04 dezembro 2014

Postalinho da Aberta Nova


Esta malta gosta de oder por tudo e por mamada:

Bartolomeu:
A Berta foi para a fábrica
desejosa de trabalhar.
Ao chegar lavou a crica
Pró encarregado mamar.

A Berta é um portento
agarrada à ferramenta
E nunca perde um momento
Mesmo quando já não aguenta.

A Berta ainda é nova
Portanto, é sempre a abrir
Só pára ao ir prá cova
Mesmo assim, há-de-se ir, a vir.

Ó Berta, tu és tão Nova
Tão Aberta junto à praia
Dá-me da cona uma prova
Prometo não te sujar a saia

E do cu, dá-me um momento
De fantástico e puro devaneio
Para to meter todo lá dentro
Mesmo que só me peças meio

Vamos Berta, caga na fábrica
Vamos curtir pró areal
Esta vida é tão sádica
E foder não nos faz mal!

João Barreto:
A mãe da Berta que é velha,
no seu tempo, deu que falar.
Entre a alface e a segurelha
era sempre a aviar.

Marchava o ti Zé das coives,
Mai'lo mangano da venda,
E até à prima do Esteves,
lhe foi a provar a fenda.

Mas um dia abriu a fábrica,
e acabou-se a reinação,
Quando quer olear a crica
tem de fazê-lo tudo à mão.

Mamãe:
O Bartolo e o Barreto,
Vejam só o que não podem:
Bem querem comer a Berta,
Mas só rimam e não fodem.

O de cima quer uma prova
Da cona da Berta, aberta.
E ele, todo jeitosinho,
Não quer sujar sua perna.

Quer o cu da menina
E nem sabe o pau curvar,
Se vê uma cova aberta,
Corre para longe de lá.

O outro, de nome Barreto
É mais discreto nas facetas,
Se não tem uma cona à boca,
Com a mão bate punheta.

Vou-me embora, antes que apanhe
Do Bartolo e do Barreto.
Mas me escondo com a São.
Menina que vive no arreto.

03 dezembro 2014

Pink Boys


PINK BOYS from Bennet Pimpinella on Vimeo.

Postalinho do cante de galo

"Catavento erótico no Alentejo.
O galo em cima da galinha. Veja-se bem espalmada!
Saudações de continuação de boas publicações!"
Paulo Moreira


Nada como ver galar para o Bartolomeu oder:

"É no Alentejo, no Minho e no Algarve
Que o galo monta a galinha
Como se fosse um alarve
Mesmo só tendo pilinha.

Só em Freamunde, o capão
Se lixa ainda muito jovem
Capam-no, tiram-lhe o tesão
E depois, foder já não podem

Mas engordam como o caralho
e até ficam mais saborosos
Sempre lhes poupam o trabalho
Daqueles pitos caprichosos

Porque o tacho, está garantido
Seja com arroz, massa ou batata
Quer tenham ou não fodido
São comidos pela malta.

Sorte, têm outros galos
Que por aí andam contentes
Mesmo não possuindo falos
São a alegria das gentes

Dão entrevistas e discursos
em tudo o que é televisão
Mesmo que estejam murchos
ninguém lhes confere o tesão."

E a Mamãe não pode ver nenhum macho a cantar de galo que o ode também:

"Será que o Bartolo,
Meu... parceiro virtual,
Consegue ser como o galo,
Trepando no varal?

Ele fala de tesão
Como se mestre na arte fosse.
Parece-me cá, do Brasil.
Que pela galinha encantou-se.

Fode lá, ali, acolá.
No Bar, Tolo, ele fodeu.
Resta-me saber se a São,
Também ele a comeu.

Vou parando por aqui,
Antes que me apunhalem,
Já que a pica do Bartolo... teu
É maior que o Cometa Halley."

E a mim, aqui caladinha, também me oderam:

"A São ainda não fodi,
Nem a vou foder, sequer!
A São é virtual, não tem pi pi.
E não sei se é mulher..."

[Acordam da relação do Porto de 11 de Novembro de 1793 sobre a contenta do cano das Freiras d'Amarante com os Frades da mesma Vila]

"Acordam em Relação, vistos estes autos, etc.

As autoras, D. Abadessa, Discretas e mais religiosas do Real Convento de Santa Clara de Amarante, mostram ter um cano seu próprio por onde despejam as suas imundices e enxurradas, o qual atravessa de meio a meio a Fazenda dos Frades dominicos da mesma vila.
Provam elas autoras a posse em que estão de o limpar quando precisam. Os réus prior e mais religiosos do Convento de S. Gonçalo, assim o confessam e se defendem dizendo: que lhes parece muito mal que lhes bulam e mecham na sua Fazenda sem ser à sus disposição; que conhecendo a sus necessidade da limpeza do cano das Madres tinham feito unir o seu cano ao delas para mais facilmente se providenciarem as cousas, por cujo modo vinham a receber proveito.
Portanto e mais dos autos; vendo-se claramente que aquela posse só podia nascer do abuso; vendo-se mais a boa vontade com que os réus se prestam e obrigam a limpar o cano das Madres autoras e que outrossim da união resulta conhecido beneficio, conclue-se visivelmente que tais duvidas e questões da parte das autoras só podem nascer de capricho sublime e temperamento ardente que precisa mitigar-se para bem d'ambas as partes.
Pelo que mandam que o cano das Freiras autoras seja sempre conservado corrente e desembaraçado, unido ou não unido ao cano dos réus, segundo o gosto destes e inteiramente à sua disposição, sem que as Freiras, autoras, possam intrometer-se no dia e hora nem nos modos ou maneiras da limpeza, a qual desde já fica entregue à vontade dos réus, que a hão-de fazer com prudência e bem por terem bons instrumentos seus próprios o que é bem conhecido das autoras que o não negam nem contestam.
E quando aconteça, o que não é presumível, que os réus, de propósito ou por omissão, deixem entupir o cano das autoras, em tal caso lhes deixam o direito salvo contra os réus, podendo desde logo governar na limpeza do dito seu cano, mesmo por meios indirectos e usando de suspiros, ainda usando do cano dos réus, precedendo primeiro a uma visturia feita pelo Juiz de Fora com assistência de peritos louvados sobre o cano das autoras ... " [não se entende a parte final]

Via Almocreve das Petas

Sorte ao jogo?...


