16 setembro 2014

Sobre o "polémico" e badalado strip nos jardins da Associação Académica de Coimbra

Depois deste episódio, nada melhor do que alguém nos contar um episódio anterior... do tempo em que estas coisas não «explodiam» nas redes sociais e nos órgãos (não sexuais) de comunicação social:

"Sobre o «polémico» e badalado strip nos jardins da Associação Académica de Coimbra, permitam-me contar uma história verídica (sublinho: verídica) ocorrida exactamente no mesmo local, que eu presenciei.
Já aconteceu sexo ao vivo naqueles mesmos jardins. Eu estava lá e vi. E foi em pleno dia. E havia bastante gente à volta. Claro que houve aquela risada que se pode esperar e tal. Mas nesse caso não vi nem a suposta indignação posterior que este strip de agora gerou, nem a AAC a emitir comunicados, nem falatório no dia seguinte sequer... quanto mais o país todo saber. Se bem me lembro, acho que nem houve alguém que se dignasse a tirar uma fotografia para a posteridade. Nada. E, repito, aconteceu sexo, coito!, ali, à frente de toda a gente, à luz do dia, nos jardins da AAC. Ninguém interrompeu... nada. Foi do início ao fim, com ambos a satisfazerem a sua necessidade do momento. Findo o acto, o cão e a cadelita foram à sua vida. E, tirando este post que aqui publico hoje, nestes anos que já passaram sobre o episódio, nunca vi nem ouvi qualquer referência ao caso, em lado algum. Enfim..."
Marco António

ps - Ah... tenho a esclarecer que estava mesmo (MESMO!) a falar de canídeos. Não de posição (humana) à canídeo ou de chamar cão e cadelita a animais que dizem coisas a sério e não "Béu! Béu!"

A breve sensação de um orgasmo

Olás...

Existem mulheres que fingem o orgasmo. Fingem para não se sentirem diferentes. Fingem para satisfazerem o parceiro. Fingem a vida inteira, enquanto fazem sexo.

E fico me perguntando:"Como fingir algo que é tão... singular, único?!"

Cada pessoa tem um jeito de chegar ao orgasmo e, quando lá chegam, fazem diferentes estardalhaços (ou não).

Existem aqueles que uivam. Os que gritam. Outros gemem gemidos diferenciados, num ritmo frenético, ou cadenciado. Há até aqueles que choram!

Eu simplesmente sorrio, rio. Sorriso leve, de satisfação. Sorriso de quem está na plenitude.

Existem orgasmos cuja sensação leva-nos aos Céus, Lua, Nuvens... ou até mesmo às paredes.

É algo difícil de explicar para quem nunca o sentiu, a dois. Mas também mais difícil de explicar quando não existe o dois e vai-se em um mesmo. Aqueles intermináveis segundos são... são... orgasmos! Únicos. Múltiplos. Vontade de muito mais.

O orgasmo não precisa ser "orquestrado"; nada de receitas, ou regras. Basta se deixar sentir, envolver-se; deixar-se tocar.

Os corpos sabem quando será o momento certo: por vezes duram mais do que determinaram que devesse durar. Outras, bastam 5 minutos entre o querer e o gozar.

orgasmos de todos os tipos. A um, a dois, a três, para quem goste assim.

Mas ainda prefiro o sussurro a dois; os gemidos e palavras sacanas só nossas. Só não podemos fingir!

Se fingir, não tem graça, não tem sabor, não tem prazer. Melhor mesmo são aqueles segundos benditos, bem ditos... só a nós dois.

Orgasmos nos fazem viver.

Mamãe Coruja

«o poema é o refúgio antigo do esquecimento» - Susana Duarte

o poema é o refúgio antigo
do esquecimento, e a fuga
a partir da qual se encadeiam sonhos
breves e noites azuladas. o poema
é a força gravítica dos seres
e a atração pelo abismo da palavra
nua, a palavra-pedra,
o corpo que se descreve
e, no outro, se inscreve.
o poema é o refúgio antigo
dos sonhos breves, e as palavras
de fogo que nele habitam.
o poema é a língua da terra,
o húmus e o sal,
e os olhos do ventre.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Abelha a mamar num… biberão?!

Abelha feita à mão, em lã.
A senhora que fez esta abelha supostamente não pretendia que tivesse uma conotação erótica… mas veio direitinha para a sexão «o que não era suposto ser erótico» da minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)







15 setembro 2014

«Anemokol» - remédio para tudo no Brasil dos anos 80

Postalinho dos dois em um

"As unhas podem ser pintadas de forma a darem dois efeitos: corações... e caralhos"
Mariana M.



«respostas a perguntas inexistentes (278)» - bagaço amarelo

Nunca dei importância à palavra “estranho”, pelo menos quando ela se aplica a alguém. Por um lado, porque acho que somos todos únicos. Por outro, porque independentemente de sermos únicos também temos todos o mesmo valor. As nossas especificidades têm sempre como denominador comum o facto de sermos um grupo de átomos de carbono.

É por isso que me lembro tão bem do momento em que conheci a Irina. Foi a única pessoa a quem associei a palavra “estranha” assim que a conheci. Não que ela tivesse um aspecto esquisito ou outra característica física qualquer fora do normal. O que se passou foi que, desde o primeiro momento, me pareceu uma pessoa totalmente racional e sem pingo de sistema nervoso ou emoção.

De resto, e se eu fizesse um esforço para atribuir uma emoção qualquer à sua face petrificada, era uma mulher bastante atraente. Tinha a pele muito branca, com alguns sinais bem visíveis, e uns cabelos longos e pretos que pareciam ter sido acabados de esticar.

