14 outubro 2014
Eu dava-lhe o braço de ferro, dava...
Por muito que vos possa soar ridículo,
nós pilas somos, à imagem e semelhança dos coisos agarrados a nós,
susceptíveis a emoções tão contraproducentes como a inveja, o
ciúme ou ambas em simultâneo.
Sim, os dias a fio ao pendurão de uma
vida que não a nossa (ou foderiamos todos muito mais) dão-nos tempo
de sobra para pensar. E não constitui segredo para ninguém que esse
é sempre um exercício complicado porque pode à partida ser
inquinado por um colhão de distorções.
Contudo, nem um pénis tem algum tipo
controlo sobre a sua cabeça. Os pensamentos fluem e as conclusões
esguicham e é assim que se complicam as relações entre as pessoas
e os seus membros.
Na génese daquilo que, para mim, é um
conflito interno do caralho está mais uma vez o que ouço da boca do
palerma a que o destino me agarrou de forma aparentemente
irreversível.
Eu sou um falo propriamente dito, mas
os coisos é que falam demais.
Estava eu aqui há dias na habitual
posição de descanso quando ouvi o coiso agarrado a mim referir-se a
um problema qualquer nos seus membros superiores. Claro que fiquei
logo à rasca, sobretudo por ele ter usado a expressão no plural,
mas também porque não tinha conhecimento de problema algum no meu sector.
Pensei então que o plural se aplicaria aos tomates, o que não
deixaria de me afectar por tabela, mas fez-me confusão aquilo dos
membros pois que eu saiba não formámos entretanto nenhum clube.
Pus-me então em sentido, qualquer
pretexto é bom para fazer exercício, à escuta de detalhes que me
permitissem perceber do que se tratava. E foi então, para meu
choque, que o coiso agarrado a mim mencionou os braços. Os braços,
vejam bem. “Membros superiores”.
Mas superiores porquê? Claro que isto
tresanda à inveja tipicamente humana, ou mesmo ao cíúme se
estiverem envolvidas outras emoções, mas nem eu sou sensível aos
cheiros nem vocês foram convidados a emitirem opiniões.
É do senso comum que quando um coiso
se refere ao membro toda a gente conclui que está a falar da sua
piça. Não estou a inventar nada, é uma das designações de fuga
das muitas que aplicam às pilas e que, invariavelmente, são
conotadas com uma ordinarice que nunca entendi na essência. O membro
é um caralho, mas numa espécie de sentido figurado, como se
cobrissem nas palavras o pau com uma camisolinha de lã. Pudores que
me transcendem mas que tolero para fomentar a harmonia que nos
permite trabalhar em equipa em quecas como deve ser.
Aqui entramos na tal sensível questão
do “superior”. Então mas agora a superioridade mede-se pelo
andar em que os coisos moram? O do sexto A é superior ao do 3º C? O
caralho é que é!
Um braço, coisa tão vulgar que até
vêm aos pares, é um membro superior em quê? Onde é que um braço
contribui como uma pila para uma existência saudável e feliz do
coiso agarrado a ele?
São estas merdas que nos fodem, um
pénis aqui sempre disponível para cumprir com esmero e dedicação
e, dessa forma, envaidecer o coiso cujo mérito até é relativo e
depois vê promover cenas com osso como se lhes assistisse alguma
glória por serem rijos a tempo inteiro? Com osso também eu! Era ver
os bracinhos, os superiores da treta, terem de levantar-se para bulir
só com base na força de vontade e na caldeirada de motivações da
carola dos coisos que, na maioria das vezes, só nos atrapalham o
serviço que nem mijar em condições conseguem.
Agora vocês dizem: “ah, o pénis
daquele coiso tem um mau feitio do... dele mesmo”. Pois, pois. Mas
haviam de ver as coisas por este prisma, enfiados na toca o tempo
quase todo, e aguentarem-se à bronca com as desconsiderações de
que uma pila é alvo.
Um braço alguma vez é um membro
superior? É superior mas é o caralho!
