesmo patamar dela. Impedimos que ela passe a olhar para nós como seres miseráveis e tristes que só pensam em sexo. Com excepção, lá está, da Scarlett Johansson. A essa podemos dizer que é boa, até porque é mesmo.
Se todos passarmos a dizer que as gajas são mais ou menos, não ofendemos ninguém e damos aos piropos um ar mais elegante e selecto. Com o tempo e com a habituação até podemos, eventualmente, começar a dizer coisas como "tu és mesmo toda mais ou menos" ou "mas que gaja tão mais ou menos". É melhor para todos, acreditem. As mulheres vão passar a olhar para os homens como seres que comem de faca e garfo, não fazem barulho a beber chá e nunca têm gases e, no final de contas, o desabafo pavloviano está lá na mesma.
Boa sorte, ou melhor, uma sorte assim assim.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho Serrano

"Folgosinho, na Serra da Estrela"
Marlene Quelhas

18 fevereiro 2014

Breve História da Arte Nua

A FODA COMO ELA É (XII) - Na Refrega

Maria Cavaco Silva com sua recordação das grutas de Altamira.

Não é sadismo, masoquismo, fetichismo, violência de género, falência psicológica, tara primária, nem dominação encenada: - é amor. E sem dentada, como dizia o brasileiro do teatro, não há nada para ninguém.
Soube do caso de uma fulana que, ofendida até ao estupor, abandonou o amásio da ocasião, porque ele revelara a um conhecimento comum que ela gostava de apanhar durante os folguedos de alcova. Não fora a vergonha da confidência que a indispusera, mas o equívoco sexual e consequente incompatibilidade com o mancebo, pois não era de apanhar que ela gostava - espessa cavalgadura! - mas antes de ser amada até às vias de facto. Sem essa componente afrodisíaca da mistura homeopática de violências sortidas com as suavidades da caralhada, cumpria-se somente a satisfação fisiológica do recinto vaginal. 
As mulheres mais sensíveis exigem dor de qualidade, administrada nos momentos adequados ao longo da pranchada. Os varões mais abrutalhados, por sua parte, não a sabem aplicar, julgando muitas vezes tratar-se de lamentáveis desvios mentais, furtando-se ao assunto, burocratizando a foda, agravando, enfim, a insatisfação sexual no planeta Terra. Já um indivíduo delicado, chega-lhes bem.
Estimando que se coza a presente efeméride de São Valentim Loureiro, vou-me ali beliscar uns mamilos tesudos, trincar um clito entumescido, assestar umas valentes taponas em carnudas nádegas. Com licença.

«És» - Susana Duarte





és, de todas as sombras, a mais fugaz,

perdida por entre os mamilos das mãos
e sobre as luzes desejadas; és, de todas

as luzes, a que penetra os dedos em tons
de azul; e aí, onde o azul se estende sobre

o ventre, derramas vida, e sémen, e suor
e choras todos os dias não vividos, e as
noites esventradas de estrelas, e a vida.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Hoje, não vos vou mostrar uma peça da colecção de arte erótica «a funda São»

Vou mostrar-vos todas!
A partir de agora, o cadastro completo da colecção está disponível online, bastando para isso acederes aqui.
São mais de 1.700 livros e cerca de 1.300 lotes de mais de 3.000 objectos, disponíveis para consulta através de uma pesquisa normal ou de uma pesquisa avançada.
Afunda-te na colecção... para já virtualmente, mas a exposição da colecção na Pensão Amor está já "no forno"...


Visita também a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

17 fevereiro 2014

Homens, aprendam a fazer um bolinho

Postalinho gourmet

"Diz que se chama encona e é picante"
Joana Rita Sousa

«conversa 2049» - bagaço amarelo

Ela - Raios lá para os homens que não sabem engatar uma mulher!
Eu - Que homem é que não sabe engatar uma mulher?
Ela - Nenhum homem sabe. A verdade é essa.
Eu - É?
Ela - É. A maior parte pensa que com um carro de luxo, um ramo de flores e um jantar à luz das velas consegue o que quer...
Eu - E não consegue?
Ela - Claro que não. Não é isso que uma mulher procura num homem...
Eu - Então é o quê?! Pode vir a dar jeito...
Ela - Competição.
Eu - Competição?! Não atingi...
Ela - Lá está. Também nunca percebeste nada do assunto.
Eu - Então explica-me, por favor.
Ela - Um gajo tem que trazer concorrência com ele, que é para dar pica. Tem que ter outra gaja interessada nele, percebes?
Eu - Mais ou menos...
Ela - Qual é a mulher que se vai meter com um gajo a quem ninguém liga?! Se houver outra mulher no jogo, a coisa torna-se muito mais interessante.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Falta de diálogo é uma coisa complicada



Mulher é um bicho complicadíssimo.

Capinaremos.com

16 fevereiro 2014

«Herétules - não darei não» - filme da Disney dobrado para... malandrice

O Zigurate



Conheci o energúmeno no lugar inevitável para o encontrar: o bar da faculdade. Vinha acompanhado do inseparável Cândido, alguém que espelhava o seu empenho e dedicação à Associação de Estudantes no atendimento diário ao balcão do bar, apenas a troco de um ordenado certo no final de cada mês. Faziam a ronda diária pelo novo gado que apinhava as mesas do bar.

E o gado, Senhor Doutor, eram as novas alunas da faculdade. Mas continuando, Senhor Doutor, eles circulavam pela frente de todas as mesas observando ostensivamente todos os parapeitos femininos. Acercou-se de mim, obviamente novata e pediu, gentilmente, se eu puxava o casaco mais para os lados para ver a camisola que era tão gira. A camisola tinha bonequitos de ar azteca e eu parva acedi recebendo como prenda a frase Ganda par de mamas! e a sua partida para a próxima mesa.

Foi assim que conheci o Professor Zigurate, como era chamado por via da cadeira de civilizações pré-clássicas que leccionava, aquele caldeirão de culturas que incluía desde o dilúvio do Gilgamesh ao arquitecto egípcio Manefta. E a sua primeira aula foi esclarecedora das suas intenções a condizer com o descapotável vermelho que estacionava à porta da faculdade sem conseguir fazer ondular todos os cabelos ao vento já que ele próprio era descapotável.

Distribuiu um questionário a todas as alunas, também ele revelador do estranho facto de nenhum aluno macho se ter inscrito na turma dele. Para além dos habituais nomes e idade seguiam-se as perguntas se era virgem, se tomava a pílula, se apreciava felatio e cunnilingus, bem como a prática de coito anal. Depois, eram páginas e páginas com as ilustrações do Kama Sutra para assinalar as posições preferidas no quadradinho disponível para o efeito. E a rematar um espaço para indicarmos dias e horários disponíveis para aulas práticas.

Oh Senhor Doutor aquilo era um dilema existencial: fazer ou não fazer a cadeira? E a fazê-la, seria de forma erecta ou horizontalmente sapiens?


[ Foto © Schumata, Mercury(fresco de Pompeia), 2006]


Alexander Dobkin e a sua modelo



Via mon ami Bernard Perroud