A forma como a conheci também não foi muito normal. Os nossos olhares não se trocaram directamente, mas sim através do nosso reflexo no vidro do comboio. Ela estava a olhar para o meu reflexo e eu para o dela. Quando eu sorri ela falou pela primeira vez.

- Não te preocupes – disse – Quase todas as pessoas que viajam com um desconhecido à frente optam por analisá-lo a partir do reflexo no vidro.
- Não te estava a analisar – respondi.
- Estavas, estavas, só que não sabes.

Aquela certeza toda começou por me irritar e foi nesse momento que pensei que aquela mulher era estranha. Ainda assim, e porque entre Aveiro e Lisboa a viagem era de quase três horas, acabei por ir a conversar com ela até ao nosso destino comum. Às vezes olhávamo-nos directamente, outras vezes através do reflexo na janela.

Com o tempo eu fui falando cada vez menos e ela cada vez mais, até que eu acabei por me tornar num mero ouvinte do que ela tinha para me dizer. Isto aconteceu porque ela parecia saber tudo sobre mim. Não que soubesse factos concretos como a minha idade ou estado civil, mas sim como eu me sentia e como eu pensava em cada momento ou situação. Comecei a sentir-me cada vez mais transparente aos olhos dela, como se fosse apenas um reflexo, e acabei por me silenciar.

Foi então que ela me disse para eu não me assustar. Explicou-me qualquer coisa sobre existirem várias dimensões e nós não passarmos de apenas uma projecção. Disse-me que tem a capacidade de sentir que nós não estamos sozinhos porque sente constantemente outros seres inteligentes à nossa volta. Aquilo pareceu-me conversa de alguém alcoolizado ou sob o efeito de drogas. Ainda assim, por qualquer motivo, não me deu para rir. Segundo ela, todos nós vivemos da forma como nos tínhamos acabado de conhecer, ou seja, como uma série de reflexos que se confundem uns com os outros e com a própria paisagem.

Em Santa Apolónia despedimo-nos um do outro com dois beijos na face. Ela apanhou um táxi e eu segui a pé até à casa dum amigo que ia visitar. Pelo caminho fui sempre a pensar na sua última frase, até porque eu não lhe tinha dito nada sobre o assunto.

-Ah! Compreendo que me aches estranha! - disse.
Penso sempre nela quando vejo o meu reflexo numa janela.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Coisas sem explicação

Existem algumas mulheres que são exatamente assim.



E esse é o tipo do cara: “ah, nem queria mesmo…”

Capinaremos.com

14 setembro 2014

«Toronto Gay Pride 1996» - leather and kink people (couro e excêntricos)


Toronto Gay Pride 1996 Leather & Kink People from Leather Archives & Museum on Vimeo.

«Love nest with amenities» (ninho de amor com comodidades) - Bernard Perroud



Bernard Perroud

Contornos do calor


Lá íamos nós a chinelar da praia para o apartamento tchec tchec tchec, naquele passo amolecido que o sol e a água da praia provocam. Como se o esforço de exalar calor por cada poro da pele durante horas me fizesse desfalecer e no entanto este aumento da temperatura corporal ao distribuir facilmente o sangue por cada canto de mim também me aumentasse a energia como se acabadinha de sair de um aparelho de ginásio mesmo que naquele dia só lá estivessem barrigudos para lavar as vistas. É assim a modo como encher o peito de ar e as mamas estivessem de dedinho no ar a gritar eu quero, eu quero uma massagem com o refresco da saliva que nestas ocasiões faz muito bem as vezes de um cubinho de gelo.

Ele continuava calado como se o peso da toalhita lhe retirasse o fôlego e alvitrei que talvez fosse bom lancharmos para ele arrebitar e porque o mar  sempre abre o apetite. Ele concordou, pediu-me as chaves para abrir a porta e perguntou-me o que é me estava a apetecer. Encostei-lhe as chaves à mão enquanto o pressionava contra a porta e fazia descair a minha mão direita que não sou canhota para o seu centro de gravidade, abrindo bem os dedos para abarcar todo o volume das massas em causa e lhe dizer que desde que proibiram as bolas de Berlim na praia mais vontade delas tenho, com um niquito de leite fresco.



Como levar uma mulher pra cama



Via Testosterona

12 setembro 2014

Toni Delmar - «SADOMASOQ»

Peter and Jane Series by Miriam Elia








«Deixa que te diga» - João

"Deixa que te diga que essas mãos se merecem. Que há momentos em que as pernas não seguram o peso e fraquejam, há espasmos que dominam e desafiam o equilíbrio, e ainda assim, deixa que te diga, que essas mãos se merecem. Há alturas em que os corpos se esmagam, ora um contra outro, ora aquecendo paredes, ou superfícies de amor, e merecem-se. Deixa-me dizer-te que há lábios que se pertencem. E que pertencem a ombros, a pescoços, a mamilos ou ao interior de coxas, a outros lábios. Pertencem-se. Como os olhares. Dizem que são espelhos da alma, e se calhar são mais que isso, podem ser espelhos uns dos outros, ou sinais de que as almas são iguais. Que se merecem. Deixa que te diga que há chuveiros onde estes corpos merecem foder-se. Que há banhos que precisam partilhar-se sob pena de se tornarem em desperdícios de água em rotineiros hábitos de solidão higiénica que arrancam pedaços das peles que se completam e as levam para o mar. Não estranhes que te diga que há sofás que não foram feitos para ver televisão, muito menos para receber visitas, foram feitos para dar geometria aos corpos que se misturam, aos caralhos e às conas que brincam às escondidas, às gentes que nem sequer sabem muito bem o que fazer umas com as outras, do tanto que há para se fazer."
João
Geografia das Curvas

'' Follame Siempre "

http://sergiomora.com/