22 julho 2014

«Zink, impotência sexual, má língua, SNS e sexismo anti macho velho» - Jaime Ramos

No passado sábado, na SIC, foi recordado o programa "Má Língua", com uma edição especial.
Com muita ironia, Rui Zink admitiu a impotência recordando a forma carinhosa como a mulher o consolou: também acontece com os outros...
Recordei-me de, há décadas, uma Senhora célebre me ter surpreendido com a frase: não há mulheres frígidas, há é "má língua"... Não se referia à da SIC.
O que é que isto tem a ver com sexismo anti macho velho?
O SNS, Serviço Nacional de Saúde, comparticipa medicação destinada a corrigir os sintomas, o "sofrimento" e as incapacidades que a menopausa origina nas mulheres.
Os "calores", os "rubores", a "secura", a "atrofia" e o envelhecimento vaginal são tratados com medicamentos comparticipados pelo SNS. As mulheres sabem que o SNS se preocupa com a sua vida sexual... A pílula é mesmo gratuita nos centros de saúde durante a vida fértil das mulheres...
O SNS investe parte do seu orçamento para garantir que a "serventia" das mulheres esteja disponível, sem risco e em bom estado, para os homens.
Mas não para todos os homens...
A andropausa vai fazendo vítimas, dificultando desempenhos e causando impotências. O "envelhecimento" sexual dos homens foi uma inevitabilidade que a industria farmacêutica enfrentou com algum sucesso.
Hoje há diversos "viagras" capazes de transformar um sénior num jovem cheio de vigor.
Só que são caros. Alguns destes medicamentos são mesmo muito caros, exigindo um orçamento mensal/anual que não é acessível a homens "pobres".
Estes medicamentos salvadores do acesso dos velhos (ou dos doentes cujas mazelas e terapêuticas originam impotência) ao prazer não são comparticipados pelo SNS. Quem quiser sexo que o pague, diz o SNS aos homens...
Esta desigualdade de tratamento dos dois sexos, promovida pelo SNS, é muito curiosa...
Os homens com rendimentos médios ou altos podem comprar os comprimidos milagrosos que lhe dão o acesso à eterna juventude... Se sempre puderam gastar dinheiro em prostituição e pecar, por que deve o Estado comparticipar no seu bem estar sexual quando somam mais décadas de vida...?
E os homens de baixo rendimento, com pensões reduzidas, desempregados...? Quem se preocupa com o prazer destes machos velhos com menores recursos?
E as suas mulheres, também elas condenadas a coabitar com seniores incapacitados, perguntar-me-ão, não têm direito ao prazer sexual?
Pois é, dizem os responsáveis pelo SNS: em sociedades injustas, aos desfavorecidos pela má sorte, só resta mesmo a língua, a má língua!

Jaime Ramos

Maike Rosa «Whores' glory poem»

Ámen?! Ámen?!...


A igreja 
católica 
faria muito 
melhor se em vez de
“Ámen”
dissessem
“Amem”

«deita-te a meu lado, e fala-me da transcendência.» - Susana Duarte

deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência. diz-me
onde residem

os poemas, e revela-me a luz de outrora.

deita-te nos meus braços,
e fala-me da saudade. diz-me onde
reside a sede, e a fome, e a vontade de ser abraço, poema
inscrito num braço, que me prende e segura. conta-me dos dias sonoros,
e da velocidade dos movimentos dos dedos, quando, maravilhados,
inscreveram em si próprios o poema. deita-te a meu lado,
e reencontra, no corpo que se arqueia,
as palavras que procuras.

e fica. fica a meu lado,
e revela-me as ondas da paixão,
e os olhares que desnudam, e a alegria
de se ser onde o poema se inscreve na carne.

deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Coimbra tem uma galeria de arte erótica

Andei tanto tempo à procura de parceiros para instalar em Coimbra a minha colecção de arte erótica! Desde um amigo meu que tem um prédio em frente ao Arco de Almedina até à Câmara Municipal de Coimbra, houve várias possibilidades mas que nunca se concretizaram. Entretanto, as Caldas da Rainha também foram forte hipótese... mas os das Caldas também murcharam. Há três anos, o assunto chegou a ser capa da revista C (nessa altura, esta revista perguntava na sua página internet se Coimbra merecia ter um Museu do Sexo). A revista Artes & Leilões também já dedicou à minha colecção um artigo de capa.
Mas o esforço deu frutos e valeu a pena: está em curso a instalação da colecção de arte erótica «a funda São» na Pensão Amor (em Lisboa, no Cais do Sodré): "Para breve, está a abertura do Museu Erótico nos últimos andares do edifício".
Entretanto, no primeiro piso da livraria de BD Dr. Kartoon (Rua da Manutenção Militar, nº 15), encontra-se agora a Exposição de Arte Erótica de Coimbra com peças de um coleccionador particular desta cidade. Está aberta de 2ª a 6ª, das 11h30 às 13h00 e das 14h30 às 19h30. Aos sábados, está aberta das 11h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h30.
Quem sabe se um dia não fazemos uma parceria. Da minha parte, deixei lá o meu contacto.





Galeria de arte erótica - Coimbra from São Rosas on Vimeo.

21 julho 2014

Pintura corporal pelas ruas de Copenhaga para promover programa de televisão

Numa ensolarada tarde de sexta feira, uma mulher com o torso pintado passeia numa das ruas mais movimentadas do bairro chique e elegante Frederiksberg (perto de Capitólio da cidade de Copenhaga). E ainda decide sentar-se, desfrutar de um copo de vinho e dar ao público de boca aberta mais uma surpresa.
Quando o vídeo chegar aos 33 segundos, aprecia o que é ter uma namorada ciumenta.
Trata-se de uma acção publicitária para promover um novo programa sobre relacionamentos que será exibido no canal TV3, na Dinamarca.