«Sê» - Susana Duarte
dá as boas vindas ao vento
e às auroras rubras do beijo.
onde és, sê transparente
como as nuvens, e rubra
como o desejo.
dá as boas vindas ao vento,
e aos dias longos da luz.
onde estás, sê a água
que mata a sede dos viajantes,
e deixa os dias idos,
as ausências de antes,
e as flores murchas
que depositaram nos teus braços.
onde fores, sê a onda suave
que deposita algaço sobre a praia,
e beija a espuma, e navega o dia.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
e às auroras rubras do beijo.
onde és, sê transparente
como as nuvens, e rubra
como o desejo.
dá as boas vindas ao vento,
e aos dias longos da luz.
onde estás, sê a água
que mata a sede dos viajantes,
e deixa os dias idos,
as ausências de antes,
e as flores murchas
que depositaram nos teus braços.
onde fores, sê a onda suave
que deposita algaço sobre a praia,
e beija a espuma, e navega o dia.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
«Olha-me nos olhos e diz-me que me queres»
Eva Herzigová num anúncio da Wondebra dos anos 90, emoldurado para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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13 outubro 2014
Postalinho picante
"Nas prateleiras do Jumbo do Dolce Vita, em Coimbra!
O picante é afrodisíaco, mas este deve ainda ser mais!"
Henrique P.
O picante é afrodisíaco, mas este deve ainda ser mais!"
Henrique P.
«conversa 2107» - bagaço amarelo
Ela - Desculpa por este fim de semana.
Eu - Desculpa o quê?!
Ela - Por não te ter dito nada. Eu tinha prometido telefonar-te para jantarmos os dois, mas o tempo passou a voar e nem te avisei que não podia.
Eu - Não faz mal. Nem sequer me lembro de me teres dito que ias telefonar...
Ela - Não?!
Eu - Sinceramente não...
Ela - Raios, pá! Então eu faço-te uma coisa destas e tu nem ligas?!
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Ei, isso é preconceito
Isso mesmo, amor, agora sou um saco de banha e não farei nada pra mudar isso.
Capinaremos.com
12 outubro 2014
Luís Gaspar lê «Encontro» de Margarida Piloto Garcia
Se puderes
dobra essa esquina e abre os olhos
para me espreitares por dentro
Em qualquer pedaço de gesto, demora-te.
No intervalo da minha ausência
muda o tempo do verbo, mas não o próprio verbo
Desagua o verso sem pressa e faz fintas à vida
sem esquecer que a felicidade é um abraço
imprevisto
Se puderes
perde o rasto da razão mais-que-perfeita
e sorve o vento embalado num beijo inesquecível
a bater no chão fecundo do meu seio.
Se quiseres
vem com o vazio das mãos ávidas de mim
perseguindo o impensável sem curvas nem ossos
com o tempo a chiar e a tomar para si o pó dos dias
Se quiseres
ama esta inevitabilidade feita de um querer comum
e escreve sobre o amor abrigo ou inquietação
Depois
se puderes
se quiseres
sente as impronunciáveis emoções
e no obsceno arrepio que inventamos
a vida será chama sem palavras
e nada mais importará
Margarida Piloto Garcia
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Parte-se-me o coração
Parte-se-me o coração de o ver ali estatelado no sofá, cansado do trabalho que já não pode com uma gata pelo rabo, com uns olhos meiguinhos a fazer vaivém entre o seu zézinho e a minha face, que uma mulher não é de ferro.
E fui buscar a caixa dos kleenex macios mesmo perante o seu olhar de reprovação e pousei-a à beirinha do sofá. Com os joelhos flectidos sentei-me sobre as suas ancas e atirei com a t-shirt de alcinhas para rapidamente alternar os meus mamilos na sua boquinha em busca da sua linguita molhada e do seu sugador instinto primário. Desapertei-lhe a camisa e espreguicei os meus braços no seu peito enquanto andava para trás como o caranguejo para fazer o bonitinho de meter os dentes na fivela do cinto que dá sempre o ar de animal selvagem a querer devorar a presa, mesmo que depois tenha sido à mão que o desapertei e lhe abri a braguilha para com ambas as mãos lhe pegar o músculo ainda amolecido e o lamber de cima abaixo e às voltas enquanto ora esticava os dedos pelo meio das suas bolinhas esponjosas ora as amassava até a consistência permitir degluti-lo centímetro a centímetro de forma cada vez mais enérgica.
