27 junho 2015

Sondagem - acordar assim é erótico ou é pornográfico?

«lixo» - bagaço amarelo

Aveiro, dia muito quente e as árvores vestidas de cor. Fazem-me confusão.
A minha tendência é vestir-me quando tenho frio e despir-me quando tenho calor. No Verão quente as árvores vestem-se, no Inverno frio despem-se. A natureza é irónica.
Acabei de me analisar, a mim e ao que visto, no reflexo da montra duma pastelaria venezuelana. Sou grande e corpulento, mais do que gostaria. Encolhi a barriga uma série de vezes para gostar mais de mim, até perceber que algumas pessoas lá dentro me olhavam entre sorrisos e curiosidade. Afastei-me.
O Verão é um segredo.
No passeio há garrafas de vinho e de cerveja vazias, espalhadas um pouco por toda a parte. Uma mulher varre da rua esses despojos do dia anterior, pacientemente, colocando-os num carrinho verde onde se dá a mais bela das mortes. A do lixo. É o lixo que me faz lembrar que a vida não é só isto, um passeio solitário por ruas desertas.
Apetecia-me dar a mão a uma mulher. Aliás, percebo agora porque é que as pessoas que se Amam dão as mãos. É para se encherem. As mãos são as mangueiras da vida quando nos sentimos vazios. E eu estou vazio.
Amar é difícil por causa da saudade permanente. Há uns dias, num passeio semelhante, disse-me que conheço mulheres mais fáceis de Amar do que aquela que Amo. Depois respondi-me. A facilidade no Amor significa sempre Amar menos.
Não quero. O Amor intenso é sempre difícil. Tem que o ser para ser Amor.
Dou um pontapé numa lata de cerveja vazia que acorda, com um ruído estridente, o silêncio sepulcral da manhã. Foi sem querer. A mulher que ainda varre o dia anterior olha para mim. Apanho a lata e dou-lha.

- Bom dia! - diz ela.
- Bom dia! - respondo.

E de repente sou outro.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«União perfeita» - por Rui Felício

«Ingemination» (reduplicação)
Silviu Runcanu, Roménia, 2002
Quadro a óleo, 50x70cm
Colecção de arte erótica «a funda São»
Ao principio, ela só parecia ter um defeito. Tinha medo do escuro, só se sentia calma e descontraída quando a luz incidia no seu corpo esbelto e atraente.Nos primeiros dias tive dificuldade em adaptar-me, porque na intimidade do nosso quarto eu gostava mais da cálida modorra da escuridão.
Para a satisfazer, contudo, comprei um candeeiro de luz mortiça que fica aceso toda a noite do lado dela e concluí que afinal aquele seu hábito, em vez de defeito, era uma virtude.
Fez-me descobrir o prazer de admirar as sombras desenhadas pela luz, que marcavam e delineavam os seus contornos apetecíveis em mil nuances que a escuridão só permitia ao tacto, nunca ao olhar.
Ela adora sentir o meu respirar junto do corpo, e eu recebo o dela na minha pele, como um bálsamo viciante, provocador, numa permuta contínua, sincopada, quase perpétua que se alimenta uma da outra, mantendo-nos unidos, à vezes insaciáveis, aumentando as sensações num ritmo crescente dos eflúvios e do sangue, em direcção ao cume da vida, ponto de encontro único dos amantes que os deuses marcaram como o climax incontrolável do prazer.
Pergunto-me como demorei tantos anos a descobrir que a união perfeita é afinal bem mais simples do que parece.Basta que saibamos dar a quem amamos o que temos para dar e receber em troca aquilo que nos faz falta.
Ela não prescinde do dióxido de carbono que expiro e eu estaria morto se não aspirasse o oxigénio e a energia química que aquela lindíssima planta me dá através da clorofila e da fotossíntese.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Era tão boa pessoa...

Crica para veres toda a história
Canto lúgubre


1 página

26 junho 2015

Valesca Popozuda feat. Catra - «Mama»



O livro é um genital onde se morre demasiado e desaparecem clandestinas as mãos que nele submergem. E é assim a literatura. Grande e ousada, tal como eu sou e me quero sem ambições brutais, mas fiel ao que rebenta e ao que me entrego despreocupadamente e tal como acontece em natureza, sem qualquer preconceito abro a minha semente ao amor e seja ela o que for, desejo ou apenas um dedo pastor…



Luísa Demétrio Raposo


blog VERMELHO CANALHA

Postalinho de Penamacor (1)

"Chafariz na zona histórica de Penamacor.
Esta malta da Beira Interior gosta muito de se armar aos cágados..."
Paulo M.


«Foguetalho» - Shut up, Cláudia!




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25 junho 2015

«Unconditional Art» (arte incondicional) - Rogier Dirkx


Unconditional Art from Rogier Dirkx on Vimeo.

Poemas fresquinhos (e bem quentinhos) do Casimiro de Brito

"Daqui é o Casimiro.
Que tal uns poemas eróticos?
Fazem parte de um livro quase acabado.
Aqui estão 10, que vos ofereço."
Casimiro de Brito

Poemas Priápicos

"A arte nunca é casta."
Picasso
"Toda a arte é erótica."
Adolf Loos


1
Pecado perdoado —
quando ela faz o seu broche
no confessionário


2
“Pinta-me os seios
com meu sangue menstrual:
amigos para sempre”


3
Vou-te ao cu e sinto:
que caminho tão macio.
Peço-lhe mais e mais


4
“Com o pincel que traz
entre as pernas me ilustra:
pudesse eu expor-me


5
Tudo em ti me encanta!
Tirá-lo do cu, metê-lo
na boca! Via Sacra!


6
“Só na minha cona
me fio para engolir
as flores do mundo”


7
Se eles conhecessem
o ardor nos olhos e na cona!
Que homens seriam!


8
“Faz-me um broche.” — “De ouro
ou de metais macios?”
“Um broche de carne.”