Postalinho do padeiro

"Máquina de amassar pão de uma padaria."
PM



«coisas que fascinam (169)» - bagaço amarelo

É quando o Amor nos corre mal que percebemos que o mundo é estúpido. Mesmo estúpido, todo ele, desde o café matinal que perde o sabor até aos aviões que vemos no céu, dos quais deixamos de tentar adivinhar em segredo a origem e o destino. O mundo é estúpido simplesmente porque tudo continua a funcionar quando, tal como o nosso Amor, devia estar parado.
Encontrei-a num desses dias em que inexplicavelmente o mundo estava a funcionar e, inexplicavelmente também, os cafés estavam abertos. Abanei os ombros quando ela me perguntou se estava tudo bem e sentei-me na mesma mesa, mais por obrigação do que por vontade. Um televisor sujo mostrava uma telenovela qualquer.
Saímos dali e ela ordenou-me que a acompanhasse. Percorremos as ruas dum bairro suburbano a passo de caracol, até entrarmos num automóvel cuja porta direita não fechava bem.

- Tens que sair e fechar por fora. A mola partiu. - disse ela.

Foi a única coisa que disse durante as várias horas em que percorremos a praia de forma pendular, ao som das ondas que não conseguíamos ver. É verdade que hoje, quando a encontro, ela me costuma sorrir e dizer que lhe dei uma bruta seca nessa noite. Eu, pela parte que me toca, lembro-me dela como a mulher que parou o mundo.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Aproveitar as pequenas coisas

…você está fazendo isso: ( ) certo ( ) errado ?


Claro que entendemos, safadjenha.

Capinaremos.com

20 julho 2014

Comme Restus - «Amandame côa paxaxa pus dentes!»

Calções



Já estava farta de me sentir marginalizada nos cochichos do escritório que é sabido que as gajas e os gajos se unem naquela ideia de que quem não veste igual a mim é contra mim e lá me decidi a comprar uns calções até aos joelhos a bem das relações laborais.

Valha a verdade que já aqui há atrasado os usara iguais ao desta estação e também enfolados como os do Tintim e até curtinhos e largos como uma mini-saia, época esta que foi um maná para a descoberta das largas e fartas coxas deste país.

O frio que se lixe naquele bocadito de joelho que transparece entre o fim dos calções e o início das botas altas de salto para manter o figurino, em prol do aumento da pressão nas coronárias masculinas com a visão de uns glúteos alçados de sobremaneira no arredondado do tecido, tanto mais que a exposição de tanto traseiro assim vestido irmana em juventude todas as mulheres que por aí pululam.

E como os tempos são de crise até se coaduna a poupança do tecido com a espiral de excitação como antigamente quando pouca gente tinha uma televisão em casa e o aumento demográfico disparava.



O princípio do fim



Renan Lima
Dentro da Caveira

18 julho 2014

The Humping Pact - «Mission in Brussels»


The Humping Pact: Mission in Brussels (trailer) from Diego Agulló on Vimeo.

Postalinho pré-histórico

"Recinto Megalítico ("Cromeleque") do Xerez, perto de Monsaraz"
PM







A FODA COMO ELA É (XV) - Salivando Clarice



Clarice gostava de ser insultada enquanto lhe comiam o ensopadinho de cona; apetite mais comum do que julgar se possa. Era uma dessas balzaquianas reprimidas sob casaquinhos de malha cinzentões, olhos aumentados por lentes prodigiosamente espessas, negação do esteticismo, usava sapato de conforto, perfil ortopédico. No entanto, era fã de Judas Priest e todos os anos despedia-se no Verão dos seus colegas na repartição para fazer turismo sexual em alguma localização tropical. Foder, para Clarice, era caso sério, quanto mais encontrar adequado vexame mineteiro que a pusesse num everéstico orgasmo...
Arlindo era engatatão, mas daqueles que não fazem prisioneiras. O dia-a-dia atrás do volante do táxi transformara-o num cínico da cambalhota. Se uma reformada rebentando de varizes se pusesse a jeito, o poltrão ia-lhe às crostas. Certa vez, foi perfumado e com os braços tatuados ao léu a um concerto de heavy metal, algures no Barreiro. Durante a refrega, Clarice caiu-lhe em cima. O seu olho gordo detectou toda a lascívia prometedora dardejando dos olhos de Clarice, perfurando centímetros de vidro ocular. Pensou, com indisfarçável erecção, que mal podia esperar por empalar aquela "Manuela da Conservatória". Antes das alegrias naturais houve cerveja e um passeio de táxi ao luar, pelas ruas da Moita. Já na Pensão Cabinda, Arlindo preparava a língua para bater claras em castela, quando soou tradicionalmente: -"Chama-me nomes." O taxista desfilou, afoito, o seu repertório de baixeza quotidiana, mas nada ressoava naquela libido feminina; tudo muito previsível, burocrático, ópera de construção civil... Tornou a insistir Clarice: -"Insulta-me a sério, com gravidade." Então, o profissional do volante descolou a língua daquela cavidade seca e disse em tom displicente, entre arrotos bufados: -"Ó filha, isso só casando e passados muitos anos..."
Logo de seguida, ao som de urros desumanos, Arlindo descobria que Clarice era dessas que esguicham.

«I like» - por Luis Quiles