Partiu-se-lhe o coração de eu ter terminado a limpar afincadamente as minhas mamas com os kleenex mas estou tão satisfeita comigo porque nesta época crítica de dietas não posso engolir nem mais um grama para não estragar a figura a exibir na praia e assim, como nos anúncios de iogurte, empenho-me nas calorias pelo zero, o sabor por inteiro.
E fui buscar a caixa dos kleenex macios mesmo perante o seu olhar de reprovação e pousei-a à beirinha do sofá. Com os joelhos flectidos sentei-me sobre as suas ancas e atirei com a t-shirt de alcinhas para rapidamente alternar os meus mamilos na sua boquinha em busca da sua linguita molhada e do seu sugador instinto primário. Desapertei-lhe a camisa e espreguicei os meus braços no seu peito enquanto andava para trás como o caranguejo para fazer o bonitinho de meter os dentes na fivela do cinto que dá sempre o ar de animal selvagem a querer devorar a presa, mesmo que depois tenha sido à mão que o desapertei e lhe abri a braguilha para com ambas as mãos lhe pegar o músculo ainda amolecido e o lamber de cima abaixo e às voltas enquanto ora esticava os dedos pelo meio das suas bolinhas esponjosas ora as amassava até a consistência permitir degluti-lo centímetro a centímetro de forma cada vez mais enérgica.
Partiu-se-lhe o coração de eu ter terminado a limpar afincadamente as minhas mamas com os kleenex mas estou tão satisfeita comigo porque nesta época crítica de dietas não posso engolir nem mais um grama para não estragar a figura a exibir na praia e assim, como nos anúncios de iogurte, empenho-me nas calorias pelo zero, o sabor por inteiro.
11 outubro 2014
A brincar, a brincar...
Lote de 12 brincadeiras baseadas no erotismo, que fazem parte da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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10 outubro 2014
Postalinho à nossa
"São Rosas,
Durante a visita à Madeira encontrámos esta loja...
A foto foi tirada em andamento mas cá fica o registo."
Inês M. e Filipe Q.
Durante a visita à Madeira encontrámos esta loja...
A foto foi tirada em andamento mas cá fica o registo."
Inês M. e Filipe Q.
«Stark» - João
"Pareces dormir. O teu corpo está imóvel, deitado de lado, ao meu lado, quase inteiramente despido, e a nossa cama quente, a tua pele viva, e a meio da noite dou por mim a olhar-te, há o recorte do teu cabelo pela luz que passa a janela, vinda das luzes lá fora. Sabes aquele espaço das tuas costelas à anca? Passeio os dedos no teu lado, penso como é bom, vejo as cores todas na escuridão, como se fosses um prisma a fazer magia com luzes de candeeiros lá fora. Tantas batalhas, disseram-me. Tantas batalhas para ali chegar. Era escusado. Era escusado que mas contassem, que disso fizessem análises, porque agora os lençóis eram aqueles, e os meus dedos em ti. E eis que a luz, a ténue luz que me deixa ver o teu contorno te trai, faz brilhar os teus olhos que afinal estão em mim, e ajustas o teu corpo, penso ver esboçar-se um sorriso, ainda que ensonado, e apesar da tesão dos corpos, sem precisar falar, sem precisar dizer nada, é como se dissesses que agora não. O tempo é de carinho, de ternura, porque chove lá fora, porque estamos cansados, e então colamo-nos mais um pouco, juntos, apertados, para variar talvez só para dormir. Desta vez."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
09 outubro 2014
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