9
O que me pedires
acredita que o farei —
língua e falo hei


10
“Comer-te, beber-te,
engolir-te duro e todo —
o mais são cantigas”

Livros «Suruba para colorir»

Livros (2 volumes) para colorir com desenhos de vários autores brasileiros, sob o tema das orgias (surubas, no Brasil), com lápis de cor.
KIT Suruba para colorir é uma publicação lúdica da Bebel Books. 34 desenhos de surubas (orgias) nas suas variações. Edição de Bebel Abreu, prefácio de Xico Sá e trabalhos de 35 autores: VOLUME #1 - Alex Vieira, André Valente, Feppa Rodrigues, Flavio Zerloti, Indio San, Janara Lopes, João Montanaro, Kiko Dinucci, Laerte, Luciana Bastos, Luciano Feijão, Marcelo Araújo, Max Kisman, Oga Mendonça, Orlando Pedroso, Samuel Rodrigues e Tiago Elcerdo; VOLUME #2 - Adão Iturrusgarai, Ale Kalko, Alejandro Magallanes, Christiano Mascaro, Diego Sanches, Eduardo Belga e Gabriel Goés, Fabio Zimbres, Fernanda (aka Lady) Guedes, Flávio Flock, Guma, Maël Boutin, Renata Miwa, Rogerio Nunes, Santiago Mourão, Sen Hesse (aka Carlo Giovani), Thais dos Anjos e Zé Otavio. O kit contém os dois volumes em formato 21x15cm, com 38 páginas e 17 desenhos cada, impressos em offset sobre papel Alta Alvura 240g/m2 e 14 lápis de cera, adesivo da ilustração de Laerte e embalagem especial.
Esta encomendinha foi enviada pela editora, directamente para a minha colecção, aproveitando uma sua viagem à Europa. Só me dão mimos!

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)










«Eu te amo. Eu te amo…» - Adão Iturrusgarai


24 junho 2015

745 pessoas nuas na água

Recorde do mundo do Guinness.
31 de Dezembro de 2013 na praia Midway em Gisborne - Nova Zelândia.
Gisborne tinha feito isto com 506 pessoas em 2012 mas durante o ano de 2013 tinha perdido o título para Espanha, com 729 pessoas envolvidas.


Skinny Dip - Guinness World Record 2013 from gisbornetv on Vimeo.

«coisas que fascinam (175)» - bagaço amarelo

Da conquista

Não há pior verbo para usar num caso de Amor do que o verbo "conquistar". Quando nos apaixonamos e sentimos que somos correspondidos, temos a mania de acreditar que conquistámos alguém, mas no Amor nunca conquistamos ninguém. O melhor que nos pode acontecer é sermos conquistados.
Ser conquistado é passar a pertencer ao outro sem que o outro nos pertença a nós, porque a pertença no Amor tem sempre que ser voluntária. Impulsiva até, diria eu. E a sério que não há melhor Amor do que aquele em que ambos são conquistados, mas nenhum é conquistador.
Quem acredita que conquistou alguém, então ainda não sabe bem que Amar é um verbo bem maior, apesar de ter menos letras. Ter que conquistar é triste, mas ser conquistado é de uma felicidade extrema.
Quando estamos apaixonados, tudo o queremos é que a outra pessoa nos invada e ocupe como um exército intruso. De preferência, que se instale em nós para sempre. É aí que nos rendemos e nos declaramos conquistados. Estamos bem, foi uma guerra sem armas, e a cama é o melhor sítio para guerrear.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Abençoada tribo Arara Shawãdawa!


Desde o início da década de 1990, a tribo Arara Shawãdawa (de Acre, região do Brasil junto à fronteira com o Peru) tem vindo a tentar resgatar a sua própria língua para consolidar a educação bilíngue dentro do grupo, porque eles tinham sido historicamente ridicularizados e discriminados quando falavam a sua própria língua. Assim, muitos jovens Arara Shawãdawa e crianças estão a aprender a língua indígena com professores treinados. A língua falada pelos Arara Shawãdawa do Acre é classificada como pertencente ao grupo linguístico Pano, cujos falantes podem ser encontrados no Peru, na Bolívia e no Brasil.

Fonte: The Seraphic Book of Eloy
Foto: Diego Gurgel

Imagina, São...



23 junho 2015

Quina Barreiros - «O meu homem acorda com ele em pé»

Não, não é Quim Barreiros. É mesmo Quina Barreiros.

Especialista em passarinhas


Escrever o teu nome numa pétala e depois cuidar dessa planta com a suavidade e o empenho de um devotado beija-flor.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

O plano grego



HenriCartoon
Com escrita, a boca não consegue pronunciar o que separa entre as coxas, a vulva que as pregas solta ao que no escuro tranca e acescência interna destrava, um corredor ao de leite que ao largo, a testa.
O seio na mão que o despe para corresponder ao que foge clandestino do encalço ao regaço. O lodo entoa até às mangas o que passa rápido pela mão a gritar entre e que pinga e enche os dedos, acima uns dos outros, dedo a dedo afim de gladiar a água mamífera que desce do poial e amputa o equilíbrio ás ondas.



Luísa Demétrio Raposo