02 dezembro 2014

«Flintstones» - António Zambujo



O Bartolomeu inspira-se e ode:

"Vá lá, Wilma, abre a porta... das traseiras
e deixa o Fred Flintstone entrar
E se o fizeres com boas maneiras,
Podes crer que ele te irá enrabar.

Tu bem sabes como gostas
daquela moca grande e rija
Que te desce pelas costas
E só amolece quando mija.

Vai lá, Wilma, com um sorriso
Abrir a porta ao rapaz.
Põe esse teu ar submisso
e oferece-lhe a porta de trás!

Vê como ele se apresenta
tesinho como um carapau
Para te dar uma, bem lenta
E uma dose de tau, tau, tau!"

Postalinho da Estónia (3)

"Tallinn.
Aqui os portugueses são muito conceituados.
No Museu Marítimo temos o grande Vasco da Cama."
JCI


«Poema decadente» - Susana Duarte

poema:
lexema
desenhado nas costas das mãos;

costas
no ventre,
enfrentando a solidão.

poema:
mulher escrita no chão.

vento norte.

mulher-poema:
ventre-eterna solidão.

poema escrito nos olhos,
sopro de vida nos dedos,
manhã de agosto

a contragosto

antecâmara do desgosto.

não existes, aí, para onde foste,
ainda que creias ter reescrito

o poema
dos teus dias.

sonhaste.
mais depressa fugirias.
fantasma lúgubre dos meus dias.

tu, que não voltas:
poema decadente nas mãos da mulher
escrita no ventre.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

O enlace dos deuses

Quadro original que veio do Tibete para a minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


01 dezembro 2014

«Everyone is gay» (todos somos gays) - 22º Mix Brasil Festival

Postalinho do Nepal (7)

"Templo de Changu Narayan, também Património Mundial da Humanidade."
Daisy Moreirinhas




«respostas a perguntas inexistentes (289)» - bagaço amarelo

À medida que os anos passam e vamos envelhecendo, as nossas memórias afastam-se e vão ficando cada vez mais pequeninas. É como se fossem objetos no espelho retrovisor dum automóvel em andamento que numa curva qualquer podem desaparecer para sempre. Às vezes apetece-me encostar e ficar a olhar para trás, na esperança de que alguma decida vir ter comigo, mesmo que apenas por alguns momentos.
Pelas minhas contas foi há vinte e seis ou vinte e sete anos que eu ganhei o hábito de, sempre ao fim da tarde, sair de casa e sentar-me num muro que ficava a uns dois quilómetros de distância. Não fazia mais nada do que ficar ali sentado a ver a vida a passar. Depois, quando a hora do jantar se aproximava, voltava para casa.
Nunca expliquei a ninguém, nem sequer a mim mesmo, por que motivo o fazia. Sei apenas que o fazia e que me sentia bem ao fazê-lo. Acho que sentia a capacidade de parar perante um mundo que continuava a mover-se indiferente a tudo. No fundo, sentia-me um observador, totalmente isolado e independente, como se fosse um cientista num laboratório a olhar para ratinhos brancos.
Os meus ratinhos brancos, claro, eram as pessoas que passavam por mim. Algumas em passo apressado, outras mais calmas e outras ainda que esperavam apenas pelo autocarro numa paragem que era mais ou menos concorrida.
Houve um dia qualquer em que a Joana se sentou ao meu lado. Quando digo ao meu lado, digo mesmo ao meu lado, naquilo que se pode considerar uma distância reservada a pessoas íntimas. A mão dela tocou na minha, que por sua vez abraçava uma das esquinas do muro. No princípio não disse nada, mas depois admitiu que estava curiosa por me ver sentado ali quase todos os fins de tarde. Não me via a andar nem depressa nem devagar, muito menos a entrar num autocarro. Apercebi-me que para ela, que vivia num dos apartamentos mesmo em frente e a janela do quarto dela dava para o muro onde eu me sentava, eu era o ratinho branco.
Vinte e seis ou vinte e sete anos é uma quantidade de tempo que não me parece tão grande como quando eu me sentava nesse muro, o que é natural. Como tinha vivido menos, o tempo que passava era sempre gigantesco, pelo menos quando comparado com a minha reduzida vida.
Ainda assim, esta memória estava a desaparecer. Só a recuperei num jantar que fiz a semana passada com a Joana, que ainda é minha amiga hoje em dia, depois de alguns períodos em que estivemos mais próximos e outros mais afastados. Ela lembrava-se de alguns pormenores, eu de outros, e acabámos por reconstruir um dos pequenos cantinhos da minha vida. Da dela também, claro.
A memória coletiva é sempre mais eficaz e certeira do que a singular. É por isso que, quando encosto o automóvel para olhar para trás e tentar recuperar alguma coisa perdida, gosto de levar alguém ao meu lado.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Adrenalina



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